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quinta-feira, 28 de julho de 2011

O “NADA” E A “SORTE” EXPLICAM O UNIVERSO? AH, ESSES BEÓCIOS HOMENS DE CIÊNCIA!

A cada desvendar científico sobre o infinito Cosmo, assinala-se a certeza de que o Universo oferece enigmas maiores e mais profundos sobre sua verdadeira essência, transtornando a inteligência acadêmica. Se analisarmos, com serenidade, a rica história da evolução da Física, descobriremos que já houve diversos momentos em que se imaginou ter ela (a pesquisa científica) se esgotado, ou seja, nada mais havendo o que desvendar.

No final do Século XIX, Kelvin, o Pai da Termodinâmica, foi peremptório na sua afirmação: "acabou!" Já se sabia como estudar o movimento, a eletricidade e o magnetismo, e ele acreditava que nada havia além daquilo que já se conhecia. Porém, logo depois descobriram o átomo, o elétron e, já no começo do século XX, Einstein desenvolveu a Teoria da Relatividade. (2)
Atualmente, o misterioso bóson de Higgs(1), tipo de partícula decisiva no estudo da física quântica, chamada de “partícula da criação”, ou “partícula de Deus”, que supostamente transformou matéria dispersa em estrelas e planetas nos primórdios do universo, continua sem ser encontrado pelos cientistas. Alguns estudiosos acreditam que a emblemática "partícula”surja em 2012. O Grande Colisor de Hádrons (acelerador de partículas), um projeto de 10 bilhões de dólares inaugurado em 2008, com o objetivo de "recriar" o Big Bang, a maior máquina construída da Terra, já realizou mais de 70 milhões de colisões de partículas, contudo nenhuma delas foi capaz de identificar o bóson de Higgs.

A descoberta da "partícula de Deus" poderia completar os elementos essenciais do chamado Modelo Clássico da física, derivado da faina de Albert Einstein e seus herdeiros no começo do século 20, e que abriu caminho para a "nova física". Nesse norte quase metafísico da física os cientistas já conseguiram capturar átomos de antimatéria por mais de 16 minutos. A antimatéria é um dos grandes mistérios ainda não completamente compreendidos pelas teorias modernas da ciência.
Por definição, a antimatéria é idêntica à matéria, a não ser pelo fato de possuir carga oposta - por isso, as duas se aniquilam quando entram em contato uma com a outra. A teoria atual indica que durante o Big Bang a matéria e antimatéria teriam se formado em quantidades iguais. Se elas tivessem se aniquilado, nosso universo material não existiria. Então, o que ocorreu? Mistérios que a ciência não consegue responder.
Será que descartando a existência de Deus o Universo explica o Universo? Irrisão! Há cientistas famosos que nem debaixo de dor profunda extirpa-lhe a prepotência materialista e continuam negando a existência do Criador.
É o caso do astrofísico Stephen William Hawking, considerado um dos mais brilhantes cientistas modernos, que afirmou não existir razão para evocar Deus a fim de explicar a criação do Universo. No livro de sua autoria intitulado Uma Breve História do Tempo, Stephen Hawking assegura que "há um modelo que descreve a origem do Universo. Isso significa que existe um conjunto de equações que descrevem seu surgimento, mas, essa não é a questão fundamental. O crucial é saber de onde vêm essas equações, de onde vêm as leis da Física, que ajudam a explicar o Universo.” Stephen reiterou sua opinião de que tudo se resume à sorte - “sorte(?!)” O astrofísico declarou que a ciência prevê que muitos universos podem ser criados espontaneamente do nada - “nada”(?!), e que é questão de sorte - “sorte”(?!) em qual deles estamos.
Stephen, com 70 anos de idade, passou a maior parte da vida na eminência da desencarnação. Aos 20 anos foi diagnosticado com uma esclerose lateral amiotrófica, uma rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, que o obrigou a utilizar uma cadeira de rodas e um aparelho para a fala. Mesmo sob o jugo da decomposição muscular, que poderia diminuir-lhe a morféia da vaidade, Stephen Hawking não aprendeu a apequenar-se sem perder altura, infelizmente! De caráter bisonho, infectado de insensata vaidade, encharcado por um endeusamento acadêmico, discorre sobre a “sorte” para explicar o Universo. É deplorável tanta criancice espiritual!
Como nem todo pesquisador é néscio, vale citar um livro de significativa importância científica, intitulado A Partícula de Deus, publicado nos Estados Unidos, o físico Leon Lederman, ganhador do Prêmio Nobel, em 1988, defendendo a tese de que Deus existe e está na origem de todas as coisas. O desempenho de investigação do físico holandês, Willem B. Drees, autor do livro Além do Big Bang - Cosmologia Quântica e Deus - comprova com nitidez que há um empenho crescente pela investigação científica, fundamentado na certeza da existência de Deus.
Na análise sobre o Criador do Universo topamos com o atestado lógico e, cientificamente, provado sobre a Sua essência, quando concluímos que tudo aquilo que não é obra do homem, logicamente, tem que ser obra de Deus, consoante elucidam os Espíritos, há mais de 150 anos. O físico americano Paul Davies, no seu livro intitulado Deus e a Nova Física, afirma, categoricamente, que o Universo foi desenhado por uma inteligente consciência cósmica. E, finalmente, para martírio do obtuso Stephen Hawking, queira ele ou não, Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. E ponto final!

Jorge Hessen

http://jorgehessen.net



Nota:

(1) Homenagem ao nome do físico britânico Peter Higgs, que afirmou ser esse foi o agente que transformou em massa a matéria expelida pelo Big Bang há 13,7 bilhões de anos, permitindo assim o surgimento da vida material.

(2) Muitos historiadores e físicos atribuem a criação da famosa fórmula que explica a relação entre massa e energia ao físico italiano Olinto De Pretto, que, segundo especulações, desenvolveu a fórmula dois anos antes que Albert Einstein, e que teria previsto o seu uso para fins bélicos e catastróficos, como o desenvolvimento de bombas atômicas. Apesar disso, foi Einstein o primeiro a dar corpo à teoria, juntando os diversos fatos até então desconexos e os interpretando corretamente.

"JUS SPERNIANDIS"



Formiga, LCD


Jorge,

Entendo seu agir ao publicar nossa correspondência pessoal. Confesso que inicialmente fiquei preocupado com o contraditório, que poderá não acreditar nas boas intenções de nossa tese, vagas sem ônus para estudantes pobres (ação afirmativa). Não há nela nenhuma crítica pessoal, mas posição divergente a idéia que ainda não metabolizamos.

Por outro lado, penso também que o eventual “jus sperniandis não revelará carapuças ajustadas, mas principalmente a garantia da ampla defesa e a crítica construtiva amiga. Por isso, estou aberto a mudar de opinião, diante dos bons argumentos.

Quando leio seus escritos tenho a sensação de que nasceu um novo líder. Aí, me vem o som do Zé do Caroço, que só quer ver o bem da favela. Veja a letra que colhi no link

Acho que Leci também é bacharel em direito.


http://letras.terra.com.br/leci-brandao/46918/

http://www.youtube.com/watch?v=6TPM5M381hA

Zé do Caroço

Composição: Leci Brandão


No serviço de auto-falante

Do morro do Pau da Bandeira

Quem avisa é o Zé do Caroço

Que amanhã vai fazer alvoroço

Alertando a favela inteira

Como eu queria que fosse em mangueira

Que existisse outro Zé do Caroço (Caroço, Caroço)

Pra dizer de uma vez pra esse moço

Carnaval não é esse colosso

Nossa escola é raiz, é madeira

Mas é o Morro do Pau da Bandeira

De uma Vila Isabel verdadeira

O Zé do Caroço trabalha

O Zé do Caroço batalha

E que malha o preço da feira

E na hora que a televisão brasileira

Distrái toda gente com a sua novela

É que o Zé põe a boca no mundo

Ele faz um discurso profundo

Ele quer ver o bem da favela

Está nascendo um novo líder

No morro do Pau da Bandeira

Está nascendo um novo líder

No morro do Pau da Bandeira(bis)

VIVER PARA A DIVULGAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA E NÃO "VIVER" DELA.


Imagine isso abaixo de graça, sem diplomas e ainda sem a eventual auto-promoção, que acaba acontecendo com PhDs espíritas.
Temos que ter cuidado com a imprudencia, negligência e imperícia espiritual. Seria viver para a divulgação da Doutrina Espírita e não "viver" dela.
Eu, estudante pobre, não poderia me especializar. No entanto, ganhei dinheiro do governo brasileiro para fazer Especialização em Microbiologia e Imunologia, Especialização em Educação em Saúde, Mestrado e Dourorado (CNPq e CAPES). Meu filho seguiu a mesma trilha e foi além em universidades no exterior.
O Bezerra ia ter que dar muitas aulas na hora vaga para custear esses seus estudos. Creio que não foi remunerado para escrever A LOUCURA SOB UM NOVO PRISMA. Será que teremos CNPq e CAPES espíritas no terceiro milênio?
Vida universitária ESPÍRITA "não é fácil". Ainda bem que o André Luiz deu aquela consulta "de graça". Mas, como o relógio antigo, alguém deu corda. Veja o que nós escrevemos em

Universidade da Alma - Cidade Universitária do Espírito

http://www.espirito.org.br/portal/artigos/geae/universidade-da-alma.html

Votos de Paz Formiga, LCD $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$
$$$$$$$$$$$$$ PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSU FORMAÇÃO TRANSDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO E SAÚDE ESPIRITUAL
Enviado por ABRAPE abrape@abrape.org.br




Nos Temas como Familia, Drogas, Suicídio, Aborto,
um grama de prevenção vale mais do que uma tonelada de cura.
http://www.espiritismo.cc/modules.php?name=News&file=article&sid=427
http://www.panoramaespirita.com.br/modules/smartsection/item.php?itemid=3665

http://orebate-jorgehessen.blogspot.com/2011/07/jus-sperniandis.html



segunda-feira, 25 de julho de 2011

ESSA TAL FELICIDADE

 O pesquisador inglês Richard Layard (1) escreve sobre a dificuldade que a ciência atual encontra para pronunciar-se a propósito da felicidade e de como obtê-la. Para ele “a "ciência acadêmica" é muito eficiente em lidar com as coisas físicas e com o controle da natureza. Mas o que se relaciona à "alma humana", ou ao "espírito humano", é muito diverso, pois para a ciência cartesiana, pessoas são resultados de processos ainda não completamente entendidos do cérebro, com corpos e comportamentos ditados por suas disposições genéticas, e tudo o que são, ou expressam, resulta de suas interações com o ambiente e de seus próprios arranjos ou desarranjos biológicos.” (2)

Desde a década de 80 do século XX há uma chamada "ciência da felicidade", e alguns pesquisadores, ainda no universo do paradigma oficial utilitarista, estão tentando criar um índice econométrico, a tal “Felicidade Interna Bruta”, capaz de medir o nível de felicidade dos cidadãos de um país. Os estudos apontam, por exemplo, que a riqueza não consolida a felicidade das pessoas no mundo desenvolvido. “Defender um crescimento econômico contínuo não é o mesmo que ter como objetivo uma sociedade mais feliz.” (3)

Alguns acadêmicos "descobriram" que a felicidade é uma obra coletiva e, como tal, ela se fundamenta muito mais nas relações que temos com as outras pessoas do que nas relações que temos com os bens e utensílios que utilizamos no nosso dia-a-dia. Para Layard: "há um lado profundamente egoísta na nossa natureza, mas é o trabalho de cultura apoiar o nosso altruísmo natural contra o nosso egoísmo natural.” (4) Um dos conceitos básicos da Revolução Francesa, marco da moderna sociedade ocidental, é que o objetivo da sociedade deveria ser a felicidade geral. Na Constituição americana, já na segunda linha está escrito que todo homem tem o direito inalienável à vida, à liberdade e à busca da felicidade.

Historicamente, a felicidade, expressão por excelência do espírito humano, foi o objeto de discussão das propostas filosóficas. Na Grécia, por exemplo, Epicuro procurou demonstrar que a sabedoria era a chave da felicidade. Antes dele, Diógenes, "O Cínico", estabelecia que o homem deveria desdenhar todas as leis, exceto as da Natureza, vivendo de acordo com a própria consciência e com total desprezo pelas convenções humanas e sociais. Há 2.400 anos, Sócrates, considerado o pai da ciência moral, em sua dialética a expressar-se, não raro de forma irônica, combatia os males que os homens fomentam para gozarem de benefícios imediatos, objetivando, com essa atitude de reta conduta, o bem geral, a felicidade comunitária. A idéia socrática expõe um debate que permanece até hoje: o que é felicidade? Como atingi-la? Até então, os gregos acreditavam que dependiam basicamente dos desígnios dos deuses.

Outro problema no estudo da felicidade é que o termo não comporta definições precisas. É bem-estar? É satisfação? É êxtase? É a serenidade da contemplação? O conceito de felicidade é incerto. Modifica-se de acordo com a ocasião e a concepção social, econômica e espiritual de cada um. Pode se expressar, momentaneamente, em uma viagem, na saúde, numa festa de aniversário, na companhia de um amigo, e noutras situações. Mas, será que "pode o homem gozar de completa felicidade na Terra? Os Espíritos afirmam que "não! Por isso que a vida nos foi dada como prova ou expiação. “Depende de cada um a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra.” (5) Não podemos esquecer que a Terra é um mundo atrasado sob o ponto de vista moral. Por isso, a felicidade total não se encontra aqui no orbe, todavia em mundos mais evoluídos. Em nosso planeta a felicidade é relativa, conforme consta no item 20 do capítulo V de "O Evangelho segundo o Espiritismo”. (6)

Confundir felicidade com cobiça e bel-prazer é uma distorção proposta inicialmente pelo epicurismo, pelo cinismo, pelo estoicismo. (7) Ainda hoje, acredita-se que a felicidade está na satisfação da vaidade e dos desejos. Por isso, são tão valorizados e idolatrados o silicone, o botox, a roupa de grife, a plástica estética e o carrão zerado. O mundo exige que as pessoas estejam permanentemente “bonitas”, “alegres” e, por isso, ele se tornou o paraíso das drogas e do Prozac. Muitas mulheres fazem análise justamente porque são muito bonitas e têm dificuldade de lidar com a beleza.

Em uma sociedade feliz, onde o homem fosse consciente da vontade de Deus, isto é, da prática do bem, não haveria violência, drogas, seqüestros, prostituição, poligamia, traição, inveja, racismo, inimizades, tristeza, fome, ganância e guerras; e mais, não encontraríamos pessoas perambulando pelas ruas, embriagadas, sujas, cabelos desgrenhados, roupas ensebadas, catando coisas no lixo ou esmolando, em razão de quedas morais. As teorias atuais sobre o bem-estar em Psicologia e Economia estão, ainda, a desejar. Urge que novas propostas teóricas interpretem a felicidade em termos de valores mais duradouros. Astrólogos, quiromantes, místicos e embusteiros de toda sorte, também enriquecem às custas da ingenuidade alheia, fomentando a ilusão de uma fórmula mágica para a prosperidade. A felicidade não é resultante de privilégios biogenéticos (cerebrais) e de personalidade, nem mesmo pode ser adquirida pela obtenção de um bem de consumo.

Cremos que a felicidade depende, exclusivamente, de cada criatura. Esguicha da sua intimidade, depende de seu interior, como instruiu o Mestre dos Mestres: "o reino dos céus está dentro de vós.” (8) A legítima felicidade reside na conquista dos tesouros imperecíveis da alma. Estabelecendo, conforme o Eclesiastes, que a verdadeira "felicidade não é deste mundo” (9) Jesus preconizou que o homem deve viver no mundo sem pertencer ao mundo, facultando-lhe o autodescobrimento para superar o instinto e sublimá-lo com as conquistas da razão, a fim de planar nas asas da angelitude.

A felicidade se expressa no bem que se faz ao próximo. Quando o "eu" egoísta de cada ser tiver cedido lugar ao amor pelo seu semelhante, iremos presenciar uma comunidade equilibrada, harmônica e feliz. O Espiritismo nos dá suporte moral e outras diversas motivações, revelando-nos a imortalidade, a reencarnação e a lei de causa e efeito. Explica-nos que a felicidade é possível e que se constrói no dia-a-dia pelo esforço continuado, fortalecendo-nos para a luta contra as nossas tendências inferiores.

Aprendamos a notar o mundo pelo prisma do espírito e sejamos felizes, compreendendo a vida como um dom de Deus.

Jorge Hessen

http://jorgehessen.net

Referências:

(1) Richard Layard, renomado economista britânico e que integra a Câmara dos Lordes é diretor do Centre of Economic Performance da London School of Economics..

(2) Disponível em <http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=como-ser-feliz-ciencia--propoe-receita-felicidade&id=6405.> acesso em 25/07/11

(3) idem

(4) idem

(5) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2000, perg 920

(6) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, RJ: Ed FEB, 2003, item 20,

Cap. V

(7) Primeiras escolas de filosofia gregas a pensar a moral de forma individual

(8) [6] (Lucas 17:20-21).

(9) (Eclesiastes 6:1-5)

sábado, 23 de julho de 2011

ABORTO , UMA PRATICA HEDIONDA

Os matadouros de bebês estão espalhados na sociedade (clínicas clandestinas) como hediondos balcões de trucidamento de nenéns. Seus donos estão endinheirados na Terra, no entanto indigentes ante o Código Divino. Entre 1995 e 2007, “a curetagem depois do procedimento de aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros, contra 1,8 milhão de cirurgias de correção de hérnia.”(1) Isso significa um trágico impacto na saúde pública de nosso país. Inexiste lei atual que identifique de imediato o abominável aborto realizado nos redutos domésticos.

A taxa de interrupção de gravidez supera a taxa de nascimento. Por essas e outras o Brasil ostenta o calamitoso título de campeão mundial da prática abortista.

Nesse dantesco cenário brota grupos dispostos a convalidar o aborto, torná-lo simples, acessível, asseado, juridicamente adequado. Todavia, não nos enganemos, o aborto ilegal ou legalizado ad æternum (para todo o sempre) será um CRIME perante as Leis de Deus! Menos mal “o número de brasileiros, que acham a prática do aborto muito grave, aumentou de 61%, para 71% e que, atualmente, apenas 3% dos brasileiros consideram o aborto moralmente aceitável.”(2)

Descriminalizar o aborto, sob quaisquer conjunturas, é e sempre será um significativo marco de estagnação espiritual na história do homem. Será que todos os obstetras estariam disponíveis à prática abortiva? Será possível, no âmbito da ética médica, conciliar uma medicina que propõe valorizar a vida com uma medicina homicida? Não nos ludibriemos, a medicina que executa o aborto nos países que já legitimaram o trucidamento do bebê na barriga materna é uma medicina criminosa. Não há lei na terra que abrande essa situação ante a Lei de Deus.

Somente num caso a Doutrina Espírita admite o aborto: quando a gestação coloca em risco a vida da gestante; pois disseram os Espíritos a Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos questão 359, que é preferível sacrificar o ser que não existe a sacrificar o que existe.

No caso específico de uma mulher ser violentada sexualmente redundando na gravidez mas não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho, entendemos que a legislação precisaria promover e instigar a adoção do ser que nasce nessas circunstâncias, ao invés de agenciar o seu extermínio legal. O Espiritismo recomenda a mãe [violentada] a levar adiante a gravidez e até mesmo a criação daquele rebento, suplantando o traumatismo do abuso sofrido, porque o Espírito reencarnante terá, provavelmente, um endividamento passado com a progenitora.

As Leis naturais atuam inexoravelmente sobre os que alucinadamente provocam o aborto. Fixam essas leis no tribunal das próprias consciências culpadas os tenebrosos processos de resgate que podem conduzir a dolorosas moléstias, como a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino ou a tumoração cancerosa agora ou mais tarde. É imperioso também reconhecermos nos abortos delituosos um das grandes determinantes das enfermidades de etiologia obscura e das obsessões arroláveis na patologia da mente (esquizofrenias), atravancando amplos setores de casas de saúde e presídios.

Não espalhamos aqui recriminação àqueles que jazem submersos no corredor tenebroso do desacerto já consumado, até para que não caiam na sarjeta profunda da desesperança. Apregoamos opiniões, cujo intuito é iluminá-los com o farol do esclarecimento, para que divisem mais adiante, elegendo por trabalhar em prol dos necessitados e, sobretudo, numa demonstração inconteste de amor ao próximo, acolhendo filhos abandonados que, hoje em dia, aglomeram-se nos orfanatos. Se já erramos jamais esqueçamos que cometer erro é aprender, todavia, ao invés de nos atermos na contrição, necessitamos consagrar a experiência, como uma adequada ocasião para discernimento futuro.

A Lei de Deus não é caolha e nos seus dispositivos há espaços para reparações, proporcionando ensejo interminável, para que todos possamos penitenciar-nos dos enganos cometidos. “É urgente abandonar o culto ao remorso imobilizador, a culpa autodestrutiva e a ilusória busca de amparo na legislação humana, procurando a reparação, mediante reelaboração do conteúdo traumático e novo direcionamento na ação comportamental, o que promoverá a liberação da consciência, através do trabalho no bem, da prática da caridade e da dedicação ao próximo necessitado, capazes de edificar a vida em todas as suas dimensões.”(3)

Deste modo, atuando assim, desviamo-nos de todas as seqüelas melancólicas que o aborto desencadeia, ainda que acobertado por uma legalização ilusória. Certo é que “o amor cobre a multidão de pecados.”(4)

Jorge Hessen

http://jorgehessen.net


Referências:

(1) Pesquisa do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo.

(2) Publicado no Jornal Folha de São Paulo, de 07/10/2007.

(3) O Aborto na visão Espírita, publicado na Revista Reformador, disponível em portal/artigos/diversos/aborto/o-aborto-na-visao-espirita.html> acesso em 21/07/2011.

(4) Pedro, I Epístola, 4:8

quinta-feira, 7 de julho de 2011

O IMORTAL - UMA REFLEXÃO SOBRE O RACISMO






quarta-feira, 6 de julho de 2011

O ESPIRITISMO E A FAMILIA CONTEMPORÃNEA, DESAFIOS E REFLEXÕES



Estamos na era da alienação, do estar sozinho e das uniões frágeis e isso tem facilitado a desestrutura da família. Vivemos dominados por um grave fenômeno: o alheamento em massa. Nessa circunstância as pessoas são estranhamente alheias aos fenômenos hodiernos que as cercam; são bloqueadas mentalmente de maior reflexão ou sensibilidade social; consideram dispensável qualquer tipo de exercício mental ou espiritual; alegram em direcionar todos os empenhos de suas vidas ao lazer, prazer divertimento. Vivem o fenômeno da substituição do Ser pelo Ter. A necessidade de espiritualização está sendo sobrepujada pelo vício em diversão. Entretenimentos que giram quase sempre em torno de erotismos e violências. Quando os valores cristãos perdem significado aguçamos o egoísmo e esfacelamos a felicidade.
A família vem-se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas. Presentemente há novas formas de relacionamentos afetivos tornando muito complexa a acepção para o termo família. Entre o namoro, o noivado e o casamento há inúmeras probabilidades de relacionamento que nem sequer constam no dicionário.
Existem famílias com uma estrutura de pais únicos ou monoparental, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional devido a fenômenos sociais, como o divórcio, óbito, abandono de lar, relações extraconjugais ou adoção de crianças por uma só pessoa. Existem também as denominadas de famílias alternativas, sendo elas as famílias comunitárias e as famílias homossexuais. Neste último caso, existe uma ligação homoafetiva que podem incluir crianças adotadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros
Historicamente, o casamento começou a receber atenção na Roma antiga, onde se achava perfeitamente organizado. Inicialmente havia a confarreatio, casamento da classe patrícia, correspondendo ao casamento religioso. O termo “família” é derivado do latim famulus, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado na Roma Antiga para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também escravidão legalizada. No direito romano clássico a "família natural" é baseada no casamento e no vínculo de sangue. Constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos, tendo por base o casamento e as relações jurídicas dele resultantes.
Com a queda do império romano e o surgimento da era medieval a família é desfigurada, instante em que os filhos são entregues à Igreja e ao senhor feudal, combalindo por séculos o caminhar da humanidade. “Aos enciclopedistas foi reservada a grandiosa missão de, em estabelecendo os códigos dos direitos humanos, reestruturarem a família em bases de respeito para a felicidade das criaturas. (1)
Com a Revolução Industrial, tornaram-se frequentes os movimentos migratórios para cidades maiores, construídas em redor dos complexos industriais. Estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos laços familiares e as pequenas famílias, num cenário similar ao que existe hoje em dia. Com a Revolução Francesa surgiram no Ocidente os casamentos laicos (só no civil). Sobre isso, rememoremos que o casamento não é avesso à lei da natureza, ao oposto disso: “é um progresso na marcha da humanidade.” (2)
O homem é um ser social, monogâmico por natureza, geralmente somente se realiza quando compartilha necessidades e aspirações na conjuntura elevada do lar. Mas o que é lar? Não pode ser configurado como a construção material, para abrigar os que aí residem, isto porque o concreto, os tijolos, o teto, os alicerces e os móveis são a residência. O lar, todavia, são a renúncia e a dedicação, o silêncio e o zelo que se admitem àqueles que se atrelam pelo grupo familiar. E a família mais do que o resultante consanguíneo; são os ideais, os sonhos, as lutas, os sofrimentos e as tradições morais elevadas.
Atualmente paira grande ameaça sobre a estabilidade familiar e quando a família é ameaçada, por qualquer razão, a sociedade perde a direção da paz. A dialética materialista, os hodiernos conceitos e promoções sensualistas, têm investido contra a organização familiar, dilacerando o matrimônio (monogamia) e sugerindo o amor livre (poligamia promíscua).
“O maior número de casais humanos é constituído de verdadeiros forçados, sob algemas.” (3) “Na família, quando um dos cônjuges se transvia para uma relação extraconjugal, a tarefa é de luta e lágrimas penosas; porém, ainda assim, segundo Emmanuel, “no sacrifício, toda alma (vítima) se santifica e se ilumina.”(4) Advirta-se que o Espiritismo esclarece aos aventureiros que “não escapará das equações infelizes dos compromissos sentimentais, injustamente menosprezados e que invariavelmente resgatará em tempo hábil, parcela a parcela, pela contabilidade dos princípios de causa e efeito.”(5)
Alguns autores classificam os casamentos como: “acidentais (por efeito de atração momentânea, precipitada e sem qualquer ascendente espiritual); provacionais (reencontro de almas para reajustes); sacrificiais (reencontro de almas iluminadas com almas inferiorizadas, com o objetivo de redimi-las); afins (reencontros de almas amigas); transcendentes (reencontro de almas que se buscam para realizações imortais).” (6)
Nesse contexto, urge aprimorar os contatos diretos e indiretos com os pais, irmãos, tios, primos, avós e demais parentes, a fim de que a vida não venha nos cobrar novas e mais enérgicas experiências em encarnações próximas. Ate porque, a família é a célula-mãe da sociedade e qual seria, para a vida social, “o resultado do relaxamento dos laços familiares, senão o agravamento do egoísmo?” (7)
Os dados mostraram um aumento do número de separações e uma queda acentuada do número de registros de casamentos. A explicação pode ser a inserção maciça de mulheres no mercado de trabalho, proporcionando-lhes maior independência, sob todos os aspectos. Ela, a mulher, deve conciliar o papel de mãe e esposa, por vezes, deixado um pouco de lado.
Todo grupo familiar necessita de apoio religioso (evangelho) para alcançar seu equilíbrio moral. Não se deve permitir que a competição do casal, as buscas do status, do dinheiro e dos destaques sociais roubem o equilíbrio que a felicidade da família requer. Como se não bastassem tantos óbices, há muitas famílias vivendo agressividades múltiplas, influenciadas pela televisão, em face da violência que é diariamente veiculada pelos noticiários, pelos documentários, pelos filmes, pelas torpes telenovelas e pelos programas de auditório (cada vez mais obscuros de valores éticos). Familiares assimilam, subliminarmente, essas informações e, no quotidiano, reagem, violentamente, diante dos desafios da vida ou perante as contrariedades corriqueiras.
Há os que vêem no cônjuge um verdadeiro teste de paciência, pois os seus santos não se cruzam. Mas, a família é a base dos reflexos agradáveis ou desagradáveis que o passado nos devolve. E não é demais lembrar que o lar não existe para a contemplação egoística da espécie, porém, “para santuário onde, por vezes, exigem-se a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”(8)
Sobre a educação dos filhos, recordemos que os pais espíritas “devem conduzir energicamente os filhos para a evangelização espírita, pois, qualquer indiferença nesse particular, pode conduzir a criança aos prejuízos religiosos de outrem, ao apego do convencionalismo, e à ausência de amor à verdade.” (9) Desde os primeiros anos, devemos ensinar os filhos a fugir do abismo da liberdade, controlando-lhe as atitudes pois que essa é a ocasião mais propícia à edificação das bases de uma vida.
Coincidentemente, ou não, os jovens mais agressivos são aqueles que tiveram extrema liberdade na infância e foram pouco estimados pelos pais, sentiram-se rejeitados no grupo familiar ou se consideraram pouco atraentes (baixa auto-estima). Mas, quando os filhos são rebeldes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos, como devemos educá-los? Ora, “depois de movimentarmos todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa é justo que sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, esperemos a manifestação da providência divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas acerbas, de modo a semear-lhes (nos filhos), com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.” (10) A dor tem possibilidades desconhecidas para penetrar os espíritos, onde a linfa do amor não conseguiu brotar.
Em certas circunstâncias da vida, faz-se mister que estejamos revestidos de suprema resignação, “reconhecendo no sofrimento que persegue nossos filhos a manifestação de uma bondade superior, cujo buril oculto, constituído por sofrimentos, remodela e aperfeiçoa com vistas ao futuro espiritual.”(11)
No grupo familiar temos os vínculos de ascensão e exultação que já conseguimos tecer, por intercessão do amor vivido, mas também temos “as algemas de constrangimento e aversão, nas quais recolhemos, de volta, os clichês inquietantes que nós mesmos plasmamos na memória do destino e que necessitamos desfazer, à custa de trabalho e sacrifício, paciência e humildade, recursos novos com que faremos nova produção de reflexos espirituais, suscetíveis de anular os efeitos de nossa conduta anterior, conturbada e infeliz.” (12)

Jorge Hessen

http://jorgehessen.net
Referências Bibliográficas
(1) Franco, Divaldo Pereira. Estudos Espíritas, ditado pelo espírito de Joanna de Angelis, Rio de Janeiro: Ed FEB , 1970.
(2) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB perg. 695
(3) Xavier, Francisco Cândido. Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 2008, cap. 20.
(4) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 2000, perg 14
(5) Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 2000, cap. 15
(6) Peralva, Martins. Estudando a Mediunidade, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1989
(7) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB perg. 775
(8) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 2000, perg. 113
(9) Idem perg. 113
(10) Idem perg. 190
(11) Idem perg.191
(12) Xavier, Francisco Cândido. Pensamento e Vida, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed; FEB, 1971, cap. 12