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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Desenvolvimento da Psique e Criatividade da Mente

José Sola
No organismo do Universo, manifesta-se um mecanismo, regido por um princípio inteligente e amoroso, que interage aos infinitos fenômenos que o compõe.
Este princípio de inteligência e de amor é o pensamento de Deus a manifestar-se em forma de lei, determinando e regulamentando os fenômenos que constituem a vida no cosmo.
Esta inteligência e este amor, ao manifestar-se no Universo, geram um campo de harmonia absoluto, onde a Consciência cósmica atua como parâmetro de aferição, quanto ao equilíbrio e a ordem reinante no mesmo.
Havendo um Deus único a reger o Universo, apenas um pensamento se manifesta no mesmo, e embora dissociemos os atributos do Criador, esta dissociação não existe, os mesmos se manifestam em unicidade de princípios.
A harmonia cósmica é a resultante de uma simbiose de inteligência e de amor, onde a Inteligência se manifesta através de um princípio racional, que transcende a mais lúcida razão humana, enquanto que, o amor é o berço em que a vida imanente de Deus nasce, desenvolve-se e sublima-se.
Sendo Deus, fonte de manifestação da inteligência e do amor ao infinito, é a Suma perfeição, por isto que, a harmonia do Universo é absoluta, pois, para que haja harmonia, há que haver ordem e equilíbrio, atributos estes, que só a perfeição infinita pode propiciar.
A Consciência cósmica do Universo manifesta-se no infinito do mesmo, como um princípio de lei que determina a manifestação da vida, em suas modalidades, evolução, inteligência e amor, tendo como resultante a harmonia de conjunto.
Vidas derivadas da suprema vida de Deus trazemos em estado latente, na condição de um eterno vir a ser, herdados do Criador, seus atributos de inteligência e de amor, o que nos torna, imagem e semelhança do Mesmo, não na configuração física, antropomórfica, mas virtual.
Herdamos do Criador seus atributos divinos, e dentre os infinitos atributos que herdamos esta o da consciência, que nos permite aferir nossa harmonia ou desarmonia com a harmonia que se manifesta de Deus no universo.
O psiquismo ou centelha divina está contido na substância, que é o plasma divino do Criador, como um eterno vir a ser, isto é, encerra em si as potencialidades infinitas que se manifestam de Deus no Universo.
No entanto, inicia sua individualização a partir do reino mineral, onde a partir de então, exterioriza seus potenciais pelo processo da maturação, princípio que determina a lei da evolução.
O eterno vir a ser, que encerra os potenciais contidos na substância, e, que no reino mineral, vegetal e animal, denominamos de psiquismo, quando no reino humanoide, é o inconsciente puro.
O inconsciente puro é o núcleo das potenciações infinitas que se demoram em estado latente, aguardando o momento de maturação para manifestar-se.
O inconsciente puro é o centro da vida, ponto de partida das energias diretivas do espírito, a distribuir-se por toda a estrutura do psiquismo.
O inconsciente puro é a fonte de todas as iniciativas, psíquicas ou intelectivas, que se manifestam da parte do Eu eterno, é o ignoto, o eterno vir a ser.
Esta energia desenvolve-se a princípio, através das maturações nos reinos inferiores da natureza; em seguida, quando o psiquismo se individualiza, pelas experiências em que este se demora, no entanto, em qualquer das circunstâncias tem como berço a matéria.
Entretanto, o inconsciente puro, não se manifesta isoladamente no campo de forças do ser, temos outras camadas ou zonas, que denominamos inconsciente passado ou arcaico, inconsciente presente ou atual, superconsciente e consciente.
O inconsciente puro é o elaborador das demais manifestações, seja nas camadas do inconsciente ou do consciente, pois são estas a resultante da maturação e vivenciação de experiências vividas da parte do espírito.
O inconsciente passado ou arcaico é o arquivo de todas as maturações e experiênciações, vividas pelo Eu eterno, na multimilenar caminhada, percorrida pelo mesmo, nos reinos inferiores da natureza.
Esta camada do inconsciente é a responsável por determinados automatismos com que nos manifestamos na vida, dizemos determinados, porque há automatismos que se manifestam no campo do consciente, sendo um automatismo de superfície e não de profundidade.
O ato de caminhar, ou ainda de falar, não o desenvolvemos no campo do consciente, pois o consciente se manifesta no desenvolvimento de nosso cotidiano, é intelectualismo e análise, e não se apreende a falar, nem tampouco a caminhar, no curto espaço de tempo de uma reencarnação.
É através do processo palinginético, nas infinitas experiências e vivenciações, realizadas pelo espírito, que se conquistam estes automatismos de profundidade.
No entanto, existem automatismos de superfície que se desenvolvem no campo do consciente, ou seja, são a resultante de atos que se automatizam pelo excesso de repetições vividas no cotidiano, como por exemplo: dirigir.
Toda experiência ou movimento, quando consolidados da parte do espírito, penetra a zona do inconsciente passado, onde permanece ativando os impulsos ou movimentos autômatos que se manifestam no ser.
Quanto mais haja vivenciado o espírito, maior será o lastro de experiênciações adquiridas, pois esta zona do inconsciente arquiva todas as experiências realizadas pelo  Ser, através dos évos.
Podemos afirmar que, é no inconsciente passado que os vórtices energéticos do espírito se encontram enraizados, absorvendo experiências da zona consciente e, por processo inverso nutrindo a vida material, através dos impulsos vibratórios, que se manifestam em forma de tendências e aptidões.
O inconsciente presente ou atual é a zona que se encontra mais próxima ao consciente, é nesse campo de vibrações que se manifestam os efeitos psicológicos, tais como: neuroses, psicoses, depressões, etc. Seria ainda neste campo de vibrações energéticas, que aconteceria o extravasar das vibrações deseqüilibrantes que se exteriorizam no consciente em forma de loucura.
O pensamento, energia ideoplasmática, tem como fonte originária o inconsciente puro (espírito), neste núcleo de irradiação da vida é que nasce esta energia.
No entanto, sofre mutações e adaptações das camadas do inconsciente passado e atual, revestindo-se das energias vibracionais que se demoram nesses núcleos de potenciações, manifestando através do consciente as informações assimiláveis ao nosso conceptual.
O homem (espírito) é tal qual um gerador energético, que funciona em circuito fechado, ou seja, gera energia e se auto alimenta desta mesma energia; o inconsciente puro é o princípio gerador da ideoplastia, enquanto que o consciente devolve esta energia trabalhada pelas experiências adquiridas, para o campo do inconsciente passado.
 O consciente é o campo de manifestação dos inconscientes puro e passado, é no consciente que se exterioriza o potencial adquirido, tanto quanto, é pelo consciente que se matura o eterno vir a ser contido no espírito ou inconsciente puro.
Na condição atual em que se demora o espírito na terra, é regido em suas ações, pela energia mental que se manifesta no campo do consciente.
O consciente é o campo de energia mental em que o homem (espírito), vive seu momento evolutivo, é neste campo de energia, que o mesmo se demora vivenciando as experiências do cotidiano, assimilando através das informações e aprendizados, conhecimentos que vão enriquecer seus valores intrínsecos com os valores adquiridos.
Importa lembrar, entretanto, que só assimilamos os valores externos ao nosso eu, porque trazemos esses valores em latência no inconsciente puro, pois não existissem essas potenciações em estado de latência, não existiria campo para a assimilação das informações recebidas, mas como retro informado, o inconsciente puro, é um eterno vir a ser.
As informações que recebemos e assimilamos, não são outra coisa que não, potenciações idênticas as que trazemos no inconsciente puro, como um eterno vir a ser, entretanto por serem mais vividos, esses espíritos já maturarão essas potenciações e  ao passar-nos  seus conhecimentos, acordam-nos as potenciações intrínsecas que trazemos no núcleo da alma.
A ciência refletindo as condições evolutivas do homem (espírito), tem se demorado no campo da análise, catalogando os efeitos, para, por dedutivas tentar encontrar a causa dos fenomênicos.
Limitado como se detém o espírito em sua evolução na terra, não lhe é possível conceber ainda as potencialidades infinitas que traz em si mesmo, isto porque, o consciente está contido no inconsciente, ou seja, o consciente é uma manifestação do inconsciente puro.
Somente é possível ao espírito ter alguns vislumbres desses potenciais, quando alcança uma condição evolutiva maior, pois a partir de então, amplia-se o campo do consciente, e, harmonizado com Lei que rege o Universo, o espírito reflete algo de seu eterno vir a ser, contido em seu micro universo.
Quando a consciência atinge a condição de superconciência, o homem (espírito) passa a ter uma concepção maior da vida; começa a se aperceber do porque das coisas; da razão de ser do destino e da dor; ou seja, transforma-se em super homem do futuro.
O consciente, agora transformado em superconciente, pelo ampliar conquistado na evolução do ser, permite ao mesmo, entre em harmonia com o Criador, e, uma simbiose divina acontece, onde o espírito se encontra a si mesmo, e, descobrindo-se, se apercebe que é o fenômeno dos fenômenos, é a resultante da maturação de todos eles.
A partir de então, passa a ter uma percepção mais acurada dos porquês, e, não mais se detém a observar os efeitos na ânsia de encontrar a causa, mergulha em seu micro universo, encontra-se a si mesmo em harmonia com a natureza, e então, como parte integrante da vida, abrange o fenômeno por completo, observando a causa e deduzindo os efeitos.
Espíritos grandiosos, como o de Jesus, não se demoram a observar efeitos para por análise deduzir as causas; harmonizados com a natureza observam o todo do fenomênico, partindo da causa para atingir o efeito.
Como arquiteto divino do planeta Terra, Jesus anteviu todos os fenômenos e suas resultantes a partir da nebulosa, se apercebeu Este, do potencial infinito contido nesta energia, que estaria a conceber as multiformes modalidades de vida, que hoje se manifestam no planeta.
Para os espíritos superiores, da hierarquia de Jesus e outros infinitos que habitam o universo, a nebulosa, lhes esta na condição do Gameta que propicia a vida biológica, assim como Alexandre se demorou mapeando os gametas que iriam formar o corpo de matéria de Segismundo, Jesus mapeou os elementos da nebulosa que estaria formando a terra, e verificou com antecipação, de tudo que já aconteceu, esta acontecendo e vai acontecer - lógico que estou aqui apresentando uma analogia, mas esta se sustenta pela lógica - não devemos ter medo da vida, pois tudo o que nela se manifesta esta contido no mecanismo da evolução.
Trazemos em potencialidade em nosso inconsciente puro (espírito), o eterno vir a ser, as conquistas gloriosas que nos estão reservadas; somos vidas derivadas da suprema vida de Deus, somos deuses, e no decorrer deste tema, verificaremos que as palavras de Jesus não se aplicam como uma metáfora mas como uma veracidade inconteste.
Embora hajamos feito uma dissociação das diferentes modalidades de ser das energéticas da alma, denominando de inconsciente puro as potencialidades infinitas que trazemos em estado latente, a espera de manifestar-se pelo processo da maturação (evolução); de inconsciente passado e presente, as experiências adquiridas, resultantes de um processo em que o inconsciente e o consciente, em circuito fechado maturaram essas experiências, essa dissociação não existe.
Dizemos ser o inconsciente puro o centro de irradiação da alma, mas, não devemos entender este centro de irradiação como centro espacial; embora seja o cérebro a sede da inteligência, e acreditemos tenha a epífise participação direta neste fenômeno, não quer isto dizer que, as energéticas outras do inconsciente e do consciente sejam periféricas a esta.
Assim como, no planeta Terra temos uma rede infinita de energias ocupando o mesmo espaço, sem que com isto se misturem e percam sua individualidade especifica, o espírito irradia e absorve as energéticas do pensamento, ocupando o mesmo espaço sem haver necessidade de dissociação destas energias.
As manifestações do inconsciente e do consciente acontecem ao mesmo tempo, sem interrupção ou dissociação, em unicidade de princípios que nos escapam por hora a percepção, pois se não se manifestasse a todo o instante o inconsciente puro, interromper-se-ia a evolução; não se manifestassem a todo momento os inconscientes  passado e presente, e, não haveria o destino do homem, que é traçado pela manifestação desta energética, definindo lhe o carma; não estivesse o consciente ativo a todo instante, ininterruptamente, a desempenhar suas funções e o raciocínio do homem não se faria, pois é este,  campo de exteriorização do pensamento (ideoplastia mental).
O espírito desenvolve seus potenciais, ou seja, os atributos divinos herdados do Criador, através da energética do inconsciente, onde esta energética recolhe no consciente os valores correspondentes, somando potencialidades para a glória da vida que lhe esta reservada na eternidade.
E embora respeitando as ciências que estudam o comportamento da psique, a psicologia, a psicanalise, e a psiquiatria, - estas ciências, embora respeitáveis, pois colaboram no alivio de alguns distúrbios emocionais, - se demoram ainda analisando e observando a questão em seu periférico, e isto acontece por não aceitarem ainda, que a fonte de todas as sensações e manifestações da mente humana, estão no espirito eterno, não são a resultante de um psíquico que tem como causa das células neuronais.
E devemos lembrar ainda de que muitos distúrbios emocionais que se manifestam na mente do paciente, não trazem suas raízes no consciente, então as causas desses distúrbios, não se demoram na vida atual, as causas dos mesmos, se demoram no inconsciente passado, isto é, em outras reencarnações, e grande parte de nossos amigos da ciência, não aceitam a reencarnação.
Aceitando a imortalidade da alma, e a reencarnação, penetramos os arcanos do psiquismo, e entendemos que guardamos arquivados em nossos inconscientes atual, passado ou arcaico, as vivenciações e experienciações todas, adquiridas pelo eu inteligente, na evolução ininterrupta que fazemos através da evolução anímica.
E se compreendessem que a vida não é a resultante de uma casualidade, se atentassem para o principio de ordem e equilíbrio, se entendessem que o amor não é a resultante de uma atração entre dois seres, dois elementos, etc., mas que a atração é  a resultante do amor, se compreendessem que a inteligência que se manifesta na vida, não só na humanidade, nos animais, nas plantas, enfim em todos os seres que nos rodeiam, compreenderiam que toda a ação praticada no campo do bem, assimilada pela mente humana, gera equilíbrio paz e felicidade, entretanto, toda a ação praticada no campo do mal, gera distúrbios e desequilíbrios, aceitariam a existência da Lei Divina que é o pensamento de Deus na vida.
Mas já tempos cientistas que acreditam na imortalidade, na reencarnação, e que estudam o campo da psique com maior profundidade, mas é natural que eles assim como nós, nos demoremos limitados nas descobertas maravilhosas que nos é possível realizar, pois só podemos assimilar aquilo que já haja sido vivenciado por nós, então temos um campo vasto de estudos e analises a realizar no campo do consciente, e dos inconscientes atual e passado, mas por hora no que respeita ao inconsciente puro, só podemos ter alguns vislumbres, pois seus efeitos ainda nos são um ignoto, um eterno vir a ser.
Mas analisando as manifestações de nossa mente, nos demoramos deslumbrados, com o mecanismo perfeito que é o cérebro humano, pois o mesmo assimila informações através do consciente, quando as mesmas não são mais necessárias ao homem em suas atividades cotidianas, essas experiências são arquivadas no inconsciente atual, e só se manifestarão no consciente, através de uma regressão ou auto regressão da memoria.
E além de encerrar no inconsciente puro, como um eterno vir a ser, todas as potencialidades que o espirito vivera na eternidade, desenvolve ainda através de um mecanismo extraordinário, uma criatividade, criatividade esta que lhe permite manipular experiências vividas que se demoram no consciente, e mesmo no inconsciente atual, e pelo processo da auto regressão, propiciando a imagem que busca nos arquivos profundos da mente, “vida própria” tanto quanto a possibilidade de se pronunciar através da palavra.
As vezes acontece com alguém que se demore apaixonado, mas que não seja correspondido pela pessoa desejada, viver um sonho, e neste sonho ser correspondido em seus desejos pela pessoa amada (imagem) passando mesmo a receber caricias desta, e não apenas caricias físicas, mas também através da palavra, mas ao acordar se apercebe que nada mudou, que sua paixão continua a detesta-lo.
Em outras oportunidades com alguém que já haja desencarnado no caso um esposo ou uma esposa, e neste sonho nossa mente cria uma imagem que nos corresponde, vivendo conosco um relacionamento tão perfeito como se estivéssemos encarnados, e além dos atos que acontecem em um relacionamento, a  pessoa amada (imagem) nos responde as perguntas, e apresentando uma independência absoluta, nos apresenta caricias físicas e verbais mesmo.
E sabemos que nos dois exemplos citados, - existem muitos, mas escolhi esses por serem mais marcantes e mais comum de acontecer - não aconteceu um relacionamento entre dois espíritos, pois no primeiro caso a vibração magnética repulsiva não permite este acontecimento, pode acontecer e acontece entre entidades infelizes, mas neste caso não haverá correspondência amorosa, da parte do espirito, este só se submete subjugado pela força magnética do parceiro, isto acontece como um ato violento de espíritos ainda trevosos.
No segundo caso, se o parceiro que se encontra na espiritualidade, já foi socorrido, se for um espirito evoluído, não se demorara vivendo um relacionamento físico com o encarnado, pois depois que desencarnamos somos socorridos pelos amigos da espiritualidade maior, e começamos a realizar mudanças em nosso eu eterno, e algumas mutações em nossos órgãos digestivos, tanto quanto genésicos acontecem, conforme informados por André Luiz.
No que concerne a alimentação, deixamos de viver a necessidade de ingerirmos alimentos sólidos, densos, a principio nos alimentamos com caldos energéticos, mas conforme formos evoluindo essa necessidade desaparecerá, passaremos a nos alimentar do amor, essência de Deus na vida do universo.
E quanto a sexualidade, modificam-se as funções dos órgãos genéticos, e deixamos de viver a necessidade da copula, nos relacionamos apenas através do magnetismo e do amor, e isto quer dizer que não houve a presença espiritual de nosso parceiro, nosso sonho não passou de uma criação da mente.
 Com isto não pretendo de maneira alguma afirmar que não existem sonhos em que outros espíritos participem, mas estes sonhos são nítidos, e não existe qualquer desejo libidinoso, quando nos defrontamos com o amor de nossa vida, sentirmos pelo mesmo um amor divino, um respeito sublime, a simples presença do ser amado nos repleta de felicidade. 
E no intento de corroborar a premissa que aqui apresento - e chamo de premissa não porque não sejam fatos, mas porque nem todos haverão atentado para esses fenômenos - lembro que nosso querido André  Luiz nos fala desse poder criativo da mente  em seu livro Obreiros da Vida Eterna, no capitulo: O Sublime Visitante, a pagina é 45.
Não vou transcrevê-lo na integra, pois é longo, e estou apresentando o capitulo e a pagina desta obra maravilhosa, mas sintetizando lembro de que Cornélio, junto a espíritos outros, trabalhadores espirituais que trabalhavam no campo de assistência a favor nos necessitados, formam uma grande arvore, um lago, um horizonte que reflete o azul do céu, gramas e flores circundando esse lago, e que após haverem criado a imagem idioplastica, (mental) através da vontade aplicada da mente, deram vida a essas imagens.
Este foi o cenário divino idealizado para receber um sublime visitante, Asclépios que passou a fazer parte integrante desse cenário maravilhoso, dirigindo sua palavra de carinho e de estimulo a todos os presentes, com certeza reduzindo sua condição evolutiva, para melhor fazer-se compreendido por seus irmãos de caminhada eterna.
Fazendo uso da lógica e da razão, somos levados a concluir que enquanto nossa mente repousa, manifesta esse poder de criatividade, lógico de forma inconsciente, animando e dando vida e movimento as formas ideoplasticas, elaboradas pela mente, propiciando mesmo a expressão do verbo, pois conforme nos informa André Luiz, os galhos da arvore balouçavam a brisa suave do vento, e esta brisa, este vento, não fizeram parte da criação mental dos presentes.
Com este tema não pretendo de forma alguma haver apresentado uma resposta definitiva a tão maravilhoso fenômeno, qual é a manifestação da consciência, do pensamento da mente, e por muito o estudemos, nesta breve síntese que apresentei, informo que a evolução vai ao infinito, e é a mente o instrumento propulsor da evolução, pois guardamos no inconsciente puro, um eterno vir a ser; não nos esqueçamos, pensamento é espirito, é vida.
A consciência é instrumento precioso de aferição, de que se utiliza a Lei Divina, pensamento de Deus a manifestar-se no infinito do Universo, orientando-nos e conduzindo-nos, de encontro a felicidade.
Por isto que, a aplicação da Lei Divina, não sofre adulterações e mudanças, porque o próprio espírito elabora pelo processo da maturação, no determinismo evolutivo que se manifesta de Deus na vida, o instrumento que o predispõe a assimilar, a harmonia ou desarmonia em que se detém, tornando-se desta forma, o construtor de seu próprio destino, e, o juiz se seus próprios atos.
O espiritismo, estudando a energética do pensamento, penetrou-lhe os arcanos do inconsciente, descobrindo lhe os recantos misteriosos, e, muito longe de deter-se no campo periférico do consciente a catalogar efeitos, como o tem feito a ciência, nas disciplinas da psicologia da psicanálise, e da psiquiatria, apresenta-nos as causas e os porquês das manifestações desta energética, oferecendo-nos a possibilidade de nos descobrirmos a nós mesmos, exterminando para sempre, o ignoto que nos acabrunhava, outorgando-nos o titulo de cidadãos conscientes do Universo.
Muito distante da concepção estreita da teosofia e da teologia, onde pretendem estas, que Deus fere o homem, através da consciência, punindo - o por não haver este assimilado os determinos de sua vontade, o espiritismo nos apresenta um Deus, que é fonte originária da vida, a manifestar-se no infinito do Universo, em seus atributos de inteligência e de amor, e que nós somos vidas originárias desta vida, dotados do livre arbítrio, orientados, entretanto, por esta consciência, na regência de nossos destinos. 



                       


Es  Esquema   representativo da psique, (manifestação da consciência)
       O inconsciente puro é o manancial energético da alma; deste se exteriorizam os potenciais         infinitos do ser.
-          O inconsciente passado é a energética do pensamento que arquiva as experiências vividas pelo espírito, a partir da individualização do ser.
-          O inconsciente atual arquiva as experiências mais recentes ou atuais.
-          O consciente é campo de exteriorização dos inconscientes, tanto quanto, campo receptivo, apto a assimilação de experiências provindas de outras fontes, experiências estas que somam na maturação da energética da alma; é a zona energética que possibilita ao espírito se manifeste na matéria, participando das vivências do cotidiano.
-          A consciência é a resultante de uma diferença vibracional, entre a energética do inconsciente puro, que é perfeita e harmônica, pois é o núcleo de potenciações que manifestam os atributos divinos do Criador, com as energéticas dos inconscientes passado e atual, onde estas energias foram adulteradas no campo do consciente, ao haverem sofrido as influenciações do meio ambiente, como também de outras mentes.



Obs: Os vocábulos utilizados, nas temáticas que versam a psique, são em maioria da autoria do doutor Jorge Andréa; os que não fossem de sua autoria ele os incorporou em seus trabalhos.

                     

José sola

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

OS ESPÍRITAS E A CONSCIÊNCIA CRÍTICA

Por Leonardo Paixão

Há uma avalanche de obras mediúnicas sendo editadas atualmente e é espantosa a velocidade com que vem a público, deixando perplexos aqueles que, ao entender Kardec e outros pesquisadores dos fenômenos psíquicos, sabem do cuidado que se deve ter ao se colocar uma obra para o público em geral. O público estará preparado para discernir o joio do trigo? Está alicerçado em obras que o tempo consagrou a fim de avaliar devidamente a nova literatura mediúnica que explode no mercado editorial brasileiro? Os médiuns por sua vez, têm seguido o exemplo da prudência que teve Yvonne Pereira ao guardar suas produções mediúnicas durante décadas a fim de serem avaliadas com rigor?
Certo é que em Espiritismo não há nenhum Índex Prohibitorum e, por isso mesmo, é que o direito da pesquisa e da crítica justa, a auxiliarem os neófitos, são atos que merecem louvor, porém, o que se vê são espíritos e médiuns a esquivar-se de tal, numa atitude incoerente diante de uma Doutrina que prima pela razão, não a razão fria somente, mas aquela que nos conduzirá a um nível elevado de consciência.
Para um estudo criterioso do Espiritismo, necessário é o conhecimento, além das obras da Codificação, das que nos legaram outros pesquisadores. Não diremos que se haverá de conhecer todas as obras e todos os autores, mas é preciso um esforço para a leitura de muitas destas obras que dão desenvolvimento à obra kardequiana. São eles (os pesquisadores):
Adolfo Bezerra de Menezes; Albert de Rochas; Alexandre Aksakof; Alfred Erny; Arthur Conan Doyle; Cairbar Schutel; Camille Flammarion; Canuto Abreu; Carlos Bernardo Loureiro; Carlos Imbassahy; César Lombroso; Deolindo Amorim; Epes Sargent; Ernesto Bozzano; Frederic Myers; Gabriel Delanne;Gustave Geley; H. Dennis Bradley; Hermínio Miranda; Ian Stevenson; Inácio Ferreira; J. Arthur Findlay; Jayme Cerviño; Johan karl F. Zöllner; Justinus Kerner; Léon Denis; Oliver Lodge; Osvaldo Melo; Paul Gibier; Robert Owen; Willian Crookes; Willian Crawford; José Herculano Pires.
Estes são alguns nomes, há muitos outros. Quanto às obras mediúnicas recomendamos as de Zilda Gama, Francisco Cândido Xavier, Yvonne Pereira, João Nunes Maia, Júlio Cezar Grandi Ribeiro, Eurícledes Formiga, Divaldo Franco e Raul Teixeira. A extensão de suas obras nos dão décadas de estudo e meditação. Claro que há médiuns outros na atualidade realizando belo trabalho, mas estes sempre nos dizem da necessidade do estudo das obras básicas e subsidiárias.
Poderão argumentar alguns desavisados que tais obras estão ultrapassadas, que são necessárias novas pesquisas, ao que responderemos que as dúvidas em relação aos fenômenos espiríticos e anímicos, se encontram respondidas em tais obras e que, em relação às pesquisas, elas são necessárias, desde que feitas sem prevenção e por pessoas honestas, sejam estas adeptas ou não do Espiritismo, o que vale no campo científico ao se avaliar a temática da sobrevivência do Ser é a sinceridade.
Engana-se quem acha que basta somente a literatura mediúnica para comprovar a imortalidade da alma. E mais, com a materialização que a recente literatura mediúnica tem dado ao Mundo Espiritual, ao invés de favorecer a dúvida e a ânsia por pesquisa, ela estimula a que se pense que os espíritas são um bando de alienados a se deliciar com tolas fantasias do Além.
Nunca é demais a recomendação de Allan Kardec para tudo se analisar com a mais fria razão e, como aconselha o Espírito Erasto "é melhor rejeitar dez verdades a aceitar uma só falsidade, uma só teoria errônea" (O Livro dos Médiuns, item 230).

Sexualidade. Nem Morte nem Prisão Perpétua


Luiz Carlos Formiga 

Tags. Uganda, homossexualidade, direitos humanos,
cidade estranha, carnaval, prostituição, mediunidade, fatos e fotos.   

Os resultados de um estudo polêmico realizado por um grupo de 14 cientistas, em Uganda, concluiu que a homossexualidade "não é genética", mas uma opção derivada de uma conduta social "anormal". Sob severas críticas internacionais, o grupo de estudiosos, mesmo assim, sustenta que "é um comportamento anormal que é aprendido através das experiências da vida".
O presidente de Uganda referendou o relatório e disse que a homossexualidade é produto da educação recebida, e assim um fator corrigível. Afirmou, ainda, não estar preocupado com o efeito que a nova lei terá nas relações internacionais do país. Afirmou que "as relações entre países devem se basear na igualdade, não no servilismo”. Aconselhou a “não transformarem esse assunto em um problema, porque quanto mais o fizerem, mais perderão".
O presidente dos Estados Unidos advertiu que a assinatura dessa lei controvertida seria um retrocesso na proteção dos direitos humanos que complicaria a relação entre os dois países.
A minuta do projeto, hoje transformado em lei, foi apresentada em 2009 com a pena de condenação à morte. A lei agora fala em prisão perpétua. (1)
Na Terra todos estamos comprometidos no campo da sexualidade e somos “máquinas em reparo”. O problema do sexo é do espírito e não do corpo, e só pelo espírito será solucionado, como disse o espírito Joanna de Angelis, em “Ante o Sexo e o Amor, livro Espírito e Vida.na WEB.(*)
Assim, cada espírito possui conta própria na Justiça perfeita.
Chico Xavier fez revelação, em caráter íntimo, que nos permite compreender determinadas mudanças profundas nos costumes na atual sociedade. Espíritos residentes em imensa cidade espiritual, situada na região do Umbral retornariam ao Planeta (reencarnação). Em desdobramento, Chico presenciou desfiles, tipo carnaval, de multidão de entidades que se esmeravam em suas exibições de natureza pornográfica, erótica e debochada. Os “mais graduados” eram conduzidos em tronos nos carros alegóricos, em formato de órgãos reprodutores, masculino e feminino. Parecia uma festa de despedida daqueles que até então viviam em cômoda situação. O inapelável decreto reencarnatório alcançava também os maiorais. (2)
A Alemanha hoje possui o rótulo de “O Bordel da Europa”(3)
Recentemente, no Brasil, foi apresentado ao Congresso um projeto de Lei que regulamenta a profissão de prostituta. (4) Por enquanto o “habeas-corpus” não se presta para a obtenção de salvo conduto para garantir o direito de exercer a profissão de prostituta sem controle do Estado. (5)
Como deve se sentir o espírito de uma profissional alemã, após a desencarnação? Como se sentirão os responsáveis pelos projetos de leis humanas, na espiritualidade, diante da realidade da “alma imortal”?
Quem vivencia a nova realidade (6) é Gabriela, que dá nome ao projeto do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ).
 Analisando-se o discurso de mulheres que se vendem de forma institucionalizada e o silêncio do seu comprador, concluiu-se que a coisificação da mulher é indispensável para a grande cidade, como é a lata de lixo para a família. Ela desempenharia o papel de defesa da ordem coletiva e o da satisfação dos impulsos recônditos dos homens. A bibliografia e o dia-a-dia revelaram que existe uma grande contradição em torno da prostituição, pois, ao mesmo tempo em que ela é recriminada como algo nocivo à sociedade, é tolerada, servindo como importante estabilizador social, que cumpre várias funções. (7) A idealizadora da grife Daspu, Gabriela Leite, morreu de câncer, aos 62 anos. Ex-prostituta da Boca do Lixo, em São Paulo, da zona boêmia de Belo Horizonte e da antiga Vila Mimosa, no Rio, Gabriela tinha curso superior e estudou ciências sociais na USP (8)
O espírito Emmanuel, pela mão do psicógrafo Chico Xavier, médium de grande credibilidade, disse que ”O sexo, na Terra, muitas vezes é apontado à conta de porão emotivo”. 
No plano espiritual, só agora muitos poderão entender o que disse o médium de Uberaba: “não podemos mudar o passado, mas qualquer um pode começar agora a fazer um novo fim.”
Na Revista Espírita, maio de 1859, Allan Kardec responde a um artigo de 13 de abril, escrito pelo abade Chesnel, no Jornal Univers. Kardec explica que o artigo era redigido num espírito completamente diferente. Por sua moderação e conveniência de linguagem mereceu resposta. Por iniciativa de Kardec, o artigo foi colocado na íntegra na Revista Espírita. Alguns acharão que o texto é longo e que a refutação não é menor. Vamos ficar apenas com um item, quando Kardec responde critica feita aos médiuns, pelo abade. Chesnel diz que o médium “só fala com clareza das coisas que conhece”.
Kardec pergunta como explicar o seguinte fato, e centenas de outros do mesmo gênero, que se reproduzem inúmeras vezes e que eram de seu conhecimento pessoal? Em seguida narra o ocorrido.
Um de meus amigos, excelente médium psicógrafo, pergunta a um espírito se uma pessoa que ele não via há quinze anos ainda pertencia a esse mundo. O Espírito responde: “sim, ela ainda vive, mora em Paris, à rua tal, número tanto.” Ele vai e encontra a pessoa no endereço indicado. Foi uma ilusão? Seu pensamento poderia sugerir-lhe essa resposta? Se, em certos casos, as respostas podem coincidir com o pensamento, é racional concluir que se trata de uma lei geral?
Julgamentos precipitados são sempre perigosos, porque podem ser desmentidos pelos fatos que não foram observados. Kardec diz que o Espiritismo nos desvenda o mundo dos invisíveis, como o microscópio nos desvendou o mundo dos infinitamente pequenos, cuja existência nem suspeitávamos.
Como será que o abade explicaria o, fato recente, que aconteceu com Dr. Julio Cesar de Sá Roriz? (9)
Como explicaria a cirurgia, feita por um espírito materializado, na presença do Dr. Paulo Cesar Fructuoso e de outros médicos? (10). Todas as testemunhas ainda pertencem a esse mundo, estão “vivas”. Podem ser questionadas e certamente mostrarão fatos e fotos. Afinal a máquina fotográfica não alucina.
“A educação da alma é a alma da educação”, afirma o espírito André Luiz, no livro Conduta Espírita, lição 42, Perante a Instrução. (11)

(1)  http://www.politicanarede.com/2014/02/presidente-de-uganda-assina-lei-que.html
(2)  http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/12/chico-revela-cidade-estranha.html
(3)  http://noticias.br.msn.com/video/default2.aspx?videoid=4ac0fd1d-9bb1-4c95-a773-1aa35d25195c
(4)  http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano/133544-ex-prostituta-fundou-a-daspu.shtml
(5)  http://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/438430/habeas-corpus-hc-8277-sp-1998-0093554-1
(6)  http://www.jornalterceiravia.com.br/noticias/pais/33352/morre_ex-prostituta_gabriela_leite,_criadora_da_daspu..
(7)  http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/F_autores/FORMIGA_
Luiz_tit_Sexo_Artigo_de_Compra_e_Venda.htm
(8)  http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2013/10/10/morre-gabriela-leite-criadora-da-daspu-511677.asp
(9) http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/EFEITO_INTELIGENTE_LCF.html
(10) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2013/10/dr-frederick-von-stein-cura-e-mudanca.html
(11)http://www.autoresespiritasclassicos.com/Chico%20Xavier
/Chico%20Xavier%20-%20Serie%20Andre%20Luiz/Conduta%20Espirita/
CONDUTA%20ESP%C3%8DRITA%20(Waldo%20Vieira%20-%20Andr%C3%A9%20Luiz).pdf
(*)  http://www.pingosdeluz.com.br/ebooks/divaldo_franco/espiritoevida.pdf

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

SOB O IMPÉRIO DE MOMO A “CARNIS” COBIÇA "VALLES" -É CARNAVAL! (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
http://aluznamente.com.br

A cada ano pessoas mergulham numa falsa felicidade de 3 dias de “folia” (1) seguida de 362 dias de novas e reconstruídas aflições. Será lícito confundir “diversão” passageira com alegria real? O carnaval é um desses delírios coletivos que costumam ser classificados como “extravasadores de energias reprimidas” – será mesmo? Em verdade o entrudo (2) representa o momento em que pessoas projetam o que há de mais irracional e de mais incivilizado em si mesmas.
Há quem afirme ser o período do carnaval marcado pelo "adeus à carne", ou do latim "carne vale", dando origem à palavra. Embora não haja unanimidade entre os estudiosos, a terminologia pode estar associada à ideia de encanto dos prazeres do corpo (carnal) marcado pela expressão "carnis valles", sendo que "carnis" em latim significa carne e "valles" significa prazeres.
Já foi no passado a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica (bacanália); na velha Roma imolava-se nessas ocasiões uma vítima humana (saturnália); na Idade Média era uma comemoração adotada pela Igreja romana, no século VI. Isso nos remete ao início do período da quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano (mormente alimentação). (3) Assim, em sua origem não era apenas um período de reflexão espiritual, como também uma época de privação de certos alimentos como a carne.
Em Roma, em homenagem ao Deus Saturno, carros alegóricos (a cavalo) desfilavam com homens e mulheres. Eram os carrum navalis. O termo carnaval pode derivar das iniciais da frase: “carne nada vale”. Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. (4)
Há muitos séculos o carnaval era marcado por grandes festas, em que se comia, bebia e participava de frenéticas celebrações e busca incessante dos prazeres. (5) Prolongava-se por sete dias (de dezembro) nas ruas, praças e casas da antiga Roma. Todas as atividades e negócios eram suspensos nesse período; os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. Um rei era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (saturnalicius princeps).
O carnaval atual é modelado na sociedade da corte (vitoriana) do século XIX. A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da homenagem a Momo para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas.
Um fato é incontestável: a cultura do carnaval estabelece tudo o que aguça o primarismo humano, volúpia, sensualidade e prazer. Não propomos quaisquer normas proibitivas ou restrição de anseios pessoais. Até porque temos o livre arbítrio, e viver na Terra é fazer as escolhas pessoais. Sem medo de correr o risco de ser taxado de moralista, lembro que a Lei de Causa e Efeito preconiza a obrigatoriedade da colheita em tudo o que foi semeado livremente.
Para todas as situações da vida, lembremos sempre da recomendação de Paulo de Tarso: “Todas as coisas me são lícitas”. (6) Há os que julgam que a participação nas festas de Momo nenhum mal acarreta à integridade fisiopsicoespiritual. Divergimos desse ponto de vista.
A Doutrina Espírita nada proíbe, nem nada obriga, nem censura o carnaval; mas igualmente, não endossa sua realização. Sabe-se que durante a folia de Momo são perpetrados abusos de todos os tipos e, mormente, desregramentos da carga erótica de adolescentes, jovens, adultos e até velhos (mal resolvidos); há consumo exagerado de álcool e outras drogas, instalação da bestialidade generalizada, excessos esses que atraem espíritos vinculados ao deletério parasitismo magnético, semelhantes às hienas diante de carcaças deterioradas (carniças).
É verdade! A Doutrina Espírita nem apoia nem condena o carnaval; todavia clarifica muitos aspectos ligados ao evento. Inobstante não dite regras coercitivas, cremos que o espírita deve ter completa ciência das implicações infelizes advindas desses festejos alucinantes. Logicamente não precisa se condenar o carnaval, nem temer por acreditá-lo uma festa “diabólica”; não precisa evadir-se por receio de atração dos seus “encantos”, porém vigiar à distância da agitação. Se se aprecia o folguedo de Momo, deve-se ser um observador atento e equilibrado.
Não fossem os exageros, o carnaval, como festa de integração sociocultural, poderia se tornar um acontecimento compreensível, até porque não admitir isso é incorrer em erro de intolerância. Há muita gente que busca fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores, e isso é muito valioso. Entretanto, o grande saldo da festa se resume em três palavras: violência, ilusão e sensualidade.
Particularmente, não vejo outro caminho que não seja o da “abstinência sincera das folias”. O ideal seria o emprego do feriadão para a descoberta de si mesmo, entrosamento com os familiares, leitura de livros instrutivos, frequência a reuniões espíritas, participação em eventos educacionais, culturais ou mesmo o descanso, já que o ritmo frenético do dia a dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físico-psicológica para os embates pela sobrevivência.
Não há como “tapar o sol com a peneira” e ignorar que nesses períodos os foliões fascinados surgem de todos os antros para busca da perversão. A efervescência momesca é episódio que satura em si a carga da barbárie e do primitivismo. Há os que aniquilam as finanças familiares para experimentar o momento efêmero de “desfrutar” dias de total paranoia. Adolescentes, adultos e decrépitos se abandonam nas arapucas pegajosas das estéreis fanfarras. Não percebem que bandos de malfeitores do além (obsessores) igualmente colonizam as “avenidas e ruas” num lúgubre show de bizarrices. Malfeitores das penumbras espirituais se acoplam aos histriões fantasiados pelos fios invisíveis do pensamento por causa dos entulhos lascivos que trazem na intimidade.
Todos estamos sob influências das entidades do além-túmulo. Muitas fantasias de expressões ridículas são inspiradas pelos espíritos que vivem em regiões penumbrosas do além. Os espíritos excitam “nossos pensamentos e ações e essa influência é maior do que imaginamos porque, frequentemente, são eles [os espíritos] que nos conduzem”. (7) Pode parecer assustador tal afirmativa, ainda mais que se tem tais espíritos à conta de “demônios”.
Os três dias de Momo, portanto, poderão se transformar em três séculos de penosas reparações. Será que vale a pena pagar preço tão elevado? Os foliões incuráveis declaram que o carnaval é um extravasador de tensões, “liberando as energias”… Entretanto, no carnaval não são abrandadas as taxas de agressividade e nem as neuroses. O que se observa é um somatório da bestialidade urbana e de desventura doméstica. Após os festejos surgem as gravidezes indesejadas e a consequente proliferação de abortos, incidem graves acidentes de trânsito, acréscimo da criminalidade, estupros, suicídios, ampliação do consumo de várias substâncias estupefacientes, alcoólicos, assim como o surgimento de novos drogados, disseminação das enfermidades sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS).
Existem muitas outras formas de diversão, recreação ou entretenimento disponíveis ao homem contemporâneo, algumas verdadeiros meios de alegria salutar e aprimoramento (individual e coletivo), para nossa escolha. Para os espíritas, merece reflexão a advertência de André Luiz: “Afastar-se de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do CARNAVAL, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares. A verdadeira alegria não foge da temperança.”. (8) [grifamos]
Existem alguns centros espíritas que fecham suas portas nos feriados do carnaval por diversos pretextos inaceitáveis. Repensemos o seguinte: uma pessoa com necessidades imediatas de atendimento fraterno ou dos recursos espirituais urgentes em caso de obsessão – seria lógico fazê-la esperar para ser atendida após as "cinzas", uma vez ocorrendo essa infelicidade em dia de feriado momesco?
Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar então predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade.


Referências:
(1)            Do francês folle, que significa loucura ou extravagância sem que tenha existido perda da razão
(2)            O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias.
(3)            Excessos esses que incluem, segundo a crença da igreja romana, a alimentação
(4)            Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os teutões (povos germânicos que viveram no centro e norte da Europa).
(5)            A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos que acontecia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro, entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta mesma função.
(6)            I Coríntios 10:23
(7)            Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 460, RJ: Ed FEB, 1990
(8)            Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo espírito André Luiz,  RJ: Ed. FEB, 1999

domingo, 23 de fevereiro de 2014

EVOC - EDITORA VIRTUAL O CONSOLADOR PUBLICOU "LUZ NA MENTE"

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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ministério, Mediunidade e Medicina

Luiz Carlos Formiga





Credibilidade e Competência


Arthur Chioro, Ministro da Saúde, é autor de dois livros sobre mediunidade. Médico, com doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi Secretário da Saúde de São Bernardo de 2009 a 2014, Secretário de Saúde de São Vicente (SP) de 1993 a 1996 e presidente, desde 2011, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (1). Nomeado para assumir o Ministério da Saúde em 3 de fevereiro, deixou o comando da pasta nessa quinta-feira, 20. A exoneração foi publicada no Diário Oficial desta sexta, 21, e ocorreu "a pedido" para que possa assumir o cargo de professor na Unifesp. Aprovado em concurso, não poderia tomar posse em razão do vínculo com o ministério. Após formalizar a contratação na universidade, deve reassumir o ministério.

A escolha de Arthur Chioro para o cargo provocou questionamentos em razão de o ex-ministro ser proprietário de uma empresa de consultoria especializada em saúde, prestadora de serviços a municípios no Estado São Paulo. O caso é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de improbidade administrativa. Antes de assumir a pasta, Chioro pediu afastamento da empresa e transferiu suas ações para sua mulher. O PPS chegou a entrar com representação junto à Comissão de Ética da Presidência da República para cobrar explicações (2). 

O Prof. Dr. Ismar Silveira, Redator-Chefe do Jornal Brasileiro de Medicina nos chamou a atenção para o texto "Reputação Médica", Revista Medicina, Conselho Federal, maio-junho de 2000. Nele o Dr. José Gallo, Membro do Conselho, escreveu que "a boa reputação do médico é a pedra de toque de seu poder de cura. Nenhuma outra profissão exige maior credibilidade que a médica..." Recordando Chico Xavier fizemos transferência: nenhuma outra condição exige maior credibilidade que a de médium.

Credibilidade é fundamental em qualquer lugar, assim como a competência. Alguns médiuns iniciam bem, ganham credibilidade, mas depois são apanhados pelo orgulho e pela vaidade. Na realidade não eram assim tão competentes. Em mediunidade existe o fator complicador que é a obsessão. A pessoa perde o senso de equilíbrio. A entidade subjuga-a, imprime-lhe a sua vontade e passa a exercer nela um predomínio quase total. O médium se torna prepotente, passa a usar "sandálias douradas" e até diz que em mediunidade também é Doutor. Torna-se negligente, não mais se esforça por dominar suas inclinações menos éticas (3, 4).

Ser médico e médium é estar diante de uma grande oportunidade de servir. Mas, aqui entre nós, é uma prova muito difícil. Como na paternidade, no Ministério da Saúde estará também diante de uma arriscada missão. 

Recentemente comentando a missão paterna disse que nossos pais fizeram o que puderam, diante de nossas tendências e que se leitor pudesse oferecer à sociedade um filho “homem de bem” já estaria de “bom tamanho”. O que lembrar ao Ministro da Saúde? Que a semeadura é livre? Que somos arquitetos do próprio destino? Mas, isso ele já sabe! Vocês sabem como ele se posiciona diante do Estatuto do Nascituro? (5)






terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PRECONCEITOS DE RAÇA... RAÇA?... QUE RAÇA? (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net

O atleta Paulão, que defendeu a equipe do Gama aqui de Brasília, sofreu o insulto de racismo por alguns torcedores do Betis, na Espanha. O ex-lateral-esquerdo da seleção brasileira Roberto Carlos saiu agastado de campo, durante uma partida, logo após torcedores russos jogarem uma banana em campo. Em 2005, durante partida da primeira fase da Libertadores, o atacante são-paulino Grafite acusou o zagueiro Leandro Desábato de chamá-lo de “macaco”. (1) Na Semana passada, o jogador Tinga, do Cruzeiro, foi humilhado pela torcida do Real Garcilaso,  que fazia  coro  (imitando voz de macaco) toda vez que o atleta tocava na bola, durante o jogo realizado no estádio de Huancayo, no Peru.
Em que pesem as atuais e severas leis anti-racistas, o racismo continua a ser um grave problema em muitos países, mesmo onde teoricamente não existe, como no caso dos EUA (sobretudo nas zonas do Sul). A crise econômica e a pressão demográfica costumam ser motivo de problemas raciais mais ou menos graves, como sucede na Grã-Bretanha com os imigrantes, na França com os norte-africanos, na Alemanha com os turcos ou na Espanha com a população cigana e os trabalhadores negros ilegais.
Porém, sem dúvida alguma, o racismo brasileiro, ainda escamoteado e acobertado pelo mito da “democracia racial”, é um estigma, uma nódoa presente na mente dos brasileiros, e que faz parte do cotidiano de todos nós. Diante d’Ele, todos são iguais. Valendo-se, ao mesmo tempo, da possibilidade de anonimato e do alcance a milhões de internautas, o racismo tem se espalhado de maneira intensa pelo mundo digital. No Brasil, a divulgação do racismo, mesmo pela internet, significa crime, conforme é caracterizado pela legislação brasileira. A Constituição de 1988 tornou a prática do racismo crime sujeito a pena de prisão, inafiançável e imprescritível.
Os brasileiros atualmente mostram-se, aparentemente, menos preconceituosos do que há duas décadas. Contudo, reconhecemos o preconceito no outro, mas não em nós mesmos. Ou, como já definiu a historiadora da USP, Lilia Moritz Schwarcz, “todo brasileiro se sente como uma ilha de democracia racial, cercado de racistas por todos os lados”. (2) É preocupante constatar que a ambivalência se mantém. Parece que os brasileiros jogam, cada vez mais, o preconceito para o outro.
Para a ciência contemporânea, o conceito de raça é abstrato e agressivo, pois raças humanas não existem como entes biológicos. É agressivo porque a concepção de raça tem sido usada para abonar discriminação, opressão e barbaridades. “As raças não existem, mas a mentalidade relativa às raças foi reproduzida socialmente”. (3)
A afirmação das raças biológicas multicoloridas tem sido cada vez mais rejeitada pela genética. Os pesquisadores descobriram que a natureza genética de todos nós é idêntica o bastante para que a mínima porcentagem de genes que se caracterizam na aparência física, cor da pele etc., invalide a composição da sociedade em raças. Isso porque o acanhado número de genes desiguais está comumente conectado à adequação do indivíduo ao tipo de meio ambiente em que vive. Todas as raças provêm de um só tronco – o Homo sapiens – portanto o patrimônio hereditário dos humanos é comum.
Atualmente, ramos do conhecimento científico como a Antropologia, História ou Etnologia preferem o uso do conceito de etnia para descrever a composição de povos e grupos identitários ou culturais. Nacionalistas do final do século XIX foram os primeiros a abraçar os discursos contemporâneos sobre "raça", etnicidade e "sobrevivência do mais forte" para moldar novas doutrinas nacionalistas.
No texto intitulado “Frenologia espiritualista e espírita – Perfectibilidade da raça negra” (4), Kardec faz uma espécie de releitura dessa “ciência”, com um enfoque espiritualista, demonstrando que o “atraso” dos negros [habitantes da África à época] não se deveria a causas biológicas, mas por seus espíritos encarnados ainda serem, relativamente, jovens.
No bojo da literatura basilar da Terceira Revelação, o Codificador ressalta que "na reencarnação desaparecem os preconceitos de raças e de castas, pois o mesmo Espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. Se, pois, a reencarnação funda numa lei da Natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade". (5) Ante os ditames da pluralidade das existências, ainda segundo Kardec "enfraquecem-se os preconceitos de raça, os povos entram a considerar-se membros de uma grande família". (6)
A verdade é que nos grandes debates de cunho sociológico, antropológico, filosófico, psicológico etc., o Espiritismo provocará a maior revolução histórica no pensamento humano, conforme está inscrito nas questões 798 e 799 de O Livro dos Espíritos, sobretudo quando ocupar o lugar que lhe é devido na cultura e conhecimento humanos, pois seus preceitos morais advertirão os homens da urgente solidariedade que os há de unir como irmãos, apontando, por sua vez, que o progresso intelecto-moral na vida de todos os Espíritos é lei universal e tendo por modelo Jesus, que, ante os olhos do homem, é o maior arquétipo da perfeição que um Espírito pode alcançar. (7)
Com a Mensagem de Jesus compreendemos que na Terra há uma só raça: a raça humana. Caucasianos, africanos, indianos, árabes, judeus, asiáticos, não são de diferentes raças, são apenas de diferentes etnias, no esplêndido reino dos seres racionais.



Referências bibliográficas:
(1) Disponível em http://veja.abril.com.br/noticia/esporte/brasileiro-sofre-racismo-da-propria-torcida-na-espanha acesso 15/02/2014
(2) Disponível em http://zelmar.blogspot.com.br/2010/09/todo-brasileiro-se-sente-uma-ilha-de.html  aceso em 22/07/13
(3) Disponível em  http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2013/02/05/ciencia-busca-explicacoes-sociais-e-biologicas-para-explicar-o-preconceito.htm acesso em 20/07/13
(4) Publicado na Revista Espírita, artigo “Frenologia espiritualista e espírita – Perfectibilidade da raça negra”, de abril de 1862
(5) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2002, pág. 31.
(6) Idem págs. 415-416.
(7) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2003, parte 3ª, q. 798 e 799, cap. VIII item VI - Influência do Espiritismo no Progresso

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

OS PAIS SÃO RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DOS VALORES MORAIS DOS FILHOS (Jorge Hessen )


Jorge Hessen
http://aluznamente.cm.br
O livro  “To Train Up a Child” (Treinando uma Criança), de autoria do pastor Michael Pearl e sua esposa Debbie , é uma espécie “manual de punição” que defende “sovas” para correção dos filhos malcomportados.  Os conteúdos versam sobre “surras” com a utilização de cintos, varas e outros apetrechos correlatos, descrevendo em detalhes os castigos considerados ideais em cada caso.(1) O casal Pearl e Debbie propõe o método da “coça” a fim de  condicionar a mente da criança antes que surja uma crise; é uma preparação para obediência futura, instantânea e sem questionamentos". (2) Todavia, em face da morte de três crianças, filhas de pais supostamente influenciados pelo livro, tem havido fortes reações de represália  contra os autores através de  campanhas populares,  visando  banir tal livro das livrarias americanas.
Recentemente uma brasileira foi condenada a nove meses de prisão, na Espanha, por expulsar de casa, por um dia, o seu filho de 15 anos. A sentença recebeu destaque nos principais jornais e TVs espanholas. Nossa conterrânea alegou que agiu assim, porque pretendia dar uma lição mais "forte" no filho, que é problemático, desobediente e muito agressivo. Sua intenção era ensinar-lhe regras sociais e respeito pela mãe. Para a juíza, do Tribunal Penal de Málaga, a atitude da brasileira representa uma negligência e um delito de abandono temporário, motivo pelo qual a condenou, explicando que, embora o menor se encontre em plena adolescência, com os conflitos comuns da idade, isso não é razão para colocá-lo fora de casa, deixando-o à intempérie na rua, por uma noite, porque essa decisão cria uma situação de risco para o menor.
Toda e qualquer violência doméstica é trágica sob qualquer análise. As relações entre filhos e pais deveriam ser, acima de tudo, de ordem ética. Mas, observa-se nessa relação uma deterioração emocional profunda e uma complexa malha de desestabilidades morais, que merece comentários.  Os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um diálogo franco com os filhos, sobretudo, amando-os, independentemente, de como se situam na escala evolutiva. 
Sabe-se que os jovens hostis e violentos são pouco amados pelos pais, sentem-se deslocados no grupo familiar ou se consideram pouco atraentes, etc. Por estas e muitas outras razões, os pais devem transmitir segurança aos filhos através do afeto e do carinho constantes. Afinal, todo ser humano necessita ser amado, gostado, mesmo tendo consciência de seus defeitos, dificuldades e de suas reais diferenças
Os pais são responsáveis pelo desenvolvimento dos valores dos filhos e não devem apostar na escola para exercer essa tarefa. Um pai legítimo é aquele que cultiva em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, assim, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária. Não há dúvida, que ante as balizas do bom senso e moderação os pais precisam estabelecer limites. Porém essa exigência  é muito mais acompanhar os limites, daquilo que o filho é capaz de fazer. 
A fase infantil, em sua primeira etapa, é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com insensibilidade. Até aproximadamente os sete anos de idade é o período infantil mais acessível às impressões que recebe dos pais, razão pela qual não podemos esquecer nosso dever de orientar os filhos quanto aos conteúdos morais. “O pretexto de que a criança deve desenvolver-se com a máxima noção de liberdade pode dar ensejo a graves perigos (...)pois o menino livre é a semente do celerado.” (3)
Se não observarmos essas regras, permitimos acender para o faltoso de ontem a mesma chama dos excessos de todos os matizes, que acarretam o extermínio e o delito. “Os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas sim para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”.(4)
Principalmente a mãe  deve ser o padrão de todos as renúncias pela serenidade familiar. Deve compreender, que seus filhos, primeiramente, são filhos de Deus. “ Desde os primeiros anos, deve ensinar a criança a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes e concentrando-lhe as posições mentais, pois essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida. Ensinará a tolerância mais pura, mas não desdenhará a energia quando seja necessária no processo da educação, reconhecida a heterogeneidade das tendências e a diversidade dos temperamentos.”.(5)
A mãe “não deve dar razão a qualquer queixa dos filhos, sem exame desapaixonado e meticuloso das questões, levantando-lhes os sentimentos para Deus, sem permitir que estacionem na futilidade ou nos prejuízos morais das situações transitórias do mundo. Na hipótese de fracassarem todas as suas dedicações e renúncias, compete às mães incompreendidas entregar o fruto de seus labores a Deus, prescindindo de qualquer julgamento do mundo, pois que o Pai de Misericórdia saberá apreciar os seus sacrifícios e abençoará as suas penas, no instituto sagrado da vida familiar.”.(6)
Os filhos difíceis são reflexos de nossas próprias ações, no passado, cuja Benevolência de Deus, hoje, outorga a possibilidade de se unir a nós pelos laços da consanguinidade, dando-nos a estupenda chance de resgate, reparação e os serviços árduos da educação. “Dessa forma, diante dos filhos insurgentes e indisciplináveis, impenetráveis a todos os processos educativos, “os pais depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação deles, é justo que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.”.(7)
Esgotados todos os recursos a bem dos filhos e depois da prática sincera de todos os processos amorosos e enérgicos pela sua formação espiritual, sem êxito algum, os pais “devem entregá-los a Deus, de modo que sejam naturalmente trabalhados pelos processos tristes e violentos da educação do mundo. A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar, não obstante o serviço inestimável do afeto paternal, humano. Eis a razão pela qual, em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que os pais estejam revestidos de suprema resignação, reconhecendo no sofrimento que persegue os filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituído por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual.”.(8)
Como se observa  o Espiritismo adentra com muita profundidade, ao encarar a educação do ponto de vista moral. Até porque o período infantil é propício para deixar o espírito mais acessível aos bons conselhos e exemplos dos pais e educadores, pois o espírito é mais flexível em face da debilidade física, daí a tarefa de reformar o caráter e corrigir suas más tendências. Quando os Espíritos Superiores falam em reformar o caráter está implícito o reforço às boas tendências conquistadas pelo espírito reencarnante em vidas passadas. 
Na questão 629 de O Livro dos Espíritos, ao definirem o que é moral, os espíritos indicam duas regras básicas de procedimento para o ser humano. Primeiro fazer tudo tendo em vista o bem, segundo fazer tudo tendo em vista o bem de todos. Isso porque o bem não pode ser unilateral, ou seja, a ação não pode gerar benefícios somente para um indivíduo, e sim para todos. Só é bom aquilo que faz bem para todos. É por isso que vários discursos clamam pelas ações solidárias humanas, tão necessárias e que devem ser desenvolvidas desde a infância, para que a criança faça disso um hábito. (9)
Ainda nessa temática da educação do ponto de vista moral, Allan Kardec adverte em comentário à questão 685-A de O Livro dos Espíritos: "Há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, aquela que cria os hábitos adquiridos.”(10)
Não propomos soluções particulares, reprimindo ou regulamentando cada atitude, nem especificamos fórmulas mágicas de bom comportamento aos filhos. Elegemos por acatar, em toda sua amplitude, os dispositivos da Lei de Deus, que asseguram a todos o direito de escolha (o livre-arbítrio) e a responsabilidade consequente dos  atos de cada um.

Referências bibliográficas:

(1) Para crianças com menos de um ano, o livro sugere o uso de uma régua de 30cm ou um galho pequeno de chorão. Para crianças maiores, galhos maiores ou cintos.
(2) Disponível em  http://www.bbc.co.uk/portuguese
/noticias/2013/12/131211_livro_surras_criancas_dg.shtml?s acesso em 12/02/2014
(3) XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, perg. 113
(4) Idem , idem
(5) Idem, perg.189
(6) Idem, idem
(7) Idem, perg.190
(8) Idem, perg.191
(9) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. São Paulo: questão número 629, Ed. Feesp, 1972.
(10) Idem questão número 685-A.