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terça-feira, 30 de setembro de 2014

O amor é o alimento do espirito na eternidade


José Sola

Deus é a vida absoluta do universo, e sendo o universo infinito, Ele manifesta sua vida nesse infinito, e na eternidade, pois o Ser Supremo da Vida, não teve começo, e tampouco terá fim.

Sendo Este a vida absoluta do universo, a lógica e a razão, nos impossibilita de aceitarmos a criação do mesmo em um determinado momento da eternidade, pois o universo é a manifestação da vida do Eterno; como e quais as razões, para que a Fonte da Vida do cosmo infinito Se omitisse de manifestar essa beleza e esse esplendor que é a vida? 

Nós que somos centelhas divinas do Criador, - o vocábulo Criador aqui aplicado, parece incoerente, mas não é não, e irei explicar a criação logo a seguir- somos imagem e semelhança Deste, e já vimos que não conseguimos parar de pensar, pois quando imaginamos não pensar, estamos pensando em não pensar.

Aquela entidade que degenerou o corpo perispiritual, transformando-se em um ovoide, como nos narra Andre Luiz em seu livro “Libertação” não havia parado de pensar, pois auscultado por Andre Luiz e por Gubio, ambos puderam apreciar seus pensamentos viciosos.

E ainda nesta mesma obra, André nos relata o fato de que as entidades trevosas obliteram o pensamento, mas não nos diz que estes pararam de pensar, mas que deram curso diferente ao pensamento, pois manifestando pensamentos cruéis, bloqueavam os pensamentos de remorso, e esta postura lhes evitava sofrer de momento.

Podemos modificar o curso de nosso pensamento, mas não podemos parar de pensar, pois pensamento é vida, se nos fosse possível parar de pensar, morreríamos, e eu não me refiro aqui a morte do corpo, mas a do espirito eterno.

Sendo semelhança de Deus não na configuração física, antropomórfica, mas virtual, como vimos de forma sintetizada, não podemos parar de pensar, e nós somos deuses como nos afirmou Jesus, estas palavras do mestre pretendem dizer-nos que herdamos de Deus seus atributos divinos, somos vidas emanadas pela vida do Eterno.

Afirmar que Deus haja deixado de manifestar seus atributos divinos de inteligência, de amor, de sexo, de insaciabilidade, de onipotência, de onisciência, e de infinitos outros de que ainda não podemos sequer nos aperceber devido a nossa imaturidade, é restringirmos a Vida Absoluta do universo, a concepção obliqua em que nos demoramos em nosso momento evolutivo.

Não existia o universo, e então onde se demorava a Inteligência Suprema da Vida, pois Esta já existia. No nada?

Mas o nada é inconcebível, é a ausência absoluta de ser, é a negação absoluta da vida, e mesmo de Deus, e perguntamos ainda, onde podemos encontrar esse nada, no universo ele não existe; estaria por ventura ausente ao universo?

Alguns confrades na tentativa de defender a hipótese de Criação do universo em um período da eternidade, defendem a premissa de Big Bang, a grande explosão a quinze bilhões de anos, mas esta não se sustenta pela lógica e pela racionalidade, e digo mais, não apenas no que concerne a doutrina espirita, mas a própria astronomia ou a astrofísica. 

E alguns espiritas afirmam que Deus existia antes de Criar o universo, evidentemente não no nada, mas não explicam onde, apenas informam que Nele mesmo.

Mas se Ele já existia, sendo infinito em suas manifestações, é natural que o universo já existia, mas já verificamos a incoerência desta hipótese, pois a mesma não se sustenta pela lógica.

Nós que somos espiritas devemos entender de que não existe este espaço para o nada, pois o universo é infinito, isto é imensurável, e para compreendermos melhor o infinito, convidamos ao leitor amigo, para que façamos uma viaje espacial, escolhamos uma direção, e vamos viajar a uma velocidade de milhões de vezes maior que a da luz, viajemos trilhões de anos luz, e então paremos um pouquinho para tomar folego. 

E após havermos percorrido este percurso, nos aperceberemos que estamos apenas em um ponto do universo, mas vamos continuar nossa viajem e agora em um período vasto da eternidade, e quando dermos uma pausa, nos aperceberemos que estamos apenas em um ponto do universo, e assim eternamente. 

Como podemos apreciar em nossa dedução, o universo infinito não permite ao nada se manifeste em “recanto” algum, pois esse infinito de que tanto falamos, é imensurável, sem limites, acredito que devamos compreender melhor o que seja infinito, pois utilizamos este vocábulo, como uma metáfora, e que ironia, pois neste caso podemos nos ater a letra, e não o fazemos.

Mas como alguns confrades atidos a letra, mas desatentos a essência, acreditam que eu esteja contrariando as palavras de Allan Kardec em o Livro dos Espíritos, estarei extrapolando essas questões, pois como sempre o nosso mestre Lionês esta correto, mas nossa visão míope, não nos permite ver com clareza.

37. O universo foi criado ou existe desde toda a eternidade como Deus?

- Ele não pode ter sido feito por si mesmo; e se existisse de toda a eternidade como Deus, não poderia ser obra de Deus.

A razão nos diz que o universo não poderia fazer-se a si mesmo, e que, não podendo ser obra do acaso, deve ser obra de Deus. 

38. Como criou Deus o universo?

Para me servir de uma expressão corrente: por sua vontade. Nada exprime melhor essa vontade todo - poderosa do que estas belas palavras do Gênese: Deus disse: Faça-se a luz, e a luz foi feita.

O universo não foi criado por Deus na concepção estreita em que compreendemos a criação, pois como dito, nos temos demorado a crer que Deus haja criado o universo a partir do nada, entretanto o nada é inconcebível, assim sendo o universo em sua manifestação de vida, teria que estar contido em Deus, mas não deixa de ser obra do Criador, pois em sua manifestação de vontade absoluta, exterioriza a vida nas infinitas modalidades de ser, e isto é criação.

Deus é o Eu, razão absoluta de todos os atributos que se manifestam na vida do universo, inteligência, amor, sexo, insaciabilidade, e infinitos outros, que sequer podemos conceber, e manifestando sua vontade Ele criou e cria eternamente, pois o universo é um eterno vir a ser, é mutável, variável, se demora num relativo constante, nele tudo se modifica e se transforma, e desta forma podemos dizer que Deus se demora ainda, e demorar-se a eternamente, a criar o universo, e esta criação se fez, faz e fará na manifestação de sua vida através de sua vontade, pois Ele se demora no absoluto; Deus é a vida do universo. 

Temos nos detido a letra, esquecendo-nos da essência fenomênica, que encerram as revelações apresentadas por Allan Kardec em suas obras básicas, e com isto, temos extrapolado de maneira equivoca muitas questões inseridas em O Livro dos Espíritos, e por consequência as temos destituído da lógica que estas encerram, tenho tentado equalizar algumas questões cuja extrapolação apresentada não suporta a lógica e a razão, dentre muitas, lembro a questão do livro dos espíritos, em que alguns espíritas afirmam que o espírito não tem sexo, não vou me deter em detalhes, pois escrevi quatro textos sobre esta matéria, textos estes que foram publicados pela revista Espiritismo & Ciência, edição especial.

E quanto à questão da criação, se interpretarmos a resposta apresentada pelo espírito da verdade, observando literalmente a letra, teremos que acreditar em uma criação, em que Deus se demorasse ordenando a vida, para que esta acontecesse, vejamos: Deus disse faça se a luz e a luz foi feita, entendo que o espírito da verdade se utilizou desta expressão, como uma metáfora, pois do contrário seriamos levados a crer na criação bíblica, em que Deus criou a terra o céu e tudo que nele existe em seis dias, havendo descansado no sétimo, entretanto como uma metáfora ela responde perfeitamente a questão, demonstrando que o Criador manifesta a sua vontade na obra da Criação. 

Infelizmente nos demoramos ainda deficitários no campo da comunicação não desenvolvemos um meio direto para expressar o que desejamos dizer, e nos demoramos presos a letra, que sem duvida alguma nos facilita a comunicação, quando tratamos de questões corriqueiras da vida, entretanto, quando vamos tratar de questões que transcendem nosso momento evolutivo, nos sentimos incapazes, e acabamos nos atendo ao vocábulo de maneira literal, apreendemos com as obras básicas de Allan Kardec, e em outras obras de grandes vultos da doutrina, que os espíritos superiores se comunicam através do pensamento, um dia chegaremos lá, mas por hora temos que nos esforçar, procurando a essência dos fenômenos inabituais, que nos pedem a aplicação da lógica e da razão, para serem compreendidos.

Quando nos referimos à criação, consequentemente nos deixamos ater, ao ato de criar um corpo que nos seja possível mensurar, em que utilizamos as mãos para criar este objeto, entretanto, a palavra criar tem uma abrangência muito maior, e lembramos que, tudo o que formos elaborar construir, edificar utilizando as mãos, antes o criamos através da mente, para só então materializar, nosso pensamento. 

Lembramos que a utilização das mãos, para construirmos algo, só é necessário, enquanto encarnados, pois André Luiz nos informa em seu livro “Obreiros da vida Eterna” que os mentores espirituais, dentre estes ele era um dos participantes, que os espíritos criam através da mente, elementos variados, e para isto, utilizam a força de vontade aplicada, e a ideoplastia mental, energia gerada pelo cérebro, esta energia é o pensamento.

E para explicitarmos e corroborarmos o que estamos afirmando a respeito do poder da mente, lembramos outra vez, nosso amigo André Luiz, pois em seu livro “Obreiros da Vida Eterna”, no capitulo O Sublime Visitante, nos revela uma experiência realizada no curso de seu aprendizado, junto ao amigo espiritual Cornélio no Santuário da Benção, experiência esta em que Cornélio estaria materializando o tronco de uma arvore, enquanto os chefes das missões entrelaçariam energias criadoras fixando o lago tranquilo, e os demais, entre estes André Luiz estariam formando as folhas das arvores e a vegetação contornando as águas serenas, bem como as características do trecho de firmamento que deverá cobrir a pintura mental; e os participantes desta experiência, fixando a mente nestes elementos que constituiriam esta passagem, materializaram o quadro mental que idealizaram, proporcionando-lhe vigor e vida, embora esta paisagem fosse instantânea, passageira.

Na construção de mundos, sois, e colônias espirituais, o processo de elaboração é o mesmo, com a diferença que as energias que propiciam a formação destes corpos são mais condensadas, e lembramos ainda, que estes tem um psíquico, que modela a matéria e lhe dão consistência e durabilidade, enquanto que a ideoplastia mental, é uma energia muitíssimo rarefeita e por isto mesmo de estabilidade momentânea.

No capitulo IV do livro dos médiuns, Allan Kardec questiona o espírito de São Luiz, vejamos:

1. O fluido universal é uma emanação da divindade?

“Não”.

E alguns confrades interpretam nestas palavras, que o fluido universal seja uma criação de Deus, isto porque acreditam em um Deus que está externo ao universo, criando a vida, mas quando compreendemos que o universo é infinito, e que Deus, envolve este infinito com Seu Ser Supremo, quando passamos a entender de que o universo esta para Deus, tanto quanto nosso corpo esta para nosso espírito compreendemos que a resposta de São Luiz, esta correta, é lógica, pois assim como nosso espírito envolve todo o nosso corpo energético, e nosso corpo de matéria, vitalizando-os, pois o espírito é o eu inteligente que manifesta a vida nesses corpos, Deus esta no todo do universo, envolvendo o mesmo de vida, e não precisa emanar o fluido universal, pois este envolve o universo infinito, como o sabemos Ele é Onipresente, isto é, esta em toda a parte, para que Deus tivesse a necessidade de emanar o fluido universal, Ele teria que estar aparteado do universo, mas já vimos que esta possibilidade não se sustenta, enfim, o fluido universal não é emanação de Deus, é essência do Criador, está presente no universo infinito, assim como a fonte que o manifesta.

Sendo Deus a vida do universo, e sabendo ainda de que Ele é Onipresente, isto é, esta no todo do infinito universo, e após havermos compreendido ainda, que nos movemos em Deus, como se movem os peixes e batráquios no oceano, apresentamos uma analogia entre Deus e a essência da agua, assim como os seres aquáticos se movem e se sustentam na agua, a vida se movimenta e se sustenta na essência do Criador.

E o espirito inteligente - pois conforme Kardec, o espirito é o principio inteligente do universo, - é a centelha divina do Criador, esse espirito se move em Deus, pois o espirito do Ser Supremo da Vida, esta em simbiose com o universo, o que nos leva a concluir como já explicitado que nosso espirito se movimenta no Espirito que é a vida absoluta do universo; Deus.

E como já o informamos em o texto, “A Possibilidade de um espirito atravessar outro” nós só não atravessamos Deus, porque este se manifesta como Vida do universo, e o universo é infinito; e como atravessar o infinito?

O Ser Supremo da Vida, não opõe resistência ao espirito, pois este é vida de sua Vida, podemos afirmar que Deus, sendo a vida do universo, contém, absorve, e alimenta a vida em seu amplexo infinito, desde a substância, que em sua mutação constante, ora é matéria, ora é energia, até ao espirito mais perfeito, do universo, que nos é impossível conceber. 

E este alimento Ele o manifesta no universo infinito, de maneira que atenda a vida do ser, independente de seu momento evolutivo, o verme no lodo do solo, se sente realizado com a vida em que se demora.

No reino do minério a força magnética, que envolve o mineral, em sua permuta de atração, e repulsão abastece-se das energias de que necessita para preexistir, e continuar sua romagem rumo a evolução, na eternidade. 

No reino vegetal, as plantas se alimentam do adubo e da água, absorvendo energias que lhe permitam percorrer as etapas milenares, que a conduzirão a benção de sonhar no reino animal.

Já os animais racionais e irracionais para obterem o alimento, desenvolvem no ciclo da vida uma cadeia alimentar, em que necessitam predar os mais lentos, ou mais fracos, e por um período de tempo esta atitude da parte dos mesmos é normal. 

E me direis sim o que você nos apresenta sobre a alimentação não nos é novidade, e sabemos ainda que o homem necessita trabalhar para obter seu alimento, se não trabalhar, o maná não cai do céu.

Concordo, e Jesus nos esclarece neste sentido quando nos afirma, ajuda-te que o céu te ajudara, mas o que não devemos nos esquecer de é que a possibilidade do trabalho, não deixa de ser elementos que Deus nos oferece para ganhemos o nosso pão.

Enquanto nos demoramos encarnados, o Ser Supremo nos oferece o alimento apropriado para abastecer o nosso espirito, e o nosso corpo, mas não descura em nos alimentar ainda através da energia, pois todos nós sabemos que parte de nossa alimentação é absorvida pelo processo respiratório.

E somos informados ainda por André Luiz de que quando desencarnamos, carregamos ainda por um período de tempo na espiritualidade as influencias da matéria, e sentimos a necessidade de nos alimentarmos.

E conforme vimos em o livro “Nosso Lar” somos a principio alimentados com caldos e sucos, e conforme vamos nos libertando das influencias materiais, vamos deixando de viver essa necessidade.

Conforme já vimos, a evolução vai ao infinito na eternidade, e como Deus é eterno e na eternidade sempre manifestou a vida, pois Ele é a vida do universo, concluímos que existem espíritos de uma evolução que nos escapa a percepção.

E esses espíritos se alimentam do amor, essência divina que Deus manifesta na vida, e independente da condição evolutiva em que se demorem, absorvem da vida o necessário para seu sustento na eternidade.

Mas importa lembrar de que este amor, alimento do ser eterno, se demora contido em Deus no absoluto, e embora nos demoremos no relativo, embora sejamos a pulverização desse absoluto, estamos contidos nessa fonte inesgotável de vida.

Em palavras analógicas, assim como a massa aquática propicia aos peixes e batráquios a benção da vida, e os meios de alimentação, - pois fora d’água eles morreriam - Deus propicia no universo ao eu inteligente, a eternidade, pois ele é eterno, e nós que somos vidas de sua vida herdamos Dele seu atributo de eternidade, e de Sua essência nos sustentamos.

Por não termos como penetrar os arcanos da vida, enquanto ainda nos demorávamos na substância, e acredito mesmo que este fenômeno jamais descobriremos, - mas que nos demorávamos isto é lógico e racional, pois não temos como nega-lo,- já vimos que não existe o nada, já vimos que ao universo nada se adiciona, tampouco nada se subtrai e esta apreciação nos leva a concluir que já existíamos em Deus desde toda a eternidade, propiciando-nos desta forma o direito de nos afirmarmos eternos.

Alguns confrades palestrando, ou através de escritos, afirmam que somos criados por Deus a partir de um momento qualquer da eternidade, entretanto se assim fosse, não seriamos eternos, pois tudo o que tenha um principio deixa de ser eterno, crendo desta forma, poderemos apenas afirmar que preexistiremos para a eternidade.

Este raciocínio que estamos desenvolvendo nos autoriza a concluir, sustentados pela lógica e pela racionalidade, que fazemos parte da Vida Suprema do Eterno, desde a eternidade para toda a eternidade. 

Que nos demoramos em simbiose com Deus, enquanto centelhas divinas contidas na substância, e não importa o quanto hajamos evoluído na eternidade, nos demoraremos contidos ainda e sempre pela fonte de vida do universo.

Cada ser, no momento evolutivo em que se demore, absorve da fonte infinita da vida, o amor, na proporção e essência, que o baste em suas necessidades, pois embora seja este amor único, atende o momento diferenciado de cada ser, o mesmo esta contido no todo do universo, e por sintonia responde a condição evolutiva de cada ser, pois o trazemos como um eterno vir a ser, no núcleo de nossa alma.

Em analogia a esta premissa, lembro que André Luiz nos informa de que, quando o espirito ingere a alimentação em Nosso Lar, ele adiciona a esse alimento o sabor que o mesmo possui quando elaborado na vida material.

É logico que assim como a criança deixa de desejar as mamadeiras e os mingaus, passando a desejar um alimento mais substancioso e mais rico de sabor, o espirito em sua evolução, também necessita modificar o sabor e a essência de seu alimento, e isto na eternidade. 

E finalizando, lembro que o amor é o alimento eterno da vida, e não importa a evolução que hajamos conquistado na eternidade, será sempre o amor a fonte primeira de alimentação do ser, e quanto mais evoluído for o espirito, melhormente usufrui desta substância divina que se manifesta de Deus no infinito do universo.



                                                                          Sola

DEFUNTO “FRESCO”

Luiz Carlos Formiga


O depoimento foi impactante. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, irmão do Henfil, nos conta como se tornou portador do vírus da AIDS. Portador de hemofilia contaminado pelo sangue, antes de começar o seu relato ele nos olha, com aqueles olhos expressivos e verbaliza. “Vocês estão me olhando pensando: - esse cara vai morrer”. “Eu tenho uma péssima notícia para lhes dar. Vocês também vão morrer!”. (1)

Na AIDS, década de 1980, estávamos diante de uma morte anunciada. Num acidente de avião ela acontece, é uma fatalidade. Betinho emocionou-nos no filme intitulado “Um fim sem sentido”, onde a Universidade do Brasil oferece contribuição para a prevenção da doença.

A produção do Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, NUTES/UFRJ, é de 1987, colorido e com duração de 40 minutos. Ele é um musical com fins didáticos, visando esclarecer dúvidas sobre a transmissão do vírus HIV. Nele há a participação de profissionais conhecidos pelo grande público das telenovelas. Artistas e cientistas se unem para a ação em educação em saúde. Tivemos a oportunidade de discuti-lo, naqueles dias, também em várias casas espíritas, trabalhando junto aos grupos jovens. Hoje vamos necessitar de filmes que atinjam a terceira idade e discuta a questão da sexualidade, ressuscitada pelo “Viagra”. No filme “Um fim sem sentido” abriu-se a discussão com os jovens. Nele encontramos a homossexualidade, os preconceitos e o perigo que correm toxicômanos usuários de drogas endovenosas.

Na AIDS um problema importante é a troca leviana de parceiros. Esse comportamento é comentado de forma jocosa, muito antes do HIV adaptar-se ao organismo humano. O romance é cantado assim:

Eram duas caveiras que se amavam e à meia-noite se encontravam. Pelo cemitério os dois passeavam e juras de amor então trocavam. Sentados os dois em riba da lousa fria, a caveira apaixonada assim dizia, que pelo caveiro de amor morria e ele de amores por ela vivia. 

Ao longe uma coruja cantava alegre ao ver os dois caveiros assim felizes e quando os dois se davam beijos fúnebres, a coruja batendo as asas, pedia bis.

Mas um dia chegou de pé junto um cadáver novo de um defunto e a caveira pr'ele se apaixonou e o caveiro antigo abandonou. O caveiro tomou uma bebedeira e matou-se de um modo romanesco, por causa dessa ingrata caveira que trocou ele por um defunto fresco.

Tanto o filme, quanto a interpretação de Alvarenga e Ranchinho são imperdíveis. (2) Certamente, neste caso a morte não foi ocasionada pela AIDS, mas, hoje, fica claro que necessitamos de ações que visem o maior acesso da população às informações relacionadas à AIDS. Políticas públicas satisfatórias para os idosos precisam ser pensadas. (3)

Um depoimento de paciente, nesta faixa etária, nos fará lembrar o Betinho e a importância do Ministério da Saúde:

- “Olha, teve uma época que eu já pensei em me envenenar... Eu comprei refrigerante para tomar com chumbinho...” (4)

Será que o leitor lembra o nome do Ministro da Saúde?

Estado inchado é inoperante. Só nos lembramos daquele ministro que foi demitido, mas ainda permanece no cargo. Qual a colaboração que o candidato, em quem o leitor votou, ofereceu ao direito à vida? Um jornalista colecionador de pérolas políticas disse que “os maus governantes são eleitos pelos bons cidadãos que votam mal.” O cidadão vota, cruza os braços e vota quatro anos depois. (5, 6)

Nem com um escândalo de corrupção por semana seremos capazes de mudar a ideologia, depois de lavagem cerebral e mentiras deslavadas no horário eleitoral.

O diagnóstico da AIDS na população idosa é muitas vezes dificultado, porque há uma tendência geral a não cogitar a possibilidade desta doença nessa faixa etária. Considerando que as infecções, nessa idade mais avançada, tendem a se desenvolver com maior velocidade, e o preconceito prejudica o tratamento, devemos estimular o uso de preservativos, que é a única forma de minimizarmos o impacto da AIDS nesta população, diz Mariângela Simão, do PNDST/AIDS. (7)

Mulheres portadoras do vírus em idade fértil não querem engravidar por medo de passar a AIDS para os filhos. (8)

Os extremos se tocam. E quando uma criança é contaminada?

O que significa para uma criança ser portadora do vírus? Os sentimentos de choque, culpa, negação, medo, raiva, tristeza, barganha, aceitação e resignação identificados, pela médica Kubler Ross, em adultos não se aplicam ao caso das crianças.

Mesmo para o adulto, a morte é um verdadeiro tabu. É situação que todos vamos vivenciar e deixamos sempre para pensar depois.

A noção de morte é nebulosa no universo infantil. Para elas o que é assustador é a reação dos adultos à sua volta. A saúde depende também de um ambiente físico, emocional e espiritual equilibrado. Quando o adulto não sabe o que fazer a criança se sente perdida e sua saúde é abalada.

Depois de passar por todas as fases descritas pela médica Kubler Ross a mãe que perdeu uma criança com 9 meses nos ofereceu o seguinte depoimento: "G. teimava em continuar viva, sobrevivendo além do tempo que calculavam que pudesse resistir. Era uma agonia para mim vê-la lutar pelas lufadas de ar. Então, apanhei-a nos braços e conversei com ela, dizendo-lhe que ficaríamos ali sentadas juntas até que partisse. Uma hora e meia se passou e senti finalmente que ala ia embora, senti que deixava de lutar. Cinco minutos depois deu seu último suspiro... vi sua alma subir, flutuando rumo à janela do outro lado do quarto, e senti que ela estava livre... livre enfim da dor e do sofrimento.

Não sei por que nos ensinam a ver a morte de forma tão perturbada e assustadora. Naquela noite de setembro em que G. morreu, senti a morte como um processo mais do que natural e, de certa forma, tranquilo. Pareceu-me que quando deixei de resistir, rendendo-me a ordem natural das coisas, meu bebê pode fazer o mesmo. Senti que a estava ajudando a se libertar do corpo, à qual aprendera a se apegar em apenas nove meses. (9)

Quando alguém morre na idade dourada geralmente não nos rebelamos, mas como compreender a Lei de Justiça de um Deus que permite o nascimento de crianças cegas ou com AIDS? (10, 11, 12)

Uma busca no site Youtube com as palavras - vídeo, prevenção, AIDS, idosos - vai apontar mais de 1300 vídeos. Que critério deveremos utilizar para selecionar aquele filme que atenderá aos nossos propósitos? Que critério o articulista utilizou para selecionar a letra de Alvarenga para falar da troca de parceiros? Considere que o autor estava pensando em, ao mesmo tempo, divulgar a Doutrina Espírita e a prevenção da infecção pelo HIV, acima dos 50 anos de idade. Para ele isso é importante, pois considera a existência de duas formas de caridade, numa única oportunidade.

Como fazer um vídeo para uma campanha intitulada “Sexo não tem idade, proteção também não”? Considere que essa iniciativa está voltada para a prevenção da AIDS, acima dos 60 anos. 

O Brasil vem deixando de ser uma nação jovem. O país possui 20 milhões de indivíduos acima de 60 anos. Em 2025 estará na sexta posição quanto a maior população de idosos no mundo. Os casos de AIDS crescem consideravelmente entre pessoas acima dos 50.

Como selecionar os vídeos, sobre Doutrina Espírita, endereçados a essa faixa etária?

Como produzir novos vídeos sobre Justiça Divina para essa faixa etária no ano de 2025?

E os vídeos sobre a prevenção da AIDS, como fazer?

Nesses casos, serão filmes para campanhas e, portanto, voltados para atrair grandes públicos.

Consideremos que o espectador é um sujeito ativo, possuidor de um lugar próprio, que pode ser distinto daquele lugar a partir do qual o vídeo lhe fala. Teremos que assim considerar a metodologia de produção da mensagem; a expectativa da recepção desta população alvo, e, ainda, como os dois eixos se situam no processo comunicativo.

Fácil filmar com celulares ou palestras nos centros espíritas, mas produzir material educativo para colaborar no processo de prevenção, de evangelização espírita, é mais trabalhoso. Por isso muitos vão parar por aqui, até que chegue um novo defunto fresco, produzido por outro articulista. (13)

O cidadão vota, cruza os braços e vota quatro anos depois!

Ainda escuto o Betinho.

“Eu tenho uma péssima notícia para lhes dar!”.

Referencias:


www.videoteca.uff.br/?q=node/7615.  Código: H01898003. Origem: BRA. Ano de produção: 1986.
(2)  Romance de uma caveira
(3)  O que pensam os idosos sobre a AIDS: representações sociais e práticas.
(4)  AIDS em idosos: vivências dos doentes
(5) Pense Antes
(6)  Direito à vida. Vote certo e evite que leis contra a vida sejam aprovadas
(7)  Aids na terceira idade
(8)  Decisão pela maternidade diante da soropositividade para o HIV/AIDS: desejos e dilemas   
(9)  As epidemias (1990) e essas pobres crianças
(10) As Ciências Biomédicas, os doutores, o Espiritismo e os cegos de nascença.  
http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/AS_CI_BI_D_ESP_CEG_NAS_LCF.html
(11) Uma reflexão Espírita da Justiça Divina
(12) Justiça e fé
(13)  Representações e recepções: o endereçamento de campanhas educativas sobre AIDS.
Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – IX ENPEC
Águas de Lindóia, SP – 10 a 14 de Novembro de 2013














segunda-feira, 29 de setembro de 2014

MEDIUNIDADE E RESPONSABILIDADE


Por Leonardo Paixão (*)

            “Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência e feliz nos sentimos de haver podido comprovar que o nosso trabalho, feito com o objetivo de precaver os adeptos contra os escolhos de um noviciado, produziu frutos e que à leitura desta obra devem muitos o terem logrado evita-los.
            Natural é, que entre os que se ocupam como Espiritismo, o desejo de poderem pôr-se em comunicação com os Espíritos. Esta obra se destina a lhes achanar o caminho, levando-os a tirar proveito dos nossos longos e laboriosos estudos, porquanto muito falsa ideia formaria aquele que pensasse bastar, para se considerar perito nesta matéria, saber colocar os dedos sobre uma mesa, a fim de fazê-la mover-se, ou segurar um lápis, a fim de escrever”
Allan Kardec, O Livro dos Médiuns - Introdução

            A mediunidade é fenômeno que encontramos através dos registros históricos em todas as épocas e culturas da Humanidade.
A faculdade mediúnica está presente em todo ser humano e, por este fato, é que os fenômenos mediúnicos estão presentes em todas as idades do Mundo.
No entanto, a mediunidade tão perseguida por alguns e tão incompreendida por muitos, ganhou status de maioridade quando da publicação no ano de 1861, no mês de janeiro, de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec. 
No item 35 da Primeira Parte, capítulo III – Do Método, diz Allan Kardec ao aconselhar o método de estudo para a compreensão do Espiritismo: - O Livro dos Médiuns. Destina-se a guiar os que queiram entregar-se à prática das manifestações, dando-lhes conhecimento dos meios próprios para se comunicarem com os Espíritos. É um guia, tanto para os médiuns, como para os evocadores, e o complemento de O Livro dos Espíritos. Vemos assim que O Livro dos Médiuns é a continuação de O Livro dos Espíritos. O confrade Pedro Camilo, da Bahia, observa que da Obra da Codificação Kardequiana, só duas obras tiveram por título “O Livro” e são elas O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns.
Colocado isto é necessário refletir em algo óbvio: o subtítulo de O Livro dos Médiuns – Guia dos Médiuns e dos Evocadores. Muitos espíritas, e, infelizmente, temos visto dirigentes a agirem assim, consideram que O Livro dos Médiuns é para ser estudado apenas por médiuns e em reuniões de prática mediúnica, nada mais equivocado do que esse pensamento. Na Introdução, da qual citamos acima seus dois primeiros parágrafos, Kardec deixa claro que se dirige aos que se ocupam do Espiritismo e estes são todos os que simpatizam com a Doutrina Espírita, que estão frequentando as Casas Espíritas e os que já têm anos de caminhada na Doutrina. Em resumo, a obra é para todos os que desejam conhecer de modo seguro a forma de tratar diretamente com médiuns, mediunidade e Espíritos.
Muitas correntes espiritualistas há que trabalham com a mediunidade, porém, afirmamos com segurança, que nenhuma Filosofia, nenhuma Religião, nenhuma outra Doutrina, traz para a Humanidade os conceitos dignificantes e racionais com que nos deparamos nos postulados espíritas.
Aos espíritas, em geral, e aos trabalhadores da mediunidade como um todo, em especial nas fileiras do Espiritismo, é válido deixarmos aqui a lembrança das últimas palavras do lúcido Instrutor Espiritual Emmanuel, ao prefaciar o livro Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier:
“Todavia o que destacamos por mais alto em suas páginas é a necessidade do Cristo no coração e na consciência, para que ão estejamos desorientados ao toque dos fenômenos.
Sem noção de responsabilidade, sem devoção à prática do bem, sem amor ao estudo e sem esforço perseverante em nosso próprio burilamento moral, é impraticável a peregrinação libertadora para os Cimos da Vida.
(...)
Cada médium com a sua mente.
Cada mente com os seus raios, personalizando observações e interpretações.
E, conforme os raios que arremessamos, erguer-se-nos-á o domicílio espiritual na onda de pensamentos a que nossas almas se afeiçoam.
Isso, em boa síntese, equivale ainda a repetir com Jesus:
- A cada qual segundo suas obras.
Emmanuel”
Para encerrar vamos colocar aqui orientações de uma médium experimentadíssima nas lides mediúnicas, Yvonne do Amaral Pereira:
“A prática da mediunidade é um compromisso sério assumido com a lei de Deus e a própria consciência, e por isso jamais alguém deverá desenvolver a sua faculdade mediúnica sem antes conhecer as regras necessárias ao bom êxito da iniciativa”.
(...)
“Daí a prudência e a vigilância aconselharem o candidato a fazer uma iniciação doutrinária prévia: conhecer as leis que regem o exercício da faculdade mediúnica e a sua finalidade; avaliar a delicadeza do compromisso que assume, as responsabilidades que as atividades que virá a exercer acarretarão e até mesmo os perigos que correrá, exposto às investidas dos Espíritos desencarnados menos bons ou sofredores”.
“(...) para que a mediunidade apresente bons frutos, servindo aos fins traçados pelas leis divinas, será necessário que o candidato a esse delicado posto adote a moral exposta nos Evangelhos”.
“A tarefa de médium, que poderá ser elevada ao grau de missão se ele souber conduzir-se como homem e como medianeiro, é o auxílio ao próximo, encarnado ou desencarnado, é fazer de sua faculdade fácil instrumento para os Espíritos se revelarem, instruindo os homens (os próprios obsessores e os suicidas instruem e muito lhes devemos, pois com eles aprendemos algo sobre obsessões e as consequências do suicídio), estabelecendo o intercâmbio educativo do alto para a Terra e assim colaborando para conduzir a humanidade à compreensão e ao cultivo da Verdade”.
“Não será, porém, apenas escrevendo belas páginas que o médium poderá aprimorar-se. A cura da obsessão, que recupera duas almas antagônicas, ou mais de duas, devolvendo-as ao caminho do Bem e da Justiça, é tão venerável, ou ainda mais, quanto o livro que reeduca o coração, fornecendo-lhe equilíbrio para a conquista do progresso, visto que através dos Evangelhos e da Codificação realizada por Allan Kardec o mesmo equilíbrio também poderá ser adquirido. Desde a prece humilde, elevada a Deus com amor, até ao mais retumbante fenômeno realizado pelos Espíritos, por seu intermédio, poderá o médium atingir a sublimação da própria faculdade, se bem compreender a responsabilidade assumida”.
“Que, pois, medite um pouco aquele que desejar desenvolver a própria faculdade, antes de se sentar à mesa dos trabalhos mediúnicos e de franquear as comportas do seu dom às forças ocultas da Natureza”.
(PEREIRA, Yvonne do Amaral. À Luz do Consolador. Rido de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1997. Pp 136 a 141 (Necessidade de Sublimação).
Também o espírito Camilo Castelo Branco pela médium Yvonne Pereira adverte:
“Homem! Irmão, que, como eu, descendes do mesmo Foco Glorioso de Luz! Alma imortal fadada a destinos excelsos no seio magnânimo da Eternidade! Apressa a marcha da tua evolução para o Alto nos caminhos do Conhecimento, reeducando o teu caráter aos fulgores do Evangelho do Cristo de Deus! Cultiva as tuas faculdades anímicas no silêncio augusto das meditações nobres e sinceras; esquece as vaidades depressoras; relega os prazeres mundanos que para nada aproveitam senão para excitar-te o sentidos em prejuízo das felizes expansões de ser divino que em ti palpita; alija para bem distante do teu coração o egoísmo fatal que te inferioriza no concerto das sociedades espirituais... pois tudo isso mais não é que escolhos terríveis a dificultarem tua ascensão para a Luz!... Rasga teu seio para a aquisição de virtudes ativas e deixa que teu coração se dilate para a comunhão com o Céu... Então as arestas do calvário terreno que palmilhas serão aliviadas e tudo parecerá mais suave e mais justo ao teu entendimento aclarado pela compreensão sublime da Verdade, pois terás dado abrigo em teu seio às forças do Bem que promanam do Supremo Amor de Deus!... E depois, quando te sentires afeito às renúncias; quando fores capaz das rígidas reservas necessárias ao verdadeiro iniciado das Ciências Redentoras; quando tiveres apartado o teu coração das ilusões efêmeras do mundo em que experimentas a sabedoria da Vida, e empolgada se sentir a tua alma imortal pelo santo ideal do Amor Divino – que teus dons mediúnicos se entreabram qual preciosa e cândida flor celeste, para a convivência ostensiva com o Mundo Invisível, despetalando aljôfares de caridade fraterna à passagem dos infelizes que não souberam a tempo se precatar, como tu, com as forças indestrutíveis que à alma fornece a Ciência Imarcescível do Evangelho do Cristo!”
Uma singela homenagem a O Livro dos Médiuns:
PÁGINAS DE LUZ
            Há 150 anos, após exaustivas pesquisas, Allan Kardec dava a lume O Livro dos Médiuns (1), um trabalho de fôlego a reunir os mais diferentes tipos de fenômenos e as mais diversificadas formas de mediunidade.
            Inteligência incomum, o Nobre Lionês observa que a mediunidade está dividida em duas grandes classificações: efeitos físicos e efeitos inteligentes. A sua observação irá ratificada por outros sábios que investigarão os fenômenos da psique humana. Na Metapsíquica, Ciência fundada pelo prêmio Nobel de Fisiologia, o Dr. Charles Richet, este classifica os fenômenos metapsíquicos em objetivos e subjetivos; os doutores Thouless e Wiesmer, designaram os fenômenos de Psi-Kapa (físicos) e Psi-Gama (mentais); Ernesto Bozzano, o sábio metapsiquista italiano, que escreveu proficuamente sobre os fenômenos paranormais, usou do método utilizado por Kardec e de maior segurança: o Controle Universal do Ensino dos Espíritos.
            O Livro dos Médiuns ou Guia dos Evocadores, não é livro para enfeitar prateleiras ou ser aberto apenas em estudos especializados. Não, ele é fonte segura de orientação a todos os que desejam experimentar o contato com o Invisível. Nele as diretrizes para as reuniões saudáveis e para o aprendizado dos mistérios de além-túmulo.
            Nenhum tratado de Metapsíquica ou de Parapsicologia que se lhe tenha superado, mesmo a propagada Transcomunicação Instrumental (TCI) encontra respostas em suas páginas de luz.
            Animismo, Obsessão, casas mal-Assombradas, Poltergeist, Refutação aos Sistemas e modos outros de encarar o Espiritismo, está tudo lá com uma argumentação sólida baseada na razão e nos fatos.
            Ler, reler, estudar e meditar este tratado de Fenomenologia Parapsíquica, é dever de todo espírita consciente da necessidade do estudo e de sua colaboração com a Vida Maior para o bom andamento do Consolador no seio do mundo.
            A Allan Kardec o nosso respeito e a nossa veneração.
            Kardec ontem, Kardec, hoje.
            Alberto, guia do médium
            (Página recebida no dia 28/07/2011 pelo médium Leonardo Paixão).
(*) - Leonardo Paixão é Orador espírita (que tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da Doutrina Espírita), articulista, poeta, tem críticas literárias publicadas no site orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns artigos no jornal eletrônico O Rebate. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas consoladoras.

Blogs: gesemeadoresdapaz.blogspot.com.br

           formiga-paixao.blogspot.com.br

Comemorando a vida




POR IRIÊ SALOMÃO DE CAMPOS COMUNIDADE ESPÍRITA A CASA DO CAMINHO (*)



Da infância na roça, no interior de Minas Gerais, aos dias presentes, d. Isabel Salomão de Campos percorreu certos 90 anos completos, sendo mais de 60 dedicados à família e à Doutrina Espírita. Uma jornada de vida longa e produtiva por si só é motivo de muito regozijo, mais ainda acrescentada à dedicação elevada ao Evangelho Segundo o Espiritismo.

João de Freitas, seu mentor espiritual, nos primeiros momentos do aprendizado mediúnico, sempre norteado para a cura dos males múltiplos que assolam todos que sofrem e também para a divulgação do Evangelho, guardando sempre a total fidelidade a Allan Kardec. O livro “Rosas do meu jardim”, em sua segunda edição, lançado esta semana, é portanto, uma multicomemoração ou comemoração de uma vida vivida em nome do Cristo, nosso “Jesus amigo”, expressão eternizada por dona Isabel em conversas domésticas, nos atendimentos para o tratamento mediúnico e ao longo das reuniões na A Casa do Caminho.

As frases que compõem o volume não pretendem ser ensinamentos mágicos ou mantras a serem repetidos. São reflexões variadas sobre os ensinos de há muito tempo trazidos por Jesus e recordados em toda a sua pureza pela espiritualidade maior através da palavra de dona Isabel, nos muitos trabalhos realizados pela médium na Comunidade Espírita A Casa do Caminho. Esta casa, que em maio completou 40 anos, é no dizer do eminente pesquisador dr. Jorge Andréa: “É a arca de Noé da Doutrina Espírita”.

Trabalho e trabalhadora, não na mesma e exata ordem, completam-se ao mesmo tempo em que se confundem, na poesia do ideal e propagação, ensino e exemplificação da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.

Desejo, do fundo do meu coração, que aproveitem a singeleza das pétalas contidas em cada palavra das frases que perfumam este pequeno jardim-livro “Rosas do meu jardim”. Jardim este que podemos levar a todo canto e, nos momentos necessários, inalar o perfume que brota da vibração dos ensinos de cada página.

Tomando emprestadas as palavras de Sérgio Bittencourt escritas a seu pai Jacob do Bandolim, para minha mãe, só posso dizer “que, mais do que seu filho, me tornei seu fã”