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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ESPÍRITO E MATÉRIA ANTE A LEI DE EVOLUÇÃO


A Doutrina Espírita preceitua que existem dois elementos gerais no Universo: “matéria e Espírito e, acima de tudo Deus.” (1) Emmanuel elucida que “pela vontade divina, condensou-se a matéria cósmica no Universo sem fim. A matéria produziu a força, a força gerou o movimento, o movimento fez surgir o equilíbrio da atração e a atração se transformou em amor.”(2) Desta maneira, identificam-se todas as dimensões da vida em face da lei de unidade estabelecida pelo Criador. Considerando-se que na Terra “todos os movimentos de evolução material e espiritual se processaram, como até hoje se processam, sob o patrocínio de Jesus.”(3)
A fonte de energia para todos os núcleos da vida planetária é o Sol , isso é fato! e “todos os seres recebem a renovação constante de suas radiações através da chuva incessante dos átomos solares.”(4) Destarte, “as primitivas agregações moleculares, obedeceram ao pensamento divino dos prepostos do Cristo, quando nas manifestações iniciais da vida sobre a Terra”(5) e nos “primórdios da organização planetária, encontraram, no protoplasma(6) o ponto de início para a sua atividade realizadora, tomando-o como base essencial de todas as células vivas do organismo terrestre.”(7)
Alguns concebem que no seres inorgânicos tudo é “cego”, passivo, fatal; jamais se verifica “evolução”; não há mais que mudanças de estados na natureza intrínseca da substância. Argumentam que os minerais não têm forma própria, ao passo que os “seres vivos” possuem forma específica. Os seres brutos apresentam composição química simples, ao passo que a “substância viva” é complexa. Os minerais não apresentam um ciclo vital (não nascem e nem morrem) - sua duração é ilimitada. Mas, acredito que nas atrações moleculares, ainda que não identifiquemos manifestações de espiritualidade, como princípio de inteligência, estou convencido de que “os fenômenos rudimentares da vida em suas demonstrações de energia potencial estão presentes em face da evolução da matéria em seus infinitos aspectos dimensionais.
Desse modo, a matéria “bruta” não é estanque e evolui. Albert Einstein, a partir da Teoria da Relatividade afirmou que matéria e energia são as duas faces de uma mesma moeda. A matéria é energia condensada e a energia uma forma de apresentação da matéria. Endossando essa tese o Espírito Emmanuel, considerando o processo radioativo identifica a “evolução” da matéria, pois “é nesse contínuo desgaste que se observam os processos de transformação das individualizações químicas, convertidas em energia, movimento, eletricidade, luz, na ascensão para novas modalidades evolutivas, em obediência às leis que regem o Universo.”(8) A rigor, as individualizações químicas possuem a sua rota para obtenção das primeiras expressões anímicas. Lembrando que na constituição das vidas no reino vegetal e animal, encontramos os elementos minerais.
Há obviamente algumas controvérsias teóricas a respeito de quando o Princípio Inteligente se individualizaria; se tal ocorreria já a partir do reino mineral, ou somente a partir do reino vegetal. Uns defendem a primeira hipótese, outros sustentam a segunda tese. Junto-me à primeira corrente, respaldado em Kardec que explana: “se se observa a série dos seres, descobre-se que eles formam uma cadeia sem solução de continuidade, desde a matéria bruta até o homem mais inteligente.”(9)
Sobre a questão da individualização, essa situação não se confunde com a criação “individual” do Princípio Inteligente, apenas diz respeito ao seu estado de particularização. O termo empregado na Codificação, significa aquilo que o Ser (princípio) agregou de experiências para que ele pudesse literalmente ser identificado , quanto a outros seres da criação , como um indivíduo. Porém, quanto à “consciência do eu” (que é um estágio avançado, mais elaborado e aperfeiçoado da individualização), somente se dá no estágio do “reino hominal”, pois que anteriormente a inteligência permanecia em estado latente, nos reinos imediatamente anteriores. À propósito sobre isso, Kardec aduz que “a alma dos animais(...)conserva sua individualidade; quanto à consciência do eu, não. A vida inteligente lhe permanece em estado latente”.(10)
No universo da vida organizada (ser orgânico) sabe-se haver um princípio especial, ainda inapreensível e que ainda não é bem definido pelos estudiosos: o Princípio Vital. Presente no ser vivente, inexiste nos minerais.“É um estado especial, uma das modificações do Fluido Cósmico Universal, pela qual este se torna princípio de vida.”(11) O Princípio Vital é um só para todos os seres orgânicos, modificado segundo as espécies. É força motriz da estrutura orgânica e “ao mesmo tempo em que o agente vital estimula os órgãos, a ação deles [dos órgãos] mantém e desenvolve a atividade do agente vital, quase do mesmo modo como o atrito produz o calor".(12) É importante considerar que, apesar de ser matéria diferenciada, distinta dos níveis, digamos, materiais, tal origem não invalida a matriz celular do fluido vital, principalmente por seu papel diferenciado e intermediário.

O princípio vital forma um terceiro elemento constituinte do universo?

Como dissemos Espírito e matéria são dois elementos constituintes do Universo. O Princípio Vital formaria um terceiro? Não! Pois trata-se de um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas ele mesmo tem sua fonte na matéria primordial modificada. “É um elemento, como o oxigênio e o hidrogênio que, entretanto, não são elementos primitivos, embora tudo isso proceda de um mesmo princípio.”(13) Será que realmente a vitalidade é um atributo permanente do agente vital ou apenas se desenvolve pelo funcionamento dos órgãos? À rigor, esse agente sem a matéria não é a vida, “é preciso a união das duas coisas para produzir a vida. Infere-se disso que a “vitalidade está em estado latente, quando o agente vital não está unido ao organismo.”(14)
Para haver vida orgânica é preciso existir o protoplasma, componente das células, formado principalmente por proteínas. Na Terra, só pôde surgir a vida orgânica no momento em que, na atmosfera, por meio das descargas elétricas, uniram-se metano, amônia, água e hidrogênio, formando-se os primeiros aminoácidos.(15) Estes se combinaram, formando proteínas, as quais se aglomeraram nos coacervados(16) e destes originaram as células. Todas as células têm cromossomos e ADN, que não existem nos minerais, o fluido universal, combinado com a ação do elemento inteligente, é responsável pela coesão e as qualidades gravitacionais da matéria. Lembando aqui que a inteligência é um atributo essencial do espírito”(17) que por sua vez é o elemento inteligente do universo, individualizado, com moralidade própria. Embora reconheço que “a natureza íntima do elemento inteligente, fonte do pensamento, escape completamente às [atuais] investigações.” (18)

A mônada

Há os que dedicam ao estudo da mônada,(19) Para os quais, vertida do plano espiritual sobre o plano físico, a mônada atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção, assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando, assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas faixas inaugurais da razão.”(20)
O ponto principal do pensamento de Leibniz é a teoria das mônadas. É um conceito neoplatônico, que foi retomado por Giordano Bruno e Leibniz desenvolveu. As mônadas (unidade em grego) são pontos últimos se deslocando no vazio. Leibniz chama de enteléquia e mônada a substância tomada como coisa em si, tendo em si sua determinação e finalidade. Para Leibniz, a mônada significa substância simples, ativa, indivisível, de que todos os entes são formados. Segundo o filósofo, todos os seres são constituídos por substâncias simples entre as quais reina uma harmonia preestabelecida.
O Espírito André Luiz explica melhor dizendo que a mônada é “o Princípio Inteligente em suas primeiras manifestações”, isto é, na primeira fase de evolução do ser vivo “germes sagrados dos primeiros homens.”(21) Trabalhadas, “no transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os valores permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior, as mônadas exprimem-se no mundo através da rede filamentosa do protoplasma.”(22)

O Éter

Evoco en passant, na discussão dos princípios (material e espiritual) aqui expostos, o Éter termo que significa a substância que os cientistas acreditavam que existia em todo o universo, mas sem massa, volume e indetectável, pois não provocaria atrito. Os físicos do séc. XIX sabiam que a luz tinha natureza ondulatória, e imaginavam portanto que essa deveria precisar de um meio para propagar-se (daí o Éter). Para o Espírito Emmanuel o éter é quase uma abstração um fluído sagrado da vida, que se encontra em todo o cosmo; fluído essencial do Universo, que, em todas as direções, é o veículo do pensamento divino.

Agente vital , causa ou efeito?

Não há consenso entre alguns pontos próprios como tampouco há um entendimento por parte da maioria dos espíritas sobre o fluido vital. Seria uma propriedade da matéria, um efeito que se produz quando a matéria se encontra em determinadas circunstâncias? Lembremos que os seres orgânicos têm em si uma força íntima que produz o fenômeno da vida, enquanto essa força dure. Para Kardec o fluido vital “é criado pelo metabolismo corporal”.(23) Segundo essa maneira de ver, o Princípio Vital não seria mais do que uma espécie particular de eletricidade, denominada eletricidade animal, que durante a vida se desprende pela ação dos órgãos e cuja produção cessa, quando da morte, por se extinguir tal ação. No entanto, como vimos acima, os espíritos discutem o assunto e apontam que o Princípio Vital é uma transformação da matéria primordial do Universo - o Fluido Cósmico Universal.

Princípio inteligente e evolução

Em face da escala evolutiva da inteligência, Leon Denis afirma que: “na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas.” (24) Por outro lado, a Doutrina Espírita explica que as diferentes espécies de animais não procedem intelectualmente umas das outras, mediante progressão. Nesse tópico nem todos pensam a mesma coisa a respeito das relações que existem entre o homem e os animais. Segundo alguns, o Espírito só alcança o período de humanidade após ter sido elaborado e individualizado nos diferentes graus dos seres inferiores da Criação; segundo outros, o Espírito do homem teria sempre pertencido à raça humana, sem passar pela experiência animal. O primeiro desses sistemas tem a vantagem de dar um objetivo ao futuro dos animais, que formariam assim os primeiros anéis da cadeia dos seres pensantes; o segundo está mais de acordo com a dignidade do homem.(25)
“Assim, o espírito da ostra não se torna sucessivamente o do peixe, do pássaro, do quadrúpede e do quadrúmano.”(26) Cada espécie constitui, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um de cujos indivíduos haure na fonte universal a quantidade do Princípio Inteligente que lhe seja necessário, de acordo com a perfeição de seus órgãos e com o trabalho que tenha de executar nos fenômenos da Natureza, quantidade que ele, por sua morte, restitui ao reservatório donde a tirou.
O Princípio Inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra “milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos.”(27) Emanam do mesmo Princípio Inteligente a alma dos animais e do homem, com a diferença que a do homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal, elaboração esta feita numa série de existências que precedem o período de Humanidade.(28)
“Uma tese que os Espíritos rejeitam de maneira mais absoluta é a da transmigração da alma do homem para os animais e vice-versa.”(29) Entre os Espíritos há divergência quanto às origens da alma do homem e dos animais, acreditando alguns que o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal. Segundo esta linha de pensamento, cada espécie constituiria, física e moralmente, um tipo absoluto, cada um haurindo da fonte universal a quantidade do Princípio Inteligente que lhe seja necessário.(30)
Porém, identificamos alguns pontos doutrinários apontando para a tese da elaboração progressiva do Princípio Inteligente à partir do reino mineral, passando pelo reino vegetal, animal, até finalmente individualizar-se como Espírito, quando passa a encarnar somente no reino hominal, continuando sua ascensão na escala do progresso intelectual e moral, através de encarnações sucessivas, com a finalidade de atingir o máximo grau de perfeição relativa (somente Deus detém a perfeição absoluta).
Entre as espécies orgânicas dotadas de inteligência e de pensamento, há uma que é dotada de um senso moral especial que lhe dá uma incontestável superioridade sobre as outras: é a espécie humana. Aí o fluido vital funciona como um sistema energético que age como um intermediário entre o perispírito e o corpo físico durante a reencarnação, e é o que dá vitalidade à matéria.
Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior. “Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do Princípio Vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.”(31)

Conclusão
O Princípio Espiritual estagiou por todos os reinos desde a sua criação, tanto que é um dos elementos fundamentais e constitutivos dela; porém, se individualizou após o conhecimento das leis da mesma criação, de como elas atuam, inclusive as de atração, coesão e outras que vigoram nos primários reinos, incluindo o mineral.
Em tese não há que se falar qual dos dois (Princípio Inteligente ou Princípio Material) foi criado primeiro. Filosoficamente falando, para alguns, “se o Princípio Inteligente foi criado perfectível, e, para isso, tem de atuar na Matéria, deduz-se que ele foi criado como uma individualidade para atuar (imediatamente) no primeiro reino da natureza [matéria por excelência], e, a partir dali, ganhar experiências que o tornariam identificável no futuro.”(32)
O progresso é a lei da natureza. A essa lei todos os seres da criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. Segundo Allan Kardec “tudo se encadeia na natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto”.(33)
Constata-se assim a aceitação geral – “tanto por autores encarnados como também pelos Espíritos de escol que nos transmitem seus ensinamentos por via mediúnica - da teoria da dualidade: Elemento Espiritual/Elemento material criados simultaneamente por Deus, sendo que o Elemento Espiritual, desde suas primeiras manifestações, acumula sempre as experiências adquiridas em seu trajeto até o estado de Espírito, sem jamais retrogradar, enquanto que a matéria - criada para a manifestação do Elemento Espiritual que a dirige - pela sua própria natureza está sujeita às transformações, que incluem, nos três reinos, o nascimento, crescimento, decrepitude e morte com a conseqüente destruição (assim entendida como retorno aos elementos constitutivos), para formar novas formas manifestadas pelo Espírito em sua trajetória rumo à Perfeição.”(34)

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net


Fontes:

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 27
(2) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 21
(3) Idem questão 265
(4) Idem questão 10
(5) Idem questão 12
(6) Toda a substância ou mistura de substâncias em que se manifesta a vida nas suas características de metabolismo, reprodução e irritabilidade
(7) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 6
(8) Idem questão 9
(9) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Introdução, item XVII
(10) idem questão607
(11) Idem questão 598
(12) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(13) Idem
(14) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 64
(15) aminoácido é uma molécula orgânica formada por átomos de carbono, hidrogênio, oxigênio, e nitrogênio unidos entre sí de maneira característica. Alguns aminoácidos também podem conter enxofre.
(16) Coacervado é um aglomerado de moléculas protéicas envolvidas por moléculas de água, em sua forma mais complexa. Essas moléculas foram envolvidas pela água devido ao potencial de ionização presente em alguma de suas partes. Acredita-se, portanto, que a origem dos coarcevados (e consequentemente da vida) tenha se dado no mar.
(17) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 24
(18) Allan Kardec, Revista Espírita, ano: 1866 páginas 78 e 79. Editora EDICEL
(19) ser formado pela união do princípio inteligente e seu corpo mental, imperecíveis, integrantes e inseparáveis um do outro, qualquer que seja o mundo em que viva e o grau evolutivo em que se encontre
(20) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espírito André Luiz capítulo III , Rio de Janeiro: Editora FEB, 1977
(21) Idem
(22) Xavier, Francisco Cândido. O consolador, ditado pelo espirito Emmanuel , Rio de Janeiro: Ed FEB, questão 20
(23) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(24) DENIS, Léon. O problema do ser, do destino e da dor, Rio de Janeiro: 21ª ed. Ed. FEB, , 1999 às pág. 122/123
(25) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questão 613
(26) Idem questão 613
(27) Xavier, Francisco Cândido e Vieira Waldo. Evolução em Dois Mundos, ditado pelo espírito André Luiz capítulo III , Rio de Janeiro: Editora FEB, 1977.
(28) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Questões 606/607
(29) Idem questão 613, Comentários
(30) Idem questão 222
(31) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001
(32) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Cap. III, item 19, Progressão dos Mundos, Santo Agostinho-Espírito - 1864
(33) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2000, Nota de Kardec à questão 540, e RE, 1860, julho, pg. 226, p. 2º, item 8.
(34) Cf. Joel Matias , artigo “Considerações a Respeito do Princípio Material e Princípio Inteligente” Publicado no Boletim GEAE Número 440 de 02 de julho de 2002

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domingo, 22 de agosto de 2010

PARADOXOS HUMANOS

PARADOXOS HUMANOS


Gail Posner, uma socialite americana que dividia uma mansão de sete quartos em Miami com sua cadela e mais dois cães, faleceu aos 67 anos recentemente e no testamento veio à tona a divisão de bens. À cadela coube a posse do imóvel, no valor de US$ 8,3 milhões, e um fundo de US$ 3 milhões. Leona Hemsley, outra magnata de Nova York, deixou um fundo de investimento no valor de US$ 12 milhões para Trouble, sua maltês e excluiu os netos do testamento. A bilionária apresentadora de tevê Oprah Winfrey reservou US$ 30 milhões de sua fortuna para seus vários cachorros. A cadela da atriz Drew Barrimore deve herdar a casa da atriz, avaliada em US$ 3 milhões A condessa alemã Karlotta Liebenstein deixou US$ 194 milhões para o pai de Gunther IV, o pastor alemão Gunther III, em 1992. O cachorro morreu e o fundo em que o dinheiro ficou aplicado tem hoje US$ 372 milhões.
Na opinião de alguns psicólogos esse tipo de atitude extrema é um recado claro: “Deixei minha herança para o cachorro porque ganhei muito mais amor do meu bicho.” Obviamente, para chegar a esse ponto, a pessoa deve ter uma aversão muito grande aos seres humanos ao seu redor. O Professor da Universidade da Virgínia (EUA), Jonathan Haidt, em seu livro "The Happiness Hypothesis", diz: "a família e os amigos são mais relevantes do que o dinheiro e a beleza. Uma condição que nos torna felizes é a capacidade de nos relacionarmos e estabelecermos laços com os demais.”(1) “Para muitas pessoas, o animal é uma referência emocional, porque ele não faz julgamentos e tem fidelidade incondicional.”(2)
Se fôssemos consciente da necessidade da prática do bem, não haveria situações tão extremadas de todos os tipos de aberrações, como as doações de fortunas para animais, a guerra do crack, seqüestros, prostituição, poligamia, traição, inveja, racismo, inimizades, tristeza, fome, ganância e guerras. Não encontraríamos pessoas perambulando pelas ruas, embriagadas, sujas, cabelos desgrenhados, roupas ensebadas, catando coisas no lixo ou esmolando um pedação de pão.
Desfrutamos de uma realidade tecnológica que, num passado recente, era impossível imaginarmos, exceto nos filmes de ficção. Recordo-me do início da década de 70, quando não havia como pensar em fornos de microondas, aparelhos de videocassete, telefones celulares, microcomputadores, cartões magnéticos, e, principalmente, a Internet. No entanto, atualmente, são recursos comuns. Porém, ainda amargamos os contrastes de uma suprema tecnologia no campo da informática, da genética, das viagens espaciais, dos supersônicos, dos raios laser, ao mesmo tempo em que ainda temos que conviver com a febre amarela, a tuberculose, a AIDS, e com todos os tipos de droga (cocaína, heroína, skanc, ecstasy, o crack, etc.).
Ante os paradoxos humanos, nem tudo está perdido. Sabemos que desde o século XIX, os milionários americanos seguem a tradicional prática de mecenato e filantropia com doações milionárias para museus, salas de concerto e universidades. Inclusive, muitos milionários não esperam mais a morte para doar parte da fortuna para causas sociais. "O modelo do velho moribundo na cama do hospital que deixa tudo para uma fundação está superado. Agora, o sujeito monta uma fundação aos 30, 40 anos de idade. Desta forma, os doadores controlam melhor o destino dado ao dinheiro para que ele seja aplicado exatamente nas causas que eles escolheram.”(3)
Além da vontade de resolver problemas sociais, os magnatas têm outra razão para doar seu dinheiro enquanto ainda estão vivos. Não querem deixar grandes heranças para os filhos com medo de estragá-los. Nos Estados Unidos, a figura do self-made man, aquele que faz fortuna por si próprio, é muito valorizada. Daí a crença de que grandes heranças roubariam a possibilidade de os herdeiros terem a sensação de que realizaram algo.
No topo do ranking dos doadores aparece Bill Gates e sua esposa, Melinda. A Fundação Bill & Melinda Gates investe em projetos de saúde e educação em vários países , inclusive no Brasil. Warren Buffett, investidor e industrial de 79 anos cuja fortuna é calculada em 47 bilhões de dólares, afirmou que mais de 99% da sua riqueza irá para a filantropia durante vida ou quando morrer.
Nesse panorama promissor, a mensagem do Cristo é um elixir poderoso, o mais seguro para a redenção social, que haverá de penetrar em todas as consciências humanas, como um dia penetrou no desprendimento de Vicente de Paulo, na majestosa solidariedade de irmã Dulce, na bondade de Francisco de Assis, na suprema dedicação de Teresa de Calcutá e no amor de Chico Xavier.
É urgente aprendermos a fazer o bem incondicional, e nesse comportamento podermos soltar o sereno grito como o fez Paulo: "Já não sou quem vive, mas o Cristo é quem vive em mim.”(4) Precisamos exercer o Evangelho nos múltiplos setores da sociedade, porque a natureza nos ensina que temos uma fatalidade biológica (vamos todos desencarnar um dia), porém, a forma de nos comportarmos dentro do limite berço-túmulo é da nossa livre escolha. Podemos alcançar a sublimação com o simples querer, mas, sempre, movidos por uma fé calcada nas boas obras em favor do próximo.


Fontes:

(1) IstoÉ independente, N° Edição: 1925 | 13.Set - 10:00 | Atualizado em 21.Ago.2010, disponível http://www.istoe.com.br/reportagens/4955_SEGREDOS+DA+FELICIDADE?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
(2) Cf. Mario Marcondes, veterinário e diretor do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo.
(3) Cf. Rick Cohen, diretor executivo do Comitê Nacional de Filantropia Responsável
(4) Gl 2,20

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

FEIRÕES DO ABORTO, VERDADEIRA TRAJÉDIA MORAL


Pesquisa, conduzida pela Universidade de Brasília, demonstra que ultrapassa de cinco milhões o número de mulheres brasileiras que já abortaram. Segundo a antropóloga e professora da UnB, Débora Diniz, uma mulher em cada cinco, aos 40 anos, fez aborto. Os dados confirmam que 5 milhões e 300 mil mulheres em algum momento da vida já fizeram aborto. Isso é fato constatado. Como resolver a questão?



As clínicas clandestinas existem e são verdadeiros feirões do aborto. Seus proprietários estão milionários. Não é para menos, pois chegam a cobrar R$ 800,00 para uma curetagem, R$ 1.200,00 para a sucção e R$ 1.800,00 para destroçarem o bebê através do vácuo. Especialistas afirmam ainda que as vítimas de complicações de aborto nessas clínicas acabam tendo que serem socorridas pelo sistema de saúde público, o Sistema Único de Saúde (SUS). Uma pesquisa do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo levantou um número espantoso. Entre 1995 e 2007, a curetagem depois do procedimento de aborto foi a cirurgia mais realizada pelo SUS: 3,1 milhões de registros, contra 1,8 milhão de cirurgias de correção de hérnia.


O que isso significa? Um tremendo impacto na saúde pública brasileira. Não há legislação humana que identifique de imediato o ignóbil infanticídio, nos redutos familiares ou na bruma da noite, e aos que mergulham na torpeza do aborto. Quem é essa mulher que faz aborto? Ela é a mulher típica brasileira. Não há nada de particular na mulher que faz aborto, explica Débora Diniz. Por essas e outras que o Brasil é o campeão mundial da prática abortista.


A taxa de interrupção de gravidez supera a taxa de nascimento. Esta situação fez surgir no país grupos dispostos a legalizar o aborto, torná-lo fácil, acessível, higiênico, juridicamente “correto”. Ainda que isso viesse ocorrer, JAMAIS esqueçamos que o aborto ilegal ou legalizado SEMPRE será um CRIME perante às Leis de Divinas! O Jornal Folha de São Paulo, de 07/10/2007, afirma que o Instituto de Pesquisa Datafolha constatou que, nos últimos anos, o número de brasileiros, que acham a prática do aborto "muito grave", aumentou de 61%, para 71% e que, atualmente, apenas 3% dos brasileiros consideram o aborto moralmente aceitável.(1)


Os arautos do aborto evocam as péssimas condições em que são realizados os procedimentos clandestinos. Porém, em que pese a sua veracidade, não nos enganemos, acreditando que o aborto oficial irá resolver a questão do infanticídio; ao contrário, o aumentará e muito! Ele continuará a ser praticado escondido e não controlado, pois a clandestinidade é cúmplice do anonimato e não exige explicações. Descriminalizar o aborto, sob quaisquer circunstâncias, será um expressivo marco de estagnação espiritual na história da sociedade brasileira.


Outra questão gravíssima, na legalização do aborto é a seguinte: estariam todos os obstetras disponíveis à prática abortiva? Seria possível, no âmbito da ética médica, conciliar uma medicina que propõe valorizar a vida com uma medicina que mata? Não nos enganemos, a medicina que executa o aborto nos países que já legalizaram o assassinato do bebê no ventre materno é uma medicina criminosa. Não há lei humana que atenue essa situação ante a Lei de Deus.


Chico Xavier adverte que "admitimos seja suficiente breve meditação, em torno do aborto delituoso, para reconhecermos nele um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões."(2)


No caso de violência sexual (estupro), quando a mulher engravida e não se sinta com estrutura psicológica para criar o filho, cremos que a legislação deveria facilitar e estimular a adoção da criança nascida nessas circunstâncias, ao invés de promover a sua morte legal. "O Espiritismo, considerando o lado transcendente das situações humanas, estimula a mãe [violentada] a levar adiante a gravidez e até mesmo a criação daquele filho, superando o trauma do estupro, porque aquele Espírito reencarnante terá, possivelmente, um compromisso passado com a genitora."(3)


Se muitos tribunais do mundo condenam, em sua maioria, a prática do aborto, as Leis Divinas, por seu turno, atuam inflexivelmente sobre os que alucinadamente o provocam. Fixam essas leis no tribunal das próprias consciências culpadas, tenebrosos processos de resgate que podem conduzir ao câncer e à loucura, agora ou mais tarde.”(4)


A bióloga Érika Hessen, minha filha, comentando comigo o tema sobre o aborto, explicou que “existe uma parcela de culpa da sociedade também, principalmente no que diz respeito à educação que muitos pais falham com seus filhos, o estímulo exagerado da mídia ao sexo, a erotização das nossas crianças e jovens que levam adolescentes quase crianças a terem suas primeiras relações sexuais prematuramente. O número de adolescentes grávidas aumenta cada dia, e não dá para responsabilizar somente a mãe imatura e inconsequente que abdica da nobre missão da maternidade. O sexo está cada vez banalizado e ninguém discute muito isso, então as consequências do sexo promíscuo, das relações afetivas deterioradas são exatamente os crimes contra a vida, as doenças incuráveis e as loucuras.”


Não lançamos aqui condenação àqueles que estão perdidos no corredor escuro do erro já consumado, até para que não caiam na vala profunda do desalento. “Expressamos idéias, cujo escopo é iluminá-los com o farol do esclarecimento, para que enxerguem mais adiante, optando por trabalhar em prol dos necessitados e, sobretudo, numa demonstração inconteste de amor ao próximo, adotando filhos rejeitados que, atualmente, amontoam-se nos orfanatos. Para quem já errou, convém lembrar o seguinte: errar é aprender, mas, ao invés de se fixarem no remorso, precisam aproveitar a experiência, como uma boa oportunidade para discernimento futuro.”(5) A Lei de Causa e Efeito não é uma estrada de mão única. É uma lei que admite reparações, que oferece oportunidades ilimitadas, para que todos possam expiar seus enganos.






Jorge Hessen


http://jorgehessen.net














Fontes:


(1) Publicado no Jornal Folha de São Paulo, edição de 07/10/2007


(2) Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Religião dos Espíritos, ditado pelo Espírito Emmanuel. 14a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 2001.


(3) Cf. Manifesto Espírita sobre o Aborto Federação Espírita Brasileira Manifesto aprovado na reunião do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, nos dias 7, 8 e 9 de novembro de 98


(4) Peralva, Martins.O Pensamento de Emmanuel.Cap. I Rio de Janeiro: Editora FEB, 1978


(5) Entrevista de Jorge Hessen concedida à Revista Eletrônica “O Consolador”,disponível em www.oconsolador.com.br/17/entrevista.html

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

SERÁ QUE OS ESPÍRITAS SÃO PESSOAS MAIS "PREPARADAS" E PODERIAM INGRESSAR NA POLÍTICA PARTIDÁRIA PARA SECUNDAR MUDANÇAS SOCIAIS?...




Após ler um certo artigo sobre a necessidade de o espírita ingressar na política", fui instado a contrapor os argumentos lidos que, na minha opinião, não se sustentavam numa análise rápida. Sabemos que nas proximidades dos debates para eleições políticas a discussão "esquenta" sobre o tema se o espírita deve ou não participar da política partidária. Não há a mínima necessidade de espíritas ingressarem forçosamente no campo da política partidária para as proposições de reformulações sociais através de novos conceitos de vida, de convivências e outras relações sociais que possam ser convertidos em hábitos consagrados pela massa para que ulteriormente sejam transformados em leis que regulem a vida em sociedade. Dizer que os espíritas, por serem "as pessoas mais preparadas" para secundar as mudanças sociais em favor de um mundo mais justo e fraterno e que não podem se omitir dessa tarefa é no mínimo presunção e vaidade aguçada ao limite do insuportável.
Pela transformação de comportamento individual, lutando pelo ideal do bem , em nome do Evangelho, os espíritas não estão alheios à Política, enganam-se quem pensa o contrário. Os espiritas honestos, fieis à família, aos compromissos morais são integralmente cidadãos ativos, que exercem o direito e/ou obrigação (depende do ponto de vista) de votar , porém sem vínculos com as querelas e questiúnculas partidárias.
Há três escrevemos um artigo no site http://jorgehessen.net (vide item 22/2006) lembrando que que não há representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana. O trabalhador da casa espírita, seja ele atuante em área mediúnica, doutrinária ou administrativa, sabe, perfeitamente, que centro espírita não é lugar de se fazer campanha política, em qualquer época, sobretudo próximo às eleições. O espírita, definitivamente, não pode confundir as coisas. Se estiver vinculado a alguma agremiação partidária, se deseja concorrer como candidato a cargo eletivo, que o faça bem longe das hostes espíritas, para que tudo que fizer ou disser, dentro da casa espírita, não venha a ter uma conotação de atitude de disfarçada intenção, visando a conquistar os votos de seus confrades.
Há necessidade de distinguir a política terrena, da política do Cristo. Cada situação, na sua dimensão correta. Política partidária, aos políticos pertence, enquanto que religião é atividade para religiosos. O argumento de que os parlamentares se servem, com o pretexto de "defender" os postulados da Doutrina, ou aliciar prestígio Social para as hostes espíritas, ou, ainda, ser uma "luz" entre os legisladores, é argumento falacioso, inverossímil.
A título de tolerância, muitas vezes fechamos os olhos para essas questões, mas a experiência demonstra que, às vezes, é conveniente até fechar um olho, porém, nunca os dois.
Considerando que nosso mundo é a morada da opinião, é normal que tenhamos divergências sobre esse assunto. Inaceitável, porém, tendo em vista a própria orientação da Doutrina Espírita, o clima de imposições que se estabelece, não raro, envolvendo companheiros que confundem veemência com agressividade, ou defesa da verdade com hostilidade.
É inadmissível a utilização da tribuna espírita, como palanque de propaganda política.
O Espiritismo não pactua com irrelevantes e transitórios interesses terrenos. Por isso, não pode alguém se escravizar à procura de favores de parlamentares, a ponto de, este, exercer infausta influência nos conceitos espíritas. Não tem cabimento, um líder de partido, no púlpito da casa espírita, palestrando e dirigindo o culto místico de uma fé. Por outro lado, também não tem o menor sentido, um espírita nas ruas e nos palanques, implorando votos, qual mendigo, com sofismas e simulação de modéstia, de pobreza, de humildade, de desprendimento, de tolerância, etc., com finalidade demagógica, exaltando suas próprias "virtudes" e suas "obras" beneficentes.
Pode essa advertência se caracterizar num açoite no dorso dos sutis cânticos da sereia, que arrastam alguns desatentos líderes para a militância político-partidária, porém, é um alerta oportuno. OPORTUNÍSSIMO, EU DIRIA!!!
Bom seria se esses "espíritas" (!?), que mendigam votos, optassem por outro credo, para que seja assegurada a não-contaminação desse politiquismo em nossas hostes, até porque, "A RIGOR, NÃO HÁ REPRESENTANTES OFICIAIS DO ESPIRITISMO EM SETOR ALGUM DA POLÍTICA HUMANA".¹
Nada obsta, repelir as atitudes extremas. Não podemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas e não hesitemos, quando a situação se impõe, no alerta sobre a fidelidade que devemos a Jesus e a Kardec. É importante lembrarmos que, nas pequeninas concessões, vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação.
Urge que façamos uma profunda distinção entre Espiritismo e Política. Somos políticos desde que nascemos e vivemos em sociedade, sim, e daí? A Doutrina Espírita não poderá, jamais, ser veículo de especulação das ambições pessoais, nesse campo. Se o mundo gira em função de políticas econômicas, administrativas e sociais, não há como tolerar militância política dentro da religião. Não se sustentam as teses simplistas de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos ao nosso alcance, ajudaremos a melhorar o mundo.
Recordemos que Jesus cogitou muito da melhora da criatura em si. Não nos consta que Ele tivesse aberto qualquer processo político partidário contra o poder constituído à época. Nossa conduta apolítica não deve ser encarada como conformismo. Pelo contrário, essa atitude é sinônimo de paciência operosa, que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos. "Em nada nos adianta dilapidar o trabalho de um homem público, quando nosso dever é prestigiá-lo e respeitá-lo tanto quanto possível e também colaborar com ele, para que a missão dele seja cumprida. Porque é sempre muito fácil subverter as situações e estabelecer críticas violentas, ou não, em torno das pessoas. (...) Não que estejamos batendo palmas para esse ou aquele, mas porque devemos reverenciar o princípio da autoridade".²
Estamos investidos de compromisso mais imediato, ao invés de mergulharmos no mundo da política saturada, por equívocos lamentáveis. Por isso, não devemos buscar uma posição de destaque, para nós mesmos, nas administrações transitórias da Terra. Se formos convocados pelas circunstâncias, devemos aceitá-la, não por honra da Doutrina que professamos, mas como experiência complexa, onde todo sucesso é sempre muito difícil. "O espiritista sincero deve compreender que a iluminação de uma consciência é como se fora a iluminação de um mundo, salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é a mais importante de todas, visto constituir uma realização definitiva e real. A missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal."³
O Espiritismo traz-nos uma nova ordem religiosa, que precisa ser preservada. Nela, o Cristo desponta como excelso e generoso condutor de corações e o Evangelho brilha como o Sol na sua grandeza mágica. Uma doutrina que cresceu assustadoramente nos últimos lustros, em suas hostes surgiram bons líderes ao mesmo tempo em que, também, apareceram imprudentes inovadores, pregando essas idéias de militância política.
Se abraçamos o Espiritismo, por ideal cristão, não podemos negar-lhe fidelidade. O legado da tolerância não se consubstancia na omissão da advertência verbal diante das enxertias conceituais e práticas anômalas, que alguns companheiros intentam impor no seio do Movimento Espírita. Mantenhamos o espírito de paz, preservando os objetivos abraçados e, se houver necessidade de selar nosso compromisso com testemunho, não titubeemos e não nos omitamos, jamais.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
FONTES:
1- VIEIRA, Valdo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de janeiro: FEB, 2001, Cap. 10.
2- Xavier, Francisco Cândido. Entender Conversando, ditada pelo Espírito Emmanuel, São Paulo: Ed. IDE, 3 ª edição, 1984.
3- Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60.

A POLÍTICA ELEITOREIRA ANTE A POLÍTICA DO EVANGELHO .






Nas proximidades dos debates para eleições políticas, "esquenta" a discussão sobre o tema, se o espírita deve ou não participar da política partidária. Sobre isso, um amigo me confidenciou que diretores de uma federativa têm feito convites, aos espíritas, para o engajamento na militância política. (pasmem!) Por lógica, essa tolice não mereceria nossos comentários, pois já escrevemos muito sobre a questão. Todavia, somos forçados a analisar essas insistentes posturas, totalmente incompatíveis com o projeto Espírita na Terra. A Doutrina Espírita não estimula o engajamento em idéias e políticas partidárias. Não coloca sua tribuna a serviço da propaganda política de candidatos, de partidos ou de movimentos políticos.

Em que pese a frase de um conhecido líder espírita, que proclama que "o problema não é de como o espírita entra na política, mas de como dela sai", o espírita, se estiver vinculado a alguma agremiação partidária, se deseja concorrer como candidato a cargo eletivo, tem total liberdade de ação, mas que atue bem longe dos ambientes espíritas, para que tudo que fizer ou disser, dentro da Instituição Espírita, não venha a ter uma conotação de atitude de disfarçada intenção, visando a conquistar os votos de seus confrades.

No Espiritismo, a cautela é recomendável, tanto quanto a discussão; não pode haver preconceitos. Todavia, em se discutindo políticas sociais, é inadmissível trazer, para dentro dos Centros ou Instituições Espíritas, a política partidária, embora, como cidadão, cada espírita tem a liberdade de militar no universo fragmentado das ideologias políticas. Até porque, o Espiritismo não é fragmento da política partidária, e nem, tampouco, envolve-se com grupos políticos sectários, que utilizam meios incoerentes com os fins de poder.

É muito importante distinguir a política terrena, da política do Cristo. O espírita, quando trabalha pela erradicação da miséria e da exclusão social do ser humano, está adotando a política do Evangelho, ou seja, a sua política, nesse sentido, é a da caridade sem fronteiras para todas as classes. A política do legítimo espírita é a favor do ser humano e de seu crescimento espiritual. Não se submete e não se omite diante do poder político, e nem, tampouco, assume o lugar de oposição ou de situação. Explica, Emmanuel, que "o discípulo sincero do Evangelho não necessita respirar o clima da política administrativa do mundo para cumprir o ministério que lhe é cometido. O Governador da Terra, entre nós, para atender aos objetivos da política do amor, representou, antes de tudo, os interesses de Deus junto do coração humano, sem necessidade de portarias e decretos, respeitáveis, embora". (1)

É inadmissível a utilização da tribuna espírita, como palanque de propaganda política. O Espiritismo não pactua com superficiais e transitórios interesses terrenos. Por isso, ninguém pode deixar-se escravizar à procura de favores de parlamentares, a ponto de, este, exercer infausta influência nos conceitos espíritas. Outra hipocrisia é um espírita nos palanques, implorando votos, qual mendigo, com sofismas e simulação de modéstia, de pobreza, de humildade, de desprendimento, de tolerância, etc., com finalidade demagógica, exaltando suas próprias "virtudes" e suas "obras" beneficentes. O bom senso nos sussurra que o ideal seria se esses "espíritas" (!?), que mendigam votos, optassem por outro credo, para que lhes seja assegurada a não-contaminação dessa infecciosa politicagem em nossas hostes, até porque, "não temos necessidade absoluta de representantes oficiais do Espiritismo em setor algum da política humana".(2)

Pela transformação de comportamento individual, lutando pelo ideal do bem, em nome do Evangelho, os espíritas não estão alheios à Política; engana-se quem pensa o contrário. Os espíritas honestos, fieis à família e aos compromissos morais, são, integralmente, cidadãos ativos, que exercem o direito e/ou obrigação (depende do ponto de vista) de votar; porém, sem vínculos com as querelas e questiúnculas partidárias.

E, mais ainda, "iniciados na luz da Revelação Nova, os espiritistas cristãos possuem patrimônios de entendimento muito acima da compreensão normal dos homens encarnados." (3) Por isso mesmo, sabem, à saciedade, que "a missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la, por um lugar no banquete dos Estados, é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal." (4)

É oportuníssimo lembrar que, nas pequeninas concessões, vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação. Urge que façamos uma profunda distinção entre Espiritismo e Política. É bem verdade que somos políticos desde que nascemos e vivemos em sociedade, sim, e daí? A Doutrina Espírita não poderá, em tempo algum, ser veículo de especulação das ambições pessoais, nesse campo. Se o mundo gira em função de políticas econômicas, administrativas e sociais, não há como tolerar militância política dentro das hostes espíritas.

Emmanuel nos comprova que não se sustentam as teses simplistas de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos, ao nosso alcance, ajudaremos a melhorar o mundo. Recordemos que Jesus cogitou muito da melhora da criatura em si. Não nos consta que Ele tivesse aberto qualquer processo político-partidário contra o poder constituído à época. Nossa conduta apolítica não deve ser encarada como conformismo. Pelo contrário, essa atitude é sinonímia de paciência operosa, que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos, e PONTO FINAL.



Jorge Hessen

FONTES:
(1) Xavier, Francisco Cândido. Vinha de Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, cap. 59
(2) VIEIRA, Valdo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de janeiro: FEB, 2001, Cap. 10
(3) Xavier, Francisco Cândido. Vinha de Luz, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1999, cap. 60
(4) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60

NÃO HÁ REPRESENTANTES OFICIAIS DO ESPIRITISMO EM SETOR ALGUM DA POLÍTICA HUMANA



O trabalhador da casa espírita, seja ele atuante em área mediúnica, doutrinária ou administrativa, sabe, perfeitamente, que centro espírita não é lugar de se fazer campanha política, em qualquer época, sobretudo próximo às eleições.
O espírita, definitivamente, não pode confundir as coisas. Se estiver vinculado a alguma agremiação partidária, se deseja concorrer como candidato a cargo eletivo, que o faça bem longe das hostes espíritas, para que tudo que fizer ou disser, dentro da casa espírita, não venha a ter uma conotação de atitude de disfarçada intenção, visando a conquistar os votos de seus confrades.Há necessidade de distinguir a política terrena, da política do Cristo.
Cada situação, na sua dimensão correta. Política partidária, aos políticos pertence, enquanto que religião é atividade para religiosos. O argumento de que os parlamentares se servem, com o pretexto de "defender" os postulados da Doutrina, ou aliciar prestígio Social para as hostes espíritas, ou, ainda, ser uma "luz" entre os legisladores, é argumento falacioso, inverossímil.A título de tolerância, muitas vezes fechamos os olhos para essas questões, mas a experiência demonstra que, às vezes, é conveniente até fechar um olho, porém, nunca os dois.
Considerando que nosso mundo é a morada da opinião, é normal que tenhamos divergências sobre esse assunto. Inaceitável, porém, tendo em vista a própria orientação da Doutrina Espírita, o clima de imposições que se estabelece, não raro, envolvendo companheiros que confundem veemência com agressividade, ou defesa da verdade com hostilidade.É inadmissível a utilização da tribuna espírita, como palanque de propaganda política. O Espiritismo não pactua com irrelevantes e transitórios interesses terrenos. Por isso, não pode alguém se escravizar à procura de favores de parlamentares, a ponto de, este, exercer infausta influência nos conceitos espíritas. Não tem cabimento, um líder de partido, no púlpito da casa espírita, palestrando e dirigindo o culto místico de uma fé. Por outro lado, também não tem o menor sentido, um espírita nas ruas e nos palanques, implorando votos, qual mendigo, com sofismas e simulação de modéstia, de pobreza, de humildade, de desprendimento, de tolerância, etc., com finalidade demagógica, exaltando suas próprias "virtudes" e suas "obras" beneficentes. Pode essa advertência se caracterizar num açoite no dorso dos sutis cânticos da sereia, que arrastam alguns desatentos líderes para a militância político-partidária, porém, é um alerta oportuno.
OPORTUNÍSSIMO, EU DIRIA!!!Bom seria se esses "espíritas" (!?), que mendigam votos, optassem por outro credo, para que seja assegurada a não-contaminação desse politiquismo em nossas hostes, até porque, "A RIGOR, NÃO HÁ REPRESENTANTES OFICIAIS DO ESPIRITISMO EM SETOR ALGUM DA POLÍTICA HUMANA".¹Nada obsta, repelir as atitudes extremas. Não podemos abrir mão da vigilância exigida pela pureza dos postulados espíritas e não hesitemos, quando a situação se impõe, no alerta sobre a fidelidade que devemos a Jesus e a Kardec. É importante lembrarmos que, nas pequeninas concessões, vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação.Urge que façamos uma profunda distinção entre Espiritismo e Política. Somos políticos desde que nascemos e vivemos em sociedade, sim, e daí? A Doutrina Espírita não poderá, jamais, ser veículo de especulação das ambições pessoais, nesse campo. Se o mundo gira em função de políticas econômicas, administrativas e sociais, não há como tolerar militância política dentro da religião. Não se sustentam as teses simplistas de que só com a nossa participação efetiva nos processos políticos ao nosso alcance, ajudaremos a melhorar o mundo.Recordemos que Jesus cogitou muito da melhora da criatura em si.
Não nos consta que Ele tivesse aberto qualquer processo político partidário contra o poder constituído à época. Nossa conduta apolítica não deve ser encarada como conformismo. Pelo contrário, essa atitude é sinônimo de paciência operosa, que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos. "Em nada nos adianta dilapidar o trabalho de um homem público, quando nosso dever é prestigiá-lo e respeitá-lo tanto quanto possível e também colaborar com ele, para que a missão dele seja cumprida. Porque é sempre muito fácil subverter as situações e estabelecer críticas violentas, ou não, em torno das pessoas. (...)
Não que estejamos batendo palmas para esse ou aquele, mas porque devemos reverenciar o princípio da autoridade".² Estamos investidos de compromisso mais imediato, ao invés de mergulharmos no mundo da política saturada, por equívocos lamentáveis. Por isso, não devemos buscar uma posição de destaque, para nós mesmos, nas administrações transitórias da Terra. Se formos convocados pelas circunstâncias, devemos aceitá-la, não por honra da Doutrina que professamos, mas como experiência complexa, onde todo sucesso é sempre muito difícil. "O espiritista sincero deve compreender que a iluminação de uma consciência é como se fora a iluminação de um mundo, salientando-se que a tarefa do Evangelho, junto das almas encarnadas na Terra, é a mais importante de todas, visto constituir uma realização definitiva e real. A missão da doutrina é consolar e instruir, em Jesus, para que todos mobilizem as suas possibilidades divinas no caminho da vida. Trocá-la por um lugar no banquete dos Estados é inverter o valor dos ensinos, porque todas as organizações humanas são passageiras em face da necessidade de renovação de todas as fórmulas do homem na lei do progresso universal."³O Espiritismo traz-nos uma nova ordem religiosa, que precisa ser preservada. Nela, o Cristo desponta como excelso e generoso condutor de corações e o Evangelho brilha como o Sol na sua grandeza mágica. Uma doutrina que cresceu assustadoramente nos últimos lustros, em suas hostes surgiram bons líderes ao mesmo tempo em que, também, apareceram imprudentes inovadores, pregando essas idéias de militância política.Se abraçamos o Espiritismo, por ideal cristão, não podemos negar-lhe fidelidade.
O legado da tolerância não se consubstancia na omissão da advertência verbal diante das enxertias conceituais e práticas anômalas, que alguns companheiros intentam impor no seio do Movimento Espírita. Mantenhamos o espírito de paz, preservando os objetivos abraçados e, se houver necessidade de selar nosso compromisso com testemunho, não titubeemos e não nos omitamos, jamais.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net/

FONTES:1- VIEIRA, Valdo. Conduta Espírita, Ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de janeiro: FEB, 2001,Cap. 10 2- Xavier, Francisco Cândido. Entender Conversando, ditada pelo Espírito Emmanuel, São Paulo: Ed. IDE, 3 ª edição, 1984.3- Xavier, Francisco Cândido. O Consolador , ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1984, pergunta 60.

sábado, 14 de agosto de 2010

O CENTRO ESPIRITA NÃO É MANICÔMIO DE ILUDIDOS

O CENTRO ESPIRITA NÃO É MANICÔMIO DE ILUDIDOS


O Centro Espírita precisa ser, definitivamente, compreendido como um local de esperança na densa noite das angústias e dores humanas, por ser o ponto focal da mensagem do Consolador Prometido. Porém, é, exatamente, nas casas espíritas, onde o Movimento Espírita deve se consolidar, que acontecem as mais equivocadas práticas "doutrinárias".

Um gravíssimo problema desse processo decorre daqueles que assumem responsabilidades com a direção dos trabalhos, sem os obrigatórios recursos morais, culturais e doutrinários. Confrades que introduzem práticas inoportunas nos núcleos espíritas, tais como: preces cantadas, paramentos especiais (terno e gravata, roupas brancas, etc.), debates de política partidária, jogos de azar (bingos, rifas, tômbolas, etc.), e, até, desfiles de moda, são irmãos que sedimentam a confusão doutrinária nos solos, impondo idéias absurdas como se fossem princípios espíritas, e sempre aceitando "novidades" e "revelações" não comprovadas. Isso, sem citarmos a publicação de livros anti-doutrinários, por meio dos quais se promove a exaltação da fantasia mediúnica.

O Espiritismo não comporta "terapêuticas" nas Casas Espíritas, como: piramideterapia, cristalterapia, cromoterapia, musicoterapia, hidroterapia, desobsessão por corrente magnética, apometria, choques anímicos, etc. Enxertá-las nas Iinstituições Espíritas, como se prática Espírita fossem, é atitude irresponsável de pessoas autoritárias.

Sabemos que a Doutrina Espírita é princípio máximo da liberdade de pensamento. Inexistem proibições no bojo dos conceitos doutrinários, e, por isso, sentimo-nos mais livres, até porque, não devemos explicações de conduta ou comportamento, pois a consciência individual é nosso guia. Todavia, sabemos que as conseqüências de nossas atitudes, inevitavelmente, advirão, tanto no bem como no mal proceder. Porém, do fato de cada um cuidar da própria conduta, será que ninguém tem o direito de cobrar uma mudança de comportamento mental dos que insistem no erro na Casa Espírita? É redundante dizer que numa Instituição de orientação Espírita devemos aprender a conviver na diversidade, na pluralidade, respeitando peculiaridades, diferenças e necessidades das mais diferentes áreas de trabalho, considerando, principalmente, as individualidades. Todavia, creio ser imperioso colocar a causa acima do indomável pendor místico, do personalismo e do autoritarismo.

A ausência de comprometimento e fidelidade à Doutrina Espírita é visível neste momento crucial. Como disse acima, a prática doutrinária vem sendo substituída por práticas exóticas e, necessariamente, malsãs, ocasião em que sobressaem muitos interesses escusos e pessoais, perturbando o dia-a-dia e a demanda do serviço da Casa Espírita.

Urge colocar a necessidade de estudo, juntamente, com análise e avaliação dos trabalhos executados, no Centro, em nome de Jesus e Kardec. A Terceira Revelação deve ser estudada incansavelmente; deve ser analisada e praticada em toda a sua extensão, em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional e social.

No trabalho em grupo, o individualismo prejudica, inequivocamente, o trabalho de equipe e não se logra sucesso nas atividades em desenvolvimento. Destarte, é imprescindível que medidas sejam, antecipadamente, estabelecidas para que o personalismo exacerbado não prejudique o conjunto, que deve primar, a cada dia, pelo aprimoramento de todos e das atividades do Centro.

O Centro Espírita será o que dele fizermos. A propósito do tema mediunidade, importa esclarecer que o seu exercício não admite atitudes levianas, nem comporta insensatez nas suas expressões. Exige, sim, um estudo contínuo dos seus mecanismos. Infelizmente, o projeto socorrista dos médiuns está sendo preterido pelo "vedetismo", fruto da falta de conhecimento, da ignorância e, até, da irresponsabilidade de dirigentes e cúmplices desatentos. Não custa lembrar que a prática Espírita sem a devida base moral será, inevitavelmente, uma incursão permanente no mundo do erro e, conseqüentemente, das sombras.

O Centro deve ser uma escola no sentido absoluto da palavra, isto é: destinado a formar e edificar almas, educando todos os seus trabalhadores e freqüentadores, pois todos são aprendizes, enquanto o Mestre é Jesus. Por isso, quem está, moralmente, mais preparado para ensinar, não pode ser aquele que passa o conhecimento de modo autômato e sem compromisso sério, que instrui quem está menos adiantado, caracterizando a Doutrina Espírita como sendo uma simples informação a transmitir.

O Centro Espírita não pode ser tomado como simples local onde se atendem Espíritos desencarnados, administra-se a caridade dativa, toma-se água fluidificada e aplicam-se passes. Tudo isso faz parte e é, altamente, relevante. Todas essas atividades devem ser associadas a uma programação educativa e com processos pedagógicos e didáticos adequados a cada tipo de ação. Desse modo, os Centros Espíritas se elevam ao nível das agências clássicas do lar, do templo e da escola convencional, para alcançarem a extensão transcendental de verdadeiras academias de formação espiritual e não manicômio de iludidos.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
Blog: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Espiritismo, esta palavra está desgastada?




O Consolador
Revista Semanal de Divulgação Espírita
Ano 4 - N° 170 - 8 de Agosto de 2010



Crônicas e Artigos
Ano 4 - N° 170 - 8 de Agosto de 2010






JORGE HESSEN
jorgehessen@gmail.com
Brasília, Distrito Federal (Brasil)


Espiritismo, esta palavra está desgastada? Que tal Doutrina dos Espíritos ou kardecismo?




O questionamento que intitula este texto foi enviado a mim por um leitor dos artigos relacionados no site http://jorgehessen.net. Em verdade, há muitos confrades que têm identificado o gravíssimo desgaste da palavra "Espiritismo" e sugerem a sua modificação para "Doutrina dos Espíritos", ou "Doutrina Espírita", ou até mesmo "Kardecismo" (e seus derivados), que são termos que vêm sendo popularizados no Brasil devido, justamente, ao místico sincretismo religioso, que remete as pessoas a confundirem Espiritismo com ocultismo, esoterismo, exoterismo, teosofia, orientalismo, umbandismo, xamanismo, exorcismo e outros similares, por isso é comum ouvirmos de alguns adeptos: "sou kardecista". (!?)
Uma das leitoras do site nos escreveu o seguinte: "sempre que alguém pergunta qual a minha religião eu respondo: Sou Kardecista, justo para diferençar dos equívocos quanto ao termo Espírita. Já que estão fazendo tamanha confusão com a nossa doutrina, quem sabe se passarmos a dizer que somos Kardecistas, com o tempo, isso cairá em lugar comum e a diferença ficará patenteada, naturalmente." Não me animei a contra-argumentá-la de imediato, até porque, tempos atrás, jamais admitiria essa hipótese, pois Espiritismo só existe UM. No entanto, e embora consciente de que o Espiritismo não foi obra do homem, mas dos Espíritos Superiores, e que Kardec, por isso mesmo, foi, apenas, o instrumento de que a espiritualidade maior se serviu para transmitir novas diretrizes de amor e paz à Humanidade, nada obsta que cheguemos ao fato concreto de que o sufixo "ismo", em seu pseudônimo, seja disseminado para designar o movimento religioso (Espiritismo) por ele codificado, ou seja, o termo Kardecismo distinguiria a doutrina por si só. Como exemplo dessa ordem, podemos citar o Darwinismo, o Platonismo, o Socratismo, etc., e quem nos garante que os métodos desses grandes vultos da História tenham sido particularíssimos, isto é, sem a inspiração de Espíritos Superiores? É óbvio que foram inspirados. Portanto, nada mais justo, oportuno e conveniente que estudemos essa possibilidade, "também", pois os espíritos superiores, por serem Superiores, representam a permanente tranquilidade interna ante as atitudes que promovam e dignifiquem o legítimo pensamento espírita. Urge que se faça a distinção, pois não podemos admitir que a Doutrina Espírita caminhe com luzes na essência e obscurantismo na sua aplicação prática. É um fato real e digno de nossa atenção.
Cremos ser importante buscarmos mecanismos responsáveis para que seja evitada a confusão, que tem trazido sérios prejuízos à expansão equilibrada do Espiritismo no Brasil. Recordemos que, no século XIX, Kardec criou o termo Espiritismo, exatamente, para diferenciar do espiritualismo em voga. Há, no entanto, quem interprete seja a Terceira Revelação obrigada a miscigenar-se com todas as peripécias aventureiras e com todos os exotismos religiosos, sob pena de fugir aos impositivos da fraternidade que veicula. Temos que nos acautelar sobre esse lisonjeiro ecletismo, buscando dignificar a Doutrina que nos consola e liberta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade. Não se trata de "inovar" coisa alguma, uma vez que não sugerimos qualquer modificação em seu conteúdo, e nem poderíamos, mas adequar o seu título identificador, de forma a manter a doutrina bem distinta das demais e não retardar, ainda mais, o seu curso programado, superando pouco a pouco a triste realidade que ora presenciamos.
O tema é de relevante interesse para o movimento espírita brasileiro, razão pela qual é urgente toda atenção dos órgãos "unificadores". Razões há de sobejo, pois, em quase todos os lugares que se pratica o mediunismo, atribui-se ao Espiritismo. Existem instituições que afixam placas e faixas nos seus pórticos com inscrições do tipo: "centro espírita caboclo beltrano", "tenda espírita pai sicrano", "cabana espírita vovô fulano", "associação espírita ramayana", "vidente espírita mãe fulana de tal" e milhares de outras situações de crenças e até charlatanismos que têm arranhado o projeto da Doutrina Espírita. Apropriam-se "constitucionalmente" [liberdade de crença] do termo criado por Allan Kardec e propagam suas ideologias. Há, por essa razão, um exagerado uso e, até, abuso da palavra Espiritismo no Brasil. A rigor, tudo que é atinente a "espíritos" tem sido confundido com "Espiritismo" e, nesse marasmo ideológico, a Doutrina codificada por Allan Kardec permanece sendo ignorada, o que acarreta indiscutíveis prejuízos ao programa da Terceira Revelação. Como sói ocorrer na "pátria do misticismo", muitos compatriotas creem que o Espiritismo é patrimônio brasileiro, esquecidos de que a Doutrina Espírita é patrimônio da Humanidade e deve ser preservada a todo custo. Infelizmente, das duas, uma: ou o termo "Espiritismo" cai no desuso ou toda a doutrina cai no descrédito. O que é pior? Sim, porque já estamos sentindo os efeitos negativos da utilização livre do nome "espírita", quando deveria ser intocável o seu significado original, sem desvirtuar a finalidade de tão rica e abençoada doutrina.
Para alguns confrades de índole "light ou clean" (!?), o tema ecoa como algo obscuro, subjetivo. Lembremos-lhes que nenhum espírita sincero se coloca como imprescindível, não tenta impor sua vontade, e nem considera que seu ponto de vista seja o mais acertado e que deva ser aceito por todos, esperando adesões sem questionamentos. É elementar afirmar-lhes que não somos donos da verdade. Nossa opinião, nosso ponto de vista é apenas um ponto de vista pessoal, resultante de observação pessoal que é diferente da experiência dos outros, que - sabemos - não pode ser desprezada e nem aceita passivamente.
Doutrina Espírita é o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec, a saber: O Livro dos Espíritos, publicado em 1857; O Livro dos Médiuns, publicado em 1861; O Evangelho segundo o Espiritismo, publicado em 1864; O Céu e o Inferno, publicado em 1865; A Gênese, publicado em 1868.
O vocábulo Espiritismo, neologismo criado por Allan Kardec, compreende a doutrina transmitida pelos Espíritos. Propõe conceitos novos e profundos a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida. "O Espiritismo é uma Ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal." (1) Vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. "O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança." (2) Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade. Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional e social. O Espiritismo não impõe os seus princípios. Ao contrário, convida os interessados em conhecê-lo a submeterem os seus ensinos ao crivo da razão, antes de aceitá-los.
Diante do exposto, lembramos que todo Centro Espírita só deva ter vínculo com o genuíno Cristianismo, razão por que a Doutrina Espírita é reconhecida como sendo o Cristianismo Redivivo, e não com outros credos, seitas e rituais, pois não resulta de qualquer forma de sincretismo religioso. Não há espaço no Espiritismo para diferentes ramificações ou categorias, como: "alto" ou "baixo" Espiritismo; de "mesa branca"; "azul", "rosa", "preta", etc., ou outras do gênero; bem como, não se adota a prática de adoração a objetos "milagrosos". Uma instituição, legitimamente fundamentada em Kardec não tem corpo sacerdotal, não adota e nem usa, em suas reuniões ou sessões: paramentos, roupas brancas, bebidas alcoólicas, incensos, fumos de qualquer espécie, altares, imagens de "entidades" e/ou "santos", andores, velas, procissões, talismãs, amuletos, sacramentos, concessões de indulgência, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios, rituais, canto de hinos nas reuniões públicas ou quaisquer outras formas de culto exterior.
O Centro Espírita, genuinamente embasado em Kardec, é um núcleo de amor e tem tripla finalidade, atuando como Templo, Hospital e Escola. Aí, nesse local, promove-se o estudo metódico e sistemático da Doutrina Espírita e do Evangelho; organiza-se a evangelização da criança; divulgam-se as obras básicas e complementares, através de livros e de outros meios de comunicação; programam-se estudos sobre mediunidade, com orientações e atividades mediúnicas. Nesse quesito, ressalte-se que prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã contida em O Evangelho segundo o Espiritismo, roteiro para a evolução segura de todos os homens. Uma instituição espírita mantém trabalhos de atendimento fraterno, pelo diálogo, com orientação e esclarecimento às pessoas que buscam apoio e consolação. Executa o serviço de assistência social. Incentiva e orienta para a implantação do culto do Evangelho Lar. (3)
Destacamos, mais uma vez, pela relevância do tema em questão, que um centro espírita não tem "chefes", "sacerdotes", "gurus", ou "lideres espirituais", e sim, trabalhadores de boa vontade, que reconhecem Jesus como o único Mestre, e Kardec, como um dos seus discípulos mais fiéis. A clareza da Doutrina Espírita é a sua própria essência, e é isso que lhe dá força, para que atinja, diretamente, a inteligência e ative o raciocínio. Nada tem de misteriosa, e seus adeptos não possuem qualquer segredo que seja oculto ao povo. Tem como orientação segura os livros básicos citados acima. Revela, ainda, o que somos, de onde viemos e para onde vamos, qual o objetivo da existência terrena e qual a razão da dor e do sofrimento. É importante frisar que toda prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes". Como já citamos, a prática espírita é realizada sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade. Um autêntico Centro Espírita tem que funcionar como se fosse um verdadeiro pronto-socorro espiritual, tal qual refrigério em favor das almas em desalinho, e não um reduto de promessas ilusórias. A Casa Espírita tem que estar preparada para receber um contingente, cada vez maior, de pessoas perdidas no lodaçal de suas próprias imperfeições, e que estão nos vales sombrios da ignorância.
Apesar das apropriações indébitas do termo espírita, embora sem conivência, pois cada coisa deve estar em seu devido lugar, todavia os espíritas, respeitamos todas as religiões, valorizamos todos os esforços para a prática do bem, trabalhamos pela confraternização entre todos os homens, independentemente, de raça, cor, nacionalidade, crença ou nível cultural e social, e reconhecemos que, segundo Kardec, "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza".(4) Sabemos, com as ressalvas descritas no texto, que toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal. Não podemos faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento. Contudo, os equívocos que se promovem em nome do "Espiritismo" precisam ser corrigidos em nome do projeto confiado a Allan Kardec, no século XIX. Doutra forma, o projeto do movimento espírita brasileiro perderá o sentido e se fracionará, ainda mais, e em se enfraquecendo, tenderá a se extinguir nos ares densos do misticismo inócuo.
É importante não esquecermos de que nas pequeninas concessões vamos descaracterizando o projeto da Terceira Revelação. Por essa razão, Espírita deve ser o nosso caráter, ainda mesmo que nos sintamos em reajuste, depois da queda. Espírita deve ser a nossa conduta, ainda mesmo que estejamos em duras experiências. Espírita deve ser o nome do nosso nome, ainda mesmo que respiremos em aflitivos combates conosco mesmo. Espírita deve ser o claro adjetivo de nossa instituição, ainda mesmo que, por isso, nos faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres.
Repito, mais uma vez, e para finalizar: Nossa intenção com este artigo não é mudar coisa alguma, mesmo porque, não temos poder para tanto, mas sugere que o uso dos termos Kardecismo ou Kardecista não signifique atentar contra a doutrina, ou, ainda, que não sejam motivo de críticas severas ou indignação, pois esses termos estão, intrinsecamente, associados ao termo Espiritismo.
Kardec criou os termos "Espiritismo e Espírita" para que a Doutrina dos Espíritos ficasse bem distinta de tudo que pudesse confundi-la e, também, por não ser o autor, mas o codificador. Sua preocupação maior não era com a autoria, pois sua consciência ética e espiritual jamais o permitiria trair os benfeitores que o assistiam, mas inquietava-se, e com razão, com a confusão que pudesse gerar o sentido múltiplo de alguns vocábulos, como, por exemplo, as palavras "espiritual, espiritualista e espiritualismo", que, como ele próprio disse, no item I, da Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, em O Livro dos Espíritos, "dar-lhes uma nova acepção para aplicá-las à doutrina dos Espíritos seria multiplicar as causas já numerosas de anfibologia". Daí, eu pergunto: e hoje? A mesma inquietação dele, àquela época, é nossa hoje. Então, quais termos ele usaria, hoje, para que a doutrina se mantenha distinta? Sim, porque, atualmente, a constatação da precípua ideia de Kardec é outra, e todos nós sabemos disso. O Espiritismo está sendo confundido e deturpado. Então, quais seriam esses termos? É um caso a pensar e uma pergunta a fazer aos nossos confrades.

Fontes:
(1) Kardec, Allan. O que é o Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 1999 - Preâmbulo
(2) Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 1999 - cap. VI
(3) Evangelho em Família é a reunião dos familiares com propósito de estudar os ensinamentos do Cristo, para melhor vencerem as dificuldades do caminho, uma vez que se apoiam mutuamente no mesmo entendimento desta maravilhosa doutrina que tem um objetivo só para todos: assimilar as lições de Jesus e pô-los em prática para alcançar a paz integral.
(4) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, RJ: Ed.Feb, 2000, comentário da questão 918.