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sexta-feira, 27 de março de 2015

EM QUASE 1 BILHÃO E MEIO DE ANOS ASCENDEMOS DOS VÍRUS E BACTÉRIAS PARA A CONQUISTA DA RAZÃO (Jorge Hessen)

Jorge Hessen


Interessante a notícia sobre a descoberta de uma minúscula esfera metálica repleta de um líquido biológico viscoso advinda do espaço sideral. O material [1] foi capturado através de balões que coletam partículas na estratosfera (numa altitude de 27 quilômetros). A ideia de que a vida na Terra tenha surgido a partir de cometas ou de outras formas semelhantes é chamada de panspermia, e apesar de ainda encontrar resistência no meio científico, foi amplamente defendida por cientistas como Francis Crick, um dos descobridores da estrutura do DNA, e também pelo astrônomo Carl Sagan. [2]

Estamos diante de um tema envolvente e excitante, porque aborda a genealogia humana e fluxo evolutivo na Terra, o que nos leva a matutar acerca de nossa pequenez ante as majestosas e perfeitas leis que imperam no micro e no macrocosmo. Quantas vezes já questionamos como iniciou a vida na Terra? Aprendemos no monumental livro “A Caminho da Luz” que foi o Excelso Carpinteiro quem organizou a vida na Terra. A soberba ciência não conseguiu identificar as mãos augustas e sábias do Governador do Globo, vitalizando o organismo terrestre. Substituíram-Lhe a providência com a expressão “natureza”. 

O livro Gênese do Antigo Testamento garante que no princípio dos tempos Deus criou, simultaneamente, todas as plantas e animais superiores, a partir da matéria inerte. Deus, do pó da terra, forma o primeiro homem- Adão -, sopra-lhe as narinas e lhe dá vida. Retira-lhe uma de suas costelas e cria a Eva. Esta é tentada pela serpente e come, juntamente, com Adão o fruto proibido - a maçã. Literalmente considerada, esta noção é mitológica e antropomórfica. Dá-se a impressão que Deus é um ceramista que manuseia os seres criados por Ele. [3]

Allan Kardec esclarece-nos com precisão a linguagem figurada da Bíblia. Adão e Eva não seria o primeiro e único casal, mas a personificação de uma raça, denominada adâmica; a serpente é o desejo da mulher de conhecer as coisas ocultas, suscitado pelo espírito de adivinhação; a maçã consubstancia os desejos materiais da humanidade. Assim, a visão da Bíblia sobre a origem da vida na Terra não deve ser simplesmente rejeitada e sim estudada como sendo “a história da infância dos povos”. Em suas alegorias há muitos ensinamentos velados cujo sentido oculto deve ser pesquisado; por outro lado devem ser submetidos à razão e à Ciência, apontando-se-lhe os erros. [4]

Na formação do Terra, quando serenaram os ambientes do orbe nascente, quando a luz solar tocava, em silêncio, a beleza dos primitivos continentes e dos mares, “Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso.”[5] Após algum tempo, “nas crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada.” [6]

Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara o Ungido do Senhor à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens. “A massa viscosa que cobria toda a Terra era o celeiro sagrado das sementes da vida. O protoplasma foi o embrião de todas as organizações do globo terrestre e, se essa matéria, sem forma definida, cobria a crosta solidificada do planeta, em breve a condensação da massa dava origem ao surgimento do núcleo, iniciando-se as primeiras manifestações dos seres vivos.” [7]
Os cientistas são quase unânimes em afirmar que a vida de fato se originou a partir da formação do protoplasma, matéria elementar das células vivas. O protoplasma evolui para as bactérias, vírus, amebas, algas, plantas, animais até chegar à formação do homem. Para o Espiritismo, a vida é o resultado desta complexa evolução comprovada pela Ciência. Allan Kardec, em A Gênese, André Luiz, em Evolução em Dois Mundos e Emmanuel, em A Caminho da Luz, atestam para a formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento pelo qual passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há quatro bilhões e meio de anos.

O Messias comandou todo processo de evolução terrestre. Com a Sua Supervisão, “o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos [1 bilhão e meio de anos], a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos.” [8] Infelizmente o hermético e arrogante ambiente acadêmicos desconhece essas arrebatadoras revelações.


Notas e referências bibliográficas:

[1] É uma bola de diâmetro comparável ao de um cabelo humano, que tem vida filamentosa na parte externa e um material biológico espesso escorrendo de seu centro.

[2] Disponível em http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2015/02/esfera-de-metal-vinda-do-espaco-expele-material-biologico-e-intriga-cientistas.html acesso em 27/03/2015

[3] Gênese (bíblia de Jerusalém)

[4] KARDEC, Allan. A Gênese, capítulo XII, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999

[5] XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999

[6] XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999

[7] XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999

[8] XAVIER, Francisco Cândido. Evolução em dois mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, cap. VI , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2012

quarta-feira, 25 de março de 2015

MANIFESTAÇÃO DE DEUS VIDA


José Sola

O Universo manifesta-se dentro de um princípio de unicidade no absoluto, não se divide. Embora se apresente no relativo, nas infinitas modalidades de ser, encontra-se sempre a si mesmo, num todo completo.

O Universo é um eterno vir a ser, onde os fenômenos da natureza, nas suas multiformes manifestações no relativo, acontecem-nos mais variados pontos do mesmo, permitindo-nos, ser possível observar, os fenômenos que nos deram origem. Se os mesmos não se repetissem, no infinito da eternidade, em toda a parte do mesmo, não teríamos como conceber o princípio da vida, a razão de ser, pois os fenômenos que nos deram origem ter-se-iam modificado, eliminando desta forma nossa possibilidade de observação.

A unidade de princípio do Universo está na razão, de ser Deus, a fonte única originária da vida, o Eu diretor que se manifesta em inteligência e amor, nos infinitos fenômenos que o mesmo encerra.

Esta inteligência suprema causa primária de todas as coisas; esta fonte inesgotável de amor e vida se manifesta no Universo, insuflando a substância, plasma divino do Mesmo, com seus atributos. 

A substância é a essência constitutiva de matéria e energia; matéria é energia em movimento, em aceleração, energia é matéria degradada, decomposta. As partículas que constituem a substância são os átomos, nas suas infinitas modalidades de ser.

Mas a substância encerra ainda em seu núcleo, a centelha divina do Criador, principio inteligente que será o eu diretor da matéria, pois sem esse princípio inteligente que anima a matéria, tanto quanto, a energia, na mutação que acontece ininterrupta na eternidade, esses elementos não registrariam as experienciações vivenciadas.

É esse princípio inteligente, que insuflando a matéria a faz fremer de vida, é Ele que arquiva todas as experienciações, e vivenciações, da substância em modalidades diferenciadas de ser, conduzindo-a a evolução na eternidade. 

O átomo é um micro universo, que encerra em si potencialidades infinitas, potencialidades estas que encerram o eterno vir a ser do Universo. "Os extremos se tocam; a grande respiração do Universo é dada pela respiração do átomo".

Sendo o átomo, a partícula elementar da substância, em sua modalidade matéria, tanto quanto, energia; o vamos encontrar na condensação da nebulosa, quando esta se solidifica, a partir do hidrogênio, primeiro elemento na escala de peso atômico, denominado pai da matéria.

Outros elementos de maior peso atômico compõem a matéria, hélio, lítio, berílio, etc., até o urânio, que é o último elemento de peso atômico, onde a partir de então a matéria passa a viver os processos da radioatividade e se desintegra.

O encontramos na energia, pois o Universo espaço-tempo, que se supunha, fosse uma abstração, sabe se hoje que este espaço é constituído de prótons, nêutrons, elétrons, neutrinos, mésons e outras partículas que ainda não pudemos descobrir; tanto quanto, de antipartículas tais como; positron ou anti-elétron, anti-próton, anti-nêutron, anti-neutrinos, anti-méson e evidentemente outras que nos escapam a concepção.

Sabemos que o átomo, abastecido de energia, é a fonte principal da irradiação, é a agitação causada no espaço pelos mesmos. A esta agitação que se propaga em forma de movimento, para todos os lados, chamamos de ondas.

Jogamos uma pedra dentro d'água, e esta provoca uma agitação, que se propaga em forma de movimento, que chamamos ondas; quando batemos palmas, causamos inquietação no ar, esta se propaga em forma de ondas sonoras. 

Corpos sólidos se agitam em ondulações, pontes oscilam, copos vibram, terremotos propagam-se do centro de suas origens em ondas. Temos ondas curtas, médias e longas, no entanto, elas se propagam com uma determinada velocidade, velocidade esta que depende da fonte, tanto quanto, do tipo de ondas que podem ser mecânicas ou eletromagnéticas.

A quantidade de ondas que saem por segundo da estação emissora, chama-se a frequência ou número de oscilações, o cumprimento da onda e a frequência, são inversamente proporcionais, pois quanto mais curtas forem as ondas, maior será o número de ondas para atravessar determinada unidade do trajeto, enquanto que, as ondas longas carecem de um menor número.

As mais compridas ondas que os átomos podem produzir são aquelas que movimentam átomos inteiros ou moléculas. As ondas atômicas longas, causadas pela excitação dos átomos e moléculas, geram calor.

Existem substâncias combustíveis, em que automaticamente propaga uma oscilação de átomos e moléculas, uma vez nelas iniciada; este acompanhamento oscilatório chama-se ressonância. Transmitindo-se ondas atômicas ao átomo, os elétrons do átomo, começam a oscilar no ritmo dessas ondas, tornando-se excitados, uma vez excitados emitem os mesmos comprimentos de ondas, excitando os átomos vizinhos, propagando desta forma a oscilação. 

A luz que nos vem do Sol, devemo-la ao fato, de que os átomos de gás na sua superfície, oscilam excitados por oscilações que o atingem, provenientes do interior do Sol. Reações que se propagam automaticamente são chamadas de reações em cadeia; o fogo é uma reação em cadeia.

Depois de havermos visto, o átomo e as moléculas se movimentarem, gerando as ondas longas, o calor, vamos agora ver a luz, as ondas atômicas de comprimento médio, causadas pelos saltos dos elétrons dentro dos átomos.

O impulso inicial da luz é denominado de salto quântico, onde no átomo "excitado" por suprimento de energia, o elétron, amplia sua trajetória e sobe a degraus de energias mais elevados, voltando a sua primitiva posição de determinado comprimento. Os saltos quânticos afastam o elétron do núcleo atômico, segundo o quadrado dos números cardinais.

Quanto mais distante de seu núcleo, mais longo será o salto, mais comprida será também a onda produzida, portanto de pouca energia. Quanto mais próximo do núcleo estiver os elétrons, ao saltarem de suas órbitas, irradiarão ondas mais curtas e de maior energia.

A luz é, portanto, uma oscilação eletromagnética de comprimento de onda médio, que se irradia dos átomos, quando os elétrons, elevados a órbitas mais altas pelo suprimento de energia, recaem sobre suas órbitas primitivas, transmitindo sua energia de queda. 

Mas para conseguir raios de energia, de comprimento de onda muito curto as chamadas ondas curtas, é preciso suspender de suas órbitas os elétrons das órbitas interiores dos grandes átomos. Para que os elétrons saltem das órbitas interiores dos grandes átomos, estes são levados a temperaturas muito altas, onde se obtêm oscilações curtas de alta frequência e de energia correspondentemente elevada. 

A válvula de Roentgen é o aparelho clássico para a excitação de oscilações curtas, em que um forte feixe de elétrons é lançado sobre uma chapa de platina (78) ou tungstênio (74); em consequência, os elétrons desses grandes átomos, são fortemente excitados, até que saltam das órbitas internas, fornecendo assim oscilações muito mais curtas que as da luz, ondas estas, chamadas de raios-X por seu descobridor, o físico alemão Roentgen.

As ondas atômicas curtas, causadas pelos saltos dos elementos internos dos grandes átomos, os chamados raios x, ou Roentgen, penetram matérias leves, madeira, couro, vestimentas e também o corpo humano. 

Os raios-X, tem sido de grande utilidade para a medicina, pois, com as chapas radiográficas, tem se diagnosticado úlceras, cálculos renais, tumores internos ao organismo, etc..; tem sido aplicado também na tecnologia com o nome de roentgenografia, como um valioso meio auxiliar no ensaio de materiais. 

Os raios Roentgen, não permitiram somente a radioscopia dos materiais contra os quais eram dirigidos, mas algo de importância maior, a da própria matéria da qual provem, pois foi nos raios Roentgen, que se conseguiu reconhecer as leis dos saltos quânticos e a mudança dos degraus da energia.

No entanto, temos ondas atômicas mais curtas, causadas pela agitação dos núcleos atômicos; ao fazer-se oscilar o núcleo do átomo, provoca-se as oscilações muito mais curtas do que aquelas que se manifestam nos raios de Roentgen e, portanto, mais rica de energia, os raios gama.

Os raios gama, por aumentarem a energia na proporção do número de oscilações, possuem energia elevada e, são capazes de fazer oscilar não somente átomos leves, mas também átomos pesados. Estes raios penetram e atravessam muros de pedra, tanto quanto a parede da câmara de aço, que encerra um preparado de rádio.

Apenas o átomo de chumbo (82), o de número mais elevado e o mais pesado dos átomos inertes, não lhe sofre as oscilações, por isso que se encerram e transportam os preparados que fornecem raios gama, em cartuchos ou invólucros de chumbo.

Os raios gama são fatais aos seres vivos; por serem ondas muito curtas, provocam oscilações fortes dos átomos nos tecidos vivos, estes por sua vez, emitem como irradiação secundária, ondas térmicas de efeito escaldante, provocando uma espécie de calor frenação, que faz com que os tecidos do sangue, fervam e coagulem.

Mas temos ainda a irradiação cósmica, originada por partículas atômicas vindas do Universo. Einstein, com sua célebre equação da teoria da relatividade, afirmava que matéria era energia e que energia era matéria, em outras palavras, que a substância que origina matéria e energia é única. No entanto, os cientistas da época, por não poderem comprovar a priori, de forma matemática a tão questionada fórmula, onde (E=) energia é igual (M) massa vezes (C2) a velocidade da luz ao quadrado, refutavam esta hipótese. Porém vinte e cinco anos depois, quando os físicos se aperceberam que a pedra de rádio exteriorizava energia é que a teoria de Einstein foi aceita.

No entanto, o Universo, pretendia colaborar também com Einstein e a teoria da relatividade, pois a partir dos estudos realizados pelo físico alemão Gockel a radiação cósmica foi descoberta. 

A radiação cósmica é a energia resultante, de partículas de núcleos atômicos, prótons, que provindos do Universo, penetram a atmosfera, induzindo nos átomos do ar, fortíssimas oscilações de comprimento de onda muito curto. Os feixes de energia dessas oscilações são chamados de fótons, são frenados pelos átomos do ar e transformam-se em pares gêmeos de elétrons, positivos e negativos, bem como num feixe de mésons.

Esses mésons ao serem frenados, se transformam novamente em irradiação aparecendo um fóton, que por sua vez se dissolve em elétrons e mésons. Esse processo de transformação de matéria em radiação e de radiação em matéria se repete por doze vezes até que seja atingindo o solo, ai, os mésons e os elétrons, perfuram tudo o que se lhes opõe e a sua presença, ainda pode ser comprovada a grande profundidade da terra; portanto a radiação cósmica é a onda mais curta que conhecemos.

Já vimos que o átomo, abastecido de energia, é a fonte principal da irradiação, esta irradiação é causada no espaço pelos mesmos. É o átomo ao mesmo tempo, o elemento constitutivo da energia com que se abastece, tanto quanto, ao sofrer a agitação que é causada no espaço por si mesmo, vive uma mutação, passando a ser fonte principal da irradiação. No entanto, não existem oscilações de átomos, ou ondas, sem que haja uma fonte que provoque uma agitação.

Deus é o centro da irradiação de todas as manifestações que a vida apresenta nas suas infinitas modalidades de ser.

Deus é a fonte geratriz da energia, que se manifesta em forma de ondas, a partir da maturação da substância, na exteriorização do psiquismo, que é a individualização desta energia.

Sendo a substância, plasma divino do Criador, está à mesma, impregnada de vida imanente, que Dele se manifesta, como inteligência, amor, sexo, e infinitos outros atributos, sendo desta forma fonte de abastecimento de energia, tanto quanto, fonte de irradiação da vida, a exteriorizar-se na maturação desta mesma substância, no despontar do psiquismo.

Sendo eterna a fonte geratriz da vida, pois em o tema "Concepção de Deus", falamos com clareza, da eternidade de Deus; não há como haver interrupção, na exteriorização da irradiação psíquica, que acontece a partir da maturação da substância.

O Universo é eterno, tanto quanto Deus, pois para que o Universo houvesse sido criado em um determinado momento na eternidade, Deus teria que se haver demorado incrustado em si mesmo, sem manifestar seus atributos divinos de inteligência e de amor.

No entanto, a própria razão nega-se a conceber Deus sem Universo, tanto quanto, Universo sem Deus, pois o infinito "espaço-tempo", sabemos hoje ser energia, constituída de partículas atômicas, algumas já conhecidas pela ciência, outras que ainda não podemos conceber.

Mesmo no que diz respeito ao Universo matéria, na constituição de planetas e sóis, não há como imaginar-se o Universo "espaço-tempo", existindo sem que estes existissem. Hoje se sabe com Einstein que a matéria é a energia em movimento, em aceleração, em outras palavras, a matéria é a condensação da energia.

Aceitando a hipótese, de que por um período da eternidade, os mundos e sóis, não existiram, temos que adotar como premissa, que as leis que regem os destinos da vida no Universo, hajam deixado de se manifestar, onde o processo de evolução que se faz apresentar na condensação da energia, tanto quanto, na decomposição da matéria, que tem como resultante a maturação da substância e o despontar do psiquismo, neste período da eternidade não haja acontecido.

Mas, mesmo que o Universo matéria, não existisse desde a eternidade, como entender Deus, ausente ao Universo infinito, ou seja, "espaço-tempo"?

Se o Universo infinito é constituído de átomos e estes átomos são as partículas que formam a substância, plasma divino do Criador, não seria este, o "corpo" energético em que o mesmo atua?

Pelo que podemos ver, para que aceitemos a hipótese de que Deus criou o Universo em um determinado momento na eternidade, temos que aceitar a teoria do niilismo, onde nada existia e a partir deste nada, Deus criou o Universo e a vida, no entanto, o nada é inconcebível.

O psiquismo se demora latente nas mais variadas modalidades de ser da matéria, pois é ele, a gênese do espírito, o eu diretor da mesma, animando-a numa simbiose fecunda; a matéria freme insuflada de vida pelo impulso psíquico. 

A partir do reino mineral, o psiquismo, resultante de um processo de maturação da substância, depois de haver se demorado por bilênios muitos, ora como matéria, ora como energia, caminha de encontro à individualização.

O psiquismo que tem como fonte de irradiação a energia, não conhece limites de espaço ou de tempo, é a resultante das mutações infinitas que se fazem na substância, no eterno vir a ser que esta encerra, acontecendo a todos os momentos, nos infinitos pontos do mesmo.

Lógico de que o psiquismo não é a resultante da maturação do elemento matéria e energia contida no núcleo da substância, como o interpretam alguns espiritualistas, principalmente os ubaldistas. 

O psiquismo é a resultante da maturação da centelha divina de Deus, que também está contida no núcleo da substância, é o princípio inteligente, o eu diretor da matéria, o principio inteligente do universo, conforme nos informa Kardec em “O Livro dos Espíritos”. 

No reino minério o psiquismo se demora em estado latente, manifestando as forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em sistemas cristalográficos característicos. 

No reino vegetal, o psiquismo mostra maiores aquisições, onde a sensibilidade neste reino desperta, pois as plantas memorizam, sentem a sensação da dor, manifestam o amor, tanto quanto, a inteligência .

No reino animal, o psiquismo amplia suas potencialidades, somando a sensibilidade, a inteligência e ao amor, o instinto. Os animais sentem a dor, manifestam a inteligência, vivem o amor e atuam em grande parte de suas experiências, guiados pelo instinto.

No reino hominal, esta irradiação psíquica, depois de haver se manifestado por bilênios e bilênios, arquivando experiências, apresenta ao Universo a obra prima do Criador, "o espírito", fruto da elaboração da vida no seio da natureza. No entanto esta onda (espírito) que tem como fonte de irradiação "Deus" é eterna.

O espírito, resultante da maturação da irradiação psíquica, é eterno, tanto quanto infinito em suas potencialidades, encerra em si um eterno vir a ser, nos atributos divinos, herdados do Criador. 

Tendo o psiquismo como fonte de irradiação "Deus", percorre pelos reinos inferiores da natureza, a partir da maturação da substância, um caminho que o leva a individualização.

No entanto, esta individualização, não implica em dissociação ou rompimento com a fonte originária; houvesse esta dissociação e dar-se-ia a morte do mesmo.

O espírito é eterno, porque tem em Deus, a fonte infinita de irradiação e sustentação da vida, somos vidas irradiadas da suprema vida. Analisando a manifestação do psiquismo, no fenômeno da vida, em que ele insufla a matéria na formação dos mais variados seres, no caminho que percorre rumo à individualização, que principia no animal para completar-se no homem, nos apercebemos que esta irradiação é única.

Qualquer livre pensador, que se proponha auscultar, os fenômenos que a natureza nos apresenta, sem pensamentos pré-concebidos, se aperceberá do sequencial evolutivo no campo da inteligência, do amor, da sensibilidade e do sexo, onde a irradiação psíquica amplia suas potencialidades, numa linha diretiva única.

Sem que nos apercebamos, ao defendermos a tese de iniciação da vida humanoide, isto é, do espírito no seu despertar para a razão, na condição de uma mônada, ou energética sublimada, estamos criando duas linhas paralelas na evolução.

Ambas têm como fonte de irradiação Deus, que como visto é eterno, no entanto, uma chega a um patamar evolutivo e estaciona, esta irradiação psíquica é o animal; a outra parte da mesma fonte, no entanto, num patamar evolutivo superior ao do animal, esta vai ao infinito em evolução, é o homem.

Suster essa irradiação imanente de Deus que é a fonte originária da vida, onde o princípio evolução fosse cerceado na condição animal, seria matar o psiquismo. A evolução, mecanismo que determina a Lei Divina, pelos princípios da palingenesia ou reencarnação, não se firmaria, pois se demoraria comprometida por uma dissociação caprichosa e parcial. Onde o animal, dotado dos atributos, da sensibilidade que lhe propicia a dor, da inteligência, do amor e do sexo, tanto quanto, o homem, somente que em menor potencial, estaria fatalizado a ser sempre, um ser irracional. Enquanto que, ao homem, seria concedido o favoritismo de iniciar a vida, com a vantagem da inteligência desenvolta, agraciado ainda da benção de evoluir ao infinito. 

A Lei Divina, para ser sábia amorosa e equitativa, não pode manifestar-se com parcialidade, sustentando duas linhas paralelas de evolução, que encerram uma similitude profunda em seu desenvolvimento, em sua maturação, cerceando ao reino animal a possibilidade de evolução, concedendo ao reino humanoide a evolução ao infinito na eternidade. 

A manifestação da vida se faz a partir da irradiação psíquica na maturação da substância, onde o átomo é ao mesmo tempo energia e irradiação; quando em forma energia é a fonte de alimentação, no entanto, ao sofrer a agitação que é causada no espaço por si mesmo, passa a ser a fonte principal da irradiação.

No entanto, estes átomos que compõem a substância, não atuam no Universo, impulsionados por uma força cega, casual, estão eles submetidos a um princípio inteligente, princípio este que absorve todos os elementos que constituem a vida, sendo que o átomo, nas suas infinitas modalidades de ser, compõe estes elementos.

Relembramos a analogia apresentada por Kardec em "A Gênese", quando diz que o Universo está para Deus, tanto quanto nosso corpo está para nosso espírito, destacando, no entanto, a analogia entre a substância e o plasma sanguíneo.

A substância está para Deus, tanto quanto, o plasma sanguíneo está para o homem; os elementos que formam nosso plasma sanguíneo são os glóbulos vermelhos (hemácias), os glóbulos brancos (leucócitos), e plaquetas; os elementos que constituem a substância, emanação de Deus na vida, são os átomos.

Vós sois deuses, disse nos Jesus; sim nós somos deuses atuando no micro universo que é o ser, constituído de espírito, corpo energético e matéria. O espírito (deus) é a fonte geratriz das manifestações inteligentes, amorosas, sensuais, sensitivas, etc.; que no homem se manifesta. 

Não existem dois espíritos , alimentando, dando vida e inteligência a matéria, tampouco existem dois "Deuses" a insuflar o Universo de vida.

Embora saibamos através de Humberto de Campos pela psicografia de Francisco Candido Xavier, de que existem fenômenos anormais, em que dois espíritos reencarnam ocupando um único corpo, com duas cabeças, e isto é possível. 

Mas é impossível a dois espíritos ocuparem a sede da inteligência, a mente, se isto fosse possível, a mais desenvolta subjugaria a outra, desenvolvendo um processo obsessivo constante e a reencarnação perderia a sua finalidade. 

Assim sendo, só existe uma inteligência a fazer se aplicável nos desígnios do Universo e da vida, determinando desta forma um princípio de unidade em que o pensamento de Deus se manifesta em princípio de lei. 

Somos vidas, irradiadas da suprema vida, onde na maturação da substância, a irradiação psíquica, a partir da manifestação da vontade do Criador, inicia seu ciclo de evolução, na estrada eterna da vida, que nos conduz a perfeição infinita.

Não existem duas linhas paralelas de evolução, a evolução se faz nas experiências por que passa o psiquismo, nos ensaios diversos em que este se demora, no reino mineral, no reino vegetal, no reino animal, no reino humanoide, indo, porém ao infinito evolutivo. Repetimos com Denis: A alma dormita na pedra; sonha no vegetal; agita-se no animal; desperta no homem.

                                      Sola

domingo, 22 de março de 2015

KARDEC NA INTIMIDADE (POESIA DE ARNALDO ROCHA)

Arnaldo Rocha


No livro de Roque Jacinto
“Kardec, na Intimidade”,
Encontramos algumas pérolas
Sobre esse obreiro da verdade.


Com o título de “O Prisioneiro”,
Iniciamos a narrativa
De uma linda história,
Mostrando sua vida ativa:


Os cabelos revoltos
Com a barba se confundiam.
No escuro da cela,
Somente ali se viam


Os seus olhos faiscantes,
Que destilavam rigor,
Com cintilações estranhas
De um profundo rancor.


- Vieste... para libertar-me?
Kardec, expressando serenidade,
Após observá-lo, agora o ouvia.
- Minha mãe... falou-me em liberdade!


- Que farás da tua liberdade? -
Kardec inicia a falar.
- Vou com ela completar
O que não pude antes terminar!


E, após uma pausa breve,
Ele completou ameaçador: 
- Nenhuma ofensa ficará
Sem o justo revide, senhor!


- A tua voz ressoa ameaças, filho.
- É claro, fui ofendido!
- E quem um dia, meu filho,
Não terá sido?


- Do jeito que estás, 
Mesmo que o diretor da prisão
Te concedesse a liberdade,
Seria uma liberdade de ilusão.


- Se tu pensas que voltarei
Depois de fazer justiça, te enganas? 
Kardec o fitou com compaixão.
- Não me refiro à justiça humana -


Esclareceu prontamente, Kardec -
Digo que seguirás prisioneiro 
Do ódio e de teus próprios erros!
E essa prisão, companheiro,

Será mil vezes pior,
Quando quem te passará a cobrar
Seja a voz de tua própria consciência
A cada dia que passar.


- Que vieste, então, fazer aqui,
Se não é para me dares a libertação?
- Após te ver, proponho-te que,
Antes de buscares com ambição


A luz do dia, fora desta cela,
Que faças luz em teu coração.
E, após pequena pausa,
Kardec indagou com consideração


Àquele irmão sofredor:
- Sabes ler?
- Sim... um pouco!
- Confio-te, com todo prazer,


Este livro que poderá ser
A chave da tua libertação
De ti mesmo, meu amigo.
Estendendo a sua mão


Ao jovem prisioneiro,
Deu-lhe naquele momento
O Evangelho de Jesus Cristo
E disse como complemento:


- Um dia, tenho certeza,
Nos encontraremos novamente!
O prisioneiro, com a mão livre,
Segurou o braço de Kardec firmemente


E num apelo-ameaça disse:
- Minha mãe falou, com sinceridade,
Que és um homem piedoso!
E... esta é a tua caridade?! 


- A caridade, meu irmão,
Nem sempre é fazer a vontade
Daquele que nos pede.
Ela me aconselha, na verdade,


A dar-te tempo para refletires!
Este lugar te será
Um grande auxílio divino
No estado em que tu estás...


Algum tempo depois... à noite,
Estava Kardec trabalhando
Na revisão da Revista Espírita
E percebeu alguém entrando


No aconchego de seu escritório
E parando a seu lado silente.
- Sim... - Ofereceu-se Kardec atencioso,
Fitando o visitante educadamente.


- Venho pedir-te um favor.
- O que queres? - Kardec o olhava
Procurando assim reconhecer
Aquele com quem ele falava.


O homem suspirou...
- Um querido amigo
Está quase à morte.
Ele quer confidenciar-se contigo,


Para aliviar o coração.
- Eu conheço esse teu amigo?
- De certa forma sim!
Da última vez que esteve comigo


Eu lhe dei o livro que me destes.
Kardec fitou o visitante. 
- És tu... aquele prisioneiro?
- Sim! - disse naquele instante -


Sou aquele prisioneiro do ódio,
Que um dia deixaste na prisão
E a quem libertaste
Quando fizeste aquela doação!


- E o teu amigo?...
- Ele era o meu ofensor,
O meu grande desafeto.
O Evangelho, porém, me ensinou


A vê-lo como um enfermo,
Torturado pela desilusão.
E, tão logo obtive a liberdade,
Saindo daquela prisão,


Fui procurá-lo e servi-lo.
- Oh! Deus de misericórdia!
- Ele era um homem obsediado,
E hoje, para o bem está renovado.


- Vamos vê-lo, companheiro!
E os dois saíram, na oportunidade,
Para dar a assistência da compaixão
A quem se renovara de verdade,


Pelos atos de fraternidade do ex-ofendido.
E Kardec, a cada momento,
Enquanto caminhava, noite adentro,
Elevava a Jesus o seu pensamento,


Agradecendo-Lhe a benção
De ser testemunha do poder renovador
Que envolve toda a humanidade
Com a Sua Doutrina do Amor.

NEU e NEUrônios

Luiz Carlos Formiga

Para-choque de caminhão: "você faz parte do problema ou traz a solução?"    
Recentemente,  confessamos que "Mainha Tinha Razão", (1) e citamos uma página psicografada (2) pelo médium Divaldo P. Franco, em 1978, no Centro Espírita "Caminho da Redenção", Salvador, Bahia, publicada no Reformador, em 1979. Foram dois missivistas, José Petitinga e Vianna de Carvalho.
A correspondência foi  enviada chegando antes da fundação do NEU-Fundão (3).
Ao fazer nova leitura, ficamos refletindo sobre determinado ponto. Duas questões esquentaram os dois neurônios.
A primeira foi como interpretar o que dizem sobre a aplicação no NEU? A segunda foi sobre conteúdos adequados e estratégias, para chegar ao objetivo.
Abaixo, em negrito, o ponto referido.
"O Espiritismo revive o Cristianismo, na sua pureza primitiva, em "espírito e verdade".
Nenhum pieguismo deflui deste postulado, nem receio algum há quanto ao aproveitamento das atribuladas conquistas tecnológicas. Indispensável, no entanto, tornar o indivíduo espírita antes de outro qualquer tentame, ou seja, mais do que mero conhecedor dos postulados doutrinários, a fim de poder contribuir com o seu conhecimento técnico em favor de uma aplicação realmente valiosa."
Como tornar o indivíduo espírita? Como contribuir com o conhecimento técnico? Como avaliar se estamos diante de uma aplicação realmente valiosa? 
Essas nos fazem pensar, como aquela recomendação, que foi atribuída a Che Guevara:"Temos que eliminar todos os jornais. Nós não podemos fazer a revolução com a imprensa livre".
Devemos eliminar a liberdade de crítica da mídia independente? Devemos permitir que o governo controle os meios de comunicação?
Um ministro do Supremo Tribunal Federal diz que a liberdade de expressão tem "como único paralelo, em escala de importância, o principio da dignidade da pessoa humana, ao qual está relacionada." (4)
Na universidade, como incentivar um individuo a tornar-se democrata? Como contribuir com o nosso conhecimento técnico, para a valorização da dignidade da pessoa humana? Como descobrir se uma aplicação é realmente valiosa?
A maioria, somos principiantes em Política e em Espiritismo e por isso eventualmente nos sentimos com dois neurônios em curto-circuito. Sofreremos no terreno inóspito da universidade, já que ela não é para principiantes (5).
A "bateria fica arriada" quando percebemos que o governante pode se eleger pela esquerda e governar pela direita, podendo rotular-se como ético, utilizando a desculpa esfarrapada de que todos roubam. 
Por que será que é tão difícil manter um Núcleo Espírita na Universidade?
Será importante, neste dias politicamente complicados, insistir na manutenção de um NEU na universidade, ou não devemos semear neste terreno inóspito?
Como responder com um "NÃO", se o homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória pede a luz da sabedoria, justamente afim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre?
Antes de nós, outros quando chegaram não encontraram espiritas organizados. No futuro, na espiritualidade não poderemos dizer o mesmo. Pelo menos os que transitaram pelas estradas da educação espírita na UERJ, local onde o apagão espiritual (6) ainda não aconteceu.(7)
Problemas foram enumerados, nenhuma solução foi apontada de forma explicita, em termos de NEU ou de Democracia. No entanto, vamos lembrar o que disse um Juiz, que recebeu o "Prêmio Faz Diferença". Ele de perto é normal, sem arrogância, bravatas, onipotência ou moralismos salvacionistas: "a democracia brasileira já enfrentou desafios muito maiores no passado e nós vencemos”(8). E o Espiritismo?




(1) Mainha Tinha razão
http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2015/03/mainha-tinha-razao.html

(2) Carta aos Companheiros
http://legiaodosservosdemaria.blogs.sapo.pt/4504.html

(3) NEU-Fundão, um parto de AMOR...
http://www.recantodasletras.com.br/homenagens/1927017

(4) Pilar da democracia
http://oglobo.globo.com/blogs/blogdomerval/posts/2015/01/11/

quarta-feira, 18 de março de 2015

ESTUDOS METAPSÍQUICOS E OS DEBATES “QUÂNTICOS” DA MENTE E DA VIDA HUMANA (Jorge Hessen)


Jorge Hessen
COLEÇÃO DE LIVROS GRATUITOS.

Pode-se assegurar que a metapsíquica teve as suas raízes nas primorosas pesquisas de William Crookes, descobridor da matéria radiante, do tálio [1] e dos raios catódicos [2]. Foi um dos principais estudiosos científicos a catalogar e divulgar os transcendentes fenômenos psíquicos tais como mesas girantes, levitação de objetos, materilização, tiptologias (batidas), pneumatofonia e pneumatografias, obtidos principalmente através dos médiuns Daniel Douglas Home e Florence Cook, provocando muito interesse em face das suas manifestações em toda a Europa.

O célebre fisiologista francês Charles Richet, prêmio Nobel de medicina em 1913, fortemente motivado pela valiosa contribuição “Crookes”, trouxe a lume a obra “Tratado de metapsíquica” através da Academia francesa de ciências, em 1922. Antes disso porém, o termo “parapsicologia” é proposto em 1889 pelo psicólogo francês Max Dissoir. A expressão significa ciência que estuda os fenômenos ocultos, classificando-os em três áreas a saber: psi gama, que abrange a área mental como telepatia clariaudiência, precognição, retrocognição eclarividência; psi kappa, que estuda os fenômenos físicos como a telecinesia, a tiptologia, a levitação, o apport e poltergeister; psi theta,que pesquisa os fenômenos provocados pelos “mortos”.

Na década de 1930 o professor de psicologia da Universidade de Duke, na Carolina do norte, EUA, Joseph Banks Rhine fundou o laboratório de parapsicologia, o "Journal of Parapsychology" e a "Foundation for Research on the Nature of Man". Após vários anos de cautelosa pesquisa científica e criteriosa avaliação estatística dos resultados, Rhine publicou em 1934 a primeira edição da obra "Percepção Extra Sensorial", que teve várias edições e foi extensamente lida nas décadas seguintes.

No Brasil as pesquisas paranormais ainda não são acolhidas oficialmente no âmbito de uma universidade federal. Nos Estados Unidos da América do Norte o interesse por temas metapsíquicos e mediúnicos (psi theta) ainda é uma novidade. Há 15 anos os editores do médium americano James Van Praagh, autor do livro “Conversando com os espíritos”, se espantaram com a vendagem de centenas de milhares de exemplares do livro.

Sucessores de Sigmund Freud, que no final do Século XIX chamou de histeria e de múltipla personalidade o que os seus contemporâneos consideravam possessão, abriram um espaço para as novas respostas. Essa brecha pode ser observada nas atuais indicações do Instituto Nacional de Saúde nos EUA, onde se sugere a prece e os tratamentos espirituais (passes magnéticos) para complementar tratamentos médicos.

Outro exemplo é a ressalva do atual DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – espécie de bíblia da psiquiatria. Segundo o relatório, o clínico deve tomar cuidado ao diagnosticar como psicóticas as pessoas que dizem “ouvir” ou “ver” os “mortos” pois em algumas culturas religiosas isso pode não significar alucinação ou psicose. É a admissão antropológica da mediunidade, ou seja, uma ampla abertura para entendê-la como função psíquica.

A distância entre ciência e religião se reduziu. De alguns anos para cá os cientistas, mormente da área quântica, começam a falar como “místicos”, e místicos tentam agir como os “cientistas”, segundo diz o Dr. Patrick Drouot, físico francês, doutorado pela Universidade Columbia de Nova York e pesquisador do Instituto Monroe (EUA). Drouot é autor dos livros “Reencarnação e Imortalidade” e “Nós somos todos imortais”, que venderam milhões de exemplares nos últimos anos.

Na área “quântica”, o renomado cientista Robert Lanza criou o biocentrismo, uma “nova teoria do Universo”, que propõe a utilização de todos os conhecimentos que a humanidade adquiriu nos últimos séculos. A partir dessa perspectiva e com essas ferramentas, Lanza deu uma nova resposta à pergunta primordial sobre a morte: para o biocentrismo, esta é uma ilusão, já que é a vida que cria o universo e não o contrário. Dado que o espaço e o tempo não existem de forma linear, a morte não pode existir em seu “sentido real” – seria apenas uma ilusão da consciência. E é a consciência que, segundo Lanza, conecta a vida ao corpo biológico.

A prova estaria nos experimentos de física quântica, que demonstram que a matéria e a energia podem se revelar com características de ondas ou de partículas na percepção e na consciência de uma pessoa. Acrescentando-se a teoria de que existe uma infinidade de universos com diferentes variações que acontecem ao mesmo tempo, o biocentrismo comprova que tudo o que pode acontecer está ocorrendo em algum ponto do multiverso, ou seja, a morte não pode existir em “nenhum sentido real”.

Alguns cientistas importantes fizeram coro à teoria de Lanza, como Ronald Green, diretor do Instituto de Ética da Universidade de Dartmouth, que afirma que pensar a consciência de um ponto de vista quântico é coerente com as últimas descobertas da biologia e da neurociência sobre as estruturas da mente e da vida humana.


Referências:
[1]           Metal representativo localizado na penúltima posição do grupo 13 (mesma do boro e alumínio). Possui número atômico Z = 81 e massa atômica ponderada (entre os dois únicos isótopos estáveis) A = 204,4 u.

[2]            Feixes de elétrons produzidos quando uma diferença de potencial elevada é estabelecida entre dois                  localizados no interior de um recipiente fechado contendo gás rarefeito. Uma vez que os elétrons têm carga negativa, os raios catódicos vão do eletrodo negativo - o cátodo - para o eletrodo positivo - o ânodo