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terça-feira, 28 de setembro de 2010

RIQUEZA E POBREZA SÃO EXPERIÊNCIAS PARA O PROGRESSO ESPIRITUAL



Civilizações antigas adoravam o deus Mamon (estátua construída de ouro e prata), representando a riqueza, o luxo, a ganância e os gozos excessivos. Por isso, nos tempo apostólicos, a analogia proposta por Jesus: "Ninguém pode servir a Deus e a Mamon pois, ou odiando a um, amará o outro, ou aderindo a um, desprezará o outro."(1)

Jesus não condenou a riqueza, pois ela não é contra as Leis Naturais. O condenável é o seu abuso ou mau uso, quando é utilizada para a satisfação de gozos prejudiciais, pelas tristes consequências que acarreta. Embora o Mestre tenha citado que "é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha, do que um rico entrar no reino dos Céus."(2) Muitos acreditam que só alcançarão a paz se conseguirem fortuna e segurança. Entregam-se ao materialismo, à preguiça e ao comodismo. Mas em verdade, o Mestre não quis dizer que todos os ricos são depravados.

Grandes fortunas trazem grandes encargos. Se sob certos aspectos dão comodidade e conforto, de outro trazem muitas obrigações que, se não cumpridas, poderão perder a nossa alma, criando enormes dívidas. "se a riqueza tivesse de ser um obstáculo absoluto salvação dos que a possuem, como poderia inferir de certas expressões de Jesus, interpretadas segundo a letra não segundo o espírito?"(3)

O Evangelho consigna sobre o Rico e o pobre Lázaro que personificam a Humanidade, sempre rebelde aos ditames da Luz e da Verdade. O Rico gozou no mundo e sofreu no Espaço; o Lázaro sofreu no mundo e gozou no Espaço. Nesse caso, o rico pode ser a personificação daqueles que são escravos do reino do mundo, que não vêem mais do que o mundo, esse "paraíso perdido" entre os charcos da degradação moral, que avilta as almas e as atira aos infernos escancarados dos vícios.

Por outro lado, Lázaro representa os excluídos da sociedade terrena, aqueles que, quando muito, podem chegar ao portão dos grandes templos, aqueles que não podem atravessar os umbrais dos palácios dourados, aqueles que essa sociedade corrompida do mundo despreza, amaldiçoa, cobre de labéus, crava de setas venenosas que lhes chagam o corpo todo.

A riqueza é uma prova muito arriscada para o espírito, mais perigosa do que a prova da pobreza. São palavras do próprio Kardec: “a pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.”(4) Todavia, Jesus nos ensinou. “Amai-vos uns aos outros”(5) . Estas palavras encerram o bom emprego da riqueza, porque aquele que ama o seu próximo tem traçada toda a linha do seu bem proceder – A caridade.

Portanto, riqueza e pobreza nada mais são que provas, pelas quais o Espírito necessita passar, tendo em vista um objetivo mais alto, que é o seu progresso. Deus concede, pois, a uns a prova da riqueza, e a outros a da pobreza, para experimentá-los de modos diferentes. Aliás, essas provas são, com freqüência, escolhidas pelos próprios Espíritos, que, no entanto, nelas geralmente sucumbem.

Espíritos realmente evoluídos, tanto quanto os que compreendem perfeitamente o significado a Lei de Causa e Efeitos, podem solicitar a prova da pobreza como oportunidade para o acrisolamento de qualidades ou a realização de certas tarefas que a riqueza certamente prejudicaria. Algumas vezes, também, o mau uso da fortuna em precedente existência leva o Espírito a pedir a condição oposta, com o que espera reparar abusos cometidos e pôr-se a salvo de novas tentações.

Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria outorgado aos homens. Mas, longe disso, a riqueza, se não constitui elemento direto de progresso moral, é, sem contestação, poderoso elemento de progresso intelectual.

A igualdade das riquezas é impossível no mundo em que vivemos, porque a isso se opõe a diversidade das faculdades e dos caracteres. Os homens não são criaturas iguais. Há entre eles os que são mais previdentes, mais inteligentes e mais ativos. Logo, se a riqueza fosse repartida com igualdade entre todos, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito.

Se fôssemos consciente da necessidade da prática do bem, não haveria situações tão extremadas de todos os tipos de aberrações, que se cometem em nome da abastânça. Não encontraríamos pessoas perambulando pelas ruas, embriagadas, sujas, cabelos desgrenhados, roupas ensebadas, catando coisas no lixo ou esmolando um pedacinho de pão.

A mensagem do Cristo é um elixir poderoso, o mais seguro para a redenção social, que haverá de penetrar em todas as consciências humanas, como um dia penetrou no desprendimento de Vicente de Paulo, na majestosa solidariedade de irmã Dulce, na bondade de Francisco de Assis, na suprema dedicação de Teresa de Calcutá e no amor de Chico Xavier. É urgente aprendermos a fazer o bem incondicional, e nesse comportamento podermos soltar o sereno grito como o fez Paulo: "Já não sou quem vive, mas o Cristo é quem vive em mim.”(6)

Jorge Hessen

http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com

(1) Mateus 6:24

(2) Mateus 19:24

(3) Kardec, Allan,. O Evangelho Segundo Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB,1998, Cap.1

(4) Idem

(5) Jo.15:9

(6) Gl. 2,20

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

OS VICIADOS EM INTERNET E A DIFUSÃO ESPIRITA NA WEB



Por que será que o mundo de chip, bit, modem, memória ran, webcam, som, poesia, de cultura, conteúdo para adulto, ciência, hacker, filosofia, de perigo,... vêm fascinando mais do que a vida que se levava antes da década de 80? Permanecer neste mundo virtual diante de um monitor, será por medo? vergonha? timidez? falta de amor próprio? insegurança? carência? solidão? Ou será encantamento, necessidade de conhecimento, realizar feitos inenarráveis, ultrapassar limites, provocar reações,... ou apenas poder se comunicar?
Apesar de não haver consenso, há um estudo da Universidade La Salle, divulgado em 2008, afirmando que há um total de 50 milhões de adictos(1) na web. Todavia, outro relatório da Advances Psychiatric Treatment informa que o número de compulsivos gira de 5% a 10% do total de internautas no mundo (estimados em 1,3 bilhão de pessoas, de acordo com o Internet World Stats) —isso dá cerca de 100 milhões de pessoas. Na China, dos 18,3 milhões de internautas adolescentes chineses, mais de 2 milhões são viciados na rede mundial de computadores.
Os vícios tecnológicos são denominados de tecnoses, no caso específico da internet é conhecido como internet-dependência ou cibervício. Não há nenhuma pesquisa brasileira sobre o tema. Assim como há viciados em drogas, no jogo e no tabaco, há pessoas que passam horas a fio na internet, fenômeno que um crescente grupo de especialistas dos Estados Unidos considera um problema psiquiátrico. Na América do Norte , a "compulsão à internet" é tratada por um crescente número de centros médicos especializados, entre eles os da Universidade de Maryland, em College Park, e o Computer Addiction Study Center, do Hospital McLean, em Belmont, Massachusetts.
É evidente que o uso intensivo e inadequado do computador causa problemas de saúde variados. Podem ser identificados problemas relacionados à visão, mente, músculos, articulações e coluna. As queixas de quem sofre esses problemas incluem fadiga, cansaço e irritação ocular, visão turva, tensão muscular, dores de cabeça, stress, dores no pescoço, costas e braços. Dentre os principais problemas, estão as Lesões por Esforço Repetitivo (LER), que agora são reconhecidas como Distúrbios Osteomusculares, Relacionados ao Trabalho (DORT).
As ondas da web são possantes fontes de comunicação de massa em nível planetário. “Só no Brasil o número de internautas é de 41,5 milhões.”(2) A Internet oferece, sem dúvida nenhuma, alguns perigos quando veicula cenas reais de apelos eróticos, de violência nos joguinhos “infantis” etc., mas, “não não se compara a heroína, a cocaína que isola a pessoa e a torna dependente."(3) Não se pode olvidar que a Internet está presente nos hospitais, nos tribunais, nos ministérios, nas agências bancárias, nos supermercados, nas lojas, nas escolas, na segurança de nossas casas e empresas, enfim, fazer uma movimentação bancária, compras, observar notas nas escolas, realizar trabalhos escolares e profissionais, pesquisas, nossa segurança,... Eis aqui alguns dos exemplos de como estamos mais envolvidos com a informática do que se possa imaginar.
O grande desafio é que na web as informações ainda não têm filtro eficazes e chegam na velocidade da luz, ou seja, é só o tempo de alguém apertar alguns botões, algumas letras no teclado e pronto, já está tudo ao alcance de todos. Por causa desta velocidade, existe uma necessidade urgente de se informar e instruir melhor os usuários deste meio de comunicação. Por essa razão , as crianças que não recebem orientação educativa são muito mais vulneráveis e por conseqüência são as mais atingidas pelo volume de informação que podem ser ou não bem interpretadas, por isso podem ser prejudiciais a elas.
Apesar dos riscos que o uso inadequado da web pode apresentar, não identificamos a Internet como algo prejudical ao homem; ao contrário! ela é uma extensão da vida concreta, difundida pelas ondas magnéticas virtualizadas além de ser uma ferramenta indispensável na sociedade contemporânea. Sem ela o mundo trava, para tudo e todos.
Outra coisa! Não nos esqueçamos de que no mundo corporativo atual, o acesso à Internet é obrigatório e muitos profissionais passam quase todo o tempo em que estão no escritório conectados à rede. Isso não faz deles adictos (dependentes). Há muitos profissionais que passam o dia na Internet. Um webdesigner, por exemplo, pode ficar 14 horas na rede por causa do seu ofício. O que determina o cibervício é a qualidade de uso de um computador na rede mundial.
É redundante dizer que é importantíssimo aproveitar essa ferramenta de comunicação em prol dos ideais que norteiam nossas vidas. Faço parte de um grupo vinculado ao portal http://espiritismo.net. Os administradores do portal têm demonstrado o poder dessa ferramenta de disseminação doutrinária, através de frentes de trabalhos espíritas, reconhecidos , inclusive, no Movimento Espírita nacional , com isso, têm difundido conhecimento e consolo a quantos os procuram.
A propósito, no século XIX Kardec lembrava que: "uma publicidade em larga escala, feita nos jornais de maior circulação, levaria ao mundo inteiro, até às localidades mais distantes, o conhecimento das idéias espíritas, despertaria o desejo de aprofundá-las e, multiplicando-lhes os adeptos, imporia silêncio aos detratores, que logo teriam de ceder, diante do ascendente da opinião geral."(4)
Divulgação em grande escala se consegue hoje através da Internet, que permite trocar informações dos mais variados assuntos, enviar mensagens, conversar com milhões de pessoas ou apenas ler as informações de qualquer parte do planeta.
Na era da cibernética, da robótica "vivemos épocas limítrofes na qual toda a antiga ordem das representações e dos saberes oscila para dar lugar a imaginários, modos de conhecimento e estilos de regulação social ainda poucos estabilizados. Vivemos um destes raros momentos em que, a partir de uma nova configuração técnica, quer dizer, de uma nova relação com o cosmos, um novo estilo de humanidade é inventado."(5)
A divulgação na internet deve ser livre, porém aqueles que querem divulgar o Espiritismo devem ter a consciência da responsabilidade, procurando sempre saber as finalidades da divulgação e as suas conseqüências, porque a Internet não é só livre, ela é abrangente. “Ela atinge proporções globais, colocando o Espiritismo face a face com outras realidades."(6)
Recordando que com o acelerado progresso tecnológico já é possível se obter comunicações audiovisuais o que sem dúvida vai aproximar ainda mais as pessoas. Cada um de nós, do conforto de nossos lares, pode enviar uma palavra amiga, disponibilizar as atividades do seu centro, integrar-se em grupo de estudo e de discussão, ouvir palestras edificantes e até conversar face a face através do computador com pessoas que precisam ser reconfortadas.
Transformações sociais, mudanças no panorama dos conhecimentos gerais do homem não as podem estagnar, não as podem fechá-la em um pétreo corpo ortodoxo. A rigor a Internet é um foro de discussão, de ligação entre todos que se dedicam ao estudo da doutrina, a pesquisa de suas novas fronteiras e a aplicação dos conhecimentos já firmados.
Não devemos ter medo da Internet, como a Inquisição teve medo dos livros. Tal como Kardec devemos aprender a enfrentar as investidas, sempre com a intenção de procurar a verdade e de esclarecer. Divaldo expõe sua emoção ante a Internet quando diz: "comovo-me diante deste excelente recurso que diminui distância, ainda mais por sentir participando deste nosso convívio alguns benfeitores espirituais que estão a todos nos envolvendo em ondas de paz e vibrações de saúde, entre os quais os Espíritos Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel, Joanna de Ângelis e Vinícius, igualmente felizes, abençoando a tecnologia e a informática utilizadas para o bem".(7)

Jorge Hessen
http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com


Fontes:
(1) Adicto, do latim addictu, é um adjetivo, que significa: Afeiçoado, dedicado, apegado. adjunto, adstrito, dependente.Em medicina é quem não consegue abandonar um hábito nocivo, mormente de álcool e drogas, por motivos fisiológicos ou psicológicos.
(2) últimas atualizações do Ibope/NetRatings
(3) psicóloga Sherry Turkle, autora do livro "Life on the Screen: Identity in the Age of the Internet"
(4) Kardec ,Allan. Obras Póstumas-Projeto 1868, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(5) Pierre Lévy - As tecnologias da Inteligência - O futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34, 2004
(6) Artigo de Sérgio e Carlos Alberto Iglesia Bernardo. "Sobre o Espiritismo e a Internet", publicado no Boletim GEAE Número 280 de 17 de Fevereiro de 1998
(7) Divaldo Pereira Franco, em palestra virtual realizada dia 17/03/2000


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sábado, 18 de setembro de 2010

O CONHECIMENTO ESPÍRITA É O MELHOR PRESERVATIVO CONTRA AS PRÁTICAS ESTRANHAS E IDÉIAS SUPERSTICIOSAS



Há uma pesquisa publicada na revista Psychological Science com o propósito de constatar que a ativação das crenças supersticiosas(1) poderia melhorar o desempenho de alguém em alguma tarefa. A análise apontou indícios de que há um certo “poder” no uso de amuletos , pois que aumenta a autoconfiança do homem. (!?...) Obviamente, não podemos dar crédito aos pretensos poderes mágicos de amuletos, talismãs, etc. que “só existe na imaginação de criaturas supersticiosas, ignorantes das verdadeiras leis da Natureza. Os fatos que constam, como prova da existência desse poder, são fatos naturais, mal observados e sobretudo mal compreendidos.”(2)
É verdade! “O Espiritismo e o magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as ideias supersticiosas, porque revela o que é possível , e o que é impossível e o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice.”(3)
Os excessos de misticismos, as fantasias psíquicas devem ser alijadas do comportamento humano com o uso e abuso da razão, do bom senso e da inteligência iluminada. Allan Kardec indagou aos Espíritos sobre os talismãs [amuletos] e a lição surgiu peremptória: “o que vale é o pensamento, não o objeto”, portanto a Doutrina Espírita credita as superstições à infantilidade espiritual.
O supersticioso crê que certas ações (voluntárias ou involuntárias), tais como rezas, amuletos, conjuros, feitiços, maldições ou outros rituais, podem influenciar de maneira profunda sua vida. Mas a crença nessas ilusões reside na infância espiritual em que se encontra. Nesta fase evolutiva do espírito impera o pensamento mágico, que se contrapõe ao uso da razão. Mostrando-se-lhe a realidade, explicando-se-lhe a causa dos fatos a sua imaginação se deterá no limite do possível, destarte, o maravilhoso, o absurdo e o impossível desaparecem, e com eles a superstição. Tais são, entre outras, as práticas cabalísticas, as apometrias, desobsessão por corrente magnética com “choques” anímicos(!?...), a virtude dos signos, dos números e das palavras mágicas , as fórmulas sacramentais, os dias nefastos (Sexta-feira “13”), as horas diabólicas (“meia-noite”) “e tantas outras coisas cujo ridículo o Espiritismo bem compreende e demonstra.”(4)
O conhecimento espírita é o melhor preservativo contra as práticas bizarras e ideias supersticiosas, porque “revela o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de crença pueril."(5) Mas, infelizmente, a ausência de bom senso faz com que muitos permaneçam na ignorância, que os remete à cegueira da realidade. Esta, por sua vez, conduz ao sectarismo. A fé cega nada examina, aceitando sem controle o falso e o verdadeiro e a cada passo se choca com a evidência da razão. “Levada ao excesso, produz o fanatismo.” (6)Por essa razão, a Doutrina Espírita explica a superstição como algo ligado à imaginação fantasiosa e à ignorância. Para os espíritas, a falta de estudo sério das obras da Codificação é matriz de muitas idéias acessórias e absurdas, que degeneram em práticas supersticiosas.
Não é nosso escopo, e nem poderia sê-lo, adotar atitude de intolerância, intransigência, incompreensão, animosidade, aos que vivem sob os guantes das superstições, porém, de esclarecimento doutrinário sobre o tema. Tarefa essa que em nenhuma hipótese deve ser contemporizada, interrompida ou arrefecida.
Dado o seu caráter divino, o Espiritismo suporta , mas não comporta a ignorância, o erro, as atitudes intransigentes e mesquinhas. A Codificação está fincada sobre a rocha da sensatez. Por isso mantenhamos a vigília e a tolerância sem transigir com o erro.

Jorge Hessen
http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com


Fontes:
(1) O Novo Dicionário Aurélio define superstição como o sentimento religioso baseado no temor e na ignorância e que induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à confiança em coisas ineficazes; crendice. Crença em presságios tirados de fatos puramente fortuitos. Apego exagerado e/ou infundado a qualquer coisa poder mágico das coisas.
(2) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, questão 552
(3) Idem questão 555
(4) Kardec, Allan. Revista Espírita “1859”, Brasília, Ed. Edicel, 1999
(5) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, questão 555
(6) Kardec, Allan. O Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2006, capítulo 19, item 6

terça-feira, 14 de setembro de 2010

“NOSSO LAR” - UMA MONUMENTAL OBRA DA ARTE CINEMATOGRÁFICA



Com a exibição do filme “Nosso Lar” ficamos diante de uma exuberante narrativa, em incomparável espetáculo de arte, atrelados a uma cenografia para além da imaginação. A produção, de R$ 20 milhões, é considerada a mais cara do cinema nacional. “Nosso Lar” não poderia ser um filme como qualquer outro, até porque é uma proposta sensata e inovadora. Um marco na história da cinematografia mundial, considerando a abordagem de um temário para além da transcendência. Não se pode assisti-lo , comentá-lo e/ou criticá-lo tal como se fosse apenas um bom produto da sétima arte, posto que sua liguagem, inobstante muito simples, é ao mesmo, tempo profunda, na dimensão correta. Estremecerá inevitavelmente as estruturas do imaginário social contemporâneo.
O filme tem um roteiro inusitado para tudo o que já se produziu até o momento, abordando a vida no “além-tumba”. Recordemos que o filme "Amor Além da Vida" com Robin Williams ganhou o Oscar em melhores efeitos especiais. Assim como em "Nosso Lar", ele nos mostra situações vivenciadas por suas personagens ao chegar ao mundo espiritual. Estamos diante de perspectiva de difusão doutrinária com inimaginável potencialidade de penetração de massa na Terra. Pensamos até que estamos nos albores de uma apoteose limítrofe de todas as possibilidades de despertamento da consciência dos atuais seres encarnados.
A trilha sonora regida pelo compasso mágico de um dos compositores mais influentes do século 20, Philip Glass, constantemente nos arroja para uma introspecção serena ante as sutis frequências magnéticas da nossa mente com os acordes da arte divina por excelência. O enredo e sua plasticidade é fiel , na essência, desde à arquitetura , descrita por André Luiz, na década de 40 do século XX, até os vestuários. Percebemos a utilização da tecnologia do cinema levada às últimas consequências.
Dizer que Wagner de Assis, seu produtor e diretor, é genial seria uma redundância, para esse jovem, que entregando-se à mística do cinema, comandou toda uma competente equipe para produzir essa que considero a monumental obra de arte cinematográfica brasileira. O filme é de uma alquimia extraordinária na dimensão da ética e da estética. A beleza do projeto aprisiona primeiramente a visão, o pensamento, para pouco a pouco captar a mente e dominar a alma.
A mensagem espírita é explicar que o intercâmbio com o invisível é um movimento sagrado e a maior surpresa da morte carnal é nos colocar face a face com a própria consciência. No caso, edificamos o “céu”, estacionamos no “purgatório” ou nos precipitamos no “abismo infernal”.
Temos consciência , no íntimo de espíritas-cristãos que estamos nos esforçando para ser, que o Bem vencerá o Mal. A rigor todos temos esperança de que isso sempre ocorra, mesmo que saibamos, na experiência da vida real, que possa não ser assim entre os encarnados.
É, sem dúvida nenhuma, um lenitivo para a alma assistir a uma película que fala de amor, respeito, tolerância, honestidade e vida eterna, valores que estão em falta na nossa sociedade. Com certeza faz-nos repensar condutas. É por esse motivo que “Nosso Lar”, dando vida aos recintos de cinema, conquistando bilheterias, vai além das salas de exibição e, impregnado em nossas consciências e sentimentos, retorna conosco aos nossos lares mexendo com nossas estruturas mais íntimas.



De tão arrebatador, Nosso Lar emoldura o etéreo, traduzindo seu alcance, manifestando-se em magistral beleza o teor incomum da obra. Nesse entusiasmo que acende o ímpeto de minha alegria, partilhamos essa experiência, recomendando a todos espíritas e não-espírita, que não deixem de experienciar um instante excelso na história do cinema brasileiro, o momento de transformação, a ocasião em que o cinema mundial deverá redefinir sua função na sociedade, deixando para o “nunca mais” e cerrando os pórticos de tudo o que ele próprio conhecia e praticava como segmento da sétima arte, atualmente tão pobremente explorado.

Jorge Hessen
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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O ESPIRITISMO SEM O CRISTO PERDE O RUMO



Ainda encontramos irmãos "espíritas" que questionam o aspecto cristão da Terceira Revelação. Negam a excelsitude de Jesus Cristo com evidente e enfermo descontrole emocional, referindo-se ao Mestre como se Ele fosse um homem vulgar. Para esses seres atoleimados em suas fanfarras imaginárias, alertamos o seguinte: Espiritismo é CRISTÃO, Sim!


O grande mestre espiritual Emmanuel elucida a questão dizendo que "somente o Cristianismo restaurado pode salvar o mundo que se perde. Nossa missão é essencialmente cristã, na restauração da fé viva e na revivência das tradições simples dos tempos apostólicos. Não temos a presunção de pedir o atestado de óbito das escolas religiosas, nem desejamos estabelecer a luta dogmática e o sectarismo. Desejamos tão-só reavivar a crença pura, a fim de que o homem, na qualidade de herdeiro divino, possa entrar na glória espiritual da compreensão de Jesus Cristo (1)".


Se aceitamos os preceitos da Doutrina Espírita, não podemos negar-lhes fidelidade. Prevendo esses indesejáveis movimentos em nossas hostes, as falanges das trevas tem se organizado e investido duro contra o Espiritismo Cristão. Os gênios das sombras do além desejam desintegrar o Cristo e o Cristianismo do contexto Espírita. Não podemos permitir isso JAMAIS. Têm surgido, ultimamente, muitas práticas absurdas no movimento espírita e precisamos orar e vigiar mais. Espiritismo sem o Cristo perde o sentido como projeto de evangelização humana.


O Espiritismo sem o cristo perde o rumo. O iluminado Chico Xavier advertiu: "Se tirarmos o Cristo do Espiritismo, vira comédia. Se tirarmos o aspecto cristão do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarmos a religião, o que é que fica? Jesus está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS.". (2)





Alguns confrades descomprometidos com a reforma moral, que se vangloriam de seus dúcteis e frágeis conhecimento acadêmicos, que se autointitulam laicos (“kardequólogos, phd’s espíritas”) , distantes de quaisquer argumentos racionais e/ou inteligíveis, persistem em disseminar a cansativa cantilena de que se é preciso fugir do Cristianismo (ou Espiritismo-Cristão), do religiosismo, do igrejismo na Doutrina Espírita. Insistem e querem fundar um “Espiritismo”acadêmico composto de “notáveis” da ilusão. Que me perdoem os leitores!


Sob o viés dessa sandice conceitual sobre o mestre lionês, escrevem livros, artigos, fazem “congressos”, palestras, invariavelmente escravizados aos impulsos telepáticos dos "gênios das trevas". Destarte, pela tendência desses chamados "espíritas laicos", percebe-se que o Cristianismo, redivivo no Espiritismo, ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das mentes vulcanizadas na prepotência, da má-fé, da arrogância, apesar de O Evangelho representar a grande síntese de todas as propostas filosóficas que visam aprimorar o homem. Os “gênios desmemoriados”, arautos de idéias primárias, esquecem-se de que o Cristo é o modelo de virtudes sobre-humanas. Nada se compara à dedicação e a santidade que o Mestre Maior dispensa à Humanidade.





Nós, que ainda estamos mergulhados no vício da corrupção, alertam os Benfeitores, não temos parâmetros para avaliarmos a Sua magna importância para o Espiritismo, porque a Sua perfeição se perde na noite indevassável dos séculos.O Espiritismo sem o Cristo pode alcançar as melhores expressões acadêmicas, mas não passará de atividade destinada a modificar-se ou desaparecer, como todas as conquistas transitórias do mundo. E o espírita, que não cogitou da sua iluminação com o Evangelho do Príncipe da Paz, pode ser um intelectual, um doutor e um filósofo, com as mais elevadas aquisições culturais, mas estará sem bússola e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação.





Jorge Hessen


E-Mail: jorgehessen@gmail.com


Site: http://jorgehessen.net/


FONTES:





1- Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, questão 42,



2- Entrevistas com Chico Xavier disponíveis em http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/religiao/espiritismo-sem-jesus.html e http://www.meumundo.americaonline.com.br/eespirita/espiritismo_sem_jesus.htm


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sábado, 11 de setembro de 2010

ALGUMAS REFLEXÕES ESPÍRITAS SOBRE OS SONHOS



Desde que o homem existe os sonhos são cercados de mistérios. Para os povos antigos, eles carregavam algo de “sobrenatural”. Eram vistos como um meio de alguém receber orientações e mensagens do além, tanto das divindades quanto dos desencarnados. Atualmente, cada povo, cultura e tradição lida com o sonho de um modo particular, há os que não dão a mínima atenção para o assunto. E há aqueles que se dedicam a interpretá-los, numa tentativa de se tornar indivíduos melhores e de viver com mais equilíbrio.
Todavia, por que sonhamos? A resposta continua emblemática. Talvez, entre as muitas variáveis, está a regulação de emoções e fatores aos quais damos importância, minimizando os sentimentos tensos. Nossos processos de pensamento trabalham 24 horas por dia e a atividade da mente não é interrompida quando dormimos (o sonho toma entre 20% e 25% do sono). No transcorrer do sono, são selecionadas quais informações guardaremos na memória de longo prazo e o que será descartado. "Aparentemente, os critérios de seleção estão baseados em valores emocionais para a autopercepção, nossa idéia de quem somos e quem desejamos nos tornar"(1)
Será que no sono, a alma repousa como o corpo? “Não!”, ensinam os Espíritos, “pois a alma jamais está inativa.”(2) Quando adormecemos, o corpo descansa e os nossos sentidos vão enfraquecendo progressivamente à medida em que penetramos em estados de sono mais profundos. Aproveitamos o relaxamento progressivo dos órgãos físicos e vamos nos libertando gradualmente das amarras que o corpo físico nos cria. “Durante o sono, afrouxam-se os laços que nos prendem ao corpo e nos lançamos pelo espaço, entrando em relação mais direta com os outros Espíritos.”(3) “Pelos sonhos, quando o corpo repousa, acredita-o, tem o Espírito mais faculdades do que no estado de vigília. Lembra-se do passado e algumas vezes prevê o futuro. Adquire maior potencialidade e pode pôr-se em comunicação com os demais Espíritos, quer deste mundo, quer do outro.”(4)
Médicos neurologistas defendem que as imagens que povoam a mente das pessoas no instante do sono são, muitas vezes, resultado de percepções e de memórias antigas que vêm à tona e se encaixam. Isso explicaria os sonhos que parecem trazer soluções para a vida real, como a história do físico alemão Albert Einstein, que concluiu a Teoria da Relatividade depois de um cochilo. Paul McCartney certa vez acordou com uma música maravilhosa na cabeça. Foi até o piano e começou a achar as notas. Tudo seguiu uma ordem lógica. Gostou muito da melodia e como havia sonhado com ela, não podia acreditar que tinha escrito aquilo. “Foi a coisa mais mágica do mundo”, disse o cantor. É dessa maneira que McCartney explicou a criação de "Yesterday", 45 anos atrás.
Não foi apenas o vocalista dos Beatles que se beneficiou com os sonhos. A tabela periódica, segundo relato de seu inventor, o químico russo Dmitri Mendeleev, surgiu durante um sonho. Passagens de sonhos são recorrentes nas Escrituras. O Texto Bíblico reúne mais de 700 citações de sonhos e visões. Grande parte do conteúdo do Corão, livro do Islã, foi revelada a Maomé em sonho.
Como a psicologia, a neurociência e as religiões analisam as mensagens que vêm à tona durante o sono? Por que interpretá-las corretamente é fundamental para melhorar a vida de alguém? Para alguns analistas, interpretar corretamente o próprio sonho ajuda a perceber com o que estamos insatisfeitos ,para fazer pequenos ajustes ou iniciar grandes transformações pessoais. É fato que os sonhos sempre intrigaram e foram objeto de estudo, mas agora eles estão sendo levados mais a sério por neurologistas, psicanalistas e biólogos. Enquanto a biologia procura explicar quais são as estruturas cerebrais envolvidas, a psicanálise se põe a investigar seu conteúdo. Da união dessas duas disciplinas nasceu a neuropsicanálise, uma tentativa de entender os aspectos físicos e psíquicos do sonho.
Por outro lado, convenhamos que nesse campo, nenhuma doutrina oferece estudos e apresenta teorias consistentes, como o faz a Doutrina Espírita. O sono e os sonhos são estudados com profundidade por Kardec em O Livro dos Espíritos, 2a. parte, Capítulo VIII, onde o ex-sacerdote das antigas Gálias tece discussão a respeito do significado dos sonhos. Há também o livro A Gênese,capítulo XIV, em que o mestre lionês aborda bastante o assunto.
Pesquisas atestam que os sonhos podem evoluir naturalmente para o que alguns estudiosos chamam de “mastery dreams”, isto é, a pessoa descobre uma forma de aliviar a dor ou o horror. Alguns terapeutas intervêm nos comportamentos para reduzir os pesadelos, utilizando a mente consciente para controlar o ímpeto agressivo do inconsciente. No “sonho lúcido”, por exemplo, “os pacientes são treinados para tornarem-se conscientes de que estão sonhando, enquanto sonham.”(5) Mas, será que uma pessoa que dorme pode ter consciência de que está sonhando? Sim, segundo o psiquiatra holandês Dr.Frederick Willem van Eeden, que teve a confirmação feita pelo Dr Stephan Laberge, na Universidade de Stanford(EUA). A mesma resposta era dada por Santo Agostinho e Tomás de Aquino sobre “sonhos lúcidos”.(6)
O que dizer dos pesadelos quando somos perseguidos, quando temos medo, e acordamos assustados? Em muitas situações, os espíritos menos felizes, aos quais estamos sintonizados por vários motivos, quando nos vêem sair do corpo nos perseguem fazendo-nos voltar, rapidamente, para nos “esconder” no nosso corpo físico. Acordamos cansados, coração aos pulos, pois, literalmente, corremos. “Os maus Espíritos se aproveitam dos sonhos para atormentar as almas pusilânimes”conforme elucida o Espiritismo.
Leon Denis divide os sonhos em três categorias: "Primeiramente, o sonho ordinário, puramente cerebral, simples repercussão de nossas disposições físicas ou de nossas preocupações morais. A segunda categoria equivale ao primeiro grau de desprendimento do Espírito, quando este flutua na atmosfera sem se afastar muito do corpo; mergulha, por assim dizer, no oceano de pensamentos e imagens que rolam pelo espaço. Por último, vêm os sonhos profundos, ou sonhos etéreos.”(7)
Para os pesquisadores, aplicar na vida real o que acontece quando se está dormindo depende do entendimento sobre os próprios sonhos. Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo acreditar que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. “Essa linguagem não tem nada a ver com dicionários de simbologia, daqueles que associam sonhar que perdeu um dente com a morte de um conhecido e que uma cobra é sinônimo de traição. Esse entendimento é pessoal, baseado em um sistema de códigos individual, formado pelas experiências de vida de cada um. Aí cabe-nos analisar os medos, desejos, decepções, e tentar adaptá-los ao que sonhamos na noite passada.”(8)
Devemos registrar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-nos aflitivamente com quaisquer fatos ou idéias que se reportem a eles. Segundo André Luiz “precisamos aprender a extrair sempre os objetivos edificantes entrevisto em sonho. Devemos fugir das interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades na existência em preocupação viciosa e fútil.” (9)
Kardec perguntou aos Espíritos se podem duas pessoas que se conhecem visitar-se durante o sono e os Benfeitores explicaram: “Que pode ocorrer o fato e muitos que julgam não se conhecerem costumam reunir-se e falar-se. Podemos ter, sem que suspeitemos, amigos em outro país. É tão habitual o fato de irmos encontrar-nos, durante o sono, com amigos e parentes, com os que conhecemos e que nos podem ser úteis, que quase todas as noites fazemos essas visitas.”(10) Mas, é de bom alvitre termos cautela com os sonhos com pessoas encarnadas pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. Por isso, não podemos nos escravizar aos sonhos de que lembremos, embora possamos admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se origina de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico.”(11)

Jorge Hessen
http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com/


Fontes:
(1) Rosalind Cartwright, professora do Departamento de Psicologia da Universidade Rush, em Chicago
(2) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000 questão 401
(3) Idem, questão 401
(4) Idem, questão 402
(5) Barry Krakow, médico do Centro Maimonides de Artes e Ciência do Sono, em Albuquerque, Novo México, autor de “Sound Sleep, Sound Mind”, ajudou a desenvolver uma terapia de ensaio de imagens.
(6) Loureiro, Carlos Bernardo. Visão Espírita do Sono e dos Sonhos, São Paulo: Casa Editora O Clarim. Matão, 2000
(7) Denis, Leon. No Invisível, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1985
(8) Matéria publicada na Revista Galileu, em maio de 2009
(9) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000
(10) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos , Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000 questão 414
(11) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2000


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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

ANDRE RIEU - The godfather/Stranger in paradise(in Cortona)

COMENTÁRIO DE UM AMIGO SOBRE A MILITÂNCIA POLÍTICA E ESPIRITISMO


Sérgio de Jesus Rossi

rossi@correios.com.br


Caro Jorge,

Muito bom este artigo sobre política e doutrina.

Concordo inteiramente, e fico “aliviado” ao confirmar que as minhas idéias abrigam ilustre companhia.

Também considero que o espírita deve, precisa mesmo, ser “intransigente” no aspecto da pureza doutrinária, e principalmente, no comportamento.

Um filósofo grego, anterior a Sócrates, cujo nome me escapa, já dizia que era impossível militar na política e manter a integridade de princípios.

Claro que ele não se referia à verdadeira e elevada política, como administração da cidade (polis), mas àquela que, já então, se praticava nos ambientes do poder.

Isso não evoluiu; a rigor, só piorou.

Para os espíritas, sempre valerão as palavras magistrais de Kardec, pelas quais o espírita seria reconhecido, em meio aos demais, pelo seu esforço pessoal de superação das próprias imperfeições.

E não me consta que exista algum político engajado nesse esforço . . .

Grande abraço fraterno,

Sérgio de Jesus Rossi


domingo, 5 de setembro de 2010

O PODER DA ORAÇÃO SOB O ENFOQUE ESPÍRITA

Existem pesquisas sobre os efeitos da prece na saúde das pessoas. Uma delas foi realizada pelo Laboratório de Imunologia Celular da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, com a participação ativa de mais de cinqüenta e dois estudantes de medicina durante o período de 2000 a 2003. A pesquisa, segundo divulgação no final de outubro, nos principais jornais do País, apresentou resultados positivos que se materializam no aumento da estabilidade celular dos indivíduos que receberam a prece.De acordo com o estudo em foco um dos principais mecanismos de defesa do organismo - a fagocitose(1) - pode ter a função estabilizada com preces feitas à distância.
A prece atua sobre indivíduos sadios, influenciando o sistema imunológico, segundo estudo pioneiro realizado no ano de 1988, no Hospital Geral de São Francisco, na Califórnia. Nesse hospital foi possível comprovar que os pacientes que receberam preces apresentaram significativas melhoras, necessitando inclusive de menor quantidade de medicamentos.(2)
André Luiz, que foi médico em sua última reencarnação terrena, com absoluta convicção afirma “ – Ah ! se os médicos orassem”. A exclamação consta no capítulo intitulado “Em aprendizado”, que revela o apoio que os benfeitores espirituais dão aos médicos que se disponham a abrir os seus canais de sensibilidade. “Todos os médicos, ainda mesmo quando materialistas de mente impermeável à fé religiosa, contam com amigos espirituais que os auxiliam. Nossa colaboração [dos espíritos] não pode ultrapassar o campo receptivo daquele que se interessa pela cura alheia ou pelo próprio reajustamento. Entretanto, realizamos sempre em favor da saúde geral quanto nos é possível.” (3)
Os médicos americanos como os doutores William Reed(4) e Roger Youmanas, quabrando os paradigmas e axiomas acadêmicos, defendem a necessidade da oração na hora da cirurgia. Para Reed o poder da oração pode garantir o sucesso de um cirurgia, na atmosfera tensa de uma sala de operação. Quando uma enfermeira lhe passa um instrumento, o médico diz que faz sempre uma prece. Pede a Deus que o guie, de acordo com os seus desígnios. Para o cirurgião, a oração cria o clima de calma, necessário para o trabalho. “Reed e Roger citam o caso de hemorragias subitamente controladas ou paradas cardíacas prontamente resolvidas. E o próprio Dr. Reed teve prova disso com seu filho de dois anos. A criança estava com pneumonia e de repente parecia que ia morrer. Salvou-o com respiração artificial, depois que pediu a Deus para que não tirasse a vida de seu filhinho. O Dr. Roger Youmanas, cirurgião da Califórnia, confirma que sempre reza durante 30 segundos quando se vê diante de um caso difícil. Acredita que a prece em favor de um doente pode ajudar. E acredita que um cirurgião possa fazer uma operação melhor se tiver inspiração divina.”(5)
Para nós, espíritas, a oração se reveste de características especiais, pois a par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a influência da prece Allan Kardec, ao emitir seus comentários na questão 662 de O Livro dos Espíritos, afirma que “o pensamento e a vontade representam em nós um poder de ação que alcança muito além dos limites da nossa esfera corporal. A rigor a eletricidade é energia dinâmica; o magnetismo é energia estática; o pensamento é força eletromagnética.”(6)
Considerando-se a propriedade do fluido magnético para que nos influenciemos mutuamente, e reconhecendo-se a capacidade do fluido magnético para que as criaturas se influenciem reciprocamente, com muito mais amplitude e eficiência atuará ele sobre as entidades celulares do Estado Orgânico - particularmente as sanguíneas e as histiocitárias -, determinando-lhes o nível satisfatório, a migração ou a extrema mobilidade, a fabricação de anticorpos ou, ainda, a improvisação de outros recursos combativos e imunológicos, na defesa contra as invasões bacterianas e na redução ou extinção dos processos patogênicos. Muito se tem dito a respeito da prece, mas muito pouco ainda conhecemos do seu mecanismo de funcionamento. Muitas vezes surgem aqueles que contestam a eficácia da prece, alegando que, pelo fato de Deus conhecer as necessidades humanas, torna-se dispensável o ato de orar, pois sendo o Universo regido por leis sábias e eternas, as súplicas jamais poderão alterar os desígnios do Criador.
O mestre lionês dava tanta importância ao ato de pensar que um dia escreveu no livro A Gênese: “O pensamento produz uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral: é isso unicamente o que o Espiritismo poderia fazer compreender.É o pensamento que dá qualidade curativa aos fluidos, que existem em estado natural ao nosso redor.”(7) A mente é fonte de energia curativa ou de energia destruidora.
A prece é, sem dúvida, um dos meios pelos quais a cura de um mal pode ser alcançada. Destarte, cremos que a temática prece deveria se constituir em matéria de constante estudo nos centros espíritas, porém, estudo sério e não se tornar objeto de considerações puramente místicas, que impedem alcançar a sua essência e importância.

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


Fontes:

(1) Incorporação de partículas sólidas por uma célula mediante o envolvimento daquelas por esta. [Esse processo não implica penetração da membrana celular e serve à nutrição e de defesa contra elementos estranhos ao organismo.
(2) Artigo de Kátia Penteado intitulado Efeitos da Prece na Saúde : a Ciência confirma a Doutrina Espírita - Nov/2004
(3) Xavier, Francisco Cândido. Libertação, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1990
(4) William Reed é presidente a Fundação Médica Cristã que possue mais de 3.000 médicos associados
(5) Publicado na Revista O Espírita setembro / dezembro de 2001, nº 110 Ano XXIII
(6) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1994, questão 662
(7) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1991, Cap.XIV

sábado, 4 de setembro de 2010

A “DROGA” DIGITAL E OUTRAS DROGAS - ANTE OS EXEMPLOS QUE DAMOS AOS NOSSO FILHOS


As “drogas” digitais sonoras (e-drugs) estão invadindo a rede mundial de computadores e se proliferam rapidamente nas redes sociais. Criada nos Estados Unidos, a "droga" em referência não é de beber, fumar, cheirar ou injetar, mas de ouvir: sim, (pasmem!) OUVIR!!! são “pílulas” sonoras digitais, que, com simples batidas combinadas, obrigam o cérebro a tentar equilibrá-las. Daí surgiria o "barato". É uma ação neurológica que consiste na emissão de sons diferentes em cada ouvido (zumbidos, mesmo!), supostamente estimulando o cérebro e produzindo sensações de “euforia”, “estados de transe” ou de “relaxamento”. Tais drogas digitais invadiram a França nos últimos dois meses e, por enquanto, seus efeitos são desconhecidos. (1)
Na terra de Kardec ainda não há estudos realizados sobre o assunto. Mas, neuropsicológos creem que os sons podem ter fins terapêuticos para algumas doenças como o “autismo”. Todavia, em determinadas frequências estimulam a imaginação ou a criatividade e podem provocar disfunções cerebrais, o que levaria às alucinações ou uma experiência “psicodélica”. Outros afirmam que seus efeitos não passam de auto-sugestão e não acreditam que existam riscos de dependências.
O que são , afinal as “i-doses” ou “e-drugs”? são arquivos de áudio para computador que geram supostos efeitos alucinógenos. “São baseadas em hipótese e vendidas como fatos concretos”(2) Certamente a “e-drugs” tenha um efeito placebo, isto é, pode provocar alguma reação porque a pessoa acredita que aquele ruído pode levar a estado alterado de consciência. Mas não há evidência científica sobre essa reação psíquica.
A explicação dessas “e-drugs” são baseados na técnica bineural beats, ou seja, consiste na reprodução do som com duas frequências distintas, mas muito parecidas, uma em cada ouvido. Isso forçaria o cérebro a produzir uma terceira frequência, que iria equilibrar os outros dois estímulos. Ao criar essa terceira frequência, ele desencadearia sensações parecidas com as de entorpecentes.(?!...) Mas, profissionais especializados em drogas e toxicodependência indicam que não existam riscos de dependências.
Há “trabalhos técnicos mostrando que as regiões cerebrais ativadas durante a audição de um ruido [a música por exemplo] que causa prazer à pessoa são as mesmas envolvidas em estímulos indutores de excitação, prazer e uso de drogas de maneira geral.”(3) Mas, "não há registro de alterações significativas com estímulo sonoro. Já estímulos visuais ou alterações na frequência de luz podem causar uma alteração neurológica, como desencadear uma crise epilética"(4)
Sob qualquer hipótese , quando o assunto é "droga", percebemos que há um número bastante significativo de pessoas que, instantaneamente, associam essa palavra aos produtos cujo consumo não nos é lícito, quais sejam: a maconha, a cocaína, o crack, até mesmo as pílulas digitais , etc.. No entanto, esquecem-se de que, tanto do ponto de vista físico quanto espiritual, outros produtos tóxicos, e de livre comércio, são tão prejudiciais ou mais perniciosos do que citados, exemplos: a bebida alcoólica, o cigarro, as drágeas confeccionadas em laboratórios, etc
Quantos lares são desfeitos e quantos crimes são cometidos, cuja causa provém de estados de embriaguês? Quantas doenças incuráveis são diagnosticadas em pessoas que se lançaram à autocrueldade, pela dependência da nicotina? Portanto, o fato de ser uma “droga eletrônica” ou qualquer substância legal ou ilegal pode não ter uma relação direta com o perigo que oferece.
Os filhos que já se iniciaram nos maus vícios, mas que ainda não estabeleceram um nível de intimidade maior com as drogas, os pais podem e devem ampará-los com serenidade, ajudando-os, fundamentalmente, a não se tornarem dependentes. Os pais devem lhes ensinar a manterem acesa a chama da esperança, incutindo neles a idéia de que todas frustrações pessoais são passageiras e que são, apenas, momentos difíceis de ajuste da alma para o crescimento pessoal.
Em verdade, os filhos, quando crianças, registram em seu psiquismo todas as atitudes dos pais, tanto as boas quanto as más, manifestadas na intimidade do lar. Crescem, observando os adultos utilizando tranqüilizantes ao menor sinal de tensão ou nervosismo e, quase que imediatamente, presenciam os primeiros sinais de “serenidade e acalmia” exercidos pela ação do medicamento. São atentos, igualmente, às atitudes dos pais dos amigos com os quais se relacionam e a contradição, então, transparece, posto que muitos deles têm maneiras diversas de lidar com um filho. Alguns são totalmente contra o uso de quaisquer drogas, legalizadas ou não, mas a maioria considera socialmente aceitável o consumo de bebidas alcoólicas, o vício do cigarro, o uso de "energéticos", etc.. Isso tudo, sem falar no grave problema dos benzodiazepínicos, barbitúricos e metadona, cuja ingestão permanente pode causar dependência como qualquer outra droga alucinógena.
Na verdade, as drogas não deveriam ser avaliadas, tendo por base produtos químicos ou eletrônicos, ilegalidade ou legalidade, mas pelos malefícios que elas acarretam ao ser. Os adultos inventam sempre "desculpas esfarrapadas" e formas de justificar seus comportamentos paradoxais. Contudo, trata-se de um modelo de comportamento que não serve de referencial a alguém, muito menos àqueles que são adeptos aos moldes que Jesus nos veio ensinar.
Quantos pais que ao menor sinal de angústia, de desconforto, lançam mão de um "remedinho", de uma "cervejinha", de um "cafezinho", de um "cigarrinho", para aplacar a ansiedade de forma quase que instantânea. Esse é o princípio básico de paradigma de comportamento dependente, que observamos em um imenso número de adultos e pais, no qual, sem "desconfiômetros", estão mergulhados.
Tais pessoas, introjetam no inconsciente dos filhos, alunos, e jovens em geral, a idéia de que os problemas podem ser resolvidos, como que por um passe de mágica, com a "ajudazinha" de uma "substanciazinha", destilada ou fermentada; de uma "plantinha" inocente, do gênero nicotiana (solanaceae), conhecida por tabaco, de um "alcaloidezinho",também inofensivo, conhecido por cafeína, e assim por diante. Porém, todos atuam sobre o sistema nervoso central e alteram todo o metabolismo do indivíduo, igualmente.
Os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um diálogo franco com os filhos, sobretudo, amparando-os moralmente, independentemente, de como se situam na escala evolutiva. Os pais não se devem desesperar, mormente no mundo de hoje. A melhor maneira de tentar neutralizar a atração que as drogas exercem será estimular os jovens a experimentar formas não-químicas (obviamente, exceto as sonoras) de obtenção de prazer. Os "baratos" podem ser obtidos através de atividades religiosas, intelectuais, artísticas, esportivas, etc.. Cabe aos adultos tentar conhecer melhor os jovens para estimulá-los a experimentar formas mais criativas de obter prazer e sensações intensas, mas dando-lhes exemplos de sobriedade.
É importante que os pais ensinem seus filhinhos a manterem permanente vigilância pela oração embasada numa fé raciocinada, nesse caso o Espiritismo propõe, dentre outras bênçãos, o fortalecimento e o equilíbrio mental. Uma coisa é certa: o Espiritismo não propõe soluções específicas, reprimindo ou regulamentando cada atitude, nem dita fórmulas mágicas de bom comportamento aos jovens. Prefere acatar, em toda sua amplitude, os dispositivos da lei divina, que asseguram a todos o direito de escolha (o livre-arbítrio) e a responsabilidade conseqüente de seus atos.
Exerçamos a cofiança em Deus, primeiramente, e optemos pela drágea do afeto, o comprimido do carinho, a e-drugs da compreensão, a gota de renúncia, o chá do amor em família, por serem os mais eficazes remédios na cura das patologias de quaisquer procedências. Esses medicamentos consubstanciam-se em maior atenção dos pais para com os filhos, demonstrados pela sadia preocupação que têm com a formação moral deles e o suprimento de suas necessidades afetivas.

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net



Fontes:

(1) http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/e-drugs-o-novo-fenomeno-da-internet-invadem-a-franca
(2) Alexandre Pills, psicólogo integrante do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC.
(3) Tereza Raquel Alcântara Silva, musicoterapeuta e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG)
(4) Arthur Kummer, psiquiatra especialista em criança e adolescente e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)