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terça-feira, 27 de outubro de 2009

A MENTE NÃO PERTENCE AO CÉREBRO E O CÉREBRO NÃO EXPLICA A MENTE (27.04.09)






Nos últimos anos, a neurociência sofreu uma explosão no campo da pesquisa. A cada dia, surgem novas técnicas, como mapeamentos cerebrais, que podem tirar fotos instantâneas do fluxo sangüíneo do órgão, e tubos de vidro microscópicos, que injetam poucas moléculas de um medicamento, diretamente, no neurônio. "Todas essas inovações ajudaram a revelar a organização do cérebro em detalhes." (1) Nosso cérebro representa, apenas, 2% do peso total do corpo, mas possui, segundo pesquisas atuais, aproximadamente, 100 bilhões de neurônios [células nervosas cerebrais], sendo que, em algumas de suas partes, para realizar suas funções, aglomera, até, 5 milhões de neurônios de uma só vez e é capaz de produzir cerca de 1.000 trilhões de conexões. Como os neurônios estão em atividade permanente, o consumo de energia é grande, motivo pelo qual o cérebro consome 20% do oxigênio diário, necessário para o corpo. Sabe-se, hoje, que o cérebro contém 78% de água, 10% de gordura, 8% de proteína, 1% de carboidrato, 1% de sal e 2% de outros componentes. Metade do cérebro é constituída de substância branca e, se essa substância de um único cérebro humano fosse desenrolada, formaria um cordão, longo o suficiente para dar duas voltas ao redor do globo terrestre.

Quando está ligado e consciente, o circuito gelatinoso se agita em um tráfego de pensamentos, impressões, anseios, conflitos, preocupações, curiosidades e intenções. Desde o pulsar do coração, o movimento do intestino, a produção de novas células sanguíneas e, até, o eriçar dos pêlos do nosso braço, quando nos assustamos, é controlado pelo sistema nervoso e, em última instância, pelo cérebro. "Nas reentrâncias de semelhante cabine, de cuja intimidade a criatura expede as ordens e decisões com que traça o próprio destino, temos, no córtex [corresponde à camada mais externa do cérebro], os centros da visão, da audição, do tato, do olfato, do gosto, da palavra falada e escrita, da memória e de múltiplos automatismos em conexão com os mecanismos da mente, configurando os poderes da memória profunda, do discernimento, da análise, da reflexão, do entendimento e dos multiformes valores morais de que o ser se enriquece no trabalho da própria sublimação." (2)

Nos planos dos "lobos frontais, silenciosos ainda para a investigação científica do mundo, jazem materiais de ordem sublime, que conquistaremos, gradualmente, no esforço de ascensão, representando a parte mais nobre de nosso organismo divino em evolução." (3) Apesar desse silêncio, atualmente, os neurocientistas não têm mais medo de falar, publicamente, sobre consciência e como o cérebro produz a mente. Segundo pesquisadores, a experiência espiritual das pessoas pode ser explicada pela "ausência" de atividade em uma das regiões do cérebro, mas, especialmente no lóbulo parietal direito, onde se processa as preferências e gostos pessoais, e onde se "reconhecem as habilidades e os interesses amorosos da pessoa, portanto, responsáveis pela afirmação da identidade individual, segundo Brick Johnstone, da Universidade de Missouri-EUA." (4) O estudo sugere que as pessoas que têm essa região menos ativa, com menos "definidores próprios", são as mais suscetíveis a levar vidas espiritualizadas. A descoberta também sugere que uma das principais características da experiência espiritual é a abnegação, um comportamento antiegoísta, segundo Johnstone. (5) Em verdade, "o cérebro é o instrumento que traduz a mente, manancial de nossos pensamentos. Através dele, pois, unimo-nos à luz ou à treva, ao bem ou ao mal." (6)

Embora tentem explicar (só pelos fenômenos físicos), pela prática dos neurologistas, toda a classe de fenômenos intelectuais, e, até, "espirituais", através das ações combinadas do sistema nervoso; e, em que pese a Ciência ter atingido certezas irrefutáveis, como, por exemplo, a de que uma lesão orgânica faz cessar a manifestação que lhe corresponde, e que a destruição de uma rede nervosa faz desaparecer uma faculdade, ela, porém, está infinitamente limitada para explicar os fenômenos do espírito. Em razão de semelhante situação, não podemos afastar a verdade da influência de ordem espiritual e invisível no cérebro. Se faz mister, também, compreender, não a alma insulada do corpo, mas ligada a esse corpo, o qual representa a sua forma objetivada, com um aglomerado de matérias imprescindíveis à sua condição de tangibilidade, animadas pela sua vontade e por seus atributos imortais.

Sobre a questão da mente, esta não pertence ao cérebro e o cérebro não explica a mente, embora exista uma interação entre os dois. A mente é uma entidade independente, é uma segregação cerebral. O cérebro é o meio que expressa a inteligência no mundo material. Por isso, a maioria dos estudiosos da mente humana faz da inteligência um atributo do cérebro. Há uma diferenciação significativa entre a pesquisa acadêmica com viés, nitidamente, materialista, e a ciência espírita, pois, enquanto a ciência humana faz do cérebro o excretor da inteligência, a ciência espírita faz do cérebro um instrumento do espírito, que é o ser inteligente individualizado. Destarte, é importante que o Espiritismo e a Ciência se complementem, até porque, as leis do mundo espiritual e as leis do mundo material são faces de uma realidade comum, - a vida.

O cérebro assemelha-se a complicado laboratório "onde o espírito, prodigioso alquimista, efetua inimagináveis associações atômicas e moleculares, necessárias às exteriorizações inteligentes." (7) Todo o campo nervoso da criatura constitui a representação das potências perispiríticas, vagarosamente, conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios. "O cérebro real é aparelho dos mais complexos em que o nosso "eu" reflete a vida. Através dele, sentimos os fenômenos exteriores segundo a nossa capacidade receptiva, que é determinada pela experiência; por isso, varia ele de criatura a criatura, em virtude da multiplicidade das posições na escala evolutiva. "(8)

Existem os que recebem as sensações exteriores e os que recolhem as impressões da consciência. "Em todo o cosmo celular, agitam-se interruptores e condutores, elementos de emissão e de recepção. A mente é a orientadora desse universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço. Nosso mundo interno, do ponto de vista mental, não é estático, e as idéias não estão, rigidamente, estabelecidas. A mente tem a dinâmica de um mosaico de luzes que se projetam pela consciência, que se contrai ou expande diante do que nos emociona. (9) Dela, emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores." (10)

Nervos, zona motora e lobos frontais, no corpo carnal, traduzindo impulsividade, experiência e noções superiores da alma, constituem campos de fixação da mente encarnada ou desencarnada. "Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável se equilibre, valendo-se das conquistas passadas, para orientar os serviços presentes, e amparando-se, ao mesmo tempo, na esperança que flui, cristalina e bela, da fonte superior de idealismo elevado; através dessa fonte, ela pode captar, do plano divino, as energias restauradoras, assim construindo o futuro santificante." (11)

A alma é o centro de tudo - emoções, pensamentos, etc.; o cérebro é seu instrumento, facilitando a coordenação do corpo e servindo de canal para as múltiplas manifestações da alma. A experiência de cada um de nós é medida pelo referencial de imagens mentais que criamos e armazenamos sobre o mundo onde vivemos. Cada objeto, cada palavra, cada sensação é carregada de um potencial simbólico que desencadeia em nós a capacidade de criar imagens vivas da realidade. A ciência, sobretudo a neurociência, apesar dos nítidos avanços, ainda não admite, integralmente, essa conclusão, insistindo que tudo está nas funções cerebrais: a linguagem, o pensamento, a coordenação motora, a emoção, e muito mais. Isso, porque insiste em tomar o efeito pela causa. Na questão 370 de "O Livro dos Espíritos", temos a solução para os problemas criados pelo reducionismo materialista: "Da influência dos órgãos se pode inferir a existência de uma relação entre o desenvolvimento do cérebro e o das faculdades morais e intelectuais? Indaga Kardec. Explicam-nos os Emissários do Cristo: "Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos." (12)

O homem não pode ser o cérebro. Inúmeras experiências de quase morte, de sonambulismo, de hipnose conduzida, de regressão a vidas passadas, e a extensa bibliografia dos fenômenos mediúnicos, desmentem, categoricamente, essa idéia de que os neurônios cerebrais respondem pelo ser humano. "Portanto, o pensamento, assim como a consciência, não moram nos neurônios, mas vivem no íntimo da alma imortal, que leva para todo o sempre, como conquista inalienável, o amor e a sabedoria." (13)


Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net
Blog: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com

FONTES:
(1) Disponível no site http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u318086.shtml, acessado em 22-07-09
(2) Xavier Francisco Cândido/ Vieira Waldo, Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2000, cap. IX,
(3) Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed.. FEB, 2001
(4) Publicado jornal científico "Zygon".SXC , novembro ,2008
(5) idem
(6) Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed.. FEB, 2001
(7) Xavier, Francisco Cândido. EMMANUEL, Ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2001
(8) Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed.. FEB, 2000
(9) Facure Nubor Orlando. Operações Mentais e como o Cérebro Aprende, disponível no Site www.geocities.com/Nubor_Facure
(10) Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espirito André Luiz, RJ: Ed.. FEB, 1997, cap. 4
(11) idem
(12) Kardec, Allan. O Livro dos Espiritos, RJ: Ed. FEB, 1977
(13) De Mario Marcus Alberto artigo O Homem é o Cérebro? Disponível no site www.orientacaoespirita.hpg.ig.com.br/Artigo%2001.htm

domingo, 25 de outubro de 2009

APOMETRIA NÃO É ESPIRITISMO




Obsessor e obsidiado são criaturas enfermas que precisam do carinho e da atenção dos que se dedicam à desobsessão; se estes ingredientes faltarem, estaremos diante de algo que difere do Espiritismo codificado por Kardec.

Um dos meus irmãos consanguíneos mais queridos, que desencarnou em Curitiba dez anos atrás, foi durante certo tempo entusiasta das ideias do Dr. José Lacerda acerca da apometria, um termo que poucos conheciam àquela época e que, obviamente, não suscitava as discussões que hoje se tornaram frequentes no meio espírita.Passando alguns dias em sua casa, o que era então muito comum em face dos meus compromissos profissionais, pude ler o que, segundo meu irmão, era a obra mais importante do Dr. Lacerda acerca do assunto. A leitura exigiu poucas horas, mas me deixou intrigado porque a ritualística então sugerida feria um dos princípios conhecidos da prática espírita, que é a completa ausência de rituais. Minha estranheza inicial decorria do fato de que, no tocante ao tema desobsessão, além de todas as obras que falam com profundidade sobre o método e a finalidade da prática espírita, ninguém pode ignorar a singeleza do que Kardec escreveu, primeiro na Revista Espírita, depois em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 28, itens 81 e seguintes.A metodologia espírita, exposta ali pelo Codificador, é por demais simples e pode ser resumida num conceito conhecido: - Não se resolve o problema da obsessão sem cuidarmos do agente e do paciente. A proposta exorcista, tão comum em certa época no meio católico e no seio das igrejas protestantes, é absolutamente ineficaz, como ineficaz é a prática umbandista quando pretenda tão-somente o afastamento dos litigantes.

Sintetizando o que inúmeros autores já escreveram, Suely Caldas Schubert nos diz em sua obra Obsessão/Desobsessão (1ª Parte, cap. 14, págs. 76 e 77) que para atendermos ao obsidiado é necessário socorrer simultaneamente toda a falange de algozes que o cerca. Aos poucos essas entidades menos felizes são atraídas para a reunião de desobsessão, de tal modo que, quando o chefe da turba se comunica, quase todos os seus prepostos já foram atendidos e encaminhados.

Obsessor e obsidiado são criaturas enfermas e, como tal, merecem o carinho e a atenção dos que se dedicam a esse mister. Se estes ingredientes faltarem

à prática desobsessiva, estaremos diante de outra coisa, mas não do Espiritismo codificado por Kardec.

As práticas da apometria estão em total desacordo com as recomendações de O Livro dos Médiuns

Eis o que o conhecido confrade Divaldo Franco disse sobre a Apometria, em palestra proferida em agosto de 2001, conforme registrado pelo programa Presença Espírita da Rádio Boa Nova, disponível em http://www.oespiritismo.com.br/textos/ver.php?id1=91 na internet:

“O médico carioca residente em Porto Alegre Dr. José Lacerda desde os anos 50, espírita que era então, começou a realizar numa pequena sala do Hospital Espírita de Porto Alegre, chamada A Casa do Jardim, atividades mediúnicas normais. Com o tempo ele recebeu instruções dos Espíritos e realizou investigações pessoais que desaguaram em um movimento ao qual ele deu o nome de Apometria.

Não irei entrar no mérito nem no estudo da apometria porque eu não sou apômetra, eu sou espírita. O que posso dizer é que a apometria, segundo os apômetras, não é Espiritismo, porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de O Livro dos Médiuns.

Não examinaremos aqui o mérito ou demérito porque eu não pratico a apometria, mas, segundo os livros que têm sido publicados, a apometria, segundo a presunção de alguns, é um passo avançado do movimento espírita no qual Allan Kardec estaria ultrapassado. Allan Kardec foi a proposta para o século XIX e para parte do século XX e a apometria é o degrau mais evoluído no qual Allan Kardec encontra-se totalmente ultrapassado – tese com a qual, na condição de espírita, eu não concordo em absoluto.

Na prática e nos métodos de libertação dos obsessores, a violência que ditos métodos apresentam, a mim, a mim pessoalmente, me parece tão chocante que faz recordar-me da lei de Talião que Moisés suavizou com o código legal e que Jesus sublimou através do amor.

Quando as entidades são rebeldes, os doutrinadores, depois de realizarem uma contagem cabalística ou de terem o gestual muito específico, expulsam pela violência esse Espírito para o magma da Terra, a substância ainda em ebulição do nosso planeta.”

A Casa Espírita não é uma clínica alternativa, onde toda experiência nova vai colocada em execução

“Colocam-no – prossegue Divaldo – em cápsulas espaciais e o disparam para o mundo da erraticidade. Não iremos examinar a questão esdrúxula desse comportamento, mas se eu, na condição de Espírito imperfeito que sou, chegasse desesperado num lugar pedindo misericórdia e apoio na minha loucura, e outrem, o meu próximo, me exilasse para o magma da Terra, para eu experimentar a dureza de um inferno mitológico ou ser desintegrado, eu renegaria aquele Deus que inspirou esse adversário da compaixão.

Ou se me mandasse numa cápsula espacial para que fosse expulso da Terra. Com qual autoridade? Quando Jesus disse que o seu reino é dos miseráveis.

Na parábola do Festim de Bodas, ele manda buscar os mendigos, aqueles que estão nos lugares escabrosos já que os eleitos recusaram e mataram os seus embaixadores.

A Doutrina Espírita centraliza-se no amor e todas essas práticas novas, das mentalizações, das correntes mentomagnéticas, psicotelérgicas, para nós espíritas merecem todo respeito, mas não têm nada a ver com Espiritismo. Seria o mesmo que as práticas da Terapia de Existências Passadas nós realizarmos dentro da casa espírita ou da cromoterapia ou da cristalterapia, fugindo totalmente da nossa finalidade.

A Casa Espírita não é uma clínica alternativa, não é lugar onde toda experiência nova vai colocada em execução.

Tenho certeza de que aqueles que adotam esses métodos novos, primeiro, não conhecem as bases kardequianas e, ao conhecerem-nas, nunca as vivenciaram para terem certeza. Isso seria desmentir todo o material revelado pelo mundo espiritual nestes 144 anos de codificação, no Brasil e no mundo, pela mediunidade incomparável de Chico Xavier, as informações que vieram por esse médium ímpar, pela notável Yvonne do Amaral Pereira, por Zilda Gama, por tantos médiuns nobres conhecidos e nobres desconhecidos no seu trabalho de socorro.

Então se alguém prefere a apometria, divorcie-se do Espiritismo. É um direito! Mas não misture para não confundir. A nossa tarefa é de iluminar, não é de eliminar. O Espírito mau, perverso, cruel, é nosso irmão na ignorância.”

Os métodos da apometria são bastante chocantes para
a nossa mentalidade espírita

Na parte final de sua fala, Divaldo assim se expressou:

“Poderia haver alguém mais cruel do que o jovem Saulo de Tarso? Ele havia assassinado Estêvão a pedradas, havia assassinado outros, e foi a Damasco para assassinar Ananias. Jesus não o colocou numa cápsula espacial e o disparou para o infinito. Apareceu a ele! Conquistou-o pelo amor: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Pode haver maior ternura nisso? E ele tomado de espanto perguntou: ‘Que é isto?’ ‘– Eu sou Jesus, aquele a quem persegues’. E ele então caiu em si.

Emmanuel usa esta frase: E caindo em si, quer dizer aquela capa do ego cedeu lugar ao encontro com o ser profundo, caindo em si. Ele despertou, e graças a ele nós conhecemos Jesus pela sua palavra, pelas suas lutas, pelo alto preço que pagou, apedrejado várias vezes até ser considerado morto, jogado por detrás dos muros nos lugares do lixo, dos dejetos ele foi resgatado pelos amigos e continuou pregando.

Então os Espíritos perversos merecem nossa compaixão e não nosso repúdio. Coloquemo-nos no lugar deles.” (...) “Não temos nada contra a Apometria, as correntes mentomagnéticas, aquelas outras de nomes muito esdrúxulos e pseudocientíficos. Não temos nada. Mas, como espíritas, nós deveremos cuidar da proposta Espírita. E da minha condição de espírita exercendo a mediunidade há mais de 54 anos, os resultados têm sido todos colhidos da árvore do amor e da caridade.

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Londrina, Paraná (Brasil)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MATÉRIA DA REVISTA VEJA COMPROVA TUDO O QUE LUIZ SÉRGIO NARRA


MATÉRIA DA REVISTA VEJA COMPROVA TUDO O QUE LUIZ SÉRGIO

NARRA SOBRE AS DROGAS HÁ MAIS DE 10 ANOS,

ATRAVÉS DA PSICOGRAFIA DE IRENE PACHECO MACHADO

"MÚSICA, SEXO E LOUCURA" – para potencializar o efeito de drogas como o ecstasy e a cocaína, jovens as misturam a anestésicos de uso veterinário, remédios para impotência e até medicamentos para tratamento de AIDS. (Revista Veja 21/10/2009)

“O efeito do ecstasy misturado é tão forte que os dependentes nos parecem débeis mentais.” (Luiz Sérgio – Mais além do meu olhar – 1999)

“É impossível alguém imaginar as misturas que hoje estão sendo feitas e que um ser humano possa colocar tal bomba em seu organismo.” (Luiz Sérgio – Eu Te busco – 2001)

“— É verdade, Rayto, que as misturas são tão terríveis que podem até matar?

— Sim, elas são extremamente perigosas, não só elas, como todas as outras, um veneno que o homem julga dar prazer.” (Luiz Sérgio – Cabana de Sonhos – 2003)


No Brasil, drogas alucinógenas não só são legalmente adquiríveis pela internet como ainda podem ser pagas em suaves prestações. (Revista Veja)

“Hoje é tão fácil adquirir drogas, Luiz, que basta discar um número de telefone ou acionar a Internet para a sua entrega nas festas se fazer imediatamente. Disque-drogas funciona mais que disque-socorro.” (Luiz Sérgio – Cabana de Sonhos)


Ecstasy + cocaína - alem de alucinações, o ecstasy causa euforia, que é aumentada pela cocaína. (Revista Veja)

“O brasileiro adora adulterar tudo e hoje as misturas que estão sendo feitas com o ecstasy e a heroína são uma bomba que provoca pânico, insônia e destrói os neurônios.” (Luiz Sérgio – Eu Te busco)


Ecstasy + maconha – como uma droga tem efeito contrario ao da outra, os usuários as misturam para transitar entre os dois estados.

“O efeito do ecstasy misturado é tão forte que os dependentes nos parecem débeis mentais.” (Luiz Sérgio – Mais além do meu olhar)

Ecstasy +remédio para impotência +antirretroviral – a mistura é usada para fazer sexo. (Revista Veja)

“As misturas das drogas, como viagra, cristal e outras, dão a certos grupos verdadeiras orgias que nos fazem recordar a história da Grécia antiga e do Império Romano(…)” (Luiz Sérgio – Cabana de Sonhos)

Ecstasy +GHB +ketamina – euforia e aumento da disposição. (Revista Veja)

“Uma delas é o gamahidroxibutirato, mais conhecido como GHB, ou também como G.Easydate ou líquido X. Já falamos dela, que hoje está comum nas festas eletrônicas. Essas drogas, se misturadas com álcool, deixam o usuário completamente alucinado(…)” (Luiz Sérgio – Eu te busco)

“Muitas outras drogas ali nos foram mostradas, além do ecstasy e do especial K (ketamina). A mais usada ultimamente é o GHB, o ecstasy líquido que vem em uma embalagem tipo descongestionante nasal. Os usuários habituais sabem a medida certa: poucas gotinhas já provocam espasmo, tonturas e um estado de excitação.”(Luiz Sérgio – Eu Te busco)

LSD + ketamina – os efeitos dissociativos – delírio, sensação de deixar o corpo e experiências de quase morte – são intensificados. (Revista Veja)

“Nesses lugares, correm soltos o cigarro de maconha, os lança-perfumes, os cheiros de loló e os comprimidos de ecstasy e de LSD, além de frascos do spray buzina da alegria, uma mistura dos gases propano e butano inalada pelo usuário.” (Luiz Sérgio – Cabana de Sonhos)

A Salvia divinorum, originária do México, costuma ser desidratada e fumada. O fato de ser legal no Brasil não significa que seja inofensiva. Em 2006, após consumi-la, o estudante americano Brett Chidester, de 17 anos, suicidou-se e deixou o seguinte bilhete: "Como posso continuar vivendo depois de ter descoberto os segredos da vida? Não posso escrevê-los aqui porque esse tipo de informação pode causar o caos". Liberada no Brasil, a erva já foi proibida em vários estados dos EUA e em pelo menos outros doze países, incluindo Alemanha, Itália e Japão. (Revista Veja)

“Está sendo muito usado o pó da planta mexicana Salvia divinorum para ser inalado. As autoridades também já descobriram que estão chegando aqui diariamente ao mercado as folhas de khat (Catha edulis), uma erva asiática para mascar. Vimos jovens inalando sálvia ou mascando as folhas de khat.” (Luiz Sérgio – Cabana de Sonhos)



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Fraternalmente
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
http://espiridigi.net (O ESPIRITISMO NA ERA DIGITAL)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A PRECE E O TRABALHO SÃO OS MELHORES RECURSOS PARA QUEM QUER PARAR DE FUMAR



A imprensa internacional noticiou que a exposição de cigarros nas lojas será proibida na Inglaterra e no País de Gales. Nos países onde foi adotada a proibição, por exemplo, a Islândia, a taxa de fumantes entre jovens diminuiu em até 10%. Na Inglaterra, há, pelo menos, 200 mil jovens, entre 11 e 15 anos, fumando e, consoante se sabe, os jovens estão mais propensos a ficar viciados pelo resto da vida. Pessoas que nunca fumaram vivem mais e melhor, e estudos confirmam que fumar reduz a vida humana entre 7 e 10 anos. Estudos preliminares sobre os efeitos nocivos do tabaco, em matéria publicada na mais recente edição da revista científica Archives of Internal Medicinere, registram que a saúde e a qualidade de vida do homem pioram em proporção direta com o número de cigarros fumados diariamente. Estudos científicos que relacionam o consumo do tabaco com doenças respiratórias, datam da década de 60. O termo mais usado, para definir a doença que ocorre em 85% dos tabagistas é Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC que engloba a bronquite e enfisema pulmonar.

São vários os estudos científicos baseados em evidências que não deixam qualquer sombra de dúvida de que o tabaco é cancerígeno. Desde 1964, quando foi feita a primeira descoberta em relação ao câncer de pulmão, outros cânceres tiveram seu aparecimento relacionado ao tabaco como, por exemplo, câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga, colo de útero, estômago e fígado. Três equipes de pesquisadores, que publicaram estudos nas revistas Nature e Nature Genetics, "apontaram duas áreas de variações no cromossomo 15. Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes, uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre 70% e 80% de risco de desenvolver câncer pulmonar".(1) Cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer, da Universidade de Cambridge e da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (Estados Unidos), afirmam que as variantes interagem diretamente com o tabaco para causar o câncer no pulmão, face ao aumento da probabilidade de a nicotina desencadear a divisão celular descontrolada que está associada ao câncer. Lesley Walker, da instituição britânica Cancer Research UK, afirmou que "o fumo aumenta muito o risco de câncer no pulmão, causando nove em cada dez casos da doença. Esta pesquisa nos diz que existem alguns fumantes que são ainda mais vulneráveis ao câncer de pulmão devido ao seu perfil genético". (2)

Cerca de um em cinco adultos, nos Estados Unidos, fuma. Por isso, a Câmara dos Representantes do Congresso americano aprovou um projeto de lei que prevê a classificação do tabaco como uma droga, a ser regulamentada pela agência de saúde americana, Food and Drug Administration (FDA). A legislação propõe que a FDA tenha mais poderes para fiscalizar as propagandas de cigarro, sobretudo, as direcionadas às crianças, e evitar a venda do produto para menores de idade. A pneumologista Maria Cristina Alochio de Paiva, membro da Associação Médico-Espírita do Espírito Santo (AME-ES), informou que a nicotina, encontrada no cigarro, é a droga que produz mais estímulos cerebrais e que, por isso, se fosse descoberta hoje, seria considerada ilícita. Segundo ela, os efeitos nocivos do fumo atingem o perispírito, principalmente os órgãos mais atingidos pelo cigarro, como pulmão e coração. "Ele diminui os fluxos vitais para o corpo. Impregna e ocasiona falta de proteção dos amigos espirituais", declarou, afirmando, também, que "a fé nos liberta do vício." (3)

Ao desencarnar, o fumante continua desejoso de fumar e, para satisfazer o seu vício, as obsessões aí estão demonstrando uma patologia espiritual. Ex-fumantes desencarnados induzem e exploram pessoas invigilantes ou em estado de desequilíbrio a prosseguirem no vício. O tabagismo atormenta os desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de fumar bastante potencializada. O complicador da questão é a inexistência de indústrias de cigarros na Erraticidade para abastecer Espíritos fumantes. Em face disso, os tabagistas do Além, para materializarem suas tragadinhas, tornam-se protagonistas da subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados fumantes, que ainda se locupletam nas deletérias baforadas do cigarro.

O médium que fuma está, invariavelmente, sob uma influência obsessiva (transforma-se numa piteira humana dos fumantes desencarnados que, a cada tragada, sorvem suas baforadas "quentinhas"). "Não se sabe o que tem causado maior dano aos espíritas: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas "meio-obsessões" de "quase-obsidiados", despercebidas, contudo, bem mais freqüentes, "que minam as energias não só de uma criatura incauta, mas influenciam o roteiro de legiões de outras. O tabagista recebe da Doutrina Espírita, além de informações fornecidas pela medicina tradicional quanto aos males provocados pelo fumo, o alerta contra as obsessões e as desastrosas conseqüências na estrutura sutil do perispírito, fator este a exigir atenções especiais e procedimentos profundos na mentalização do fumante. " (4)

Os Espíritos Superiores classificam o tabagismo como um grande obstáculo para as tarefas mediúnicas. Sendo um gerador de patologias graves e de dependências, merece do médium uma batalha sem trégua. Porém, a tarefa de descontaminação nicotínica deverá ocorrer sem violentar a consciência, sabendo que, somente, ajudando-se com firmeza é que o médium tabagista se livrará do vício, lembrando, porém, que a solução não "cairá do céu".

Não são fartas as informações disponíveis em torno da influência do cigarro no perispírito, por se tratar de um hábito (massificado), relativamente, novo na vida social humana. "O problema da dependência continua, até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Além disso, os vícios do cigarro e dos tóxicos atuam nos centros vitais e nas correntes magnéticas do organismo, alterando a constituição da aura da pessoa. Viciações e excessos são, também, formas disfarçadas [inconscientes] de autocídio." (5) Uma informação curiosa que pesquisei diz que "quando a vontade do interessado não está, suficientemente, desenvolvida para arredar de si mesmo o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui, gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência ao fumo". (6) As sensações do fumante inveterado, na dimensão póstuma, "são, naturalmente, as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habitou no Plano Físico, de tal modo obsediante, que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções". (7)

Não estamos ressaltando o tabagismo como um problema de criminalidade, mas como um problema de desequilíbrio emocional, diante das Leis da Vida. O ato de fumar é um problema para os nossos irmãos que se encontram frágeis diante dos desafios da vida, que procuram uma "compensação psicológica". É óbvio que o fumante não é um criminoso, porém, sem dúvida, é alguém carente de mais proteção, mais amor, até porque, segundo cremos, se os tabagistas insistem em permanecer na estrada do vício, certamente, estão procurando esquecer algo; esse algo são eles mesmos; eles não estão conseguindo suportar a própria carga, e o cigarro, segundo crêem, os "aliviam". A explicação para esse aprisionamento psíquico, segundo estudiosos, é que a nicotina, de alguma forma ainda não compreendida pela medicina, abre certas "portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas. Essa substância, para agir no cérebro e provocar sensação de "bem-estar", imita a ação da acetilcolina. Como moléculas usurpadoras, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais que, uma vez estimulados, produzem mais neurotransmissores (dopamina) que regulam a sensação de prazer. Quando o estímulo de produção dopamínica é interrompido por alguns instantes, o sistema nervoso central se desequilibra e o fumante acende o próximo cigarro e, novamente, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais, recomeçando o ciclo.

Considerando que as mentes no além-túmulo não se desvinculam com facilidade deste foco que alimenta seus desregramentos de fumante terreno, é mister que o esforço para a libertação do vício comece por aqui, na atual reencarnação, e o quanto mais cedo melhor! Diante do exposto, compete-nos ajudar os nossos irmãos e irmãs (sobretudo médiuns), que se encontram sob o jugo do vício do tabaco, a se libertarem dessa forma sutil de autodestruição. "Certamente que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado. Será um prejuízo que o fumante causa a si mesmo, sem a intenção de se destruir, mas o prejuízo que se deve estudar com esclarecimento, sem condenação, para que a pessoa se conscientize quanto às conseqüências do fumo, no campo da vida, de maneira a fazer as suas próprias opções". (8)

Não é nossa intenção imprimir censura ou condenação aos fumantes, pois sabemos que "conseguir esquecer o hábito arraigado de fumar é, realmente, uma vitória espiritual de alto alcance, até porque, qualquer hábito prejudicial (não somente o tabagismo) cria condições anômalas para o corpo espiritual, impondo-lhe condicionamentos difíceis de serem erradicados. Certa vez, perguntado ao Chico Xavier o que é que, habitualmente, aconselha aos fumantes, enfraquecidos por derrotas sucessivas, em que pese rogarem orientação, forças renovadas e motivação para vencer a dependência física e mental criada pela nicotina, o médium de Uberaba respondeu: "A prece e o trabalho, que em meu entendimento, são sempre os melhores recursos para defender-nos contra qualquer desequilíbrio". (9)

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com

Site: http://jorgehessen.net
Blog: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com


FONTES:
(1) Estudos publicados nas revistas Nature e Nature Genetics
(2) idem
(3) Disponível em<> acesso em 26-06-09
(4) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Estude e Viva, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: ed. FEB, 2001;
(5) Extraído do livro "Moldando o Terceiro Milênio" - Vida e obra de Divaldo Pereira Franco, autoria de Fernando Worm, Ed. LEAL
(6) idem Xavier, Francisco Cândido e Worm, Fernando. Janela para a Vida, SP: Ed.Lake, 2000
(7) idem
(8) idem
(9) idem

terça-feira, 6 de outubro de 2009

HISTÓRIA DO ABORTO NO BRASIL CONFUNDE-SE COM A HISTÓRIA DO PT



APRESENTAÇÃO E RESENHA
O Partido dos Trabalhadores acaba de punir dois deputados federais,acusados de defenderem a vida.
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT),reunido no dia 17 de setembro, decidiu punir, por unanimidade, osdeputados federais Luiz Bassuma (BA) e Henrique Afonso(AC).
Os dois deputados não meteram a mão no cofre público. Nãomentiram. Não transformaram os seus mandatos em ferramenta deenriquecimento próprio. Não participaram de recorrentes ações dedelinquência parlamentar. Não fizeram caixa 2. SEU CRIMEFOI DEFENDER A VIDA. SUA OUSADIA FOIQUESTIONAR A DESCRIMINALIZAÇÃO DOABORTO. OS MEMBROS DO DIRETÓRIONACIONAL DECIDIRAM QUE ELESINFRINGIRAM GRAVEMENTE A ÉTICAPARTIDÁRIA.
A HISTÓRIA DO ABORTO NO BRASIL CONFUNDE-SE COM A HISTÓRIA DO PT, mas apresença de políticos antiaborto dentro do PT sempre foi muitoimportante. Não para a causa pró-vida, mas para a causaabortista. O Partido permitia que eles fizessem algum discurso emdefesa da vida e até, em certos casos, que votassem contra o aborto.Mas impunha como condição que a atuação deles fosse periférica,superficial, de modo a não impedir a aprovação de um projetopró-aborto nem a rejeição de um projeto pró-vida. Os petistas"pró-vida" sempre contribuíram para que se criasse a falsa idéiade que o PT não é um partido abortista. A presença delesinteressava ao Partido, a fim de atrair os votos dos cristãos.
Por que então Luiz Bassuma e Henrique Afonso foram punidos?
PORQUE ELES FORAM LONGE DEMAIS. Bassumaousou apresentar um projeto para revogar a não punição do aborto emcaso de estupro (PL 5364/2005), desarquivou o "Estatutodo Nascituro" (PL 478/2007) e propôs a proibição doabortivo conhecido como "pílula do dia seguinte" (PL1413/2007). Henrique Afonso atreveu-se a propor asustação da aplicação da Norma Técnica do aborto no SUS(PDC 42/2007).
A decisão do Diretório Nacional deixou claro que dentro do PT sóse admite uma militância pró-vida do tipo "faz-de-conta".
De tudo o que ocorreu, fica evidente que um cristão não pode votarno PT e muito menos filiar-se a esse partido. Trata-se da questãoda defesa do direito humano fundamental à vida, em favor dos maisinocentes e indefesos.
UM PARTIDO QUE FAZ TODO O POSSÍVEL PARAQUE ESSE DIREITO NÃO SEJA RECONHECIDOPELO ESTADO E NÃO PERMITE AOS SEUSFILIADOS PROMOVER EFICAZMENTE ESSEDIREITO NÃO CUMPRE UM REQUISITOFUNDAMENTAL PARA PODER SER VOTADO.
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O PARTIDO DO ABORTO
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PT PUNE DOIS DEPUTADOS ACUSADOS DECOMBATEREM A CAUSA ABORTISTA
Roma, 3 de outubro de 2009
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente do Pró-Vida deAnápolis
"Ubi PT, ibi abortus" (onde está o PT, lá está o aborto),já dizia um velho provérbio chinês criado pelo Professor HumbertoLeal Vieira, presidente da Associação Nacional Pró-Vida ePró-Família e membro da Pontifícia Academia Pró-Vida.
A história do aborto no Brasil confunde-se com a história do PT ede outros partidos de índole comunista, como o PC do B e o PPS.
Coube ao PT em 1989 a "glória" de ter instalado no municípiode São Paulo o primeiro (des)serviço de aborto financiado com odinheiro público (Portaria 692/89). Isso ocorreu enquantoLuiza Erudina (do PT) era prefeita e enquanto Eduardo Jorge (doPT) era secretário de saúde.
Em 1991, o mesmo Eduardo Jorge, desta vez como deputado federaldo PT por São Paulo, proporia, juntamente com Sandra Starling(deputada federal do PT por Minas Gerais) um projeto (PL20/91) que pretendia obrigar todos os hospitais do SUS aimitarem o mau exemplo da capital paulista.
Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o PT sempre lideroude longe a autoria de projetos abortistas, em nível tanto federal,como estadual e municipal. Para se ter uma idéia da liderançapetista, em 2002 havia oito projetos de lei em tramitação noCongresso Nacional com o objetivo de legalizar e/ou favorecer aprática do aborto. Seis eram de autoria do PT, um do PTB e umdo PPB!
Com a ascensão de Lula à presidência da República, o que eraruim ficou pior. Em 2004, o Ministro da Saúde Humberto Costalançou a Norma Técnica de Atenção Humanizada ao Abortamento,toda ela voltada para fomentar a impunidade do aborto. Em 2005,ele fez uma reedição piorada da Norma Técnica "Prevenção eTratamento dos Agravos da Violência Sexual contra Mulheres eAdolescentes", editada pela primeira vez em 1998 pelo entãoMinistro José Serra. No mesmo ano foi editada a Portaria1145/2005, com a novidade de conter um formulário pronto,apto para a falsificação de estupros e o aborto em série.
Em 27 de setembro de 2005, a secretária especial de Políticaspara Mulheres Nilcéa Freire entregou à Câmara dos Deputados oanteprojeto de descriminalização do aborto elaborado por umaComissão Tripartite, em cuja participação a CNBB não foiadmitida. A proposta normativa do governo, consagrando o aborto comoum direito inalienável de toda mulher, e propondo sua totalliberação, foi adotada em 04 de outubro de 2005 pela deputadaJandira Feghali (PC do B/RJ), como substitutivo ao Projetode Lei 1135/91. A oposição pró-vida, porém, foi muitogrande, e a votação do projeto ficou para o próximo mandato.
Em 22 de maio de 2006, o Partido dos Trabalhadores, em seu13º Encontro Nacional, aprovou as "Diretrizes para aElaboração do Programa de Governo do Partido dos Trabalhadores(Eleição presidencial de 2006)", contendo como propósitopara o segundo mandato a "descriminalização do aborto e acriminalização da homofobia" (item 35). Em 27 de setembro,atendendo às propostas do 13º Encontro Nacional do PT, opresidente Lula inclui em seu programa de governo 2007- 2010 alegalização do aborto: "criar mecanismos nos serviços de saúde quefavoreçam a autonomia das mulheres sobre o seu corpo e sua sexualidadee contribuir na revisão da legislação" (Programa Setorial deMulheres, p. 19).
No segundo mandato, o governo Lula insistiu, sobretudo por meio donovo Ministro da Saúde José Gomes Temporão, em aprovar oProjeto de Lei 1135/91, dizendo e repetindo que "o aborto éuma questão de saúde pública". A proposta, porém, foi rejeitadaduas vezes: na Comissão de Seguridade Social e Família(CSSF) da Câmara dos Deputados por 33 votos a zero (em07/05/2008) e na Comissão de Constituição, Justiça eCidadania (CCJC) por 57 votos contra 4(09/07/2008). Inconformado com a derrota, em13/08/2008, o deputado José Genoíno (PT/SP)apresentou um recurso (Recurso 0201/08) para que o projetoabortista fosse apreciado pelo plenário da Câmara. Dos 66deputados que assinaram o recurso, 31 (46,97%) eram do PT.
No 3º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT), ocorridoentre agosto e setembro de 2007, foi aprovada a resolução "Porum Brasil de mulheres e homens livres e iguais", que inclui a"defesa da autodeterminação das mulheres, da descriminalização doaborto e regulamentação do atendimento a todos os casos no serviçopúblico".
No 10º Encontro Nacional das Mulheres do PT realizado emBrasília nos dias 17 e 18 de maio de 2008, foi aprovada umaresolução propondo a instalação de uma Comissão de Ética para osparlamentares antiabortistas, com "orientação para expulsãodaqueles que não acatarem e não respeitarem as resoluçõespartidárias relativas aos direitos e à autonomia das mulheres".
No dia 11 de novembro de 2008, os deputados Luís Bassuma(PT/BA) e Henrique Afonso (PT/AC) receberam anotificação da Comissão de Ética do Diretório Nacional doPartido. Em 17 de setembro de 2009, ambos foram punidos. Omotivo alegado é que eles "infringiram a ética-partidária ao‘militarem’ contra resolução do 3º Congresso Nacional do PT arespeito da descriminalização do aborto"[1]. Esse foi oentendimento unânime do Diretório Nacional. Os dois tiveram seusdireitos partidários suspensos: Luiz Bassuma por um ano e HenriqueAfonso por 90 dias. Segundo a decisão, Bassuma seráimediatamente substituído pela Bancada Federal na Comissão deSeguridade Social e Família (CSSF). Quando a HenriqueAfonso, ele não será reconduzido à mesma Comissão. Bassumarecebeu ainda a recomendação de retirar os projetos de lei de suaautoria "que contrariam a resolução do 3º Congresso" (aborto).
COMO ENTENDER A PUNIÇÃO DOS DOISDEPUTADOS
A presença de políticos antiaborto dentro do PT sempre foi muitoimportante. Não para a causa pró-vida, mas para a causaabortista. O Partido permitia que eles fizessem algum discurso emdefesa da vida e até, em certos casos, que votassem contra o aborto.Mas impunha como condição que a atuação deles fosse periférica,superficial, de modo a não impedir a aprovação de um projetopró-aborto nem a rejeição de um projeto pró-vida.
Assim, o PT permitiu que Hélio Bicudo (PT/SP) em23/04/1996, votasse a favor da PEC 25A/95, quepretendia incluir em nossa Constituição o direito à vida "desde asua concepção". Seu voto foi um entre 32 que votaram "sim"contra 356 que votaram "não". Como não havia perigo de que aproposta pró-vida fosse aprovada, o Partido não se importou comaquele voto dissidente.
O PT ainda permitiu que o mesmo Hélio Bicudo fizesse um solenediscurso contra o aborto em 28/08/1997, quando estava paraser votado o PL 20/91. No entanto, misteriosamente ele seausentou na hora da votação. Sua ausência foi decisiva para que oprojeto abortista fosse aprovado na Comissão de Constituição,Justiça e Redação.
De maneira análoga, o PT permitiu que a deputada Ângela Guadagnin(PT/SP) em 6/3/2001 emitisse, como relatora, um parecerfavorável ao PL 947/1999, que pretendia instituir o Dia doNascituro. No entanto, ela estranhamente não compareceu no dia25/04/2001, quando o projeto estava para ser votado. Sem apresença da relatora, não pôde haver votação. E assim, essaproposição pró-vida foi sendo protelada indefinidamente até serarquivada.
Os petistas "pró-vida" sempre contribuíram para que se criasse afalsa idéia de que o PT não é um partido abortista. A presençadeles interessava ao Partido, a fim de atrair os votos dos cristãos.Por que então Luiz Bassuma e Henrique Afonso foram punidos?
Porque eles foram longe demais. Bassuma ousou apresentar um projetopara revogar a não punição do aborto em caso de estupro (PL5364/2005), desarquivou o "Estatuto do Nascituro" (PL478/2007) e propôs a proibição do abortivo conhecido como"pílula do dia seguinte" (PL 1413/2007). HenriqueAfonso atreveu-se a propor a sustação da aplicação da NormaTécnica do aborto no SUS (PDC 42/2007).
A decisão do Diretório Nacional deixou claro que dentro do PT sóse admite uma militância pró-vida do tipo "faz-de-conta". Tudoo que ultrapassa a mera ficção e põe em risco a causa abortista doPartido deve ser punido.
E O RESPEITO À CONSCIÊNCIA?
O respeito à consciência dentro do PT é algo excepcional, como sevê no artigo 13, XV do seu Estatuto: "São direitos dofiliado: ... excepcionalmente, ser dispensado do cumprimento dedecisão coletiva, diante de graves objeções de natureza ética,filosófica ou religiosa, ou de foro íntimo, por decisão daComissão Executiva do Diretório correspondente, ou, no caso deparlamentar, por decisão conjunta com a respectiva bancada, precedidade debate amplo e público".
A consciência de cada filiado fica portanto submetida à decisão doPartido. Se o PT não permitir, o filiado não pode agir segundosua consciência.
CONCLUSÃO
De tudo o que ocorreu, fica evidente que um cristão não pode votarno PT e muito menos filiar-se a esse partido. Não se trata de umaquestão de simples preferência partidária. Trata-se literalmentede uma questão de vida ou morte, ou seja, de defesa do direito humanofundamental à vida, em favor dos mais inocentes e indefesos. Umpartido que faz todo o possível para que esse direito não sejareconhecido pelo Estado e não permite aos seus filiados promovereficazmente esse direito não cumpre um requisito fundamental para poderser votado, ao menos se existem outros partidos que defendam essedireito ou, pelo menos, deixem os seus filiados defendê-lo.
Não se trata de fazer política partidária, mas do dever de dar aosoutros, a todo o povo, a necessária informação sobre radicaisincompatibilidades de um partido político ou de um determinadopolítico com as convicções mais fundamentais da ética cristã emesmo natural. A história (de governos eleitos pelo povo, quedesprezaram os direitos humanos fundamentais) não ensinou já osuficiente a responsabilidade de cada um pelo seu voto? Por isso,existe o dever de se informar e de informar os outros.