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terça-feira, 27 de março de 2018

Doutores, Doutorandos, Saúde Mental e NEU

Doutores, Doutorandos, Saúde Mental e NEU
Luiz Carlos Formiga


No Rio de Janeiro, resistindo à dominação “política” o primeiro Núcleo a surgir foi o NEU-Fundão (UFRJ), tendo como norte o “Estatuto das Casas do Caminho”.
Uma “Carta aos Companheiros”, assinada por dois espíritos, José Petitinga e Vianna de Carvalho foi muito útil na sua implantação.
Algumas afirmações merecem ser recordadas:
“O excesso e rigorismo em matéria de organização podem matar a alma do ideal, formando um corpo frio, inexpressivo...”.
 “Há lugar para todos trabalharem; não, porém, como pretensos chefes, hierarquizados perigosamente e com uma supervalorização dos títulos e conquistas mundanos.”
“A realeza é, sempre espiritual. A superioridade, em nossos labores, é de qualidade moral”.
“Se o Plano Superior já te permite pisar na seara espírita não te limites à prece”.(1)
Falei em “resistência ao domínio comunista” porque Marx é muito estudado nas universidades públicas brasileiras e nelas a religiosidade/espiritualidade é cercada de preconceitos, mesmo que seja oriunda de fé raciocinada.
Em 1924, Léon Denis diz que “longe de nós o pensamento de criticar os comunistas de convicção sincera, que desejariam estabelecer na Terra o regime social que reina, provavelmente, nos mundos superiores. Esse regime exige qualidades morais e sentimento de altruísmo que não existe senão em condições excepcionais em nosso mundo egoísta e atrasado.” Denis reconhece que “são aspirações generosas, mas prematuras e inaplicáveis na sociedade atual, onde não encontramos membros animados por uma fé intensa e espírito de sacrifício”.
Este autor espírita, por outro lado, diz que “não será através do crime e pelo sangue que se poderá fundar um regime de fraternidade, de solidariedade e de amor.”
No mesmo século XX encontramos “o Espiritismo pulsando livremente antes da 2° Guerra Mundial na antiga Tchecoslováquia. Depois os regimes políticos acabaram com o Espiritismo. O que sobreviveu ao Nazismo foi destruído pelo Comunismo.
As religiões não eram bem vistas e eram consideradas inimigas pelo regime. Os Centros Espíritas foram confiscados e qualquer atividade nesse sentido era proibida. Algumas pessoas foram presas e encarceradas ou constantemente vigiadas. (2)
Impossível criar um NEU naqueles tempos. Mesmo hoje, nestas duas últimas décadas, foi necessário acumular resistência à frustração, principalmente porque a maioria não está nem aí para essa iniciativa. Já destacamos a resiliência, que está ficando fora de moda, anteriormente. (3) Mas bom exemplo é o de Ingeborg Rapoport e sua tese sobre “Difteria”. (*)
Tenho estudado essa doença desde o curso de graduação e não aguentaria esperar 78 anos, para receber o título de “doutor”, (4) até porque o doutorado é prejudicial à saúde mental. Estudos recentes dizem que 39% dos doutorandos sofrem de depressão moderada ou severa, frente a 6% da população geral. (6)
O leitor deve imaginar o sufoco que é a “temporada de caça ao orientador”, para um jovem espírita, fugindo do poder neurótico.
O orientador pode influir na saúde mental de seus doutorandos. Nem todos podem ser como aquele que trabalhava na Universidade do Espírito, que citamos no artigo “Universidade da alma”. (5)
 “O orientador é relevante tanto direta como indiretamente para a saúde mental dos doutorandos” (6)
Os membros de um NEU podem ajudar estudantes, vivendo em condições estressantes?
As atividades do NEU são programadas com o objetivo de desenvolver a espiritualidade do ser. Procura-se desenvolver a fé e a esperança. (7)
Certamente um NEU, que aponta na direção da Ética, da Ciência, da Filosofia e da Moral, pode ser mais uma alternativa, embora talvez a mais humilde, na prevenção de distúrbios mentais, quando diante de orientadores que são verdadeiros tiranos. (8)
Um NEU pode ser útil para o despertar da consciência de sono de alguns professores orientadores?
Ingeborg Rapoport obtém o seu doutoramento depois de 78 anos. Quantos não chegarão aos 102? (4).
Diante da atual situação do nosso país, que chegou à “corrupção da inteligência”, que estratégias mentais deveremos empregar para sobreviver com um mínimo de sanidade, em meio ao caos?
Victor Grinbaum, que não é espírita, oferece e desenvolve rapidamente seis passos nessa direção: ame; não se apegue a bens materiais; reze; esqueça o julgamento alheio; estude e brigue. Este último é um mandamento caudatário do nº 4 (9)

(*) Comentamos ainda sobre essa doença em 2010, alguns anos após a deixar a condição de docente-pesquisador, na universidade.

Leia mais.


segunda-feira, 19 de março de 2018

O SUS, as terapias alternativas,o “passe”, as remunerações e o “dai de graça” (Jorge Hessen)

O SUS, as terapias alternativas,o “passe”, as remunerações e o “dai de graça” (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
Jorgehessen@gmail.com

Ministério da Saúde promulgou a admissão de determinadas “terapias alternativas” ao Sistema Único de Saúde (SUS), dentre as quais a terapia por imposição de mãos (seria o Reiki oriundo do vitalismo, criado em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui? Ou seria apenas a imposição de mãos sem apelo “religioso” e configurando apenas transfusão magnética tal como ocorre nas casas espíritas? Seria os dois?  
Além da tal imposição de mãos, o SUS também vai bancar tratamentos alternativos como apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, ozonioterapia e terapia de florais. Esses procedimentos são chamados de Práticas Integrativas e Complementares (Pics), pois utilizam recursos terapêuticos baseados em tradições populares, voltados para “curar” e prevenir algumas supostas doenças.
Sobre as tais “imposições das mãos”, será que é fator alvissareiro, será que poderá abrir as portas laicas e as mentes para a realidade inquestionável da força do chamado “passe espírita" ou melhor do passe gerido pelos Espíritos? Ou será que uma prática tão sublime será banalizada?
O que podemos ponderar sobre tal complexo assunto?
Uma questão subjacente que deve ser abordada com muito cuidado é justamente o gerenciamento dos agentes dessas “terapias alternativas”, isto é, como escolher e nomear esses "profissionais"? Não se pode perder de vista que tais terapias serão aplicadas por “especialistas” contratados, portanto serão “profissionais” devidamente assalariados para tal função! Diante disso, considerando que haja passista espírita entre os terapeutas, respeitando os preceitos cristãos, recomendamos o alerta -“dai de graça o que de graça recebestes.” [1]
Sobre esse assunto já li sugestões charmosas e outras um tanto quanto absurdas. Uma delas seria a possibilidade dos centros espíritas oferecerem os serviços de passes gratuitamente nas unidades do SUS. Mas, há os incautos que insinuam a destinação do eventual salário aos profissionais para as instituições beneficentes e/ou espíritas.  Ora isto seria um abjeto comércio dos dons mediúnicos. Recordemos que todo serviço espiritual gratuito é padrão da legítima prática espírita.
Ante esse panorama que está sendo construído na área de saúde pública, certamente haverá “espíritas” que desculparão a própria consciência nutrindo o subterfúgio de que aplicar passe e ser remunerado pelo SUS não é comerciar a caridade do passe. Possivelmente haverá esvaziamento da voluntária doação gratuita do passe nas casas espíritas, pois os passistas “desempregados” estarão disputando vagas no SUS. E se forem contratados, na melhor das hipóteses, estarão cansados à noite para a tarefa espírita. Ou, ainda,  na pior das hipóteses, poderão  disputar parte do valor que deverá ser revertido a eles próprios que também têm dificuldade financeira.
Sabemos que há alguns hospitais que ainda não consentem a aplicação de passes quando confrades espíritas visitam os enfermos nas enfermarias. Talvez proíbam por prevenção ideológica ou preconceito médico e ou religioso. Seguramente, diante dessa nova norma do governo, creio que essa oposição poderá ser atenuada. Ou por outro lado, talvez o empecilho aumente, pois, considerando que o serviço será remunerado (pelo SUS), não será fácil convencer que "passistas" profissionais não terão a ideia brilhante de entrar na justiça do trabalho pedindo vínculo empregatício com os hospitais que permitirem o gesto "caridoso". Tudo é possível. O tema é complexo e vai muito além do que talvez estejamos avistando.
Quem sabe a ação constituída pela chamada liderança espírita junto ao governo seja oportuna nesta circunstância. Afinal de contas o atual governo está bradando por terapêuticas alternativas pelo SUS. Diante de tal desafio, será que o espírita terá capacidade de aprovisionar, de graça, e com preparação organizada dos passistas a fim de formalizar as normas oficiais de procedimento sob o princípio do voluntariado perante os hospitais?
Referência:
[1] Mateus, 10:8


sexta-feira, 9 de março de 2018

DROGAS. “UMA FOLHINHA DE CADA VEZ”


DROGAS. “UMA FOLHINHA DE CADA VEZ”.

Com drogas socialmente aceitas estimulamos portadores assintomáticos no ambiente familiar. Devemos descriminalizar a maconha?
Luiz Carlos Formiga
Vai ser difícil vacinar a mente infantil, enquanto portadores estão contaminando familiares. O exemplo arrasta.
O depoimento de uma Psicóloga foi visceral:  “Ando bastante preocupada, pois como realizo avaliação neuropsicológica, acabo me deparando com alguns transtornos nas crianças/adolescentes, cujos responsáveis fizeram ou fazem uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas e a consequência é que os filhos estão abrindo cada vez mais cedo transtorno de conduta e comportamento antissocial, dentre outras coisas. Estou assustada.” (1)
As opiniões divergem na sociedade e algumas, como a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, são consideradas “desastradas”. mais ideologia que reflexão. Em alguns momentos, os argumentadores parecem esquecer que um dependente de drogas que queira ficar limpo “só por hoje”, enfrenta a falta de atendimento especializado se for de família pobre. (2)
Hoje a política do governo vai além do combate ao narcotráfico. O Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD), que tem poder deliberativo, aprovou uma resolução dizendo que a partir de agora (março de 2018) “orientação central da Política Nacional sobre Drogas deve considerar aspectos legais, culturais e científicos, em especial a posição majoritariamente contrária da população brasileira quanto a iniciativas de legalização de drogas”.
Na prática, os grupos que defendem a busca da abstinência como principal objetivo ganham força sobre os grupos que defendem a prevalência da redução de danos nas políticas públicas sobre o tema.
Os defensores da abstinência argumentam que as drogas fazem mal ao ser humano e à sociedade. O uso, portanto, deve ser combatido aprioristicamente. Os dependentes, tratados com terapias de reabilitação.
Afirmou o Ministro Osmar Terra que “a política de drogas que está em vigência hoje tem causado danos à sociedade”. Ele defendeu a aprovação da resolução, dizendo: “não existe exemplo no mundo de países que tenham liberado o uso de drogas e que tenha tido bons resultados”. (3)
Esta nova orientação premia o retorno ao cuidado do meio ambiente “interior”, aquilo que poderíamos referir como “ecologia da alma”. (4)
 Espíritas são resilientes. Bom exemplo são aqueles que sofreram com a Lepra, mas não chegaram ao vazio existêncial e suicídio. Uma paciente-espírita deveria ser homenageada num Dia Internacional da Mulher. (5)
Recordemos que a Revista de Psiquiatria nos informava em 2007, que a “religiosidade e a espiritualidade vêm sendo claramente identificadas como fatores protetores ao consumo de drogas; que os usuários dependentes apresentam melhores índices de recuperação quando seu tratamento é permeado por uma abordagem espiritual, de qualquer origem, quando comparados a dependentes que são tratados exclusivamente por meio médico.”
Considerando o forte papel de assistência social das religiões no Brasil, acreditamos que a atuação do espírita é de grande relevância para a saúde pública, (6) estimulando o tratamento e a “vacinação”, evangelização, num trabalho de formiguinha. Uma folhinha de cada vez.
Talvez mais adiante possamos dizer como no Sarampo. “A situação não é preocupante. Está tudo sob controle.”  (7)
“Agora é Ação”, Bezerra
Apoiemos nesta hora a parceria Centro Espírita Irmão Samaritano & Movimento de Amor ao Próximo, num curso que oferece.

Leia mais

1. https://visaoespiritabr.com.br/cura/drogas-o-exemplo-arrasta
http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores_FORMIGA
_Luiz_textos/FORMIGA_Luiz_tit_Drogas_o_exemplo_arrasta.htm

2. https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/fhc-e-as-drogas
-a-opiniao-desastrada-de-um-grande-brasileiro-ou-por-que-a-descriminacao-seria-ainda-mais-desastrosa-do-que-a-legalizacao/

3. http://justica.gov.br/news/politicas-sobre-drogas-dara-guinada-rumo-a-abstinencia/view

4. http://www.oconsolador.com.br/ano11/533/principal.html

5. http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/09/sos-na-ponta-da-lingua.html

6. http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores_FORMIGA_Luiz
_textos/FORMIGA_Luiz_tit_Drogas_e_Espiritualidades.htm

7. https://www.diariodobrasil.org/surto-de-sarampo-importado-da-venezuela-nao-
preocupa-governo-esta-tudo-sob-controle/







quinta-feira, 8 de março de 2018

DIA INTERNACIONAL DA MULHER. ESTUPRO E DOR NA ALMA

Luiz Carlos Formiga


Neste dia Internacional da Mulher permitam-me iniciar, com a “paz dos laboratórios e dos livros”, lembrando Johanna (*) a quem presto homenagem.
Nem tudo são flores.
Neste março de 2018, Carmem Lúcia, a presidente do Supremo Tribunal Federal, disse que a insegurança faz o cidadão não confiar no seu País e no seu Estado. Ela se lembrava do assalto que sofreu em sua cidade natal. No interior de Minas Gerais.  (1)
Comemoramos o Dia Internacional da Mulher e por isso, debater projetos de interesse da bancada feminina no Congresso é uma feliz iniciativa.
O projeto de lei que aumenta a pena prevista para o estupro coletivo passou na Câmara, mas ainda vai ser examinado pelo Senado. Por outro lado, hoje, véspera do Dia Internacional, três projetos, considerados prioritários pela bancada feminina, já foram aprovados.
Essas propostas, que já foram também aprovadas no senado, preveem medidas que aumentam a proteção da mulher e o combate à violência. (2)
Qual a importância desses projetos?
Outros projetos sobre a educação da alma, “que é a alma da educação”, parecem ainda negligenciados. Certamente eclodirão neste terceiro milênio. (3)
Como seria bom se encontrássemos uma maneira de impedir que mulheres se tornassem “famintas de deixar de sentir dor”.
Estou falando da “dor na alma”. Aquela que sentiu o sapo.
“O escorpião, venenoso, insensível; manipulador, perverso, aproximou-se do sapo, que estava à beira do rio. Como não sabia nadar, pediu carona para chegar à outra margem. Desconfiado, o sapo respondeu: – Ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais. Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o seu veneno, e eu vou morrer.
Mesmo assim, o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que, se picasse o sapo, ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar. Ao final da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou em terra firme.
Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo, desesperado, quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:
– Porque essa é a minha natureza!”(4).
Senti “dor na alma” quando tomei conhecimento de que um Procurador de Justiça declarou que considerava o estupro praticado pelo réu uma “cortesia” e não um crime. (5)
“Dor na alma” sentirá o leitor ao examinar o livro “Fome” de Roxane Gay. Professora universitária, ela tem suas colunas publicadas regularmente no The New York Times e no The Guardian. A escritora expõe suas entranhas “faminta de deixar de sentir dor”.
Na brutal autobiografia conta como o trauma de ter sido violentada aos 12 anos mudou sua visão (e espaço) no mundo.
Ela mergulhou numa espiral de vergonha, culpa e ódio contra si mesma, que derivou na obesidade mórbida que sofre.
“Às vezes sinto como se o passado pudesse me matar. É uma carga muito pesada. Na minha história de violência houve um garoto. Eu o amava. Ele e vários dos seus amigos me estupraram na floresta, numa cabana de caça abandonada, onde ninguém podia ouvir meus gritos.”
Gay nunca havia denunciado ou compartilhado com seus entes queridos a agressão sexual coletiva que sofreu. Seu silêncio se fundiu com a autodestruição do seu corpo para criar um escudo.
“Comecei a comer para mudar o meu corpo, é algo que fiz de maneira intencional”.
Seu auge foram 262 quilos (1,90 m altura), para enterrar o estupro coletivo, antes de se recusar a se submeter a um bypass gástrico.
 “Na minha vida há um antes e um depois de me estuprarem”.
“Destruíram-me e, para entorpecer a dor daquela destruição, comi, comi e comi”.
“Comi porque achei que, se meu corpo se tornasse repulsivo, poderia manter os homens afastados.”
 “Fome” não é uma confissão de cura. As feridas de Gay continuam abertas.
E o estuprador?
Ela faz pesquisa Google com o nome daquele que liderou a agressão em grupo contra ela. Sabe, pelas redes sociais, que aparência tem, onde trabalha e que carro dirige.
“Pergunto se sabe que penso nele todos os dias. Ele sempre está comigo. Sempre.”
“Não tenho paz.”
Pasteur recomendou a seus alunos que procurassem a paz do laboratório e dos livros. Roxane Gay encontrou o livro. Que ela receba de nós as melhores vibrações de paz. Sabemos que ela está magoada demais para iniciar a prática da “Terapia do Perdão”. (6)
Que ela possa encontrar a paz no Cristo Consolador. (7)

(*) Johanna Liesbebeth Kubelka Döbereiner (1924-2000)
A agrônoma realizou pesquisas fundamentais para que o Brasil se tornasse um grande produtor de soja, além de ter desenvolvido o Proálcool. Estima-se que suas pesquisas fazem com que o nosso país economizem 1,5bilhões de dólares todos os anos, que seriam gastos em fertilizantes. Seu estudo sobre fixação de nitrogênio permitiu que mais pessoas tivessem acesso a alimentos baratos e lhe rendeu uma indicação para o Nobel de Química em 1997. Sétima cientista brasileira mais citada pela comunidade científica mundial.


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3. https://m.facebook.com/permalink.php?story_fbid=763813283821569&id=175493055986931
4.  Ana Beatriz Barbosa Silva, Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado. São Paulo, Globo, 2014, 232 p.



sábado, 3 de março de 2018

Massacre na Flórida (Jorge Hessen)

Massacre na Flórida (Jorge Hessen) 

Jorge Hessen 

Um atentado no dia 14 de fevereiro (quarta-feira de cinzas) na escola pública Marjory Stoneman Douglas High School em Parkland, sul da Flórida trouxe novamente à pauta o debate sobre o controle de armas nos Estados Unidos. O acusado pelo assassinato de 17 pessoas, entre estudantes e professores, é o ex-aluno Nikolas de Jesus Cruz, de 19 anos, que havia sido expulso no ano passado. 

Segundo a organização Everytown for Gun Safety, que defende o controle de armas nos Estados Unidos, o tiroteio já entrou para as estatísticas como o 18º massacre em escolas americanas em 2018. Nikolas usou um rifle AR-15, e além de matar as 17 pessoas, feriu outras 14, que foram conduzidas em estado grave para a Broward Health North, e outras para o Centro Médico Broward. 

Neste ano de eleições no Brasil observamos um quadro político moralmente corrompido, em face dos inimagináveis desvios do erário público. O país tem sido governado por pessoas ambiciosas e escroques impetuosos. Temos acompanhado com certa apreensão a crescente popularidade de um “pré-candidato” à presidência que, apesar de não ter o estigma de uma trajetória política comprometedora, todavia vem anunciando desenvolver uma política de armamento da população. 

Não duvidamos da honestidade de tal pré-candidato, contudo seu discurso é preocupante e suas promessas de governo têm sido aterradoras. Conquanto possa estar imbuído de boas intenções, cremos que o seu discurso “messiânico” para transformação social sob o látego do revide, da animosidade e da retaliação é cabalmente contraditório e desfavorável à paz ente os brasileiros. 

A criminalidade tem as suas raízes, dentre outras, na desigualdade social, no elevado índice de desemprego, na urbanização desordenada e, destacadamente, no descrédito à classe política hipócrita, corrupta e na difusão incontrolada da arma de fogo, sobretudo clandestina, situações essas que contribuem de forma decisiva para o avanço do caos social, do tráfico de drogas, dos assaltos, dos roubos, dos sequestros e por fim dos homicídios. 

Muitos vivem sob o temor da doença das “balas perdidas”. O investimento de recursos em armamentos é inútil, perigoso e desnecessário. As leis e a ordem impostas à sociedade como resposta à exigência coletiva são aceitáveis e compreensíveis, mas muito melhor será quando os homens se desarmarem e os cidadãos respeitarem seus direitos, sobretudo o mais fundamental, como o direito à vida. Neste contexto a aplicação do ensinamento espírita em seu esboço científico, filosófico e ético-moral será o instrumento por excelência decisivo para a paz entre os homens.