.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

PALAVRAS DE UM AMIGO ESPÍRITA



Logo no início, quando é explicada a patologia da menina, (SÍNDROME DE SMITH-MAGENIS) a primeira impressão que me veio foi a de um mecanismo similar ao que observamos, com alguma freqüência, em problemas como a epilepsia.

Na seara espírita, sabemos que essa enfermidade traduz uma “cobrança” de débitos anteriores, tanto que o comportamento e a prática cristãos conseguem sempre minorar os sintomas, ou mesmo suspendê-los indefinidamente, já que o irmão dedicado terá mostrado a seus “credores” que realmente está esforçando-se por melhorar a si mesmo, e procura praticar a verdadeira caridade.

O Espiritismo pode explicar, e, mais que isso, ajudar decisivamente, no tratamento desses males, mas os preconceitos ainda atrapalham.

De certo modo, no Brasil, podemos considerar-nos privilegiados, porque o acesso ao conhecimento espírita é mais facilitado que nos demais países; ainda que a população pratique majoritariamente outras religiões, em geral, a maioria dos brasileiros aceita as bases da doutrina espírita.

Principalmente, quando precisa dela . . .

Por isso, é relativamente comum atendermos, na casa espírita, a irmãos de outros credos – ou de nenhum – que buscam solução para dificuldades variadas, incluindo os problemas de saúde física e mental; a situação mais vivenciada é a vinda ao meio espírita após uma peregrinação mais ou menos longa à cata de resultados que não aparecem como se esperaria.

Como você frisou sabiamente em seu texto, o Espiritismo não pretende influenciar ou alterar nenhum tratamento médico, mas apenas ajudá-lo, quando estiver ao alcance dos irmãos da seara.

Muito sofrimento tem sido evitado dessa forma, mas a contribuição da doutrina poderia ser muito maior, se o obscurantismo não continuasse a fazer suas vítimas.

Há poucos dias, eu conversava com uma jovem, criada em uma família evangélica, moça de sólidos conhecimentos de moralidade e de comportamento irrepreensível, como de resto toda sua família; foi sempre muito ativa, participando das atividades de sua igreja com sinceridade e devoção.

Para minha surpresa, contou-me, sem que o assunto fosse suscitado, que passou a assistir reuniões numa casa espírita, e que está gostando bastante; com grande honestidade, lamentou que exista ainda muito preconceito contra o Espiritismo, o que ela já percebeu que é descabido.

Somente pude responder a ela que, infelizmente, muitos irmãos de outros credos cometem o deslize de criticar sem conhecer; aproveitei e disse que todos, de qualquer religião, deveriam praticar, de fato, o amor ao próximo.

A caridade tudo pode.

Disse ainda que é preferível desconhecer qualquer linha dos textos religiosos, mas praticar essas virtudes, do que fazer o oposto, que é tão encontradiço: verdadeiras sumidades teóricas da Bíblia, que esquecem o primeiro mandamento com muito facilidade.

Grande abraço, meu irmão.

Sérgio de Jesus Rossi

rossi@correios.com.br

BREVES REFLEXÕES SOBRE O CASAMENTO ENTRE ESPIRITAS

BREVES REFLEXÕES SOBRE O CASAMENTO ENTRE ESPIRITAS

Recentemente ocorreu uma tragédia numa festa de “casamento” no estado de Pernambuco. O noivo se matou após assassinar a noiva e o padrinho. Conforme informou o programa “Fantástico” da Rede Globo(1), o evento era uma cerimônia “espírita”.
Cerimônia espírita?... Que absurdo!
Infelizmente têm surgido confrades em torno dos quais se formam grupos e “indivíduos portadores de mediunidade, nobre ou não, que não poucas vezes tornam-se líderes esquisitos e esdrúxulos, com comportamentos alienados, procurando apresentar propostas de exaltação do seu ego e gerando à sua volta uma mística que infelizmente vem desaguando em determinadas posturas incompatíveis com o Espiritismo, como o casamento espírita, por exemplo.” (2) (grifei)
Observam-se algumas vezes, entre alguns dirigentes de casas espíritas, posturas tradicionalmente religiosas (igrejeira) na maneira de entender e de se relacionar com a Doutrina Espírita. Esse entendimento dá margem a gravíssimos transtornos ao Movimento Espírita, como a ritualização de certas práticas, abuso de poder nas hierarquias e outras lamentáveis práticas. Como se não bastassem tantas asneiras, há dirigentes espíritas celebrando cerimônia de “casamentos”, assumindo uma postura de “oficiantes”, na condição de “dirigente-mor” de algumas instituições. Tais dirigentes “oficiantes” (pasmem!) estão com agendas lotadas, inclusive para “celebrarem batizados”. Ficamos estupidificados diante de tais anomalias doutrinárias.
No casamento entre espíritas só deve haver cerimônia civil; JAMAIS cerimônia religiosa. E nenhum presidente (“dirigente-mor”) de centro espírita ou sociedade de orientação espírita deveria “oficiar” casamentos, pois o Espiritismo não instituiu sacramentos, rituais ou dogmas.
Se, por força das circunstâncias, o cônjuge não-espírita possuir sincero fervor pela religião que professa, e tiver tendência a ficar traumatizado sem a cerimônia tradicional, o espírita poderá aceitar (sem traumas) a cerimônia religiosa do casamento, segundo o costume da religião do seu pretendente. Esta condescendência, todavia, tem suas linhas demarcatórias. Só é aceitável se houver uma profunda necessidade espiritual do(a) noiva(o), porém não se justifica quando a pessoa for apenas uma religiosa de fachada, por convenção social, ou quando a exigência é feita pela família dela. Todavia, se houver por bem ceder, que o espírita não se submeta aos sacramentos individuais como no caso do batismo, da confissão, da comunhão etc., etc., etc. Nesse aspecto, caberá ao cônjuge não espírita providenciar a dispensa dos sacramentos individuais para o espírita.
Reflitamos o seguinte: quem é que dá a um homem o direito de estabelecer esse vínculo sagrado entre duas pessoas? Casamento não depende de nada exterior, de nenhuma ação alheia aos noivos. As duas criaturas se casam e ninguém tem o poder de estabelecer vínculos entre elas. Nem o Juiz de Paz promove o casamento. Essa Autoridade apenas registra nos anais da sociedade, para os efeitos legais, o casamento que é diante dela declarado. Portanto, “o casal espírita apresenta-se diante da autoridade civil apenas para declarar o seu casamento, solicitando seja ele registrado, e não para receber qualquer tipo de legitimação. A legitimidade do casamento é dada pelo grau de responsabilidade e de amor que presidiu a formação do casal.” (3)
Naturalmente, os noivos espíritas devem ter consciência de como se casar perante a sociedade e a espiritualidade, respeitando as convicções dos familiares “não espíritas”, mas tentando fazer prevalecer as suas certezas doutrinárias. O legítimo espírita precisa colaborar para que haja a renovação das concepções religiosas, e não logrará êxito se em nome de uma “falsa humildade e fingida tolerância” ocultar o que já conhece e se curvar ante os costumes religiosos tradicionais. Se somos espíritas, por que então nos mantermos algemados às fórmulas religiosas que nada significam para nossos ideais?
Muitas vezes, confrades nos indagam se poderia e como seria realizada uma cerimônia de casamento espírita. Considerando que o assunto é de alta gravidade e de grande repercussão, atestamos, sem muitas delongas, que não existe ritual nem cerimônia religiosa para o casamento entre espíritas. O Espiritismo é uma doutrina filosófico-religiosa, com aspectos científicos e consequências éticas e morais, mas não se constitui numa estrutura clerical formalizada. Dessa forma, diferentemente de outras correntes religiosas, não comporta em suas práticas nenhum cerimonial, rito ou aspecto específico ligado ao casamento convencional. Ou seja, não há cerimônia de casamento religioso espírita.
"O Espiritismo não tem sacerdotes e não adota, e nem usa em suas práticas, altares, imagens, andores, velas, procissões, sacramentos, concessões de indulgência, paramentos, bebidas alcoólicas ou alucinógenas, incenso, fumo, talismãs, amuletos, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais ou quaisquer outros objetos, rituais ou formas de culto exterior.” (4) No local escolhido para a cerimônia civil, uma prece singela poderá ser feita por um familiar dos noivos. Não há necessidade de convidar um presidente (“dirigente-mor”) de centro, um orador espírita, um médium, nem é preciso que um “guia” se comunique para “abençoar” o consórcio.
Alias, sendo a prece sincera a sublimação do sentimento e a exaltação do amor, em realidade, por questões de afinidade e afetividade, certamente os familiares e os amigos amam mais os noivos que o dirigente espírita, o “oficiante”; portanto a oração feita por eles será bem mais produtiva. Ainda, os noivos espíritas, junto à família, no abençoado reduto do lar, poderão fazer o Culto do Evangelho, usufruindo de um ambiente espiritual mais sereno e pacificado do que a exposição pública no ato da cerimônia civil ou de festas, onde muitas criaturas lá comparecem com o único interesse social.
Dessa forma, o dirigente espírita, consciente das suas enormes responsabilidades e conhecedor das bases doutrinárias do Espiritismo, saberá esquivar-se dos convites que recebe para “oficiar” casamentos, informando, com humildade e educação, os pretendentes, quase sempre pouco conhecedores do Espiritismo, que na Doutrina Espírita tal prática não existe. Se aceitar o convite demonstrará que conhece o Espiritismo ainda menos que os noivos.
O casamento é a eliminação do egoísmo; não fere as leis da Natureza; “é um progresso na marcha da Humanidade. Sua abolição seria regredir à infância da Humanidade e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais que lhe dão o exemplo de uniões constantes.”(5). O casamento, enfim, é um compromisso livremente assumido por dois Espíritos perante o altar de suas consciências. Está muito acima de qualquer bênção religiosa ou da assinatura de qualquer documento diante de uma autoridade civil ou religiosa. Trata-se de uma sociedade conjugal, estabelecida pelo próprio casal, num plano eminentemente moral, ético.
O que nos parece deve prevalecer, em vez da ritualística que lentamente vai sendo introduzida e aceita por desconhecimento doutrinário, é que se leve em consideração a proposta filosófica de uma visão ampla, de uma observação cuidadosa dos fatos da vida e de como o Espiritismo os explica e os orienta, ensejando, deste modo, um comportamento ético-moral mais compatível com a Terceira Revelação.
Em tese, não há e NUNCA haverá espaço no universo doutrinário para a celebração de um "casamento religioso espírita". E para os contumazes dirigentes “oficiantes” de casamentos recomendamos buscarem outros quintais “espiritualistas” e se distanciem depressa do Espiritismo para não conspurcá-lo ainda mais!

Jorge Hessen



Referências Bibliográficas:

(1) Disponível no link http://olhar45.blogspot.com/2010/12/noivo-mata-noiva-e-padrinho-em-festa-de.html, acessado em 25 de dezembro de 2010
(2) Entrevista do orador espírita Divaldo Pereira Franco concedida para a equipe de redação do Jornal Mundo Espírita, durante a 8ª Conferência Estadual Espírita, em Curitiba, PR, no dia 24 de março de 2006.
(3) José Passini. Artigo O Casamento, Disponível em http://doutrinaespirita.com.br/?q=node/35, acessado em 24 de dezembro de 2010
(4) Disponível no site http://www.febnet.org.br/site/conheca.php?SecPad=9&Sec=247, acessado em 25/12/2010.
(5) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB , 2000, questão 695

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

SÍNDROME DE SMITH-MAGENIS, OBSESSÃO OU AUTO-OBSESSÃO?

SÍNDROME DE SMITH-MAGENIS, OBSESSÃO OU AUTO-OBSESSÃO?


Grace Fishwick, uma inglesa, de 9 anos, é uma criança carinhosa, que adora cantar, dançar, mas, segundo a ciência, ela sofre de mutação genética rara, chamada de Síndrome de Smith-Magenis (SMS)(1), patologia que causa retardo mental e distúrbios de comportamento e a faz tornar-se violenta de súbito e agrida outras pessoas e a si mesma. Tais episódios podem durar alguns minutos e às vezes até três horas. A mãe de Fishwick compara sua filha ao personagem de O Médico e o Monstro. "Em um minuto, ela está brincando alegremente com seus brinquedos, no outro, nos agredindo ou atacando a si mesma” explica a genitora.
Sabe-se que a doença de Fishwick é de causa genética, embora não hereditária. É uma patologia genética pouco conhecida no Brasil e sua incidência no mundo é de 1 criança afetada a cada 25.000 nascidas vivas. Muitas crianças portadoras da “SMS” estão sendo acompanhadas como portadoras de deficiência mental sem causa definida ou como autistas. Para os pesquisadores, as características de comportamento e o atraso no desenvolvimento são os que se tornam mais significativos. Há retardo do desenvolvimento neuropsicomotor perceptível nos primeiros anos de vida, atraso significativo de linguagem, hiperatividade com déficit de atenção, várias formas de auto-injúria – bater a própria cabeça, morder-se, beliscar-se, puxar a pele, dificuldade para conseguir asseio corporal independente, acessos de birra (prolongada), raiva, agressão, mau humor, desobediência, teimosia, autoextirpação das unhas.
Como poderemos interpretar o “caso Grace Fishwick” sob o ponto de vista Espírita? Especialistas tentam ajudar esses irmãos enfermos, inclusive na fase inicial de seus estudos. Especificamente no campo da genética, alguns estudiosos mais ousados já relacionam algumas doenças de origem nervosa e mental, sendo induzidas pela influência dos espíritos; todavia, os preconceitos de sempre impedem que as pesquisas avancem.
Apesar de poucos informes científicos, há muitas evidências de que o processo obsessivo e/ou auto-obsessivos (caracterizado por manipulações e interposições de fluidos tóxicos) exerça papel importante na fisiopatogenia das doenças no corpo físico e espiritual, por vezes evoluindo para quadros patológicos gravíssimos.
Em qualquer caso, no entanto, o doente é responsável por todos os sinais e sintomas que apresenta, considerando ser ele o mentor intelectual de todos os seus equívocos, passados e presentes. Assim sendo, em dado momento da vida, começa a tomar consciência dos resíduos nefastos do inconsciente e a partir daí exercita-se em culpas, que geram cobranças. Então teremos os conflitos interiores, com o pensamento fixado em alguma coisa, tanto em vigília como em desdobramento.
Após a instalação do quadro mórbido, o enfermo caminha com desinteresse total pela vida, isola-se e apresenta baixas vibrações em seu campo eletromagnético, permitindo a partir deste momento a afinização com irmãos em grandes desequilíbrios – terríveis cobradores – evoluindo assim com graves quadros específicos que se enquadram nas doenças neurológicas e mentais.
O drama Fishwick nos remete a um provável caso de “emersão do passado”, ou seja, tudo procede dela mesma. Ante a aproximação espiritual de antigo desafeto, que certamente ainda a persegue do plano espiritual, revive a experiência dolorosa do passado e perturba-se-lhe a vida mental, necessitando de mais ampla reeducação. É um caso no qual se faz possível a colheita de valiosos ensinamentos.
Toda e qualquer patologia física ou mental tem uma causa explicável. A menina Fishwick tem imobilizado grande coeficiente de forças do seu mundo emotivo em torno da experiência desastrosa do pretérito, a ponto de semelhante cristalização mental haver superado o choque biológico da reencarnação, prosseguindo quase que intacta no novo corpo físico. Fixando-se nessa lembrança, quando instada de mais perto pelo perseguidor do além, passa a comportar-se qual se estivesse ainda no passado que teima em ressuscitar. Sem dúvida, em tais momentos, é alguém que volta do pretérito a comunicar-se com o presente, porque ao influxo das recordações penosas de que se vê assaltada, centraliza todos os seus recursos mnemônicos tão somente no ponto nevrálgico em que viciou o pensamento.
Para o especialista comum, é apenas uma candidata a algumas formas de tratamento médico; entretanto, para o espírita, ela pode ser uma enferma espiritual, uma consciência torturada, exigindo amparo moral e cultural para a renovação íntima – única base sólida que lhe assegurará o reajustamento definitivo. “A obsessão, sob qualquer modalidade em que se apresente, é enfermidade de longo curso, exigindo terapia especializada, de segura aplicação e de resultados que não se fazem sentir apressadamente”.(2) A ação fluídica de qualquer nível de obsessão [ou auto-obsessão] sobre o cérebro, se não for removida a tempo, dará, necessariamente, em resultado, o sofrimento orgânico daquela víscera, tanto mais profundo quanto mais tempo estiver sob a influência deletéria daqueles fluidos.”(3)
Em todas as épocas da história das civilizações existiram doentes psíquicos que sofriam influências nefastas de obsessores, e, em alguns casos, envolvendo personagens que se celebrizaram por seus atos. Nabucodonosor II, rei dos Caldeus, sofreu uma licantropia e pastava no jardim do palácio como um animal. Tibério, envolvido por muitos espíritos cobradores, cometeu muitos deslizes, com muita malignidade. Calígula e Gengis-Khan marcaram presença em função de suas aberrações psicóticas. Domício Nero, em função de grandes desequilíbrios psíquicos, entre tantos equívocos, mandou assassinar a mãe e sua esposa, e, depois, as reencontrava em desdobramentos. Dostoiévski sofria de ataques epilépticos. Nietzsche perambulou pelos asilos de alienados. Van Gogh cortou as orelhas num momento de insanidade e as enviou de presente para sua musa inspiradora, findando, posteriormente, a vida, com um tiro. Schumann, notável compositor, atirou-se ao Reno, sendo salvo pelos amigos e internado num hospício, onde encerrou a carreira. Edgar Allan Poe sucumbiu arrasado pelo álcool e tendo visões infernais.
Obviamente, nós espíritas respeitamos as orientações dos profissionais da área de saúde, evitando equívocos como: fazer diagnósticos, trocar e/ou suspender medicamentos e, às vezes, tornar o quadro dos pacientes mais grave que verdadeiramente o são. Compete à medicina, ao tratar seus pacientes, admitindo a hipótese de obsessão, ainda que não comprovada academicamente, pedir ajuda às casas espíritas que exercem suas atividades com objetivos sérios, seguindo os postulados do Cristo e os preceitos da Doutrina Espírita.
Cremos que o passe magnético é de grande importância no tratamento desses irmãos, considerando a oportunidade de polarização de fluidos, dissipando fluidos tóxicos e interpondo fluidos benéficos. Sabemos do valor indiscutível da água magnetizada (fluidificada) – que é de grande importância, também, no reequilíbrio do doente, considerando que nela são introduzidos fluidos potencializados pelas emanações de energias provindas das irradiações de minerais, vegetais e animais.
Indispensável, igualmente, é o Culto do Evangelho no Lar, considerando a oportunidade de leitura do Evangelho e a reflexão sobre seu conteúdo, além das preces que poderão ser proferidas, permitindo crescimento interior, o exercício da fé, gerando transformações ao nível de renúncias de viciações e paixões inferiores, permitindo a vigilância do Ser em seus pensamentos, palavras e atos e muitos outros benefícios que, aos poucos, vão aperfeiçoando o espírito e diminuindo as doenças na Terra.
Jorge Hessen

Referências bibliográficas:
(1) A SMS afeta uma a cada 25 mil crianças e costuma ser confundida com autismo pelos médicos
(2) Franco, Divaldo Pereira. Nos Bastidores da Obsessão, Ditado pelo Espirito Manuel Philomeno de Miranda, RJ: Ed. Feb , 1995, 7a edição.
(3) Menezes, Adolfo Bezerra de Menezes – A Loucura sob um Novo Prisma, 2ª edição, 1987, FEB-RJ

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

“SEM A RELIGIÃO, ORIENTANDO A INTELIGÊNCIA, CAIRÍAMOS, TODOS, NAS TREVAS DA IRRESPONSABILIDADE”


O Cristianismo entrou em um mundo no qual nenhuma religião, até então, havia penetrado com tanta força. Nesses dois mil anos de dominação cristã, no ocidente, vimos “uma fé caolha”, aliás, uma fé ser diluída, corrompida, deformada e metamorfoseada em outra coisa que não seja negar a essência original: o Cristo. Foram dois mil anos de busca desenfreada de poder, de privilégios, de controle de reis e de príncipes, de usos e abusos da máquina pública em benefício próprio, sempre, aliando-se ao que haveria de vencer.

Recebi algumas vezes por email determinada mensagem supostamente “científica” sobre o crescimento da população muçulmana no mundo. O fato me remeteu a Emmanuel, que lembra sobre os numerosos Espíritos que reencarnam com as mais altas delegações do plano invisível. Entre esses missionários, veio aquele que se chamou Maomet. Se é verdade que ele não resistiu ao assédio dos Espíritos da Sombra, traindo nobres obrigações espirituais com as suas fraquezas, muitos outros líderes cristãos se desviaram da senda do bem. Em que pese o aroma cristão que se exala de muitas das lições do pai do Islamismo, há também um espírito belicoso, de violência e de imposição. “Junto da doutrina fatalista encerrada no Alcorão, existe a doutrina da responsabilidade individual, divisando-se através de tudo isso uma imaginação superexcitada pelas forças do bem e do mal, num cérebro transviado do seu verdadeiro caminho.”(1) Por essa razão, “o Islamismo, que poderia representar um grande movimento de restauração do ensino de Jesus, corrigindo os desvios [do Cristianismo da época], assinalou mais uma vitória das Trevas contra a Luz.” (2)
Para os teóricos (protestantes) alarmistas, em poucos anos, sob o ponto de vista social, político, econômico e cultural, a Europa, como a conhecemos hoje, deixará de existir por causa da imigração islâmica. Nas últimas três décadas, a população muçulmana, só na Inglaterra, por exemplo, multiplico-se em 30 vezes. No Novo Mundo, entre 2001 e 2006, a população do Canadá aumentou em 1.6 milhão, e desse total, 1.2 milhão foi em virtude de imigração muçulmana. Nos EUA, em 1970 havia 100 mil muçulmanos; hoje há 9 milhões.
Em verdade, difunde-se uma tese reducionista do tipo “caça às bruxas” de que onde os muçulmanos têm o poder, não há liberdade de pensamento e expressão. Contudo, não se pode esquecer que a história demonstra como eram as coisas quando o cristianismo (catolicismo) tinha as rédeas políticas do mundo. A cultura ocidental, patrocinada pelo capital norte-americano, reforça, ainda, a dicotomia entre Oriente e Ocidente; engendra representações monolíticas do Islamismo, enquadrando num só molde a questão Árabe. E à espreita, por trás de todas essas teses absurdas, está a ameaça do jihad, temor de que os muçulmanos tomem conta do mundo.
O fanatismo é a intolerância extrema para com os diferentes. Um evangélico fanático é incapaz de diálogo e respeito para com um católico ou um budista e vice-versa. São tão fanáticos os terroristas-suicidas muçulmanos quanto os fundamentalistas cristãos norte-americanos que atacam clínicas de abortos, perseguem homossexuais, proíbem o ensino da teoria evolucionista de Darwin, obrigando os professores a ensinarem a doutrina criacionista tal como está na Bíblia, ou ainda, os protestantes da Irlanda do Norte que atacavam crianças católicas.
Temos a convicção de que, por trás dos novos fanatismos religiosos – católicos, evangélicos, espíritas, muçulmanos etc – é o pendor místico do religioso que leva a uma cristalização da fé, desembocando numa falsa doutrina das virtudes. Muitos religiosos se enfrentam ferozmente. São os judeus e palestinos que se matam; são os seguidores de Buda e hinduistas que se mantêm em luta milenar; são pseudocristãos que se aniquilam em guerras absurdas, como se o Velho e o Novo Testamento, o Bhagavad Gita e o Alcorão fossem manuais de guerra, e não roteiro de iluminação espiritual.
Do mesmo segmento de “cristãos” que condenam a proliferação do Islamismo, estamos assistindo ao surgimento de uma máquina pseudorreligiosa. Máquina como nunca fora criada antes. Máquina de comunicação, de manipulação do “sagrado”, de venda de favores divinos (“milagres”), de hipnotização das pessoas ao poder e máquina que transforma a população, sem instrução, em um “rebanho de alienados”.
Atualmente há uma vil industrialização da mensagem do Cristo. Certa vez, Sigmund Freud colocou na berlinda antigos e violentos conceitos CRISTÃOS e “afirmou ser o Cristianismo um movimento inútil, um infantilismo das massas.”.(3) O Cristianismo, sem Cristo, tem exercido controle sobre a massa, aplicando impostos através dos dízimos, controle das mentes fanáticas, promovendo o medo pelas punições eternas e temporais; controle sobre a devoção, manipulando esses sentimentos, transformando-os em cega “obediência” e temor a Deus.
Todos os espíritas precisamos palmilhar a fé racional, a fim de compreender melhor o Evangelho. “Reconhecemos, também, que não é a destruição inapelável dos símbolos religiosos aquilo de que mais necessitamos para fomentar a harmonia e a segurança entre as criaturas, mas sim a nova interpretação deles, até porque, “sem a religião, orientando a inteligência, cairíamos, todos, nas trevas da irresponsabilidade, com o esforço de milênios, volvendo, talvez, à estaca zero, do ponto de vista da organização material da vida do Planeta.”.(4)
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


Referências Bibliográficas:

(1) Xavier, Francisco Cândido. A caminho da luz, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001
(2) Idem
(3) Freud Sigmund. O Futuro de uma Ilusão, Rio de Janeiro: Editora Imago, 1997
(4) Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em Uberaba/MG, na tarde de 18/08/71, para a reportagem da revista O Cruzeiro, do Rio de Janeiro, publicada na edição de 1/09/71

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

REVISTA ESPIRITA DE CAMPOS PUB LICOU


O que é solidariedade? Para os egoístas a palavra reverbera perturbadora. Incomoda porque o seu verdadeiro significado impõe mobilização de recursos em favor do próximo. Fundamenta-se em valores que não conseguimos quantificar. Mas, o que é ser solidário? É sentir a necessidade íntima de partilhar, é querer ir mais além, é perceber que a alegria de dar é indiscutivelmente superior à de receber; é estender a mão ao próximo sem olhar sua raça, condição gênero, conta bancária. A internalização do sentimento solidário torna-nos efetivamente pessoas melhores. A solidarização é o “sentimento de identificação com os problemas de outrem, o que leva as pessoas a se ajudarem mutuamente”(1). É uma maneira de assistência moral e espiritual que se concede a alguém, seja por simpatia, piedade ou senso de justiça. No sentido de laço de união fraternal que une as pessoas, pelo fato de serem semelhantes, chamamos de solidariedade humana. É compromisso pelo qual nos sentimos em obrigação umas em relação às outras, ou seja, é a interdependência e a reciprocidade.
Infelizmente vivemos num ambiente social de quimeras postergadas, de sonhos frustrados, de mentes cansadas, numa sociedade de nódoas morais, de “mentes vazias” e atoladas nas futilidades hodiernas, isoladas no cipoal do “ego” enregelado. Vivemos completamente mergulhados na vida egocêntrica, que nos remete irreversivelmente à solidão. O Espírito Emmanuel ressalta que “a técnica avançou da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se verificou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário. Aprimoraram-se as teorias sociais de solidariedade e nunca houve tanta discórdia”(2).
Os males que afligem a Humanidade são resultantes exclusivamente do egoísmo (ausência de solidariedade). A eterna preocupação com o próprio bem-estar é a grande fonte geradora de desatinos e paixões desajustantes. A máxima "Fora da Caridade não há Salvação"(3) é a bandeira da Doutrina Espírita na luta contra o egoísmo. A solidariedade é a caridade em ação, a caridade consciente, responsável, atuante, empreendedora. Os preceitos espíritas contribuem para o progresso social, deteriora o materialismo, faz com que os homens compreendam onde está seu verdadeiro interesse. O Espiritismo destrói os preconceitos “de seitas, de castas e de raças, ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos”(4). Destarte, segundo os Benfeitores espirituais, “quando o homem praticar a lei de Deus, terá uma ordem social fundada na justiça e na solidariedade”(5).
A recomendação do Cristo “que vos ameis uns aos outros como eu vos amei”(6) assegura-nos o regime da verdadeira solidariedade e garante a confiança e o entendimento recíproco entre os homens. A solidariedade na vida social é como o ar para o avião.
O avião, apesar de toda tecnologia, se não tiver ar ele não voa. A prática desse sentimento vivifica e fecunda os germens que nele existem, em estado latente, nos corações humanos. A Terra, local de provação e de exílio, será pacificada por esse fogo sagrado e verá exercido na sua superfície a caridade, a humildade, a paciência, o devotamento, a abnegação, a resignação e o sacrifício, virtudes todas filhas do amor e da solidariedade.
É imprescindível darmo-nos, através do suor da colaboração e do esforço espontâneo na solidariedade, para atender, substancialmente, as nossas obrigações primárias, à frente do Cristo(7).
Ante as responsabilidades resultantes da consciência doutrinária, que nos impõe a superar a temática de vulgaridade e imediatismo ante o comportamento humano, em larga maioria, a máxima da solidariedade apresenta-se como roteiro abençoado de uma ação espírita consciente, capaz de esclarecer e edificar os corações, com a força irresistível do exemplo.

Jorge Hessen

Fontes:

(1) Cf. Dicionário Caldas Aulete
(2) Xavier, Francisco Cândido. "Fonte Viva" ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1992
(3) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, Cap. XV
4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000, pergunta 799
(5) idem perg.
(6) Jo 15.12
(7) Xavier, Francisco Cândido. "Fonte Viva" ditada pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1992

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

OS HOMENS PRÉ-HISTÓRICOS TINHAM EMOÇÕES?




Será que os homens pré-históricos tinham consciência íntima? “Pesquisadores da Universidade de York descobriram que o homem de Neanderthal nutria um grande sentimento de compaixão. A conclusão adveio através das evidências arqueológicas e da observação sobre o modo como as emoções emergiram em nossos antepassados há seis milhões de anos, quando o ancestral comum dos homens e dos chipanzés vivenciou o despertar dos primeiros sentimentos. Para os arqueólogos, cerca de 1,8 milhão de anos atrás, o Homo erectus integrou o sentimento de compaixão com o pensamento racional através de ações como cuidar dos doentes e dedicar atenção especial aos mortos, demonstrando luto e desejo de suavizar o sofrimento alheio.”(1)

Cremos que as sepulturas datadas da era paleolítica comprovam já haver naquele período uma crença na vida após a morte e no poder ou influência dos ancestrais sobre a vida cotidiana do clã familiar. Os integrantes do clã obrigavam-se a praticar ritos em homenagem a seus mortos pelo temor a represálias ou pelo desejo de obter benefícios, ou ainda por considerá-los seres divinizados.

Questão instigante é como o primata se tornou hominídeo. A resposta é ainda uma incógnita. Nunca foi encontrado o "elo perdido", a espécie biológica que represente essa transição. “Pode-se dizer que, sob a influência e por efeito da atividade intelectual de espíritos mais adiantados [que os antropóides], o envoltório se modificou, embelezou-se nas particularidades, conservando a forma geral do conjunto. Melhorados os corpos, pela procriação, deu-se origem a uma espécie nova, que pouco a pouco se afastou do tipo primitivo, à proporção que o Espírito progrediu.”(2)

Allan Kardec explica que "desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem.”(3) O Espírito André Luiz argumenta que, “para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em seus impulsos, no caminho para o reino angélico, despendeu nada menos que um bilhão e meio de anos.”(4)

Muitas das transformações que se verificaram no “homo” foram promovidas em suas estruturas perispirituais, entre uma existência e outra (ou seja, no plano espiritual). Os Espíritos construtores, sob a supervisão do Cristo, retocavam, em vezes sucessivas, as formas perispiríticas, e estas alterações criariam o campo magnético para as futuras mutações. Experiências múltiplas, no patrimônio genético dos nossos antepassados, coordenadas por geneticistas siderais, foram modelando aquelas formas que deveriam persistir até os tempos atuais. A seleção natural se incumbiria de fazer desaparecer as formas primitivas inaptas.

Conforme afirma Emmanuel, atualmente a ciência procura os legítimos antepassados das criaturas humanas nessa imensa vastidão da arena da evolução anímica. “No período terciário(5), sob a orientação das esferas espirituais notavam-se algumas raças de antropóides, no Plioceno inferior [de 5,3 milhões a 1,6 milhão de anos]. Esses antropóides, antepassados do homem terrestre, e os ascendentes dos símios que ainda existem no mundo, tiveram a sua evolução em pontos convergentes, e daí os parentescos sorológicos entre o organismo do homem moderno e o do chimpanzé da atualidade.”(6)

Para o autor de “Renúncia”, não houve propriamente uma "descida da árvore" no início da evolução humana. “As forças espirituais que dirigem os fenômenos terrestres, sob a orientação do Cristo, estabeleceram, na época da grande maleabilidade dos elementos materiais, uma linhagem definitiva para todas as espécies, dentro das quais o princípio espiritual encontraria o processo de seu acrisolamento, em marcha para a racionalidade.”(7) Os antropóides das cavernas espalharam-se então aos grupos pela superfície do globo, no curso vagaroso dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando os pródromos das raças futuras em seus tipos diversificados; a realidade porém, é que as entidades espirituais auxiliaram o homem do sílex, imprimindo-lhe novas expressões biológicas.

Os milênios correram o seu toldo de experiências drásticas sobre a fronte desses seres de “braços alongados e de pêlos densos, até que um dia as hostes do invisível operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual preexistente dos homens, surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir.” (8)

Elucida o Espírito Emmanuel que “há muitos milênios, um dos orbes da Capela(9), que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos.”(10)

As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos, “deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores. Aqueles seres angustiados e aflitos seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes.”(11)

A Natureza ainda era, para os trabalhadores da espiritualidade, um campo vasto de experiências infinitas; tanto assim que, “se as observações do mendelismo fossem transferidas àqueles milênios distantes, não se encontraria nenhuma equação definitiva nos seus estudos de biologia. A moderna genética não poderia fixar, como hoje, as expressões dos "genes", porquanto, no laboratório das forças invisíveis, as células ainda sofriam longos processos de acrisolamento, imprimindo-se-lhes elementos de astralidade, consolidando-se-lhes as expressões definitivas, com vistas às organizações do porvir.”. (12)

Apostam os arqueólogos que no interregno de 500 mil e 40 mil anos, o sentimento evoluiu e os primeiros seres humanos, como o Homo heidelbergensis e o Neanderthal, já demonstravam compromisso com o bem-estar dos outros, o que pode ser comprovado através de uma adolescência longa e a dependência em caçar juntos. Cremos que "não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio.".(13) Com a conquista da razão, aparecem o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. “Até então, o progresso tinha uma orientação centrípeta [de fora para dentro]; o ser crescia pela força das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco liberdade de escolha. Ao entrar no reino hominal, o princípio inteligente – agora sim, Espírito – está apto a dirigir a sua vida, a conquistar os seus valores pelo esforço próprio, a iniciar uma evolução de orientação centrífuga [de dentro para fora].”. (14)

Mas a conquista da inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estada no reino hominal. “Ele iniciou na valorosa luta para conquistar os valores superiores da alma: a responsabilidade, a sensibilidade, a sublimação das emoções, enfim, todos os condicionamentos que permitirão ao Espírito alçar-se à comunidade dos Seres Angélicos.”. (15) Os sonhos premonitórios, as visões de Espíritos, a audição da voz dos mortos, inclusive nos fenômenos de voz direta – e a materialização de Espíritos, foram fatos concretos, que levaram o homem primitivo à crença na continuação da vida após a morte. Diretamente dos médiuns neandertalenses surgiram os feiticeiros, ancestrais dos sacerdotes de todas as religiões.(16)

Segundo um princípio sofista atribuído a Protágoras – "0 homem é a medida de todas as coisas." Mas uma medida por assim dizer afetiva, sem o controle da razão. Por isso Herculano Pires afirma que “é pelo sentimento, e não pelo raciocínio, que o homem primitivo humaniza o mundo.”.(17) Destarte, ficam ratificadas as teses científicas sobre o homem pré-histórico que integrou o sentimento de compaixão na síntese do pensamento racional através de ações efetivas para o outro semelhante.

Jorge Hessen


Referências bibliográficas:

(1) Publicado na Revista Galileu disponível no site

(2) Kardec, Allan. A Gênese", Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1997 cap.11, a "Hipótese sobre a origem do corpo humano":

(3) Kardec, Allan. Obras Póstumas, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, § 3.o, 1a. Parte

(4) Xavier, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 1994

(5) As designações terciário e quaternário são resquícios de uma nomenclatura geológica anterior, quando eram usadas para distinguir rochas mais recentes de outras, mais antigas, classificadas então como primárias e secundárias. O terciário subdivide-se em cinco épocas: paleoceno (de 66,4 a 57,8 milhões de anos), eoceno (de 57,8 a 36,6 milhões de anos), oligoceno (de 36,6 a 23,7 milhões de anos), mioceno (de 23,7 a 5,3 milhões de anos) e plioceno (de 5,3 milhões a 1,6 milhão de anos). O período quaternário subdivide-se, por sua vez, em pleistoceno (de 1,6 milhão a dez mil anos) e holoceno ou atual (os últimos dez mil anos).

(6) Xavier, Francisco Cândido. A Caminho da luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 1991

(7) Idem

(8) Idem

(9) Capela é magnífico Sol inúmeras vezes maior que o nosso Sol. Dista da Terra cerca de 42 anos-luz. Conhecida desde a mais remota antiguidade, Capela é uma estrela gasosa, segundo afirma o célebre astrônomo e físico inglês Arthur Stanley Eddington , e de matéria tão fluídica que sua densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos.

(10) ______, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro; Ed. FEB, 1991

(11) Idem

(12) Idem

(13) Idem

(14) Idem

(15) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro; Ed.

FEB, 1994

(16) Djalma Argollo Estudos da Mediunidade antes da Codificação Kardequiana <http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/mediunidade/mediunidade-antes-da-codificacao.html >

(17) PIRES J. HERCULANO. O ESPÍRITO E O TEMPO, Introdução Antropológica ao Espiritismo, São Paulo: Edicel, 1979, 3 a edição

domingo, 5 de dezembro de 2010

ESCRAVIZADOS A SIMBOLOS E MITOS



Marcus Braga

acervobraga@gmail.com

Excelente esse seu artigo em http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/2010/11/espiritas-escravizados-simbolos-mitos-e.html


Pois é, estamos querendo ser iguais as outras religiões, quando pensamos ser diferentes para superar coisas que criticavamos nas outras.
  • Queremos ter popstar da música, sem vincular isso necessariamente ao trabalho no bem, como os evangélicos;
  • Queremos ter Teólogos espíritas, profissionalizando a religião, como os católicos,
  • Queremos candidatos e bancadas, como evangélicos,
  • Queremos, enfim, fazer uma série de coisas afetas a prática exterior-ficamos inventando novidares, criando marcas registradas de nossa casa espírita, de nossa região.
  • Esquecemos a beleza do cotidiano, do bem dia a dia, da renovação íntima.
  • Esquecemos que o espiritismo não é a religião do futuro e sim o futuro das religiões.
  • Esquecemos do que nos será perguntado quando do retorno.
E mais, que o meigo nazareno nasceu em um estábulo e vivia cercado de mendigos e pessoas ditas de má vida.
Mas, tudo isso, em que pese ser simples, é muito , mas muito mais difícil...


sábado, 4 de dezembro de 2010

Teologia Espírita desvirtua finalidades do espiritismo


Afinal, para quê criar Teólogos Espíritas? Será preciso, ainda, reconceituar o Espiritismo no Brasil? Perigo do profissionalismo e mercantilização do Espiritismo

Gerson Simões Monteiro
Vice-Presidente da FUNTARSO
Operadora da Rádio Rio de Janeiro
E-mail: gerson@radioriodejaneiro.am.br

Tomamos conhecimento que começa a funcionar, no ano que vem, o primeiro curso superior de Teologia Espírita do Brasil. A partir do ano que vem, os adeptos da doutrina poderão estudá-la com direito a diploma, beca e tudo o mais que uma graduação universitária dá direito. Foi o que decidiu o Ministério da Educação ao autorizar, em setembro, o funcionamento do primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita do Brasil, que será ministrado na Faculdade Dr. Leocádio José Correia, em Curitiba (PR).
As inscrições para o vestibular estarão abertas até 13 de dezembro
e os candidatos que disputarão as 100 vagas oferecidas terão de passar,
também, por uma entrevista com especialistas.

POSIÇÃO DA USEERJ (ATUAL CEERJ) EM 2002

Sobre essa questão, desde 17 de dezembro de 2002, a USEERJ, hoje CEERJ, enviou uma correspondência ao Movimento Espírita, deixando bem clara a posição da sua diretoria contra o Ensino Teológico Espírita no Brasil.
No primeiro parágrafo da referida carta, destacamos a seguinte expressão de Emmanuel, coligida do livro Coletânea do Além – Dicionário da Alma, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, “A Teologia, na maior parte das vezes, é o museu do Evangelho”.
Para fundamentar a nossa posição, contrária à criação do referido Curso, destacamos, também, as seguintes considerações do Benfeitor Espiritual Emmanuel na página “Espiritismo e Nós”, publicada no Livro da Esperança:

Todas as religiões cultivam rigoroso sentido de Seita, mantendo a segregação dos profitentes. A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da solidariedade.
Contudo, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, abraçarmos aventuras e distorções, em torno do ensino espírita, ainda mesmo quando inocentes e piedosas na conta da fraternidade, levantaremos novas inquisições do fanatismo e da violência contra nós mesmos (...).
Todas as religiões garantem retiros e internatos, organizações e hierarquias para a formação de orientadores condicionados, que lhes exponham as instruções, segundo o controle que lhes parece conveniente.
A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião do esclarecimento livre (...).
Todas as religiões, de um modo ou de outro, alimentam representantes e ministérios remunerados. A Doutrina Espírita, revivendo o Cristianismo puro, é a religião da assistência gratuita.
No entanto, se nós, os espíritas encarnados e desencarnados, fugirmos de agir, viver e aprender à custa do esforço próprio, incentivando tarefeiros pagos e cooperações financiadas cairemos, sem perceber, nas sombras do profissionalismo religioso. (grifo nosso)

A PROPOSTA DO CURSO AO MEC

A Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – SBEE, originalmente denominada Agrupamento Espírita Afonso Penna, com sede na Rua 29 de Junho nº 504, em Curitiba, PR, é uma instituição filantrópica e beneficente criada em 1953, reconhecida como de utilidade pública federal, estadual e municipal, tendo como proposta a criação de uma massa crítica na interpretação e divulgação do Espiritismo sob uma nova visão à luz da Ciência, Filosofia e Religião, a teor das informações inseridas no seu site virtual.
Sob a ótica dessa proposta, a entidade pleiteou e conseguiu junto ao Ministério da Educação a autorização para implementar o primeiro curso de bacharelado em Teologia Espírita no Brasil, a ser ministrado por estabelecimento educacional então criado, qual seja a Faculdade Dr. Leocádio José Correia, manutendida pelo Lar Escola Dr. Leocádio José Correia, braço assistencial da Sociedade em questão.
Debalde a autorização ministerial para o funcionamento do curso em comento datar de setembro de 2002, já em agosto do mesmo ano, portanto um mês antes, a Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas editou Proposta da Portaria nº 2501 (30.08.2002) instrumentalizando as ações e diretrizes cursivas, com curriculum pleno, especialização do corpo docente abrangendo ética, sociologia, antropologia, transdisciplinaridade, filosofia, estudos das religiões etc., número de vagas, duração, inscrições e outras instruções, além da compulsória grade com as disciplinas por período e carga horária.

ANÁLISE DA PROPOSTA

A Proposta básica do Curso de Bacharelado em Teologia Espírita, como apresentada pela SBEE, é a de possibilitar o estudo sistemático e acadêmico, da Doutrina dos Espíritos, no sentido de reconceituar o Espiritismo no Brasil.
Ora, reconceituar no sentido etimológico da palavra, quer significar conceituar novamente, isto é, formar novo conceito, nova classificação, nova consideração etc. Assim, a proposta da SBEE, na estrita observância do vocábulo, visa dar novo conceito ao Espiritismo no Brasil, o que será possível – ainda segundo o entendimento da entidade – graças à experiência de coordenadores de grupos que vêm estudando os fundamentos da Doutrina dos Espíritos há quase 50 anos.
A empreitada proposta pelo Curso ora autorizado é temerária e imprudente, na medida em que a Doutrina Espírita, por Verdade Eterna advinda da Nova Revelação, não admite novos conceitos senão aqueles que nos chegaram através da Espiritualidade Superior, ou interpretações outras que não aquelas fundamentadas pelo Codificador, Allan Kardec, no pentateuco espírita, coletânea fruto do intercâmbio com o Mundo Maior.
Falar-se assim em reconceituar o Espiritismo é, na pior das hipóteses, considerar que tudo aquilo que aprendemos, sentimos e aplicamos no tríplice aspecto da Revelação – ciência, filosofia e religião - se encontra ultrapassado e desatualizado merecendo, pois, ser repensado, reescrito e reestudado.
Esquece-se, porém, a SBEE que os ensinamentos doutrinários, base do Espiritismo, não se encontram assentados sobre dogmas ou pontos irreversíveis que fazem hoje grande número de incrédulos; ao contrário, a verdade espírita solidificou-se e perpetuou-se sobre a fé raciocinada, que se apóia sobre fatos e lógica, não deixando atrás de si qualquer obscuridade (ESE, Cap. XIX, item 7).
Assim, sob os aspectos de conveniência e oportunidade, não vê a União das Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro – USEERJ qualquer alcance prático, pedagógico ou esclarecedor quanto à temática cursiva ora proposta. Ao contrário, esse tipo de tentativa pedagógica, que se lastreia basicamente na idéia de reconceituar o Espiritismo, pode levar a uma indesejável desvirtuação dos verdadeiros objetivos da Doutrina Espírita que, como Cristianismo Redivivo (Cristianismo do Cristo), deve se pautar pela mais absoluta pureza da verdade evangélica, ou seja, a prática doutrinária não pode e nem deve romper a simplicidade recomendada por Jesus de “dar de graça o que de graça recebemos”.
Muito embora o aspecto religioso da Doutrina Espírita tenha, de fato, um conteúdo teológico, o seu ensino no tríplice aspecto - ciência, filosofia e religião -, não deve ser objeto de profissionalização, pois que o estudo acadêmico implica necessariamente em remuneração pecuniária, o que levaria o Espiritismo a incorrer no mesmo erro cometido pelas religiões formalistas. Em tal caso, o Espiritismo, em seu aspecto religioso, passaria a formar com essas religiões mais uma escola teológica a nível acadêmico, o que resultaria no estabelecimento de hierarquias no campo doutrinário, a exemplo do que aconteceu com tais religiões, as quais, por isso, perderam conteúdo ao se afastarem da verdade contida no Cristianismo, conforme nos ensina o Espírito da Verdade (ESE, Cap. VI, item 5):

“No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram”.

Destarte, devemos ter em mente, sempre, a lição de Emmanuel que, pela pena do Irmão-Amor Francisco Cândido Xavier, nos ensinou que:

“Todas as religiões são credoras de profundo respeito e de imensa gratidão pelos serviços que prestam à Humanidade.
Nós, porém, os espiritas encarnados e desencarnados, não podemos esquecer que somos chamados a reviver o Cristianismo puro, a fim de que as leis do Bem Eterno funcionem na responsabilidade de cada consciência”.

Entendemos que a re-conceituação do Espiritismo, como proposta pela Faculdade Dr. Leocádio José Correia, é quimera semântica que objetiva simplesmente arregimentar curiosos a um curso regular em que se apreciará os aspectos teológicos da religião espírita.
Como o apóstolo Paulo asseverou em sua primeira carta aos Tessalonicences: examinai tudo e retende o bem, é necessário que cada um de nós, individualmente, analise, investigue e critique a presente Proposta para verificar se essa se enquadra às necessidades de aperfeiçoamento do Espiritismo e dos seus seguidores, porquanto, o verdadeiro Espírita, conhecido através de características pessoais, abstém-se formalmente do profissionalismo religioso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS CONTRÁRIAS A CRIAÇÃO DO CURSO

O Espiritismo, doutrina consoladora, lança luz sobre uma multidão de pontos obscuros; entretanto, não a lança inconsideradamente. Os Espíritos procedem nas suas instruções com uma admirável prudência; não foi senão sucessiva e gradualmente que abordaram as diversas partes conhecidas da doutrina e é assim que as outras partes serão reveladas à medida que o momento tenha chegado para fazê-las sair das sombras (...) Se, pois, os Espíritos não dizem ainda tudo ostensivamente, não é porque haja na doutrina mistérios reservados a privilegiados, nem que coloquem a candeia sob o alqueire, mas porque cada coisa deve vir no seu tempo oportuno (ESE, Cap. XXIV, item 7)
Assim qualquer reconceituação do Espiritismo, na acepção ampla do vocábulo, deverá chegar-nos no momento e tempo certos, pela via da Espiritualidade Superior. Só ela, mercê de Deus, é fonte apta a tal instrução, se assim for julgado necessário.

Fonte: editorial@febrasil.org.br

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

OPORTUNAS REFLEXÕES SOBRE A EVOCAÇÃO DOS "MORTOS "



Sérgio de Jesus Rossi

rossi@correios.com.br

A leitura de textos bem escritos, com idéias concatenadas, precisas e claras, será sempre um motivo de deleite, ainda que possamos, vez por outra, discordar parcialmente.

Mas, quando a concordância é plena, a satisfação não tem limites.

Sempre entendi que a frase de Chico Xavier, sobre a “ligação telefônica” da lá para cá, é perfeita em sua simplicidade e clareza.

Aplico-a sempre, em qualquer circunstância; não é incomum o atendimento a irmãos pouco ou nada versados no Espiritismo, que procuram a nossa casa em busca de “notícias” sobre parentes e amigos já desencarnados, demonstrando, na maioria dos casos, inatacável boa fé, com genuína preocupação sobre os rumos espirituais de entes queridos.

Mesmo assim, a resposta é invariável, explicando, com cuidado, que o mundo espiritual não está, absolutamente, à nossa disposição, que o autor da “chamada telefônica” se reserva também o direito de escolher o assunto . . .

O visitante é sempre esclarecido quanto à possibilidade real de, alguma vez, receber realmente mensagens do irmão que nos precedeu no retorno à vida verdadeira, mas isso acontecerá, de qualquer modo, apenas quando a espiritualidade decidir que a informação será útil ao irmão encarnado destinatário.

Jamais satisfarão a nossa curiosidade, ainda que tentemos ocultá-la sob um verniz científico ou filosófico.

Assim, sob o nosso ponto de vista de encarnado, a mensagem dos espíritos será sempre espontânea, independendo de nossa solicitação.

O verdadeiro espírita não precisa do fenômeno para manter e fortalecer a sua confiança nos desígnios superiores da espiritualidade; o raciocínio, a lógica, o estudo e a prática são suficientes para esse desiderato.

Afinal, o espírita não crê, ele sabe.


A MENINA PARADOXAL




A menina paradoxal


(Gerlon de Almeida)



Conheci um dia uma menina engraçada
gostava das coisas simples, pouco requintadas
Da comida caseira, bem ao alcance das mãos,
às vezes dizia: "eu gosto", às vezes "eu amo pão!".


E cada vez que ela via (bonita era aquela cena)
Um pãozinho com manteiga, se enchia de alegria,
A felicidade do mundo parecia ser pequena
Comparada com aquela que em seu sorriso trazia.


Mas ocorre que na vida todos querem progredir
Disseram então à menina: "Pare já com isso aí!
Pra que se contentar com pão, se podes ter caviar?
Acredite, é melhor, é mais caro, vais gostar..."


Desse dia até hoje o pão ficou esquecido
Menina trabalha duro, junta um dinheiro sofrido
E na hora da refeição, comendo seu caviar
Ela se lembra do pão, faz força pra não chorar.