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domingo, 29 de outubro de 2017

Angústia, consciência e reencarnação

Angústia, consciência e reencarnação


Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com


  O vocábulo angústia advém do latim angustia e significa estreiteza, espaço reduzido, carência, falta. Medo vago ou indeterminado, sem objeto real ou atual. É um temor intempestivo e invasor que nos sufoca (angere, em latim, significa apertar, estrangular) ou nos submerge.

Na filosofia existencialista, a palavra "angústia" tomou sentido de "inquietação metafísica" em meio aos tormentos pessoais do homem. No conceito sartreano, “é na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade (…) na angústia que a liberdade está em seu ser colocando-se a si mesmo em questão”.[1]

Os materialistas sem norte acreditam que o ser humano é um ser imperfeito, aberto e inacabado. Segundo Heidegger, “a angústia é uma característica fundamental da existência humana. Quando o homem desperta para a consciência da vida, percebe que ela não tem sentido ou uma finalidade”. [2]

Afastando-nos desse materialismo decrépito, compreendemos que pelo princípio da reencarnação as raízes intensas da angústia frequentemente encontram-se entrelaçadas no curso de vidas passadas, construídas na culpa do Espírito, que reconhece o erro e receia ser descoberto. Portanto, é um estado mórbido que deve ser combatido na sua causalidade.

Por essa razão, a origem da angústia depressiva tem seu suporte no perispírito, e a rigor não tem raízes de causa na estrutura carnal. O corpo físico tão-somente reflete o estado da mente. O conflito do enfermo remonta a causas passadas, possivelmente remotas, com reverberação no presente através do psicossoma.

Certificamos que as mortes prematuras traumáticas (acidentes, suicídios, homicídios) naqueles que possuem grande reserva de fluido vital, impõem fortes impressões e impactos vibratórios na complexa estrutura psicossomática, formando no espírito um clichê mental possante no momento da morte.

Na reencarnação seguinte desse espírito, o amortecimento biológico do corpo carnal pode não ser suficiente para neutralizar os traumas registrados, em formas de flashes, dos derradeiros momentos da vida anterior. Essa distonia vibratória tende a reaparecer, guardando identidade cronológica entre as reencarnações. Os flashes impressionam os neurônios sensitivos do SNC (sistema nervoso central) e estes desencadeiam os angustiantes sintomas psíquicos via neurotransmissores cerebrais.

Obviamente o uso dos fármacos pode estabelecer a harmonia química cerebral, melhorando o humor de tais espíritos; no entanto, cuidam simplesmente do efeito, pois os medicamentos não curam a angústia depressiva em suas intrínsecas causas; apenas restabelecem o trânsito físico das mensagens neuroniais, melhorando o funcionamento neuroquímico do SNC.

Se os médicos muitas vezes são malsucedidos, tratando da maior parte das doenças fisiopsíquicas, é que tratam apenas do corpo biológico, sem acercarem-se dos traumatismos que os doentes apresentam na alma edificados em vidas anteriores.

Jesus nos enviou como legado um dos maiores tratados de psicologia da História: a Codificação Espírita, cujos preceitos traz à memória humana a certeza de que apesar das chibatas visivelmente destruidoras da angústia, o homem precisa conservar-se de pé, denodadamente, marchando firme ao encontro dos supremos objetivos da vida, enfrentando os obstáculos como um instrumental necessário que Deus envia a todos nós.

 

Referência bibliográficas:

[1]SARTRE, J. P. O Ser e o Nada: Ensaio de ontologia fenomenológica, trad. Paulo Perdigão Petrópolis: Vozes, 2002.
[2] CHAUÍ, Marilena. Heidegger, vida e obra.  In: Prefácio.  Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A Casa Espírita, o Vaticano e a Internet

Vladimir Alexei

Belo Horizonte, 24 de outubro de 2017.
Vladimir Alexei

O meio espírita relembrou, no último dia nove de outubro, mais um ano de um fatídico evento, envolvendo as obras de Allan Kardec e uma injusta ação da Igreja, na Espanha, em 1861, quando 300 volumes de obras espíritas foram queimadas em praça pública, como se faziam com os hereges em passado mais distante.
O que pouco se divulga é que essa manobra da Igreja foi mais uma tentativa de calar o editor Maurice Lachatre (1814-1900), então exilado na Espanha, detentor legal dos volumes queimados, exatamente por incomodar a classe dominante com suas ousadas publicações.
Ao lembrar-nos um pouco de sua história, o saudoso amigo e historiador, por vocação, Eduardo Carvalho Monteiro (1950-2005), apresenta-nos uma de suas obras, pouco conhecida no Brasil: O Crime dos Papas. Essa obra foi editada pela primeira vez em 1842-1843, em dez volumes e passou a compor um dos clássicos da literatura mundial.
Logo nas primeiras linhas de sua apresentação, Eduardo abrilhanta aquelas páginas com uma reflexão muito profunda que transcrevo para os amigos, de tão oportuna para o momento que vivemos: “Melanchton assustou-se com a depuração a ser promovida pela Reforma e indagou a Lutero: Se tiras tudo dos cristãos, o que lhes pretendes dar? Ao que Lutero respondeu sem pestanejar: Cristo”.
A Reforma, promovida por Lutero, foi um esforço ingente para devolver o Cristo ao povo, após séculos de uso, abuso e deturpações da Igreja. Os crimes cometidos pela Igreja ao longo de sua história são absurdos. Fazem com que as adulterações de obras mediúnicas editadas pela Federação Espírita Brasileira, como Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, sejam algo de somenos importância, corriqueiro até, indigno de nota ou quaisquer manifestações de repúdio. Algo comum que não precisa ser corrigido, afinal, os autores, todos, estão desencarnados e o “tempo” se encarregaria de colocar os pingos nos “is”...
Pedro, considerado a “pedra angular”, que, a partir dele, se erigia a “Igreja do Cristo”, nunca esteve em Roma, portanto, nunca poderia ser o primeiro Papa. A partir do ano 70 d.C., segundo Monteiro, a nova religião ao se transferir de Jerusalém para Roma, marca o início de suas falácias, abandonando as características principais de caridade e amor ao próximo. Foram mais de mil anos de erros cometidos em nome do poder.
Obtendo informações de como a Igreja surgiu, construída em torno de um poder transitório, como se os ensinamentos do Cristo fossem materiais, e não espirituais, e analisando, guardadas as devidas proporções, comparando com o que a Federação Espírita Brasileira fez com o Espiritismo no Brasil, vinculando-o a obras de cunho duvidoso e preservando o que o saudoso Arnaldo Rocha chamava de “cheiro de sacristia”, percebo o quanto equivocamos na divulgação do Espiritismo no Brasil. E pelo visto continuaremos...
Durante muitos anos divulgou-se o Projeto 1868, de Allan Kardec, quando ele alertava para a importância de se existir um “estabelecimento central” para estudar o Espiritismo, tratando, por analogia, a federação como sendo esse estabelecimento central e as casas espíritas seriam as células deste grande organismo.
Não é difícil ser ludibriado com esse pensamento. Quando se é neófito na divulgação do Espiritismo, a primeira coisa que você procura fazer é falar daquilo que lhe faz bem, principalmente quando você vê, pessoas de bem, difundindo a mesma ideia, como se não houvesse dúvida quanto a esse pensamento. No Brasil sempre valorizou-se mais as instituições do que o conteúdo de suas divulgações.
Assim fez a Igreja, durante milênios. Assim, até hoje, desde 1938, a federação e federadas divulgam o livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – e vocês podem checar isso em vídeos disponíveis na internet. A maioria dos expositores, de alguma forma, conscientes ou inconscientes, pulam, literalmente, a parte em que é recomendado, pela federação, o estudo de determinada obra que não carece citar o nome. Ou seja: o espiritismo no Brasil segue sendo divulgado como a Igreja fazia com o Cristianismo, sob a tutela daqueles que se arvoram conhecedores e defensores ilibados do seu conhecimento, semeando joio em meio ao trigo. Aqueles que questionam, perdem espaço e se tornam persona non grata, obsediados e tumultuadores da “ordem” dos estudos.
Não escrevo para a federação – já fiz, sem sucesso –, escrevo para aqueles que um dia levantarão informações históricas, de instituições até então consideradas de confiança, sérias e que são difundidas como “Casa Mater do Espiritismo no Brasil” e, ao traçarem um paralelo entre os desmandos cometidos pelos homens em ambas as instituições (Igreja e federação), chegarão à conclusão que mudaram apenas os nomes dos atores e as instituições. E de fato é uma instituição séria, com frequentadores sérios e voltados para o bem. Disso, não tenho dúvida, mas reconheço-os, hoje, apenas à conta de cúmplices, que, por não ser algo que lhes fira diretamente, fingem ser algo pequeno, sem importância ou então sem condições e recursos para mudar. Já vi muito isso em passado recente: “vamos lá para dentro porque aos poucos, com exemplos diferentes, eles mudam”. Ledo engano, apesar de todo carinho e também seriedade com que trabalharam por lá. O vício humano é o mesmo: falta de habilidade para lidar com o poder, egoísmo. O Vaticano Espírita que, assim como a Igreja, pelo poder corrompido retirou o Evangelho de Jerusalém para Roma, transferiu o poder verdadeiro da casa espírita para suas dependências, fazendo-se de instituição responsável por orientar os espíritas no Brasil.
As lideranças de algumas casas espíritas assemelham-se aos padres e bispos que comandavam suas comunidades, ditando regras, influenciando costumes e, de vez em quando, falando da doutrina. Muitos são autoritários e conduzem com mão de ferro o “adestramento” dos espíritas, não aceitando pensamentos diferentes dos seus. Outros mais, foram alçados à liderança por força de um trabalho assistencial bonito, mas que preservam a mesma maneira de agir dos autoritários e manipuladores: faça o que falo, mas não faça o que faço.
A mudança de um espírito milenar, não ocorre a base de golpes da fala ou decorações cognitivas. A experiência habilita o espírito a novos desafios, sempre rumo ao seu aperfeiçoamento ou às sucessivas quedas, até fixar o aprendizado. Quem serviu à Igreja no passado, no decorrer das reencarnações se sensibilizou e aos poucos se afastou, mesmo sabendo que ainda guardam fragmentos e comportamentos vinculados aos tempos de luta na Igreja. Só se vence esse ranço quando substituído por algo novo e que será alimentado diariamente, como um desejo ardente e sincero de mudar. Algo que um líder sabe: ora estamos na condição de instrutores, ora de aprendizes. O líder que não aprende, não sabe conduzir seus liderados.
Contra o espiritismo, entretanto, espíritos que se revoltaram contra a Igreja no passado, não tem como se revoltar ou discordar. Há mais de cento e sessenta anos o espiritismo vem sendo criticado e nenhum de seus fundamentos caiu ou foram considerados ultrapassados. Pelo contrário, quanto mais passa o tempo, mais claro fica o quanto é fruto do egoísmo a publicação de obras contrárias à razão, dentro de uma instituição que se autoproclama “casa mater”. Por razões óbvias se chega a essa conclusão. Allan Kardec explica em A Gênese, que revelação, vem de revelare, que significa literalmente “sair de sob o véu” e no sentido figurado, “dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida”. E arremata, sem deixar dúvidas: “A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade.”
É por isso que, qualquer um, encarnado ou desencarnado, dotado de um mínimo de inteligência, um mínimo de compreensão, ética e bom senso, sabe que não é lógico existir uma “revelação da revelação”. Se assim fosse, uma revelação, que revelaria aquilo que não é verdade, dito pela primeira revelação, faria com que todo o conteúdo da primeira revelação (obras de Kardec) fosse um engodo, uma falácia. Não se “complementa” uma revelação: o que foi revelado não precisa de complemento porque deixou de ser desconhecido, secreto e passou a ser de domínio público.
Será que o movimento espírita, de posse de uma vasta obra, revelada pelos espíritos superiores, cometerá o mesmo erro que a Reforma de Lutero? O Espiritismo é a Chave capaz de abrir os porões em que o homem prendeu o Evangelho de Jesus. O estudo minucioso do Evangelho não é a nova cátedra e nem tão pouco objeto exclusivo para iniciados, como ocorria na Igreja. Graças às mazelas da federação, instituições espíritas, com características laicas, foram criadas no afã de afastar o ser humano do sectarismo que o prende há milênios. Infelizmente erraram também ao alijar o Evangelho da Codificação, como se Kardec, exemplo de cientista que foi, tivesse cometido erro infantil e permitido que o Evangelho fizesse parte das obras Fundamentais. A obra foi ditada pelos Espíritos Superiores.
A instituição, no século XXI que precisa ser preservada é a Casa Espírita, o real espaço central destinado ao estudo das obras Fundamentais do Espiritismo. Ali, onde os Espíritas se unem para aprender trabalhando, resgatando o Cristianismo Primitivo (anterior a 70 d.C.) ao levar caridadeamor ao próximo é que precisamos dedicar esforços e unir, os espíritas, para preservar e manter entre nós, a chama acesa dos ensinamentos de Allan Kardec – aqueles ensinamentos estruturados por ele e ditados pelos Espíritos Superiores.
Com o advento da internet, rompemos as barreiras físicas que limitavam as Casas Espíritas ao conhecimento de seus dirigentes. Na internet, pelas mãos da Rede Amigo Espírita e outros canais, todos temos a possibilidade de continuar estudando, avançando e conhecendo, inclusive, mais do que aqueles que dirigem as tarefas. É hora de auxiliá-los na preparação de nossas casas espíritas para retomarmos a caridade e o amor ao próximo.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

IDEOLOGIA DE GÊNERO, REENCARNAÇÃO E A METADE CERTA


Luiz Carlos Formiga


Posso garantir que não há intenção de ofender convicções, com perguntas ofensivas ou incômodas. Na realidade, existem muitas dúvidas e estamos perseguindo as respostas corretas. A escala de valores, aquela que contribui para a perfeição humana e para a realização dos seus fins existenciais como pessoa, é a bússola. (1)
A alma é imortal? Espíritos podem reencarnar? Espíritos possuem sexo?
Um espirito reencarnado em corpo masculino pode dizer que “está homem”?
Quando um espirito encarna e reencarna “n” vezes como mulher, depois da morte tende a sentir-se feminino e pode manifestar-se, como tal?
O espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade? Isso sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas? Não há especificação psicológica absoluta?
Um espírito, após diversas encarnações em corpo feminino, pode voluntariamente reencarnar em um corpo masculino? A reencarnação pode ser compulsória? Qual o objetivo imposto, pela Lei Natural?
Outras pessoas poderiam ajudar o espírito a adaptar-se à nova condição?
Caso o espírito se rebelasse, contra o corpo masculino, não se esforçando para adaptar-se à nova condição, o que aconteceria se resolvesse mudar o corpo para a anatomia feminina? A ajuda poderia ser considerada como um tratamento? O que poderíamos encontrar se fosse usada a técnica de regressão de memória a vidas passadas?  Havendo pensamentos suicidas, se faz necessária a ajuda de profissionais de saúde?
A psicose possui fases características? Duas fases da psicose são a saída da realidade e depois a criação de uma nova realidade? A saída da realidade do próprio sexo, pelo  espírito, e a criação de uma nova realidade, que é a troca do sexo corporal, seria uma ilusão psicótica?
O transexualimo seria uma anomalia da identidade sexual, porque o indivíduo se identifica como pertencente ao sexo oposto e experimenta grande frustração ao tentar se expressar através do contexto do seu sexo genético?
Como distinguir convicções transexuais de ilusões psicóticas? Como saber se há subjugação por espíritos maus? Espíritos maus podem perseguir os que ainda estão no período infantil? O que dizem os pediatras sobre “ideologia de gênero”? (2)
Por que o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas estaduais e as Câmaras Municipais a erradicaram dos respectivos planos de educação? Crianças com distúrbios sexuais transitórios, e superáveis, poderão ser privadas de poderosos estímulos diante de negligências?
Esta reflexão é importante neste momento de decisão. Podemos ampliá-la com o médico psiquiatra, Livio Tulio Pincherle (3) e com o pesquisador espírita Hermínio C. Miranda  (4).
Pincherle usou a técnica de regressão de memória e descreve caso clínico. Seu paciente, espírito reencarnado em corpo masculino, apresentava tendência suicida. Vejamos:
 Na vida anterior, reencarnado como mulher, fora obrigado a casar-se com um homem que detestava. Tentou o suicídio, quando se viu grávida. Odiava a vida que fora obrigada a assumir, dizendo que detestava viver. Morreu na hora do parto, amaldiçoando a família e a vida, num terrível sofrimento físico e mental. Após a saída do corpo, afastou do local num total desespero. Informou ainda, em plena regressão, que fora submetido a um tratamento no além antes de voltar à vida atual e que lutou para evitar o seu próprio nascimento.
Esse paciente era homem de alto nível cultural e em cada regressão dava uma grande quantidade de detalhes de época, inclusive arquitetônicos e de vestuários.
Com as regressões, sentia alívio intenso de seus complexos problemas de personalidade (solidão, suspeita de doença grave, homossexualismo).
Com isso, as ideias suicidas se foram atenuando. Suas regressões eram de uma clareza impressionante.
Embora não seja um caso clínico, outra regressão à vidas passadas lança novo foco de luz. Nas pesquisas de regressão da memória a que se submeteu com Hermínio C. Miranda, o jornalista Luciano dos Anjos viu aflorar-lhe a personalidade de um francês que, em 1789, conclamou o povo às armas para a tomada da Bastilha. Fato narrado na obra Eu sou Camille Desmoulins.
Destacamos partes de duas respostas oferecidas por Luciano ao Instituto André Luiz. (4)
Instituto AL.” Poderia nos contar algo acerca do livro "Eu sou Camille Desmoulins"?  Qual era o seu estado de espírito, na ocasião? Como se sentiu durante o período da regressão: aliviado, triste, sobressaltado, feliz, infeliz?”
Luciano. “ O fenômeno apresentou fases diversas, do desespero à euforia. É impossível resumir tudo o que se passou na ocasião. Mas uma coisa sobressaiu: a gente se deslumbra com a certeza da imortalidade, enquanto se amargura por todas as bobagens que fez. E é preciso muito equilíbrio para não se deixar arrastar pelo exagerado desapego a esta vida e muito menos pela empolgação ante as glórias já vividas.”
Instituto AL. “ A  Terapia de Vidas Passadas  (TVP) ou Terapia Regressiva a Vivências Passadas (TRVP) é recurso válido na busca de soluções para problemas psíquicos?”
Luciano. “A lei é muito clara e está em O Livro dos Espíritos: o passado é para ficar esquecido. Rasgar essa cortina é assumir todos os riscos de um presente muitíssimo mais amargo e mais sofrido. Abstração feita de alguns casos excepcionalíssimos (...)  Conheço vários casos de pessoas que tentaram a regressão, chegaram até a obtê-la e estão hoje pagando um alto preço pela imprudência (...) A solução está no presente e não no passado.”
Diante de tantos questionamentos o leitor pode ficar decepcionado, principalmente pela ausência de “receita de bolo”. Já se disse que “não é vantajoso obter a resposta certa, quando se dispõe de todos os dados. A verdadeira vantagem criativa consiste em obter a resposta certa, quando se tem apenas a metade dos dados e metade deles errada, sem saber qual é essa metade.”
No inicio disse que poderia garantir não haver intenção de ofender convicções. Posso garantir também que os links abaixo são muito úteis. Por isso: “Leia mais”.




segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Fotografia do Pensamento


Em o livro “Evolução em Dois Mundos” no capítulo Corpo Espiritual André Luiz apresenta argumentos para sequenciarmos nossos estudos, não vou transcrever na integra, pois já o apresentei em textos anteriores, apresentarei apenas o necessário que nos permita extrapolarmos a fotografia do pensamento.
“Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação”.
Nestas palavras, André Luiz nos informa que o corpo espiritual não é o reflexo do corpo físico, ou seja, é o corpo de matéria que associado ao períspirito que refletem o corpo espiritual, entretanto o corpo espiritual reflete o corpo mental.
Sabemos que o espirito em sua essência é imaterial, e para tornar-se tangível, necessita conforme nos informa André Luiz, do corpo mental, é através da psique (pensamento), - pois a energia psíquica da mente (corpo mental) se manifesta revestida de matéria em outra dimensão - que o espirito absorve em sua forma o elemento matéria que lhe propicia refletir o corpo espiritual, tornando-se visível.
Em analogia podemos dizer que o corpo mental seja uma maquina fotográfica, em que a imagem é projetada em forma de luz, quando esta se imprime na chapa, reproduz a imagem, na tangibilidade do espirito a luz seria a vontade deste em apresentar-se revestido de matéria, então projeta esta vontade através do corpo mental, imprimindo em sua essência como “Ser” imaterial a matéria, e revestindo o espirito de matéria em outra dimensão, é que se manifesta o corpo espiritual. Não podemos nos esquecer de que espirito, corpo espiritual, corpo energético (períspirito), e corpo material, permanecem em simbiose desde a maturação da substância para toda a eternidade, pois todos evoluem, entretanto quem propicia a evolução é sempre o espirito, entretanto ele próprio depende dos demais corpos para evoluir, conforme informado em outros textos.
Este conceito nos leva a deduzir que é através do corpo mental (pensamento) que o espirito reveste a forma, e que esta forma já existe como um atributo de Deus como um eterno vir a ser, que através do mecanismo da evolução matura-se e que embora ela já exista como um eterno vir a ser, se apresentará sempre dependendo do momento evolutivo em que se encontra o eu inteligente que está reveste.
Se a forma não existisse no espirito como existe a inteligência, o amor, e infinitos outros atributos que se manifestam de Deus no universo, como um eterno vir a ser na vida do espirito, teríamos que admitir que essas formas fossem elaboradas pela mente do “Ser”, mas não podemos nos esquecer de que todas as sensações, todas as manifestações, que o espirito apresenta, já estão contidas no inconsciente puro, aguardando o momento de manifestar-se através da maturação. 
Essas formas, já existem latência no inconsciente puro, entretanto as mesmas não se manifestam como infinitos psiquismos individualizados aguardando o momento maturativo para se materializarem, o protótipo psíquico é único, contendo as infinitas modalidades de formas que estarão revestindo o espírito na eternidade.
E nesta revelação que apresentamos de André Luiz, ele não faz outra coisa que não, extrapolar a questão 27de o “Livro dos Espíritos.”
27 – Haveria, assim, dois elementos gerais do universo: a matéria e o espirito?
R – Sim, e acima de ambos, Deus, o Criador, o Pai de todas as coisas.
E essas três coisas são o principio de tudo o que existe, a Trindade Universal. Mas ao elemento matéria é necessário ajuntar o Fluido Cósmico Universal, que exerce o papel de intermediário entre o espirito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o espirito possa exercer alguma ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, se pudesse considera-lo como elemento material, ele se distingue por propriedades especiais. (...)
E André Luiz confirma que nós somos a imagem e semelhança de Deus, não na configuração antropomórfica, mas virtual, informando-nos de que nosso espirito é imaterial, tanto quanto o Ser Supremo da Vida. E extrapolando Kardec quando nos diz que ao elemento matéria é necessário ajuntar o Fluido Cósmico Universal, que exerce o papel de intermediário entre o espirito e a matéria propriamente dita, demasiado grosseira para que o espirito possa exercer alguma ação sobre ela, em analogia nos apresenta o corpo espiritual revestido de matéria em outra dimensão, pois sem esse corpo espiritual, tampouco o espirito teria como revestir-se do corpo de matéria densa que o reveste. E mesmo revestido de matéria em outra dimensão, para agrupar as células físicas, o espirito carece de um corpo energético (períspirito).
E Kardec reafirma a premissa que estamos desenvolvendo neste tema, em o livro “A Gênese” capitulo oito, Fotografia do Pensamento na questão 15.
“15 – Sendo os fluidos o veiculo do pensamento, este atua sobre os fluidos como o som para o ar; eles nos trazem o pensamento, como o ar nos trás o som.
Pode - se, pois dizer, sem receio de errar, que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos, que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros.
Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório períspiriítico, como num espelho; toma nele corpo e ai de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a ideia de matar outro: embora o corpo material se lhe conserve impassível, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste ultimo; executa fluidicamente o gesto, o ato que tentou praticar. O pensamento cria a imagem da vitima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espirito.
Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo será executado nem lhe assinalar os pormenores, nem ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstancias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do individuo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus”.
Kardec nos demonstra que o fluido se reflete através do pensamento, permitindo-se fotografar “o pensamento se reflete no envoltório períspiriítico, como num espelho; toma nele corpo e ai de certo modo se fotografa”, e como retro informado, André Luiz em o livro “Evolução em Dois Mundos”, no Capitulo Corpo espiritual e Corpo Mental, extrapolou a fotografia do pensamento.
E André Luiz em seu livro “Obreiros Da Vida Eterna”, No Capitulo: “O Sublime Visitante”, corrobora uma vez mais as palavras de Kardec, quando nos informa de que é de que é o corpo mental, o veiculo do pensamento (inconsciente puro), que se reveste da matéria em outra dimensão, manifestando-a em seu corpo espiritual, tendo como intermediário entre o corpo físico e o corpo espiritual, o corpo energético (períspirito), para só então refleti-lo no corpo de matéria orgânico.
Não vou transcrevê-lo na integra, pois já o fiz em outros textos, e se tornaria redundante, mas estarei apresentando um relato rápido dessa revelação maravilhosa que este espirito nos apresenta.
No intento de recepcionar Asclépios, um espirito de uma evolução que transcendia a dos espíritos ali presentes, inclusive o próprio Cornélio, orientados por este, esboçariam um quadro da natureza, que apresentaria uma árvore frondosa, um lago azul, um gramado, tanto quanto um horizonte de um céu azul.
Cornélio se responsabilizou pela formação do tronco da árvore, os chefes das missões entrelaçaram energias criadoras formando o lago tranquilo, e os demais participantes, formaram as folhagens da árvore, e a vegetação que contornava as aguas serenas, e também, as características do trecho de firmamento que cobria a pintura mental.
Mas o mais maravilhoso desta revelação é quando Cornélio pede a dois auxiliares, que conservassem as mãos unidas ao gabinete, e a tela mental passou a ter uma vida momentânea.
Ao estarem realizando este quadro da natureza, esses espíritos estiveram movimentando a força de vontade (pensamento), e através do corpo mental estiveram tornando tangíveis as formas idealizadas na mente, fotografando as imagens pensamento, tornando-as visíveis e propiciando-lhe uma vida momentânea. E não devemos nos esquecer de que não se trata de uma materialização, pois nosso amigo Cornélio é bem explicito quando pede aos demais que intensifiquem a mente para a obtenção desse quadro, temos neste fenômeno, mais uma comprovação da fotografia do pensamento.
Temos sido informados sobre a fotografia do pensamento no capitulo 14 da questão numero 15 da “Gênese”  de Allan Kardec, e extrapolada por André Luiz em o livro “Evolução em Dois Mundos” no capitulo Corpo Espiritual e Corpo Mental.
Essas informações nos estiveram explicitando a manifestação do pensamento, como essência, como vontade, aplicada através do espirito imaterial, projetando-se no corpo mental, tornando se tangível no corpo espiritual, refletindo-se no corpo energético (períspirito), e por dedução lógica fica esclarecido de que o pensamento se manifesta através do corpo de matéria.
Entretanto faltava-nos uma informação que nos afirmasse, de maneira precisa que o que nos apresenta Kardec, se fundamenta em uma lógica inquestionável, é uma veracidade e esta nos foi apresentada por Ernesto Bozano, em seu livro “Pensamento e Vontade”, pois neste seu livro nosso amigo nos apresenta vários relatos de que o pensamento do médium se imprime na chapa fotográfica, confirmando de forma material, que a psique da mente, se manifesta revestida de matéria em outra dimensão., pois se não fosse matéria não teria como se imprimir na chapa.
Porém Ernesto Bozzano nos esclarece de que nem todas as fotos imprimidas nas chapas fotográficas, são fotografia do pensamento, pois embora os espíritos para serem fotografados se utilizem da vontade através do pensamento, tornando se tangíveis o suficiente para se permitirem fotografar, essas fotos refletem a imagem de espíritos fotografados e não uma imagem criada pela mente.           
“A expressão “fotografia do pensamento” parece-nos, não pode ser aplicada senão a uma parte das manifestações compreendidas nesta classe de experiências.
De fato, para obter algumas de entre elas, não há necessidade de “pose” diante do aparelho fotográfico.
A chapa é diretamente impressionada, mantendo-a o experimentador na maioria dos casos colocada na fronte, e concentrando intensivamente o pensamento na imagem a exteriorizar.
Algumas vezes, é o papel sensibilizado que se impressiona diretamente.
As manifestações destas últimas categorias, obtidas à revelia da máquina fotográfica, são designadas na América pela palavra psicografia. Mas, como esse vocábulo já se emprega nos fenômenos de “escrita direta em ardósias”, admitiu-se posteriormente a palavra “escotografia” (impressão na obscuridade, por antinomia de fotografia propriamente dita, que é impressão luminosa).
Trata-se de um vocábulo proposto pela Srta. Felícia Scatcherd, que se tornou conhecida por experiências dessa natureza.
A propósito de “escotografias” como de “fotografias do pensamento”, convém notar que os resultados obtidos, quando o experimentador se propõe a realizá-las e concentra o pensamento em dada imagem, limitam-se a coisas muito simples, tais como esferas, triângulos, garrafas, bengalas, sem atingir jamais imagens complexas, tais como um rosto ou uma forma humanos.
Os melhores resultados, com a reprodução de fisionomias e indivíduos, foram obtidos fortuitamente, isto é, quando não havia propósito de fotografar uma “forma-pensamento”, ou seja, uma “escotografia”.
Mas nestes casos se constata, infalivelmente, que a imagem gravada na placa fotográfica havia no momento, ou um instante antes, atravessado a mente do experimentador.
Tudo isso demonstra, mais uma vez, que, nas manifestações supranormais da psique, a vontade constitui obstáculo à sua livre manifestação.
Noutros termos: isso demonstra que as faculdades supranormais da psique pertencem à parte integral subconsciente e, por consequência, que a personalidade consciente não pode utilizar essas faculdades senão de modo excepcional e rudimentar.”
Estas palavras de Bozzano corroboram as palavras de Allan Kardec e de André Luiz, tanto quanto o conceito que estamos apresentando, pois quando o espirito emprega sua vontade raciocinada encontra dificuldade de torna-la tangível, e isto acontece porque ele necessita interromper momentaneamente o curso natural da psique que flui do inconsciente utilizando-se do consciente para criar a imagem pensamento.
Lembramos ainda nosso amigo Dr. Jorge Andréa quando em seu livro “Energética do Psiquismo Fronteiras da Alma” nos apresenta dados racionais, atentos à ciência convencional, mas voltados para as manifestações do espirito. Nas paginas a seguir, não transcrevo informações deste amigo, extrapolo as informações contidas nesta obra.
O psiquismo ou centelha divina está contido na substância, que é o plasma divino do Criador, como um eterno vir a ser, isto é, encerra em si a consciência, o inconsciente atual, o inconsciente passado e o inconsciente puro.
O inconsciente puro é o núcleo das potenciações infinitas que se demoram em estado latente, aguardando o momento de maturação para manifestar-se.
O inconsciente puro é o centro da vida, ponto de partida das potencialidades infinitas que se manifestam de Deus na mente do “ser”.
No entanto, inicia sua individualização a partir do reino mineral, onde a partir de então, exterioriza seus potenciais pelo processo da maturação, princípio que determina a lei da evolução.
O eterno vir a ser, que encerra os potenciais contidos na substância, e, que no reino mineral, vegetal e animal, denominamos de psiquismo, quando no reino humanoide o chamamos de espirito.
O inconsciente puro é a fonte de todas as iniciativas, psíquicas ou intelectivas, que se manifestam da parte do Eu eterno, é o ignoto, o eterno vir a ser, pois como sabemos a evolução do eu inteligente, acontece na eternidade.
A energética do “Ser” permanece em latência na mente do espirito imaterial, que movimentando a vontade, regido, entretanto pelo mecanismo da evolução, projeta essa essência (pensamento), ao corpo mental envolvendo-a de matéria em outra dimensão, tornando tangível (material) o pensamento.
Essa energética será eternamente a responsável pela manifestação da forma, nos infinitos momentos de maturação em que o espirito se demore, tanto quanto, das infinitas manifestações do pensamento, manifestações essas que fluem do inconsciente puro (espirito imaterial) com naturalidade, pois o mecanismo da evolução envolve o espirito dessa vontade determinante, não devemos os esquecer de que a evolução é um determino de Deus na Vida.
  Esse raciocínio corrobora o conceito de Bozzano, “isso demonstra que as faculdades supranormais da psique pertencem à parte integral subconsciente e, por consequência, que a personalidade consciente não pode utilizar essas faculdades senão de modo excepcional e rudimentar.”
Mas Jorge Andréa não nos informou apenas sobre o inconsciente puro, mas ainda do inconsciente presente, o inconsciente passado, e a consciência, vamos então verificar as interações dessas outras modalidades de manifestação da energética da mente.
Entendamos, entretanto de que não existe inconsciente puro, presente, passado, ou uma psique da consciência, existe uma energética única que realiza todas essas funções, mas lhe atribuímos esses nomes no intento de estudarmos separadamente os momentos diferenciados em que se manifesta a psique.
 O inconsciente passado ou arcaico é o arquivo de todas as maturações e experiênciações, vividas pelo Eu eterno, na multimilenar caminhada, percorrida pelo mesmo, nos reinos inferiores da natureza.
Esta camada do inconsciente é a responsável por determinados automatismos com que nos manifestamos na vida, dizemos determinados, porque há automatismos que se manifestam no campo do consciente, sendo um automatismo de superfície e não de profundidade.
O ato de caminhar, ou ainda de falar, não o desenvolvemos no campo do consciente, pois o consciente se manifesta no desenvolvimento de nosso cotidiano, é intelectualismo e análise, e não se apreende a falar, nem tampouco a caminhar, no curto espaço de tempo de uma reencarnação.
É através do processo palinginético, nas infinitas experiências e vivenciações, realizadas pelo espírito, que se conquistam estes automatismos de profundidade da energética.
Mas, existem automatismos de superfície que se desenvolvem no campo do consciente, ou seja, é a resultante de atos que se automatizam pelo excesso de repetições vividas no cotidiano, como por exemplo: dirigir.
Quando do processo da reencarnação, o espirito vive uma auto regressão de memória e no desenvolvimento do corpo físico, ele manifesta algumas etapas de sua estadia no reino animal. Nas primeiras etapas da gestação, antes de atingir a aparência de corpo humano, o embrião se assemelha a um girino, um cachorrinho, e a um símio. Entretanto do inconsciente passado só se manifesta na psique humana, conforme já informado os automatismos, tanto quanto e também, os hábitos alimentares, sem nos esquecermos contudo de que enquanto o espirito não suplanta a matéria, conserva ainda os instintos de ferocidade e de animalidade, que só se modificarão conforme formos nos espiritualizando.
Mas o inconsciente presente ou atual é a zona que se encontra mais próxima ao consciente, é nesse campo de vibrações que se manifestam os efeitos psicológicos, tais como: neuroses, psicoses, depressões, etc. Seria ainda neste campo de vibrações energéticas, que aconteceria o extravasar das vibrações adulteradas que se exteriorizam no consciente em forma de loucura.
E é ainda a energética do inconsciente atual, a responsável pela manifestação de nosso “destino”, pois como já o sabemos, nosso espirito por principio é perfeito, trás no inconsciente puro os infinitos atributos que herdou de Deus, e não podemos acreditar que vidas que somos de Sua Vida, sejamos imperfeitos.
Mas em nosso caminhar na eternidade, enquanto ainda não nos libertamos por completo dos liames da matéria, no processo de maturação em que nos demoramos através da evolução anímica, interiorizamos nessa zona energética da mente, as vibrações doentias e desequilibrantes que desenvolvemos no campo da consciência.
Entretanto como somos perfeitos por principio, pois a fonte que nos origina é Deus, e como estamos fadados à evolução, não temos como reter essas vibrações desarmônicas interiorizadas em nosso espirito para sempre, pois o mecanismo da evolução não lega vibrações adulteradas pelo espírito ao esquecimento, é que essa energética da mente, se manifesta na energética do consciente, em desequilíbrios mentais, em enfermidades múltiplas, em dificuldades infinitas em nossa vida social, e também em nossa vida profissional.
E como para ascensionar em nossa caminha eterna, temos que devolver a Vida a harmonia que Nesta se manifesta através do Fluido Cósmico Universal (Psique de Deus no universo), a naturalidade e o equilíbrio absolutos, é que o inconsciente atual manifesta no campo da consciência as vibrações conturbadas que permaneciam ocultas em latência, como tendências, anomalias física, distúrbios mentais, e outros, para que trabalhemos essa energia devolvendo-lhe a condição de naturalidade.
E o consciente é o campo de manifestação do inconsciente puro e passado, e atual, é razão, pesquisa, e analise, é no consciente que se exterioriza o potencial adquirido, tanto quanto, é pelo consciente que se matura o eterno vir a ser contido no espírito, ou inconsciente puro.
Na condição evolutiva atual em que se demora o espírito na terra, é regido em suas ações, pela energia mental que se manifesta no campo do consciente, neste campo energético é possivel ao espírito, manifestar sua iniciativa no que concerne a permitir ao inconsciente puro que encontre campo para manifestar e maturar os ignotos infinitos que trás em potenciação, aguardando a manifestação da vontade do espírito, que se utilizará do consciente para exteriorizar o ignoto nesta zona mental. Mas a informação em forma de ignoto, para manifestar-se e maturar-se, comumente necessita de participação de outras mentes mais desenvoltas, exceto da parte dos gênios, pois estes são espíritos mais velhos que já maturaram as potenciações que para a maioria da humanidade, ainda é um fenômeno desconhecido, e são estes espíritos que nos apresentam informações ainda ignoradas, informações estas que as vezes modificam por completo, o conceito da ciência, como a relatividade de Einstein que mudou por completo o conceito da física.
E é importante lembrarmos ainda, que é no campo do consciente que nos é possivel aplicar a nossa vontade, raciocinarmos e darmos nova diretiva ao pensamento, pois conforme informados por Ernesto Bozzano, se não interrompermos o curso dos pensamentos que se manifestam da energética dos inconscientes, dando-lhe novas diretivas, eles vão se reprisar em nosso consciente, por séculos consecutivos, o que nos leva a viver nossas reencarnações, repetindo as mesmas paixões e as mesmas vicissitudes.
O homem tem se utilizado da razão, e tem se aplicado na evolução do intelecto, pois para que possa aprender as temáticas cientificas, é necessário utilizar o raciocínio, e por consequência a evolução no campo intelectual, tem feito uma evolução maior do que no campo do amor e da moral.
Mas esta postura é ainda uma imaturidade do espirito, uma inversão absoluta de valores, pois sem a moral, sem o amor, a todo e qualquer conhecimento cientifico, estará faltando a seiva da vida, a essência que vivifica e matura nossos conhecimentos, e foi por compreender essa realidade, que Emmanuel nos advertiu de que a sabedoria e o amor, são as duas asas que conduzirão o espirito a Deus.
Entretanto não podemos nos esquecer de que essas energéticas psíquicas que se manifestam em nossas mentes, como retro informado, não se demoram dissociadas um das outras, manifestam-se todas ao mesmo tempo, permanecem misturadas em nosso campo mental, e em algumas oportunidades se associam mesmo, em nosso inconsciente para nos permitirem a evolução, entretanto permanecem individualizadas, não se confundem, ocupando o mesmo espaço físico.
E corroborando as palavras de Jesus de que nós somos a imagem e semelhança de Deus, não antropomórfica, mas virtual, e ainda Kardec em seu livro “A Gênese” quando nos diz de que o universo está para Deus, tanto quanto nosso corpo esta para o nosso espirito, o espirito de Camilo em o livro “Memorias de um Suicida” no Capitulo Jeronimo de Araújo Silveira e família, a página 83 desta obra, através da psicografia de Ivonne Pereira, além de confirmar Kardec quanto a fotografia do pensamento, nos apresenta uma outra revelação nos informando a fotografia do pensamento de Deus, refletida através do Fluido Cósmico Universal.
“Mais real do que o atual cinematógrafo, e superior ao engenho da televisão de momento, esse magnifico receptor de cenas e fatos, tão usado em nossa colônia, e que tanta admiração nos causava, em esferas mais elevadas desdobra-se, evolutia até atingir o sublime no auxílio à instrução de espíritos em marcha para a aquisição de valores teóricos que lhes permitissem, futuramente, testemunhos decisivos nos prélios terrenos, indo rebuscar, e selecionar, nas longínquas planícies do espaço celeste, o próprio passado do Globo Terráqueo e de suas humanidades, sua História e suas civilizações, assim como o pretérito dos indivíduos, se necessário, os quais jazem esparsos e confundidos nas ondas etéreas que se agitam, se eternizam pelo invisível adentro, nelas permanecendo fotografados, impressos como num espelho, conquanto se conservem confusamente, de roldão com outras imagens, tal como na consciência das criaturas se imprimiram também seus próprios feitos suas ações diárias.” (Ver o tema “Os Acontecimentos da Vida Imantados na Consciência Cósmica para a Eternidade”­).
Nesta revelação Camilo deixa claro que as psiques mentais dos espíritos, tanto quanto a da Fonte que Manifesta a Vida no universo, conquanto se conservem confusamente, de roldão com outras imagens, tal como na consciência das criaturas se imprimiram também seus próprios feitos suas ações diárias, entretanto elas preservam a sua individualidade especifica.
Confirmando as palavras de Kardec, quando em o livro “A Gênese”         capitulo oito, Fotografia do Pensamento na questão  15, nos revela que na criação de imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório períspiriítico, como num espelho; toma nele corpo e ai de certo modo se fotografa, o espirito de Camilo confirma as palavras de Kardec.
Pelo que pudemos verificar o mestre Lionês nos revela a fotografia do pensamento a partir do momento em que o espirito imaterial reflete as imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório períspiriítico, como num espelho; toma nele corpo e ai de certo modo se fotografa.
E encerraremos este tema afirmando que depois de haver o espirito se refletido no corpo espiritual, e no períspirito, através do corpo mental, como a imagem se reflete em forma de luz, - e já sabemos que a luz é matéria, pois as partículas que formam a luz são os fótons - imprimindo a chapa fotográfica, tornando-a apta a ser revelada, oferecendo-nos a imagem pronta, para que a possamos apreciar; o espirito também reflete a imagem pensamento através do corpo mental, imprimindo no corpo espiritual, e no períspirito, - que em analogia seriam como é a chapa para a luz - a imagem refletida no corpo material.
E então podemos apreciar a obra prima do Criador, que depois de haver experienciado por bilenios consecutivos, legando os filmes mais diversos à eternidade, no processo de maturação em que percorreu o principio inteligente, cujas imagens permanecem perenemente imantadas na Consciência Cósmica do universo, (Fluido Cósmico Universal) conforme nos revela Kardec e o espirito de Camilo o corrobora em o livro “Memórias de um Suicida”, é que temos a prova patenteada do espirito inteligente, então apreciável aos nossos sentidos sensoriais.

                                                                                                                  Sola

Espírita!“Não desista jamais” (Jorge Hessen)


Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com

O homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o “impossível”. No ancião, por exemplo, a constância da curiosidade de espírito e da abertura ao mundo é um sinal de juventude duradoura. A conquista está na persistência daqueles que lutam por aquilo que vale a pena como ideal. Lutar é persistir e a perseverança é o caminho do êxito, por isso mesmo realiza o improvável.

O evangelista Mateus regista no cap. 24 versículo 13 - "quem perseverar até o fim este será salvo". Ora, com Jesus no coração, diante de uma realidade desafiadora a nossa coragem não pode somente significar ausência do medo, mas a firme pertinácia apesar do receio. Sim! A vitalidade, a energia, o vigor, o trabalho são confirmados não apenas pela tenacidade, mas pela capacidade da perseverança e recomeço.

A perseverança e a determinação são, por si sós, onipotentes. O aforismo “não desista jamais” socorreu e sempre salvará o homem da desesperança. E quando estamos sob inflexível indecisão, conseguiremos superá-la se em tais circunstâncias formos perseverantes, recatados e despidos de arrogância.

Desistência tem sido a escolha de muitos em face da incômoda realidade que os fracassos e perdas lhes infligem, fazendo-os interromper ou recuar. Contudo, em cada um de nós existe pelo menos um resquício de esperança, que é capaz de nos transportar para a dimensão das possibilidades, nos fazendo acreditar numa iminente virada e o alcance do triunfo.

Nossos sonhos precisam de persistência e coragem para serem realizados. Nós os regamos com nossos erros, fragilidades e dificuldades. Quando lutamos por eles, nem sempre as pessoas que nos rodeiam nos apoiam e nos compreendem. Às vezes somos obrigados a tomar atitudes solitárias, tendo como companheiros apenas nossos próprios sonhos.

Há um mistério para a perseverança? Por que nos abalamos nalgumas ocasiões da vida e noutras não? A persistência poderia ser caracterizada pelo susto da alma, todas as vezes que é obrigada a mergulhar dentro de si mesma. Qual será o rumo da melhor direção, diante dos empecilhos, dos calhaus que encontramos em nosso caminho? Abdicarmos do objetivo, optar por outra situação mais fácil, ou perseverar em nossos planos, ainda mesmo que por longo tempo e árduas experiências que nos levem a prantear muitas vezes?

Quem persiste sempre alcançará resultados e satisfações. Os grandes homens da história suportaram problemas por anos a fio, até conseguirem a concretização dos seus desígnios que fizeram deles vitoriosos.

Persistência é a irmã gêmea da excelência. Uma é a mãe da qualidade, a outra é a mãe do tempo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis. E ademais, a nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em levantarmo-nos sempre depois de cada queda.

Quando a Providência coloca pedregulhos em nossa caminhada, não o faz para esfolar-nos os pés, porém para aprovisionar material para a edificação da base de nossa conquista. O sucesso jamais poderá descansar na fragilidade das facilidades. As árvores são fortes porque enfrentam os desafios da natureza, e fincam suas raízes com vigor, na conquista dos elementos vitais. Com isso resistem a intensas ventanias.


Abrigar e conviver (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com

O conceito de “minorias sociais” é usado de forma genérica para fazer menção a grupos sociais diferenciados por suas características étnicas, religiosas, cor de pele, país de origem, situação econômica, entre outros. Tais grupos estão associadas a condições sociais mais frágeis, razão pela qual sofrem discriminação e têm sido vítimas de extremas intolerâncias da chamada (maioria “normal”). 

Não obstante haver no Brasil normas jurídicas que visam punir tal intransigência, mormente advindas dos grupos religiosos, é inadmissível qualquer intolerância no reduto espírita. A nossa Carta Magna assegura a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, a liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. 

Prevendo ainda que toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Apesar da lei, há grupos, e aqui destacamos os grupos religiosos, promovendo o discurso do ódio, da violência, da discriminação contra os grupos LGBT, idosos, favelados, portadores de necessidades especiais, moradores de rua (quase sempre “invisíveis” aos olhos da sociedade, negros, indígenas, imigrantes e até mesmo contra as mulheres. 

A Doutrina dos Espíritos entra no debate para reconhecer que uma civilização “normal” só é completa pelo seu desenvolvimento moral. Em face disso, os Benfeitores expuseram a Kardec: “Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções;... Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos (...).”[1], Portanto, à medida que a sociedade se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou, males que desaparecerão com o progresso moral. 

Referência bibliográfica: 

[1] KARDEC, Allan. O Livros dos Espíritos, per. 793, RJ: Ed. FEB, 2000

O “dia dos mortos” igualmente deve ser um dia de reverência à vida (Jorge Hessen)



Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com

A historiografia tradicional da Igreja romana registra que foi no Mosteiro beneditino de Cluny, no sul da França, no ano de 998, que o Abade Odilon promovia a celebração do dia 2 de novembro, em memória dos mortos, dentro de uma perspectiva religiosa. Somente em 1311, a “memória dos falecidos” foi sancionada oficialmente em Roma e, posteriormente, em 1915, Bento XV universalizou tal comemoração, dentre os católicos, expandindo e consolidando a celebração até hoje.

Todavia, ajuizemos o seguinte: a ostentação dos túmulos fúnebres determinada por familiares que desejam honrar a “memória do falecido” ainda compõe o cardápio da soberba e orgulho dos parentes, que intimamente propendem fundamentalmente “honrarem-se” a si mesmos. Nem sempre é pelo “finado” que fazem todas essas demonstrações, mas por soberba, por apreço às convenções mundanas e, às vezes, para exibição de abastança. Ora, é inútil o endinheirado aventurar-se em eternizar a sua memória por meio de aparatosos mausoléus.

A comemorada visita ao túmulo, em massa, não significa que venha trazer satisfação ao "morto", até porque sabemos que uma prece feita em sua intenção vale muito mais. Provavelmente a visita ao túmulo seja uma maneira de demonstrar que se lembra do Espírito ausente, contudo é a oração que abençoa o ato de lembrar; pouco importa o lugar se a lembrança é determinada pelo coração.

Conhecemos diversas pessoas que requerem, antes mesmo de desencarnarem, que sejam sepultadas em tal ou qual cemitério da elite. Essa atitude, sem sombra de dúvida, demonstra deficiência moral, até porque qual seria a importância de um pedaço de terra, mais do que outro, para o Espírito moralizado?

O bom senso cochicha que faz sentido rememorar com alegria e não lastimar os que já partiram, até porque eles estão plenamente vivos noutras dimensões da vida. Realmente a ideia de falecidos é uma mistura de alegria e dor, de presença-ausência, de festa e saudade. Porém, aos que permanecemos na vida física, cabe-nos refletir e celebrar a existência com amor e ternura, para depois, no além, quiçá, não amargar no remorso. Aos que partiram enviemos nossa prece, nossa gratidão, nossa saudade, nosso carinho, nosso amor!


Se formos capazes de orar, com quietude e confiança, modificando a nostalgia em esperança, notaremos a presença dos parentes e amigos desencarnados entre nós, envolvendo-nos em seus sentimentos de gratidão, alegria e paz. Por este motivo e por muitas outras razões, transformemos o “dia dos mortos” do tradicionalíssimo 2 de novembro em uma experiência de veneração à vida, lembrando afetuosamente os que nos precederam de retorno à pátria espiritual, e também festejando os que conosco ainda peregrinam pelos logradouros da vida terrena.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O “Pacto Áureo”, um livro, uma estratégia, um arremedo doutrinário (Jorge Hessen)


Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com

O fustigado “Pacto “áureo” não DEBATIDO” foi uma agenda com dezoito itens, imposto pela FEB , sendo que no primeiro item constava: “Cabe aos espíritas do Brasil colocarem em prática a exposição contida no livro “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.
Dizem que os pactuantes temiam a CEPA que suprimira o Cristo dos seus cânones ideológicos. Há os que dizem que a adoção do livro Coração do Mundo Pátria do Evangelho, pode ter dois pretextos, o primeiro porque um grupo dos que discutiram a questão queria adotar “Os Quatro Evangelhos”, o segundo porque os “partidários” da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana ) não aceitavam e nem aceitam o Evangelho Segundo O Espiritismo, nesse caso ,portanto, o livro de Humberto de Campos estaria na linha de equilíbrio e colocava o Brasil uma posição central da expansão do Evangelho.
Será mesmo? Foi isso que os levou a assinar sem discussão o famigerado pacto do qual Herculano Pires batizou de “bula papalina”? Ou será que o excesso de misticismo criara sentimento de culpa e os pactuantes passaram a admitir infalibilidade no presidente da FEB? Ou será que a presença autocrática de Wantuil (que foi uma espécie de “proprietário absoluto” da FEB) teria entorpecido a consciência dos signatários ? Ou será que careciam todos os pactuantes de maior amadurecimento doutrinário? Uma coisa, porém, temos certeza absoluta: se Herculano Pires, Deolindo Amorim, Júlio Abreu Filho tivessem participado da “encantada” reunião febiana de 1949, outro teria sido o rumo das definições doutrinárias para o Brasil.
Pois é! Volvamos aos signatários do Pacto que concluíram sem melhor DEBATE e maturação de que o livro Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho continha dados atraentes e explanava qual seria a missão do Espiritismo no Brasil. Porém os pactuantes não se preocuparam com os detalhamentos ufanistas e controversos do livro, talvez aí o “X” da questão.
Não levantamos este ponto para contestar os conteúdos originais da obra (os que não foram alterados por agentes externo ao texto legítimo). Infelizmente é difícil provar materialmente a interpolação porque a psicografia original (escrita e datilografada) foram incineradas pela FEB. Urge ressaltar aqui que apreciamos a literatura de Humberto de Campos (sem as diversas inserções febianas, é óbvio!), e tem mais, urge apartar bem as coisas, pois a ingênua entronização de Roustaing pelo suposto “autor espiritual” contraria o pensamento de Kardec contido no Cap. XV da obra A Gênese.
O rustanismo conseguiu, graças a pouca discussão mais inteligente, ganhar adeptos entre os “místicos”. Se jamais os prepostos, e muito menos o seu líder, afirmaram que na obra de Roustaing estava o verdadeiro sentido da vida e doutrina de Jesus, também omitiram assertiva em contrário. Acreditavam, talvez, se tal fizessem, perderiam o tempo e apagariam a leve chama de uma fé doutrinariamente insipiente, que cumpre alimentar cuidadosamente. A obra de Roustaing concorreu e ainda concorre para dividir os espíritas (pelos menos dentro da própria sede da FEB na Av. L-2 norte de Brasília ou a cúria candanga) e criar dificuldades invencíveis à desejada harmonia de vistas.
Como vemos, foi uma estratégia precipitada do suposto autor espiritual, a nosso ver, citar o emblemático João Batista Roustaing como “organizador” do trabalho da “fé espírita” ao lado de um Léon Denis, que efetuaria o desdobramento filosófico; de Gabriel Delanne, que apresentaria a estrada científica e de Camille Flammarion, que abriria a cortina dos mundos. Óbvio que não houve critério mais acurado, segundo cremos.
A questão é que o suposto “Humberto de Campos” evoca “as tradições do mundo espiritual”, conforme o próprio autor espiritual assevera na Introdução do livro “Brasil, coração do mundo…”. Obviamente esse argumento de “tradições de além” não esclarece, e sequer abona, as ingerências da obra. E isso fica claro se compararmos o livro “Brasil, coração.do mundo…” com “Crônicas de Além-Túmulo” e “Boa Nova” de autoria do mesmo Espírito, nos quais Humberto de Campos utiliza de algumas informações obtidas das chamadas “tradições do mundo espiritual”, mas sem cometer os vários lapsos presentes em “Brasil, Coração do Mundo…”. A propósito da obra “Crônicas de Além-Túmulo” no capítulo 21 intitulado “O Grande Missionário” , publicado antes de “Brasil, coração.do mundo…”, são citados como colaboradores de Allan Kardec somente os missionários Camille Flammarion, Léon Denis e Gabriel Delanne, sem nenhuma menção a Roustaing. Isso indica uma interpolação febiana muito ingênua na obra “Brasil Coração do Mundo…”
Tornemos ao tal “pacto áureo”. Na cláusula segunda do “Acordo do Rio de Janeiro” ficou decidido que a FEB criaria um Conselho Federativo Nacional permanente, com a finalidade de executar, desenvolver e ampliar os planos da sua Organização Federativa. Com efeito, em janeiro do ano seguinte instalou-se o Conselho Federativo Nacional (CFN), congregando os representantes das Federações Espíritas Estaduais signatárias com o objetivo de promover e trabalhar pela “união” dos espíritas e pela “unificação” do Movimento Espírita.
Em verdade, com a instalação do Conselho Federativo Nacional na FEB houve a primeira eclosão dos instintos vaticanistas. O CFN começou a baixar bulas papalinas sobre questões doutrinárias, a conceder licenças para realização de concentrações e congressos e a negar aos jovens o direito de deliberar em seus movimentos, etc.
Para a tentativa de “união” dos espíritas , durante a década de 1950, houve um trabalho de convencimento junto às entidades espíritas sobre a importância e as diretrizes da tarefa de organização e unificação do movimento espírita brasileiro. A tarefa coube ser realizada, principalmente, pela chamada “Caravana da Fraternidade”.
Em 31 de janeiro de 1950, o grupo “fraternista” partiu do Rio de Janeiro com destino a Salvador, e depois a todas as capitais dos 11 Estados do Nordeste e Norte do país. Dentre os planos da missão estavam as finalidades da maior “aproximação dos espiritistas”, visando o ideal da “unificação social” da Doutrina, da divulgação cultural do Espiritismo na sociedade laica e estímulo às obras de assistência social.
Entretanto, a rigor, o Conselho Federativo Nacional, como vimos alcunhado de “pacto áureo”, que, a bem da verdade , não passou e não passa de um bucólico e inexpressivo departamento da Federação Espírita Brasileira, sem maior significância, sem poderes sequer de compor o “conselho superior” da cúria candanga, sem autorização para eleger o próprio presidente da autoproclamada “casa mãe”. Coisa de brasileiro mesmo! Hoje a burocrática reunião do CFN só serve para cansativas leituras de relatórios de atividades executadas nas regiões além , é claro, para as tradicionais palestras do nonagenário Divaldo Franco, sempre culminando com o “ente” “Bezerra de Menezes” psicofonado.
Os espíritas estão unidos? Dez anos após o infligido “Pacto” foram realizados Simpósios Regionais e alguns congressos para endinheirados , na tentativa de “união” e “unificação” do Movimento Espírita Brasileiro. Atualmente o CFN reúne-se ordinariamente uma vez por ano na sede da “basílica” da FEB em Brasília, durante três dias, para tratar de assuntos burocráticos (leituras fadigosas de relatórios de atividades regionais). Não há como deixar de reconhecer que infligido pacto com a FEB, as federativas submeteram-se ao Conselho Federativo Nacional e através dele a fantasmagórica “casa mãe” começou a baixar bulas papalinas sobre a Doutrina e decretos cardinalícios sobre a organização do M.E.B.
No princípio do processo “unificacionista” houve atritos sérios da FEB com Federações estaduais, contudo o pacto continua em vigor. Um contra-senso evidente. O movimento livre das federativas entregou-se à FEB, retornou ao jugo da carne, segundo expressão do apóstolo Paulo aos hebreus (cristãos judaizantes). As estruturas abalaram e as antigas federativas suicidavam-se num pacto imposto, entregando-se atualmente aos rabinos do templo candango, ou se desejarem, entregando-se aos bispos da cúria brasiliense.
A vaidade humana e a generalizada ignorância da verdadeira estrutura filosófica da doutrina alimentam sem cessar essas dissidências em gestação. Precisamos, por isso mesmo, estabelecer as linhas do pensamento doutrinário sempre de maneira bem clara, alertando os que realmente desejam ser espíritas, contra os atalhos do caminho.
O que se observa no Movimento Espírita no Brasil é um sistema federativo unilateral da FEB se impondo como a poderosa instituição possuidora da maior chancela doutrinária e procurando atuar no campo espírita como porta-voz “autorizada” (por Jesus ? por Kardec ? por Humberto de Campos ?). 
Em virtude desse grave equívoco histórico e daqueles que são contrários a atual situação quando todos se curvam à “supremacia” febiana, é que indagamos , até quando será imposta a hegemonia febiana no Brasil? Precisamos de fraternidade, solidariedade, trabalho e tolerância e não de sujeição passiva a pretensas autoridades doutrinárias que se arrogam o direito de dirigir o movimento espírita brasileiro.
É justo informar que salvo engano todas ou quase todas as Entidades que, direta ou indiretamente integram o CFN (Entidades Federativas Estaduais, Entidades Especializadas de Âmbito Nacional, Centros e demais Sociedades Espíritas), não adotam as obras de Roustaing, embora mantêm a sua “autonomia vigiada”, independência restrita e liberdade de (re) ação,  ( meno male– menos mal).