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sábado, 24 de janeiro de 2015

SE HÁ TANTAS EVIDÊNCIAS A FAVOR DA REENCARNAÇÃO POR QUE NEGÁ-LA ? (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

Reencarnar é o regresso contínuo de um mesmo Espírito à vida em diversos corpos. Reassumir a forma material é uma lei tão natural quanto nascer, viver ou desencarnar. Mas, se é tão evidente o fenômeno por que, então, a maioria dos cientistas o desconhece?” O motivo é simples: a ciência ainda está sob o jugo do materialismo e não consegue explicar tudo. O conhecimento científico é limitado, inobstante seja progressivo. As verdades aceitas pelas academias são consecutivamente efêmeras e provisórias. Nem precisa ser um cientista hoje para considerar normais os numerosos fenômenos que há menos de 6 séculos eram totalmente ignorados pelos cientistas: o movimento da Terra, as partículas subatômicas, a composição química da água, etc. 
Diariamente o cientista revê suas teses da véspera. Contudo, o conhecimento humano só avança através de pesquisa e, efetivamente, os que negam a teoria da reencarnação jamais a estudaram cuidadosamente. Entretanto, alguns cientistas de renome que a pesquisaram concluíram tratar-se de fato inegável: Thomas Edson , William Crookes , Charles Richet e tantos outros  pesquisadores que confirmaram cientificamente os mecanismos da pluralidade das existências  , a exemplo de  Ian Stevenson, Brian L. Weiss, H. N. Banerjee, Erlendur Haraldson, Hellen Wanbach, Edith Fiore , Pierre Marie Félix Janet , Hemendra Nath Banerjee, Milton H. Erickson, Morris Netherton , Amit Goswami, Jünger Keil,  Fenwick, Harold G. Koenig, Jim Tucker, Hernani Guimarães Andrade, Hermínio Correa de Miranda,  que trouxeram resultados notáveis sobre a tese reencarnacionista.  
O pesquisador Trutz Hardo narra em livro de sua autoria, intitulado “Children Who Have Lived Before: Reincarnation Today” a história do menino de 3 anos de idade, da região das Colinas de Golã (fronteira entre a Síria e Israel), que afirmou ter sido assassinado com um machado em sua vida anterior. Surpreendentemente o garoto indicou os lugares onde o seu corpo foi enterrado e o local onde foi oculta a arma do crime. Através de escavações foram encontrados um esqueleto de um homem e um machado. A criança também lembrou o nome completo do seu assassino que diante das excepcionais evidências assumiu o homicídio. [1]
A história e a constatação dos fatos relatados pelo garoto de golã   foram testemunhadas pelo Dr. Eli Lasch, conhecido por desenvolver um sistema médico de Gaza como parte de uma operação do governo israelense na década de 1960. A notícia foi bastante compartilhada nas redes sociais no início de 2015, após ter sido publicada na versão brasileira do site inglês Epoch Times. Entretanto, há quem afirme que“ não passa de enganação”, segundo o ponto de vista do obscuro analista de sistemas (idealizador do site www.e-farsas.com). 
Diz o “notório” detetive virtual que “cada um acredita no que quer, mas não há nenhuma prova científica de que a reencarnação exista de fato. A história publicada no Epoch Times é uma tradução de um artigo de 2014 sobre um livro de 2012 que narra um fato contado por um médico que morreu em 2009 e não pode ser comprovado! [2] Portanto, o livro, o episódio, as provas cabais, as testemunhas são medíocres, meros elementos de farsas, ilusão, embustes, na convicção do arrogante analista de sistemas que evidencia robusta ignorância e total incompetência para opinar sobre fatos que não abrolham ao seu embaciado “olho vivo” virtual. 
Lembramos ao sumo detetive virtual que vários cientistas investigaram cuidadosamente casos de crianças que relatam memórias de vidas passadas. Foram verificados muitos casos em que os detalhes dados por crianças (algumas vezes com uma precisão extraordinária) correspondem a pessoas falecidas.  Até porque, a reencarnação é uma lei natural há muitos milênios conhecida como consta num antigo papiro egípcio: “Antes de nascer, a criança já viveu e a morte não é o fim, A vida é um evento que passa como o dia solar que renasce”. [3] 
As pesquisas sobre a Reencarnação não se limitam e nem cessam nas teses das personalidades apontadas acima. Estudos sobre esse tema crescem, constantemente. A Física, a Genética, a Medicina, a Neurociência e várias escolas da Psicologia vêm sendo convocadas para oferecer o contributo das suas pesquisas. Destarte, avisamos ao lúdico e cético detetive virtual que atualmente, muitas universidades internacionais, legítimas referências máximas da ciência, já possuem grupos de pesquisa sobre este importante tema. Seguramente chegará o dia em que a reencarnação também constará daquela lista progressiva de assuntos comuns. 
De onde se origina minha convicção aqui expressa sobre esta questão?  Em que me alicerço para a afirmar com tanta segurança? Cumpre clarificar, que a preexistência humana não tem sido componente de ilusão dos pesquisadores arriba: é uma das convicções mais antigas da História. Conforme referimos antes, um papiro egípcio de 5000 a.C. já a menciona. Outro, mais recente, batizado de “Papiro Anana” (1320 a.C.), expõe: “O homem retorna à vida várias vezes, mas não se recorda de suas pretéritas existências, exceto algumas vezes em sonho. No fim, todas essas vidas ser-lhe-ão reveladas.”[4]
Na Grécia clássica, Pitágoras (580 a 496 a.C.), já divulgava a palingenesia (reencarnação).  No diálogo Phedon, Platão cita Sócrates (469 a 399 a.C): “É. certo que há um retorno à vida, que os vivos nascem dos mortos”. Esta mesma certeza consta da maioria das religiões antigas, como o Hinduísmo, Budismo, Druidismo, etc.   A reencarnação está assinalada na Bíblia, vejamos: Jeremias (1:4-5): “Foi-me dirigida a palavra do Senhor nestes termos: Antes que eu te formasse no ventre de tua mãe, te conheci; e, antes que tu saísses do seu seio, te santifiquei e te estabeleci profeta entre as nações.”[5] Ou, no Novo Testamento: “Digo-vos, porém, que Elias já veio e não o reconheceram.” (…) “Então os discípulos compreenderam que (Cristo) lhes tinha falado de João Batista.” [6]
A hipótese de que tenhamos uma única vida é inteiramente incompatível com a admirável perfeição existente em todo o universo conhecido.  A insustentável ideia de que “aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo, depois disso o Juízo” [7] nem merece comentários adicionais.  A concepção de que, após a morte do corpo físico, nossas individualidades se percam em um enigmático NADA é, certamente, risível, pois o grande jargão científico estabelece que na vida “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. 
Portanto, se temos tantas evidências a favor da reencarnação, o que nos apresentam contra a mesma os opositores? Apenas a simples opinião dos acadêmicos que endeusam a densa matéria e de alguns obscuros e decrépitos teólogos. Todavia, queiram ou não queiram, gostem ou não gostem os descrentes e ignorantes, daqui há alguns anos, assistiremos a Academia de Ciência, declarar esta admirável comprovação como, há dois mil anos, Jesus informou a Nicodemos: “É necessário nascer de novo”. [8] 

Notas e referências bibliográficas: 

[1] Disponível em http://www.epochtimes.com.br/menino-3-anos-recorda-vida-passada-identifica-assassino-localiza-corpo-enterrado/#.VK3ae3t0eFp , acessado em 15/01/2015
[2] Disponível em http://www.e-farsas.com/menino-de-3-anos-reconhece-seu-assassino-na-vida-passada.html#ixzz3OzkP3l8A  acessado em 15/01/2015
[3] Inscrito  em papiro egípcio de 3000 a.C.
[4] Inscrito no Papiro Anana  de 1320 a.C.
[5] Jeremias 1:4-5
[6] Mateus 17:12-13
[7] Hebreus 9:27
[8] Mateus 3:3

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Francisco enumera as 15 doenças que acometem a Igreja



cúria romana
Cardeais ouvem o catálogo de doenças que assola a Cúria Romana, ou seja, eles próprios.


Quinze doenças, nomeadas e explicadas uma a uma, diante de uma plateia formada pela alta cúpula do Vaticano, a chamada Cúria Romana. O papa Francisco aproveitou sua mensagem de Natal para transmitir um duro recado aos cardeais, seus mais próximos colaboradores e também possíveis (ou eventuaisrivais de seu projeto de transformação do Igreja Católica.

“Seria bonito pensar na Cúria Romana como um pequeno modelo da Igreja, como um corpo que cuida seriamente e cotidianamente de estar mais vivo, mais saudável, mais harmonioso e mais unido com Cristo”, disse Francisco. “Mas uma cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não trata de melhorar sempre, é um corpo doente.”

Em seguida, o papa convidou os presentes a um exame de consciência, como preparação para a confissão antes do Natal, e listou as 15 “doenças e tentações” que acometem não apenas a Cúria, mas que “são naturalmente um perigo para cada cristão, cada cúria, comunidade, congregação, paróquia ou movimento religioso”.


Veja o catálogo de doenças de Francisco:


1. A doença de se sentir imortal ou indispensável


Acomete os que se sentem ”superiores a todos” e não ”a serviço de todos” . O papa recomendou uma visita a um cemitério para vermos os nomes de tantas pessoas que “talvez acreditassem que eram imortais, imunes ou indispensáveis”.


2. A doença do excesso de trabalho

Acomete os que “submergem no trabalho descuidando da melhor parte: sentar-se aos pés de Jesus”. O papa lembrou que Jesus “convidou seus discípulos a ‘descansarem um pouco’ porque descuidar do repouso leva ao estresse e à agitação".


3. A doença da fossilização mental e espiritual


Acomete os que se escondem atrás de pilhas de papel e se tornam “máquinas de práticas” em vez de homens de Deus. Ao fazer isso, perdem a capacidade de “chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram.”

4. A doença do excesso de planejamento


Segundo Francisco, planejar e se preparar para fazer as coisas é importante, mas “sem cair na tentação de impedir ou tentar dirigir a liberdade do Espírito Santo”.

5. A doença da má coordenação


Acomete os membros da Igreja que “perdem a comunhão uns com os outros” e se convertem em “uma orquestra que produz ruídos porque não vive o espírito de equipe”.

6. A doença de Alzheimer espiritual


Trata-se de uma “redução progressiva das faculdades espirituais” em consequência da “perda da memória” do encontro com o Senhor. O apóstolo ergue ao seu redor “muros e hábitos, quase sempre imaginários” e se torna dependente de suas paixões, caprichos e manias.


7. A doença da rivalidade e da vaidade

Quando a aparência se torna o primeiro objetivo da vida.


8. A doença da esquizofrenia existencial


Acomete os que “abandonam o serviço pastoral e se limitam às tarefas burocráticas, perdendo o contato com a realidade e as pessoas de verdade”.

9. A doença da fofoca


É a doença dos que, sem ter coragem de dizer as coisas abertamente, falam pelas costas das pessoas. Ao fazer isso, semeiam a discórdia, como Satanás.


10. A doença de divinizar os chefes

Acomete os que cortejam os superiores, são presos ao carreirismo e ao oportunismo e vivem a serviço daquilo que querem obter e não do que querem dar ao próximo.

11. A doença da indiferença com os outros


“Quando só pensamos em nós mesmos e perdemos a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando, por inveja ou astúcia, sentimos alegria em ver o outro cair em vez de ajudá-lo a se levantar.”

12. A doença da cara de enterro

Acomete as pessoas que consideram que, para ser comprometido e consistente, “é necessário encher o rosto de melancolia e de dureza, assim como tratar os outros com rigidez e arrogância”. Segundo Francisco, o apóstolo deve transmitir alegria: “Que bem nos faz uma boa dose de humor saudável.”


13. A doença da acumulação

Quando o apóstolo, para encher um vazio existencial em seu coração, só pensa em acumular bens materiais.

14. A doença dos círculos fechadosQuando fazer parte de uma panelinha se torna algo mais forte do que ser parte da Igreja como um todo e até mesmo ser um só com Cristo.

15. A doença do prazer mundano e do exibicionismo


Quando o apóstolo transforma seu serviço em poder para obter mais proveitos mundanos e acumular ainda mais poder. São pessoas capazes de caluniar, difamar e desacreditar os demais para se exibirem e se mostrarem mais capazes do que os demais.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Almas que se complementam na eternidade

                                       
José Sola

Alguns confrades presos à ortodoxia alegam que não existem as almas gêmeas, que Emmamuel se equivocou. 
Mas o mais interessante é que os equivocados são esses confrades queridos, pois em momento algum o mentor espiritual de Francisco Candido Xavier, tentou nos passar a ideia de que existam almas que sejam uma a duplicação da outra.
Eles é que se equivocaram na extrapolação  deste tema, e infligiram a Emmanuel esta pecha, entretanto, nosso amigo espiritual, se utilizou deste vocábulo, no sentido metafórico.
Se nossos espiritas ortodoxos atentassem mais para a essência das mensagens apresentadas nos três romances escritos por Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier, teriam se apercebido de que no desenvolver dessas obras, ele explicita com clareza de que embora nos complementando, vivemos ambos uma individualidade única.
E corroborando o que afirmo, lembro que Emmanuel nos informa de que Lívia é muito mais evoluída do que ele, fossem metades um do outro, e a lógica nos diz que equalizariam suas vidas, ou melhor, suas vidas estariam equalizadas, o que lhes permitiria viver uma mesma evolução, pois isto lhes  possibilitaria estarem juntinhos e felizes para sempre. 
Entretanto, vamos deixar de lado o vocábulo alma gêmea, pois palavras são simplesmente palavras, e realmente concordamos, e eu tenho certeza absoluta de que Emmanuel já concordava quando apaixonado nos apresentou a metáfora da alma gêmea. 
Com certeza ele não desejou de forma alguma, afirmar que os espíritos que se complementam, sejam duas metades, como sucede aos gêmeos vitelinos, pois estes são a duplicação de uma única célula. 
Mas que existem almas que se complementam é um fato, lógico, não são duas metades, são dois inteiros, duas almas individuais, pensam diferente uma da outra, tem a faculdade do livre arbítrio individualizada, mas uma apresenta a outra uma química divina que as complementa.
Esta realidade nos é apresentada também nas obras de Andre Luiz, mas nossos confrades, na ortodoxia míope que criaram como um dogma intocável para se orientarem não conforme a lógica e a razão, mas conforme a letra, não se aperceberam de que André Luiz, também nos apresenta relatos românticos de almas que se complementam uma a outra, lembraremos a principio, Ernesto Fantini e Evelina Serpa, em o livro “E a Vida Continua.” São eles os protagonistas principais desta estória,  os mesmos se reencontram no pátio de um hospital, sofrem da mesma doença, vão realizar a mesma cirurgia, e ambos desencarnam, são recolhidos na espiritualidade, no mesmo posto de assistência espiritual, reveem juntos os motivos e causas de suas enfermidades, de suas dificuldades em família, e se apercebem do amor que sentem um pelo outro, e ainda na espiritualidade confirmam este amor, e acabam reencarnando no sul do pais, para se consorciarem, e viverem a vida a dois.
Mas fosse este o único relato, e poderíamos apresentar argumentações de que os mesmos viveram esta postura, porque ainda carregavam as influencias da matéria. 
Mas temos ainda, a irmã Cecília, que conquistou uma evolução espiritual aprimorada, mas se demora com o espírito saudoso, trabalhando quanto possível para resgatar Hermínio, que se detém  na terra, vivendo ainda as paixões torpes da vida. (Ver o livro “Os Mensageiros” de André Luiz, páginas 195/196/197)
E temos o romance de Alfredo e Ismália, em que, a companheira de Alfredo se encontra em uma condição evolutiva muito maior, entretanto, comparece a casa de assistência que  nosso amigo dirige nas trevas, todos os meses, oferecendo-lhe amparo e colaboração, para que o mesmo possa crescer espiritualmente. 
E questionado por Vicente, quanto a possibilidade de Ismália permanecer constantemente a seu lado, ele responde “sei que Ismália tem trabalhado para isso, que seu ideal de união eterna é idêntico ao meu, ... mas não ignoro que foi advertida por nossos maiores, sobre as minhas atuais necessidades de esforço e solidão....
Minha esposa deseja descer para encontrar-se definitivamente comigo; entretanto é necessário que eu aprenda a subir e, por este motivo ainda não recebemos a devida permissão para o definitivo consorcio espiritual. (Ver o livro Os Mensageiros, capitulo O romance de Alfredo, página 114).
E questionado por Vicente do porque Ismália não se transfere em definitivo para a mansão que ele, Alfredo, dirige nas trevas, o mesmo responde; “Sei que Ismália tem trabalhado para isso, que seu ideal de união eterna é idêntico ao meu,...
Alfredo deixa explicitado com muita clareza que o ideal de ambos é a união eterna, e vemos lógica em suas palavras, pois o amor é eterno, não se extingue, mas se expande infinitamente na eternidade.
E corroborando a necessidade dos espíritos viverem agrupados, ou associados a outros, permutando sentimento e amor, apresento uma vez mais Andre Luiz em o livro “Nosso Lar”, página 103, vejamos. 
“Almas gêmeas, almas irmãs, almas afins, constituem pares e grupos numerosos. Unindo-se umas às outras, amparando-se mutuamente, conseguem equilíbrio no plano de redenção. Quando, porém, faltam companheiros, a criatura menos forte costuma sucumbir em meio da jornada”.
E para finalizar apresento ainda mais uma declaração de amor eterno, em o livro “Obreiros da Vida Eterna” no capitulo Exemplo Cristão página 250, e os protagonistas desse amor divino, são Fábio e Mercedes. 
Fábio se demora no leito de morte, já preste a desencarnar e num desprendimento divino, muito difícil de viver, desobriga a esposa dos elos de compromissos matrimoniais, e eu acredito que para tomar uma decisão destas, o espirito tem que ser evoluído, pois do contrario não alcança esse desprendimento, vejamos.
“Não posso exigir de você fidelidade absoluta aos elos materiais que nos unem, porque seria exercer cruel opressão a pretexto de amor. Além disso, nada quebrará nossa aliança espiritual, definitiva e eterna.”
E nosso amigo Fabio, também afirma a Mercedes que nada quebrará a aliança espiritual, de um amor definitivo e eterno, o que nos leva a concluir, que é mais generalizada do que parece a premissa das almas que se complementam, e mais, são os espíritos que vivem esse momento divino que o confirmam.  
Alguns confrades alegam de que não podemos usar as obras de Andre Luiz como parâmetro de aferição em nossos estudos, pois os espíritos que se comunicam, não são espíritos de uma evolução maior, e manifesta sua opinião particular, seu ponto de vista.
Concordo em partes, pois nosso amigo Andre nos apresenta o parecer de espíritos nos diferenciados momentos evolutivos em que se demoram, e alguns deles são ainda imaturos mesmo.
Mas não podemos nos esquecer de que os espíritos que nos estão confirmando a premissa das almas que se complementam umas as outras, são evoluídas, e que Andre Luiz sanciona essas revelações, e acredito que nosso amigo Andre não seja um espirito qualquer.
E não devemos ignorar de que Alfredo, embora fosse menos evoluído que Ismália, havia adquirido uma evolução razoável, evolução esta, que lhe propiciou condições de dirigir uma casa de socorro nas trevas, me parece que suas palavras nos merece crédito.  
Entretanto importa analisar tudo o que nos seja dito pelos homens ou pelos espíritos a luz da lógica e da razão, independente da posição evolutiva do espirito, e a premissa das almas que se complementam que se completam uma a outra, responde aos parâmetros da lógica, e da razão.
E mais embora não se utilizem da metáfora de almas gêmeas, vários espíritos, nos apresentam de maneira inconfundível a existência desse amor sublime que fortalece duas almas na caminhada gloriosa que perfazem na eternidade, e temos ainda alguns outros em outras obras de Andre Luiz, que não descrevemos, mas que corroboram esta premissa.
Apreendi com meu instrutor de doutrina de que a lógica e a razão, devem ser sempre os parâmetros de aferição de nossos estudos, e me dizia este de que a doutrina espirita se sustenta por uma lógica e uma racionalidade absolutas, e que nem mesmo se Jesus viesse afirmando em contrario daria para acreditarmos; lógico estas palavras era, apenas uma metáfora.       
 Uma amiga querida me informou que concordava com a teoria das almas gêmeas, entretanto, entende de que quando o espirito evolui, deixa de viver a necessidade de amar especificamente a alguém, e passa a viver um amor universal, isto é, amar a todos por igual, e tentando corroborar sua premissa, lembrou Jesus. 
Entretanto esta premissa apresentada pela amiga querida, não se sustenta, basta lembrarmo-nos de que somos perfectíveis, de que perfeito é só Deus.
Sabemos de que a evolução vai ao infinito na eternidade, de que existem espíritos cuja evolução nos escapa a percepção, pois Deus é eterno, eternamente manifestou a vida, e é natural de que esses Avatares hajam desenvolvido um amor infinitamente maior que o nosso, e podem dar mais.
E lembramos ainda de que são as experienciações e vivenciações que percorremos em comum, que estreitam nossos laços de afinidade e de amor, e não estaremos a conviver na intimidade com todos os espíritos.
É lógico de que quando houvermos suplantado a matéria, quando o amor houver se exteriorizado com maior amplitude, estaremos a amar a todos, pois só teremos amor para dar, mas não por igual, pois nos demoramos no relativo, só Deus pode amar a todos e a tudo por igual, pois está no absoluto, é a vida do universo. 
O amor de Deus a manifestar-se na vida é idêntico, pois como já vimos em outras oportunidades, este amor se manifesta em unicidade, tanto no Campo do macro como no micro, nos infinitos fenômenos que o universo nos apresenta, este amor atende a evolução nos infinitos momentos em que esta se manifesta.
E como somos a obra prima do Criador, trazemos este amor em potenciação no absoluto, pois embora não venhamos jamais a atingir a perfeição, e tampouco atinjamos o absoluto, entretanto, o mesmo está contido em nosso inconsciente puro, como um eterno vir a ser, desde toda a eternidade, e para toda a eternidade, pois somos uma centelha divina de Deus, e Este é eterno. 
Deus não manifesta seu amor diferenciado, na condição de amor de mãe, amor de pai, amor de almas gêmeas, etc., Deus manifesta o amor, como uma essência única, essência esta que atende a vida em seus momentos evolutivos infinitos. 
E somos nós que maturando esta essência através das vivenciações e experienciações infinitas, desenvolvemos as modalidades variadas de amor, que de momento a nossa maturação nos permite conceber, mas a lógica nos diz, de que estaremos a expandir ao infinito este amor, pois o trazemos absoluto em nosso ser eterno. 
E quanto a Jesus, assim como todos nós outros, temos nossa alma gêmea, a lógica nos diz que sim, Ele também a tem, pois ele é nosso irmão maior, mas é vida derivada da vida de Deus como o somos, e já apreendemos de que não existem parias nem privilegiados, que somos centelhas divinas do Criador, que a herança sublime que obtivemos do Eterno é equitativa para todos, sem distinção.
Não temos como provar essa possibilidade, embora a médium espanhola Amália Domingos Soler haja escrito o livro Perdoou-te, e neste apresente um enredo romântico em que pretende apresentar uma encarnação em que Jesus se chamava Tulio e tenha convivido com sua alma gêmea que se chamava Iris, o enredo é lindo,  mas esta revelação permanece  insustentável, pois não temos uma prova cabal, apenas um relato amoroso, e embora a lógica corrobore esta possibilidade, é apenas uma possibilidade. 
Mas acreditamos que esta química divina que faz duas almas complementarem-se por um período longo da evolução, como acontece com Publius e Lívia não se extinga jamais, pois o amor é eterno, e se expandirá eternamente, a menos que acreditemos existir um ápice evolutivo, entretanto, a evolução do ser na eternidade é enfatizada na doutrina espirita, e mais, se justifica pela lógica.
Esse amor sublime que envolve duas almas, propiciando-lhes a benção de se complementarem uma a outra (almas gêmeas), lhes amplia a visão, possibilitando-lhes a percepção de uma beleza intrínseca, que trazemos em potenciação no núcleo da alma, esta potenciação é um atributo que herdamos de Deus na vida. 
De momento ainda não entendemos que a beleza seja um atributo de Deus no universo, e isto acontece, pelo fato de não compreendermos de que existem infinitos atributos a manifestarem-se de Deus na vida, mas não podemos nos esquecer de que evoluímos na eternidade. E que esta evolução na eternidade nos reserva infinitos ignotos, que trazemos inseridos em nosso inconsciente puro como um eterno vir a ser, e que com a maturação de nosso ser, iremos maturar uma infinidade desses atributos.
Assim como o amor, a beleza sendo um atributo do Eterno se manifesta em unicidade na vida do universo, atendendo os infinitos momentos de ser da evolução, o que torna a beleza que apreciamos uma beleza relativa, pois a beleza esta intrínseca ao espirito, e se expandira ao infinito na eternidade com a evolução deste.    
A beleza se manifesta de Deus na vida, no todo do universo, e no momento evolutivo em que nos demoramos a podemos apreciar manifesta pela natureza, nos jardins floridos e perfumados, nas cataratas que se derramam por entre as pedras, na apreciação dos animais, etc.; e quem não se deixa quedar vislumbrado na apreciação de um por de sol quando este declina no horizonte?
Vemos que a beleza é um atributo de Deus na vida, está presente em todas as manifestações da natureza, e como nós não somos seres apartes a natureza, pois somos a resultante da maturação dos elementos que compõe a mesma, trazemos esta beleza inserida em nosso eu eterno. 
Sendo uma potenciação do espirito, a beleza como todas as demais potenciações, sofre mutações no seu processo de maturação. 
E sendo o espirito o eu inteligente que encerra as infinitas potenciações herdadas de Deus na vida, dependendo de seu momento evolutivo adultera esse atributo divino. 
Assim como acontece com o amor na sua condição embrionária, pois já compreendemos de que o ódio é inconsistente na vida do universo, este não é outra coisa que não, o amor que em sua fase embrionária, enquanto nos demoramos vivendo o desejo de posse. 
Se o parceiro por quem estamos apaixonados nos deixar, de imediato estaremos transformando esta paixão em ódio, lógico isto só acontece, na fase evolutiva do ser, em que o espirito ainda não suplantou a matéria.
E com a beleza não é diferente, enquanto ainda nos demoramos em desarmonia com as leis naturais, com a Lei Divina, adulteramos a mesma, tornando nossas almas feias, e as vezes horrendas mesmo.  
E no intento de corroborar minhas palavras, me utilizo mais uma vez de informações apresentadas por Andre  Luiz, em o Livro “Libertação” páginas 134 e 135, não as vou descrever na integra, utilizarei minhas palavras, mas vale a pena ler estas duas páginas. 
Andre Luiz nos relata que havendo acompanhado o medico que diagnosticou Margarida, foi informado por Mauricio, entidade amiga que pretendia auxiliar o médico, tanto quanto a família do mesmo, mas que infelizmente não encontrava possibilidade, devido às péssimas condições vibracionais ai reinante.
O medico havia enviuvado, e embora possuísse uma idade já madura, houvera consorciado uma jovem bonita, mas orgulhosa, leviana, mulher está que em seus caprichos, exigia-lhe sacrifícios enormes.
E havendo terminado de almoçar, discutiu com o esposo, e logo após foi se deitar num divã confortável para fazer a sesta, e André nos narra que esta mulher, bela em sua aparência física, desprendida do corpo físico, se transformara em uma bruxa, a ponto de fazer fugir a primeira esposa do medico, que se demorava presa ao ambiente do lar. 
E ainda somos informados por Andre Luiz, e também por vários videntes, de que as entidades que se demoram nas trevas apresentam uma característica feia, e algumas delas apresentam deformações acentuadas em seus corpos energéticos (períspirito).
Deparamo-nos com homens e mulheres, que apresentam uma beleza física impecável, suscetível de provocar a admiração do sexo oposto, entretanto quando nos aproximamos destes deuses da beleza física, nos apercebemos de que os mesmos são vazios, e em muitas oportunidades são arrogantes, prepotentes, orgulhosos, levando-nos de imediato a modificar nossa apreciação, pois a beleza aparente se esvaiu com a exteriorização da feiura intima dessa alma.      
Ao passo que temos aqueles que fisicamente não apresentam uma beleza física, mas espiritualmente são belos, e para sintetizar, lembramos nosso inesquecível Chico, pois fisicamente ele não era belo, mas espiritualmente ele era lindo, estar junto de Chico, ouvi-lo falar, sempre foi algo que nos inebriou o coração, posso vos confessar que nunca tive tempo ou vivi a preocupação para verificar uma ruga que seja no rosto de Chico, só me apercebi nele de sua beleza espiritual.
 Entretanto não estamos pretendendo afirmar, que todos os feios no corpo físico sejam bonitos de alma, e que todos os bonitos de físico, sejam espiritualmente feios, pois temos aqueles que são feios fisicamente, e essa feiura é um reflexo do espirito, tanto quanto, temos aqueles que são fisicamente bonitos, sendo também bonitos espiritualmente, são pessoas dóceis, amorosas. e afáveis.
Mas não podemos nos esquecer de que a beleza está intrínseca ao espirito, como retro informado, é um atributo de Deus que trazemos como herança divina, e que como os atributos da inteligência e do amor, se matura e se expande ao infinito na eternidade.
E não podemos nos esquecer de que no momento evolutivo em que nos demoramos, o Criador nos comtempla com sua beleza divina, pois esta está presente em toda parte na natureza.
E não temos como negar que a mesma se encontra interiorizada em nosso inconsciente puro, pois quando nascemos, e conforme vamos crescendo, somos os seres mais lindos do mundo para as nossas mamães. 
E no que respeita as almas gêmeas, estas não se apercebem apenas da beleza física, que nem sempre ultrapassa a beleza comum da humanidade, mas apreciam a beleza interior do parceiro amado, e o veem como o ser mais lindo do universo; isto nos leva a concluir de que a beleza está direta e proporcionalmente relacionada ao amor.

domingo, 18 de janeiro de 2015

A PENA DE MORTE NÃO RESGUARDA A SOCIEDADE CONTRA O CRIMINOSO (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

Registra a história que, durante a Idade Média, muitos pensadores foram excomungados pela Igreja e, com o aval ou o silêncio do monarca, condenados à morte. Qualquer avanço da ciência, que pusesse em xeque o ensinamento eclesiástico, era tido como obra do demônio e classificado como heresia. Tomás de Aquino achava "louvável e salutar, para a conservação do bem comum, pôr à morte aquele que se tornar perigoso para a comunidade e causa de perdição para ela". [1]

Em 2013 (últimos dados disponíveis da Anistia Internacional), houve 778 execuções no mundo, 96 a mais do que em 2012. Há cerca de 23 mil pessoas em corredores morte pelo mundo. Os métodos de execução variam. Decapitação (Arábia Saudita), eletrocução (Estados Unidos), enforcamento (Afeganistão, Bangladesh, Índia, Irã, Iraque, Japão, Kuwait, Malásia, Nigéria, Autoridade Palestina – Hamas, Sudão do Sul), injeção letal (China, Vietnã e Estados Unidos), fuzilamento (China, Indonésia, Coreia do Norte, Arábia Saudita, Somália, Taiwan e Iêmen). A China não divulga quantas pessoas executa anualmente e alega que o número é segredo de Estado.

A presidente do Brasil pediu clemência (por telefone) no dia 16 de janeiro de 2014 ao presidente da Indonésia, Joko Widodo, visando livrar da condenação à pena de morte de dois brasileiros, porém, não conseguiu remissão para Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt, ambos condenados por tráfico de drogas. Dilma Rousseff destacou que o ordenamento jurídico brasileiro não comporta a pena de morte e que seu enfático apelo pessoal expressava o sentimento da sociedade. Porém, Widodo é conhecido por manter uma postura rígida contra o tráfico de drogas por isso, além do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, outros quatro estrangeiros serão executados (fuzilamento) na Indonésia no domingo (que corresponde ao sábado no Brasil - 17/01/2015): um da Nigéria, um do Malaui, um do Vietnã e outro da Holanda. 

Será que a aplicação da pena de morte reduz os níveis de criminalidade? Nos Estados Unidos a ampla maioria dos criminologistas avalia que não. Para eles as execuções deveriam ser substituídas pela pena de prisão perpétua sem possibilidade de soltura, medida menos drástica e igualmente capaz de tirar os criminosos mais perigosos das ruas. Mas, um estudo de pesquisadores da Universidade de Houston afirma que cada execução no Texas preveniu entre 11 e 18 homicídios no Estado. Por outro lado, uma pesquisa da Universidade de Michigan indica que um a cada 25 condenados à morte nos EUA é inocente. 

Em verdade, as estatísticas mostram que os Estados Unidos têm diminuído a aplicação da pena de morte e há um declínio do apoio popular à pena fatal. No Brasil, a rejeição à pena de morte é maioria. Segundo pesquisa do Datafolha de 2013, 50% dos brasileiros acham que não cabe à Justiça determinar a morte de uma pessoa, mesmo que ela tenha cometido um crime grave. Outros 46% se disseram favoráveis à punição. Mas, na Pátria do Evangelho, uma cláusula pétrea da Constituição proíbe a pena de morte. 

Nos chamados “programas policiais”, exibidos no Brasil, os apresentadores, completamente vingativos insistem pela legalização da pena de morte no País. Agindo assim, tais jornalistas “justiceiros”, exacerbam a violência social (há casos de linchamentos entusiasmados pelas mídias). Insistem tais jornalistas na tese da Pena Capital, com o chavão da "legítima defesa da Sociedade", contra os altos níveis de criminalidade, visando estabelecer a maior "segurança" dos cidadãos indefesos, diante da violência. Porém, "será ilusão infeliz e criminosa a instituição de um Estado homicida e uma Justiça assassina, para viabilizar a paz social através da crueldade e do desforço".[2]

A Pena de Morte não livra a Sociedade da ação maléfica do criminoso condenado. Matá-los não resolve: eles não morrem. Eliminar o corpo físico não significa transformar as tendências do homem criminoso. Seus corpos descerão à sepultura, mas, eles, Espíritos imortais, surgirão vivos e ativos, pesando, negativamente, no ar que respiramos. O que equivale a afirmar que o criminoso executado ganha o benefício da invisibilidade e passa a assediar pessoas com tendência à criminalidade, ampliando-a, causam estragos no psiquismo humano, na medida em que as pessoas se mostrem vulneráveis, psiquicamente, à sua influência. 

Em face disso, o Espírito Humberto de Campo, elucida em Cartas e Crônicas: "um assassinado, quando não possui energia suficiente para desculpar a ofensa e esquecê-la, habitualmente, passa a gravitar em torno daquele que lhe arrancou a vida, criando os fenômenos comuns da obsessão; e as vítimas da forca ou do fuzilamento, do machado ou da cadeira elétrica, se não se constituem padrões de heroísmo e renunciação, de imediato, além-túmulo, vampirizam o organismo social que lhes impôs o afastamento do veículo físico, transformando-se em quistos vivos de fermentação da discórdia e da indisciplina ".[3]

Aconselha Emmanuel - "Desterrai, em definitivo, a espada e o cutelo, o garrote e a forca, a guilhotina e o fuzil, a cadeira elétrica e a câmara de gás dos quadros de vossa penologia, e oremos, todos juntos, suplicando a Deus nos inspire paciência e misericórdia, uns para com os outros, porque, ainda hoje, em todos os nossos julgamentos, será possível ouvir, no ádito da consciência, o aviso celestial do nosso Divino Mestre, condenado à morte sem culpa: "Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra!"[4] O Espiritismo demonstra que "a pena de morte desaparecerá, incontestavelmente, e sua supressão assinalará um progresso para a humanidade. Quando os homens forem mais esclarecidos, a pena de morte será completamente abolida da Terra".[5]

A sociedade não tem o direito de matar “legalmente”, eliminando do tecido social um criminoso, "há outros meios de ele (o homem) se preservar do perigo, que não matando. Demais, é preciso abrir e não fechar aos criminosos a porta do arrependimento."[6] Desta forma, é necessário que tomemos, urgentemente, um posicionamento definitivo contra a pena de morte, até porque, a violência gera violência. A educação, a instrução religiosa, aliada à fé raciocinada, garantem a solução para os problemas da violência social. 


Referências bibliográficas: 

[1] Fonte: (Suma Teológica, Questão LXIV, Art. 11.)

[2] Transcrito de "Reformador", pág. 290, outubro de 1981.

[3] Xavier, Francisco Cândido. Cartas e Crônicas, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999.

[4] Xavier, Francisco Cândido. Religião dos Espíritos, Ditado pelo Espírito Emmanuel, cap. 50, Rio de Janeiro: ed. FEB, 2001

[5] Kardec, Allan. Livro dos Espíritos. Rio de janeiro: Ed. FEB, 2003, questão 760

[6] Kardec, Allan. Livro dos Espíritos. Rio de janeiro: Ed. FEB, 2003, questão 761

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

SORTILÉGIOS, PACTOS ASSOMBROSOS, SUBJUGAÇÕES (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

Há poucos meses, em São Paulo, um jovem de 19 anos foi morto por sua própria mãe, possivelmente, por força de um ritual de “magia negra”. Quando foi presa, estava em crise psicótica (loucura? ou “possessão”?); falava sobre demônios e assuntos satânicos, e seis policiais foram necessários para dominar aquela senhora que pertencia a comunidades religiosas não convencionais da internet que adotam o sacrifício humano. Conforme investigação policial, ela teria dito que o filho tinha que ser morto por um "bem maior" (...!?...) O fato nos conduziu ao capítulo 9 versículo 16 do livro Atos dos Apóstolos, onde lemos o seguinte "e o homem que estava possesso do espírito mau pulou sobre eles com tanta violência, que tiveram de fugir daquela casa, sem roupas e cobertos de ferimentos."[1]

Nawaz Leghari, de 40 anos, um paquistanês adepto do ritual de "magia negra", estrangulou seus cinco filhos por entender que o sacrifício conferiria a ele "poderes mágicos". Leghari matou desse modo suas duas filhas e três filhos, com idades variando entre 3 e 13 anos, na madrugada de 9 de janeiro de 2015, na localidade de Saeed Jan, norte de Karachi. O assassino estudava magia negra e resolveu fazer o sacrifício para aumentar seus “poderes”. Leghari realizou uma "odisseia espiritual" de 40 dias chamada "Chilla", prescrita por um líder religioso local, com quem estudava alquimia. O paquistanês tentou inicialmente envenenar sua família durante o jantar, mas sua mulher o impediu após uma violenta discussão. A esposa e o filho mais velho decidiram passar a noite na casa de parentes, deixando os outros filhos com o pai, que os estrangulou um a um.[2]

Historicamente, quando o homem era ainda fisicamente parecido com os primatas, suas manifestações de religiosidade eram as mais bizarras, até que, transcorridos os anos, no mistério dos séculos, surgem os primeiros organizadores do pensamento religioso que, de acordo com a mentalidade geral, não conseguiram escapar das concepções de ferocidade, que caracterizavam aqueles seres egressos do egoísmo animalesco da irracionalidade. O homem foi levado a crer que os sacrifícios humanos poderiam agradar a Deus, primeiramente por não compreenderem Deus como sendo a fonte da bondade. Os povos primitivos e politeístas adoravam os deuses através de oferendas, cultos, rituais que geralmente comportavam sacrifícios de animais ou de seres humanos.

Como nos esclarece a questão 669, de O Livro dos Espíritos, "Nos povos primitivos, a matéria sobrepuja o espírito; eles se entregam aos instintos do animal selvagem. Por isso é que, em geral, são cruéis; é que neles o senso moral ainda não se acha desenvolvido. Em segundo lugar, é natural que os homens primitivos acreditassem ter uma criatura animada muito mais valor, aos olhos de Deus, do que um corpo material. Foi isso que os levou a imolarem, primeiramente animais e, mais tarde, homens".[3] De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam que o valor do sacrifício era proporcional à importância da vítima.

O espírita convicto não acredita no poder irrestrito das forças dos espíritos maus nos pactos de “magia negra” com os mesmos. Há, no entanto, encarnados perversos, no limite da loucura, que simpatizam com os espíritos inferiores (violentíssimos) e solicitam que eles pratiquem o mal, ficando então obrigados a servi-los, porque estes também precisam da "recompensa" pelo empenho no mal. Nisso, apenas, é que consiste o tal pacto. Em O Livro dos Espíritos, os Benfeitores elucidam: "por exemplo - queres atormentar o teu vizinho e não sabes como fazê-lo; chamas então os Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal; e para te ajudar querem também que os sirva com seus maus desígnios. Mas disso não se segue que o teu vizinho não possa se livrar deles, por uma conjuração contrária ou pela sua própria vontade".[4]

Nos sinistros casos analisados acima, podemos inferir sobre um processo de subjugação profunda, lembrando, porém, que a “possessão” é sempre temporária e intermitente, porque um desencarnado não pode tomar, definitivamente, o lugar de um encarnado. A rigor, o tema "magia negra" ainda não foi estudado de forma abundante pelos pesquisadores espíritas. Há pessoas que não acreditam na possibilidade da existência dos conjuros (“trabalhos feitos”), como é às vezes conhecida a “magia negra”. No entanto, um estudo cuidadoso do tema em O Livro dos Espíritos, e na Revista Espírita, comprova que essas manobras mediúnicas, com a finalidade de prejudicar o próximo, são perfeitamente possíveis. Como citamos acima, na questão 549, Kardec inquire: - Há alguma coisa de verdadeiro nos pactos com os maus Espíritos? Na resposta, os Benfeitores demonstram de maneira categórica que é possível uma criatura evocar maus Espíritos para ajudá-la a causar mal a outra pessoa. A resposta esclarece ainda que esse ato pode ser realizado por uma sequência de procedimentos conhecidos como conjuração (conluio com as trevas).

Nas práticas de “magia negra” os apetrechos materiais e os rituais são utilizados para fortalecer a má intenção nos maus propósitos projetados naqueles contra os quais se deseja prejudicar. A interferência espiritual é de Espíritos inferiores, que se identificam com seres encarnados, também de qualidades morais inferiores, desejosos por afligir, enfermar ou até matar o próximo, ou ainda, ver realizados os interesses de ordem material. Se as criaturas visadas estiverem sintonizadas em faixas de equivalência vibratória, não tenhamos dúvidas de que serão atingidas por elas.

O Espiritismo analisa a gênese do fenômeno da “possessão” como uma faculdade mediúnica desgovernada, e trata esse tipo de manifestação através do diálogo com o Espírito subjugador, buscando compreender suas razões para esclarecê-lo e libertá-lo da sua própria ignorância e confusão mental. É bem verdade que os bons Espíritos nos resguardam destes malefícios, mas não esqueçamos que urge termos mérito para tal assistência.

Referências bibliográficas:

[1] Atos 19: 16

[2] Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/paquistan%C3%AAs-mata-5-filhos-adquirir-poderes-m%C3%A1gicos-162617063.html

[3] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed. FEB, 1999, questão 669

[4] Idem questão 549

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

O Centro de Valorização da Vida - CVV, realiza gratuitamente a 52 anos o serviço de apoio emocional e valorização da vida

O Centro de Valorização da Vida - CVV, realiza gratuitamente a 52 anos o serviço de apoio emocional e valorização da vida (Consequentemente prevenindo o suicídio) utilizando o telefone e recentemente outros meios como ferramentas (Web, Skype).

EVENTOS:

Os postos CVV da Região de São Paulo, vão realizar no mês de janeiro, um novo curso para seleção e capacitação de novos voluntários. Abaixo passamos os dias, horários e endereços dos locais do curso, onde será apresentado a filosofia da entidade e a forma de conduta a ser seguida pelos voluntários.
Nos postos que farão o processo em dois dias é necessário comparecer nos dois dias do evento.

LOCAIS DO EVENTO


Posto CVV Abolição - Rua Genebra, 168 - Centro -Sp

Dia :: 24/01 e 25/01//2015 das 13:00 hs às 18:30 hs
Fone Contato : 3242-4111 ou 9.8143-3611
É necessário Comparecer aos dois dias do evento.


Posto CVV Vila Carrão - Rua Aimborés, 14 - Vila Carrão.
Dia: 17/01/2015 das 13:00 hs às 18:00 hs
Dia: 18/01/2015 das 08:00 hs às 13:00 hs
Fones Contatos: 3493-6708 ou 9.9584-6114
É necessário Comparecer aos dois dias do evento.

Posto CVV Guarulhos - R. Octávio Nunes da Silva, 33 - Vila Moreira-Guarulhos - Sp
Dia: 24/01/ e 25/01/2015 das 13:00 hs às 18:00 hs.
Fones contato: 2440-4111
É necessário Comparecer aos dois dias do evento.


Posto CVV Jabaquara - Rua José de Magalhães, 500 - V.Mariana (Sub prefeitura).
Dia: 18/01/2015 das 8:00 hs às 18:00 hs.
Fone Contato : 2577-4111

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:

As informações e inscrições podem ser feita nos telefones eemail acima ou também pelo email cvvcomunidade@gmail.comou você poderá comparecer diretamente no local do curso 15 minutos antes do inicio.

INSTITUIÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS.

Instituição sem fins lucrativos ou econômicos e mantida pelos próprios voluntários, os postos CVV, desenvolvem trabalhos de apoio emocional e valorização da vida, por meio de contatos telefônicos, atendimento pessoal, via correio, email, via chat,skype e também promove atividades que valorizem a vida, palestra, rodas de conversas, cine com debate e grupos de apoio.

ACESSEM O NOSSO SITE OU PAGINAS NAS REDES SOCIAIS.









sábado, 10 de janeiro de 2015

FOTOGRAFIA ESPÍRITA?


Por Leonardo Paixão (*)

O mundo da mediunidade é uma constante surpresa aos pesquisadores e estudiosos atentos. O Codificador da Doutrina Espírita trouxe-nos as orientações precisas para a pesquisa da fenomenologia espírita e, com sinceridade, chego a dizer que em Espiritismo se havia dado a primeira palavra, mas não a última.
Pesquisadores muitos surgiram no decorrer dos séculos e, muitos, recorreram a novas nomenclaturas para o fenômeno mediúnico: Metapsíquica, Parapsicologia, Mentalismo, etc. No avançar das pesquisas com sábios de renome como William Crookees, Charles Richet, Ernesto Bozzanno. Enrico Imoda, Ferderic Myers, William James e outros, vamos nos deparar com os fatos das materializações e também teremos os casos de fotografia transcendental ou fotografia espírita. No Brasil, tivemos pesquisadores como J. Herculano Pires, Cairbar Schutel, Deolindo Amorim, Carlos Bernardo Loureiro, Odilon Negrão. Cairbar Schutel escreve em seu livro Histeria e Fenômenos Psíquicos:
“A existência do corpo astral já está mais que demonstrada e, para não nos tornarmos fastidiosos, citamos, além de muitas provas, a dos Drs. Barlemont e De Rochas obtidas pela fotografia do corpo de um médium e do seu duplo momentaneamente separados.
A placa, parece-nos, não pode ficar alucinada e nem está sujeita a ataques de histeria”.

Apesar de termos pesquisadores sérios dos fenômenos de fotografia transcendental com William Hopes, Hanz Holzer, William Barret, Arthur Conan Doyle (ele mesmo, o criador de Sherlock Holmes), muita fraude tem ocorrido, especialmente com a evolução da tecnologia fotográfica e sobre fraudes espíritas, Kardec já alertava sobre em O Livro dos Médiuns.
Uma amiga nossa, de nossa cidade, Campos dos Goytacazes, RJ, a sra. M. F., mostrou-nos a seguinte fotografia:


E nos disse o seguinte: que ao mostrar esta fotografia a um sr. que dirige estudo de O Livro dos Espíritos em casa espírita que frequenta, ele lhe disse que achava se tratar de cordões fluídicos. Por minha vez lhe falei que o achismo não deve entrar na pesquisa espírita e, como adverte Allan Kardec e o bom-senso, o primeiro passo a dar nestes casos é buscar o parecer de um profissional experiente e, com a autorização dela, isto fiz. O parecer do profissional, sr. C. G. que é repórter fotográfico com mais de 20 anos de experiência foi o seguinte:
“São reflexos luminosos, devido o flash da câmera não ter sido usado e câmera com sensor muito lento na hora das fotos, ele vai ler o ponto de luz e gravar e acompanhar os dois fachos de luz ...”.
A sra. M. F. alegou ainda que o flash estava funcionando, mas que era demorado tirar fotos, ela tinha de pedir para as pessoas ficarem um tempo na pose senão a máquina não registrava, apesar da máquina de boa tecnologia, logo, a lentidão do sensor promoveu a distorção da imagem e fez aparecer reflexos luminosos.
O sr. C. G. , enviou-nos as seguintes fotos com reflexos luminosos para compararmos:



Deixamos aqui este relato para colocarmos o quanto devemos ter cuidado para não nos levarmos pelo entusiasmo que o desejo de ter fatos vindos por nós que comprovem a Imortalidade do Ser, e então nos colocar em posição de ridículo, ridicularizando também a Doutrina de que  nos tornamos adeptos.


(*) - Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, RJ, colaborando no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

Gorbachev alerta que conflito na Ucrânia pode levar a guerra nuclear


Em entrevista à revista alemã, ex-líder soviético diz que tentativas ocidentais de enfraquecer a Rússia foram “estúpidas e perigosas”. “Nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão”, enfatiza.


Em uma entrevista à revista semanal alemã Der Spiegel, o ex-líder soviético de 83 anos de idade, Mikhail Gorbachev, disse que a crise na Ucrânia pode findar em uma guerra de grande escala na Europa ou até mesmo num conflito nuclear. “Nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão”, enfatizou Gorbachev.
O vencedor do Prêmio Nobel da Paz descreveu a “perda de confiança” entre a Rússia e o Ocidente como “catastrófica”, e disse que os laços precisam ser “descongelados”. Gorbachev acusou o Ocidente e a Otan de destruir a estrutura de segurança europeia expandindo a sua aliança. “Nenhum chefe do Kremlin pode ignorar uma coisa dessas”, analisou, acrescentando que os Estados Unidos estavam “infelizmente” começando a estabelecer um “mega-império”.
O homem visto como peça-chave na reunificação alemã, em 1990, também acusou a Alemanha de interferir na crise da Ucrânia. “A nova Alemanha quer suas mãos em todas as ‘tortas’. Parece haver uma grande quantidade de pessoas que querem estar envolvidas em uma nova divisão da Europa”, argumentou.
“A Alemanha já tentou expandir sua influência de poder através do Oriente, na Segunda Guerra Mundial. Será que ela precisa realmente de outra lição?”, indagou Gorbachev. Ele afirmou que tentativas ocidentais de enfraquecer o presidente russo Vladimir Putin e de desestabilizar a Rússia foram “bastante estúpidas e extremamente perigosas”.
Gorbachev defendeu a anexação russa da península da Crimeia, no ano passado, mas criticou o estilo autoritário de liderança do presidente russo. Ele disse que a Rússia precisava de eleições livres e “a participação do povo em eleições livres”.
“Simplesmente é inaceitável quando alguém como o blogueiro e político Alexei Navalny está sob prisão domiciliar por expressar suas opiniões contra a corrupção”, salientou o ex-líder soviético ao magazine alemão.
Advertências recentes
Em meses recentes, Gorbachev alertou diversas vezes sobre uma guerra nuclear, como, por exemplo, em um artigo do diário russo Rossiyskaya Gazeta, publicado em 11 de dezembro. “A situação na Europa e no mundo é extremamente alarmante. O resultado dos acontecimentos que ocorreram nos últimos meses, é uma perda catastrófica de confiança em relações internacionais.” Ele pediu que Rússia e os EUA, assim como Rússia e a União Europeia, mantivessem as conversações “sem condições prévias” e sem medo de “perder a cara”.
“Temos que pensar no futuro”, disse o ex-líder.
Na próxima segunda-feira (12/01), os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França, Rússia e Ucrânia têm encontro marcado em Berlim para iniciar mais uma tentativa de encerrar o impasse no conflito ucraniano. Os ministros devem discutir a possibilidade de uma cúpula de líderes dos quatro países no Cazaquistão, em 15 de janeiro, seguindo a sugestão do governo de Kiev.
PV/dpa/rtr

Fonte: DW.DE

Plano Brasil

Via: http://noticia-final.blogspot.com.br/2015/01/gorbachev-alerta-que-conflito-na.html

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

“TERRORISMOS” E “FUNDAMENTALISMOS” CONSUMEM OS HUMANOS “IRRACIONAIS” (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

Dois homens vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis automáticos abrem o fogo na redação de Charlie Hebdo, em plena reunião de pauta, aos gritos de "Allah akbar" (Alá é grande). Matam 11 pessoas na sede do jornal e um policial na saída, antes de fugir de carro rumo à zona nordeste de Paris. A maioria das capas de jornais pelo mundo têm a cor dominante preta em sinal de luto, e anônimos colocam flores, lápis, velas e mensagens perto da sede de Charlie Hebdo. Toda França respeita um minuto de silêncio, enquanto os sinos dobram na catedral Notre Dame de Paris. As luzes da Torre Eiffel, outro cartão postal da cidade, são desligadas por alguns instantes às 20h. 

Não há, ao menos por enquanto, uma definição oficial no plano internacional sobre o que é propriamente o terrorismo, mas se pode considerar como terrorista todo e qualquer ato ou organização que utilize métodos violentos ou ameaçadores para alcançar um determinado objetivo político. Assim, sequestros, atentados a lugares públicos e privados, ataques aéreos, assassinatos ou outras formas de agressão podem ser relacionados com o terrorismo. Embora as definições de terrorismo sejam imprecisas a atuação dessas organizações é antiga, a exemplo do atentado de Sarajevo, em 1914, constituído pela organização Mão Negra e que culminou na morte do herdeiro do Império Austro-Húngaro, Francisco Ferdinando (estopim da Primeira Guerra Mundial).

Os maiores grupos terroristas da atualidade são de origem islâmica. Como a Al-Qaeda, majoritariamente composta por muçulmanos fanáticos e tem por objetivo erradicar a influência ocidental sobre o mundo árabe; O Boko Haram , organização antiocidental que objetiva implantar a sharia (lei islâmica) no território da Nigéria; O Hamas (sigla em árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é temido pela maioria das organizações internacionais e Estados. Atua nos territórios da Palestina, tendo como objetivo a destruição do Estado de Israel e a consolidação do Estado da Palestina; O Estado Islâmico (EIIS), grupo terrorista jihadista que age no Iraque e na Síria, tendo surgido em 2013 como uma dissidência da Al-Qaeda, inspirando-se nesse grupo e o Talibã que atua no Paquistão e no Afeganistão, também preocupado com a aplicação das leis da sharia (é o nome que se dá ao Direito Islâmico). 

Os discursos psicopatológicos e religiosos são apontados como fatores de compreensão causais da questão terrorista na atualidade. Na difusão midiática, esses elementos são a base para a compreensão do fenômeno, eliminando, praticamente, fatores sócio-políticos e econômicos do seu discurso. Contudo, a busca pelo entendimento mais amplo do problema envolve conhecimento das Relações Internacionais, História, Política e Sociologia e Antropologia, aos quais o jornalista atualizado pode recorrer, sempre que se reportar ao terrorismo islâmico contemporâneo.

Muitas vezes temos a impressão de que a forma da religiosidade armada e eventualmente violenta, conhecida como "fundamentalista", é um fenômeno puramente islâmico (ideia imposta por Israel e os Estados Unidos). Porém, o fundamentalismo é um fenômeno mundial e, em algumas religiões, e, até mesmo, em partidos políticos, tem surgido como resposta aos problemas de nossa modernidade. O termo terrorismo islâmico é abundante nas páginas de jornais e revistas. Reducionista, esta denominação não permite uma compreensão da complexidade que envolve o terrorismo, suas causas sócio-políticas, e deixa implícito que o problema do terrorismo está na religião, portanto, em todo o mulçumano, quando na realidade é um recurso de pequenos grupos que fazem uma leitura extremista da religião e/ou de partidos políticos.

Para o terrorismo sustentado no fanatismo, os inocentes devem pagar pelos inimigos; a destruição deve ser a única linguagem possível. O fanatismo parece surgir de uma estrutura psicótica. O fato do sujeito se ver como o único que está no lugar de certeza absoluta, de ter sido escolhido por Deus para uma missão qualquer, já constitui sintoma suficiente para muitos psiquiatras diagnosticarem, aí, uma loucura ou psicose. Seguindo o raciocínio de Sigmund Freud, vemos que aquilo que o psicótico paranoico vivencia na própria pele, o parafrênico experimenta na pele do outro, ou seja, somos levados a supor que o fanatismo está mais para a parafrenia [1] que para a paranoia.

Temos a convicção de que, por trás dos novos fanatismos religiosos - católicos, evangélicos, espíritas, muçulmanos, hinduístas etc. - há o pendor místico do religioso que leva a uma cristalização da fé, desembocando numa falsa doutrina das virtudes. A base dos fanatismos é o medo: medo à liberdade, medo à vida, medo à cultura, medo, medo, medo, enfim, medo do mundo, que é encarado de um modo suspeito e hostil.

O fanatismo é a intolerância extrema para com os diferentes. Um evangélico fanático é incapaz de diálogo e respeito para com um católico ou um budista e vice e versa. Um fanático de direita não quer diálogo com os de esquerda e este com aquele. Organizações como a Ku Klux Klan são intolerantes, igualmente, com negros adultos, mulheres e crianças. Destarte, são tão fanáticos os terroristas-suicidas muçulmanos como os fundamentalistas cristãos norte-americanos que atacam clínicas de abortos, perseguem homossexuais, proíbem o ensino da teoria evolucionista de Darwin, obrigando aos professores ensinarem a doutrina criacionista tal como está na Bíblia, ou ainda, os protestantes da Irlanda do Norte que atacam crianças católicas ou os bascos que querem ser um país independente, a qualquer preço, por meio do terror.

Sabemos que a desordem devastadora de hoje é a guerra aterrorizante da treva contra a claridade do amor. “A vitória do Bem reclama espíritos fortalecidos de Coragem e Fé, acima de tudo. O mundo cheio de sombras do mal não oferece lugar a espectadores. A guerra de nervos traz ameaças, gritos, terrores, bombas, incêndios, metralhadoras, mas o defensor do Bem traz o caráter firme, solidificado na confiança em Deus e em si mesmo. Nestas horas de apreensões justas, recordemos as palavras serenas do Mestre: - "E quando ouvirdes de guerras e sedições, não vos assusteis".[2]

A Doutrina Espírita nos faz entender quem somos, efetivamente, quem realmente é o ser humano em sua vocação e circunstância, visão que possibilita, por sua vez, a compreensão e a vivência de uma vida social, moralmente correta, a partir da qual podemos julgar com retidão se determinadas atitudes e ideias propostas por grupos políticos e/ou religiosos correspondem àquilo que o próprio Criador espera de nós.

A Terra é um mundo de expiações e provas, razão pela qual a paz absoluta ainda não se encontra aqui no Planeta, só em mundos mais evoluídos. Em nosso orbe, a tranquilidade social é relativa. [3] É verdade! Ao Espiritismo cristão está reservada a tarefa de alargar os horizontes dos conhecimentos, nos domínios da alma humana, contribuindo para a solução dos enigmas que atormentam as sociedades contemporâneas de todas as culturas, projetando luz nas questões quase que indecifráveis do destino e das dores morais do homem contemporâneo.


Nota e referências bibliográficas:

[1] Parafrenia é um composto erudito constituído pelos elementos gregos 'para' ("junto, ao lado de") e 'phrenía' ("estado mental patológico") e significa "conjunto de problemas mentais que inclui a demência precoce e a paranóia".
[2] Xavier, Francisco Cândido. Harmonização, ditado pelo Espírito Emmanuel, São Paulo: Ed. GEEM. Lição nº 19. Pág.101
[3] Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, item 20, capítulo V, RJ: Ed. FEB, 2000.